Uma das melhores séries de 2022, criada e dirigida por Christopher Storer, "The Bear" (O Urso), foi uma ótima surpresa quando eu a conferi. Por estar indicada a série Comédia/Musical no Globo de Ouro, eu achei que ela seria um pouco mais cômica que o normal, mas a minha surpresa foi que o humor na série é bem contida, está mais nas entrelinhas, não fica à mostra ou descarado como em outros shows. Na verdade a série é totalmente carregado no drama, com todos os personagens principais carregando um pouco de carga dramática em algo pessoal de sua vida, ou no fato de o restaurante onde trabalham, não ser mais comandado por Mikey Berzatto, o dono que se suicidou.
A série parte deste princípio, Mikey Berzatto (interpretado em participação especial por Jon Bernthal) que era dono do restaurante 'The Original Beef de Chigagoland' comete suicídio, deixando o seu restaurante para Carmy, seu irmão, que virou um chef cultuado no ramo da gastronomia, ganhando prêmios importantes e sendo bem respeitado... Carmy deixa os holofotes para comandar o restaurante de seu irmão, que é uma espelunca, amontoado em dívidas, possui um equipe que não se respeita e faz os afazeres sem atenção, e ainda têm seu primo Richie na sua cola, que também administra o local e vive em rota de briga com Carmy.
Carmy sofre de vários problemas, sono conturbado, problema com bebida, pavio curto, explode facilmente, e trabalha em um ramo onde a pressão na cozinha existe da hora que em que se abre até a hora em que se fecha um restaurante. Agora Carmy precisa levantar o local, educar a equipe que lá trabalha, se esforçar ao máximo para não arrebentar a cara de seu primo, e tentar ficar são, pois o suicídio de seu irmão o afetou bastante, uma vez que os dois não estavam tendo uma boa relação antes de Mikey morrer.
A série é ótima, dinâmica, dramática, tem umas pitadas de humor bem condensada, trabalha muito bem os problemas que os personagens passam, sendo que cada um deles têm seu drama pessoal, e tenta lidar com eles da melhor forma possível, e mesmo que discutam muito uns com os outros, conseguem aprender lições valiosas com as quais devem lidar, mesmo não reconhecendo para as demais pessoas.
No restaurante trabalham Carmy, Richie, Sydney, Marcus, Tina, Ebrahein e Fak... alguns se dão bem, outros já não se vão com a cara, se estranham demais, há muita faísca quando o restaurante está lotado e a coisa está pegando fogo. Muitos deles começam a perder a compostura e acabam sendo megamente mal educados com quem eles não vão com a cara, como Richie e Sydney, Tina e Sydney, Richie e Fak e claro, Richie e Carmy.
O trunfo da série mesmo é o drama desses personagens, o quão eles são afetados por seu erros, falhas, medos e esperanças, como eles lidam uns com os outros, a forma como tentam resolver suas diferenças, o amor que eles carregam pela profissão que exercem e pelo local que eles trabalham. Claro que o protagonista, Carmy, é de longe o personagem mais interessante da série, afinal, o que Carmy tem de defeitos não está escrito. Não consegue se expressar com os outros, não demonstra seus sentimentos, não mantém boa relação com seu primo e sua irmã Natalie, ao contratar Sydney para trabalhar no restaurante, tem uma relação de altos e baixos com ela e pena demais para tentar colocar a equipe do restaurante na linha para que eles funcionem da maneira mai coesa possível.
O elenco é a cereja do bolo do show: - Jeremy Allen White, que faz Carmy, é O CARA... que ator, que veia dramática, incrível, Jeremy tem um talento gigante, deu alma para Carmy, deu personalidade, vê-lo perdendo o controle e despirocando geral em alguns episódios (principalmente nos dois últimos) é muito bom, dá vontade de perder o controle com ele e sair gritando pra geral. Jeremy consegue transmitir todos os sentimentos que Carmy quer demonstrar em cena, tem uma presença de sensacional descomunal. Sério, Jeremy é um Atorzaço com A maiúsculo e já virei fã.
-Ayo Edebiri, que faz Sydney, outra ótima atriz, com uma ótima personagem, com seu próprio drama pessoal, e que faz uma parceria bacana com Carmy na série;
-Ebon Moss Cachrach, que faz Richie, primo de Carmy, outro bom ator, seu personagem além de ser muito estourado e encrenqueiro, é muito engraçado também.
-Oliver Platt (X-Men Primeira Classe), faz Cicero, a quem Mikey deve muita grana, gosto muito de ver Oliver atuar, o acho um ator completo e bem interessante de ver atuando.
-Jon Bernthal (Justiceiro da Netflix), faz justamente Mikey, irmão de Carmy e que se suicida, ele aparece apenas no episódio 7, no começo em um flashback.
-Abby Elliott interpreta Natalie 'Sugar', irmã de Carmy e Mikey, ela é casada e tem uma relação complicada com Carmy, e Accy aparece esporadicamente nos episódios, a atua muito bem pro pouco que aparece.
Todos os episódios sem exceção são ótimos, difícil encontrar uma série hoje em dia com esse grau de excelência, sem embarrigamento e nem encheção de linguiça... mas de longe,o episódio 7 é o mais interessante e o de melhor resultado final, ele se liga do começo ao fim, a gente sabe que um episódio liga o outro nas séries, mas este 7º ele começa e termina, ele se fecha, se completa singularmente. O começo é bem gostoso de acompanhar com Carmy, Natalie, Richie e Mikey conversando enquanto cozinham a receita da família, uma macarronada, e mais a frente no episódio, vemos Carmy lentamente perder a calma e explodir em fúria e palavrões com todos os funcionários do restaurante, especialmente com Marcus e Sydney. Acho que esse episódio foi muito bem escrito, interpretado e dirigido.
'The Bear' teve inúmeras indicações me muitas premiações: - No Globo de Ouro a série foi indicada a Melhor Série Comédia/Musical, perdendo para 'Abbott Elementary', e Jeremy Allen White venceu como Melhor Ator em série Comédia, prêmio justíssimo, aliás.
- No Critics Choice Awards foi indicado a Melhor Série de Comédia perdendo novamente para 'Abbott Elementary' e Melhor Atriz Coadjuvante para Ayo Edebiri, perdendo para Sheryl Lee Ralph de 'Abbott Elementary'. Venceu novamente na categoria de Melhor Ator para Jeremy Allen White. Na minha opinião, deveria ter ganhado aqui em melhor série no lugar de 'Abbott'.
- No Satelitte Awards está indicado em Série de Drama (aí sim), e Melhor Ator em série Drama para Jeremy Allen white, irei torcer para levar os dois prêmios.
-No SAG's Awards, está indicado a Melhor Elenco em série de Comédia e Melhor Ator em série de Comédia para Jeremy Allen White, também terá minha torcida; Também concorre no Spirit Awards em Roteiro de Série Nova e Atuação Coadjuvante em Série Nova para Ebon Moss Bachrach e Ayo Edebiri.
Eu considero a melhor série de 2022 a princípio, faltando conferir outras como The White Lotus, Pachinko, Better Call Saul e etc... Oito episódios empolgantes, interessantes, a vontade é continuar assistindo e não acabar nunca, você se vê conectado a trama e acaba se apegando aos personagens, que são carismáticos ao seus modos... é como se você quisesse que fosse uma novela da Globo para vê-los todos os dias no mesmo horário. Impacientemente aguardando a segunda temporada já encomendada.
Quando eu era criança eu tinha muitos gibis, trocentos, todos infantis: Os Trapalhões, Turma da Mônica, Mickey, Pato Donald, Tio Patinhas, Pateta, Angélica, enfim... e eu tinha apenas 1 revista da Marvel, que eu só fui dar atenção em 1994 quando eu tinha 11 anos e virei fã dos X-Men vendo o desenho na TV Colosso. Eu comecei a comprar as revistas dos X-Men e então me deparei com essa revista que já não tinha mais capa, e eu nunca tinha lido porque nunca tinha me interessado. Era uma revista do Hulk, esqueci o número, de 1989, e a primeira página dessa revista, que não tinha mais capa, era a Mulher Hulk abrindo as portas de uma das alas de um hospital com as duas mãos, bradando bem alto: "Onde está meu Primo, onde está Bruce?". O restante da história é o Hulk enfrentando o Homem de Ferro e o Namor, mas essa primeira página, pela revista não ter capa, ficou na minha cabeça por anos, e querendo ou não, mesmo sem eu lembrar, é meu primeiro contato com o Universo Marvel nas HQ's.
Tudo isso apenas para apresentar a Mulher-Hulk, personagem da qual sou mega fã, seja em suas histórias solo, ou junto dos Vingadores (ou até mesmo do Quarteto), e que finalmente ganhou um projeto em forma de série no MCU. Sempre que eu imaginava um filme da Mulher-Hulk, ou no caso uma série, que combinaria mais com ela, eu pensava que eles deveriam abordar a fase dela nas HQ's onde ela atuava mais como advogada, e as histórias eram mais cômicas, com a Mulher-Hulk mais baladeira e a Jen mais boladona de não fazer tanto sucesso como seu alter ego. E também que seria uma boa ideia também usar a quebra da quarta parede que ela também faz em suas revistas.
E foi exatamente isso que Kevin Feige, junto à Jessica Gao (criadora do show), Brad Winderbaum (produtor executivo) e Kat Coiro (produtora e diretora dos episódios), trazendo a Mulher Hulk para o MCU em um show onde ela é advogada e precisa lidar com seu trabalho e com sua nova posição de Hulk, acidentalmente adquirido em uma viagem de carro junto de seu primo Bruce Banner (Mark Rufallo).
O que eu posso dizer sobre a série? É ótima, muito divertida, muito bem escrita, muito bem dirigida, um elenco excelente, acertaram em cheio no cômico, principalmente no roteiro, criaram um enredo bem amarrado, deixando a Mulher Hulk bem solta, e com inúmeras referências à cultura pop.
Tatiana Maslany (premiadíssima por Orphan Black) É A JENNIFER WALTERS/MULHER-HULK... da cabeça aos pés, tudo que está nas HQ's, Tatiana traz para as telas, a forma de falar, alguns trejeitos, alguns olhares, o jeito meio blasé, o deboche, ela é a Jennifer inteira, nunca vi ninguém tão perfeita interpretando um personagem de quadrinhos, acho que só o Christopher Reeves rivaliza com ela. E ela é quem é a alma do show, óbvio, porque sua Mulher-Hulk é carismática ao extremo, a forma como escreveram a Verdona pro show, as coisas que ela faz e fala, é tudo o que você esperaria que ela fizesse e que você reconhece das páginas dos quadrinhos.
Os 9 episódios são bem redondos, pouco mais de meia hora, passam voando de tão bons que são, e a química entre Tatiana Maslany e Mark Rufallo é perfeita, parece que nasceram para contracenar... Mark se deu muito bem em cena com ela e fica nítido em tela o quanto os dois, além de serem primos, são muito amigos e um se preocupa com o outro. O show é bem completo, mescla situações no escritório de advocacia onde Jen trabalha, a GLKH, vinda diretamente da fase de Dan Slott, com os mesmos coadjuvantes, Holloway, 'Pug' Pugliese, Mallory Book... e também coloca Jen em rota de colisão consigo mesma ao não aceitar sua nova condição ser uma Hulk, mas também aos poucos abraçando esses poderes. Na série, ela festeja, badala, dança até o chão com Megan Thee Stalion, sai transando com geral como Mulher Hulk e como Jen mesmo, enche a cara, vai a casamentos, enfim, aproveita a vida como uma mulher que chama a atenção aproveitaria. Alguns cidadãos, que claramente nunca leram um gibi na vida, reclamaram muito que a série é ruim, que nada a ver fazerem uma Mulher-Hulk, que ela não luta com ninguém só faz coisa de mulher, que era melhor ter feito uma série do Hulk, e quebrar a quarta parede é forçado, que é série pra lacrar e blá blá blá... Claramente esses marmanjos não sabem o que falam, são apenas um bando de caras que assistem a tudo apenas para criticar, e não conhecem 1% do que a Jen realmente é. E esse papo de: "A Essência do Hulk, que é estar bravo e destruir tudo, que agora o Hulk é molenga e blá blá blá"... sério, quem liga pra opinião dessa gente desavisada e sem conhecimento do que fala?
Os episódios vão melhorando a cada semana que eram lançados, e verdade seja dita, um dos melhores mesmo foi quando Matt Murdock apareceu como Demolidor... interpretado novamente por Charlie Cox, diretamente do show da Netflix, agora integrado ao MCU de vez, ele teve uma química absurda com Maslany e o episódio é divertidíssimo, com muita ação, um Demolidor mais canastrão, um flerte entre os dois gigante, um final épico, uma transa foda entre os dois... que episódio!
Ainda durante o show apareceram alguns personagens da Marvel que só os fãs como eu, que leem tudo, sabem quem são, uns do terceiro escalão, outros do quarto, enfim... Temos o personagem 'O Sapo' aparecendo de forma bem bacana na série; Para minha surpresa e da geral, 'A Gangue da Demolição' também aparece, todos os quatro, Aríete, Maça, Destruidor e Bate Estaca... com o Destruidor aparecendo depois no retiro do Abominável; Sr. Imortal também aparece, ele é um mutante líder de uma equipe de super-heróis chamada 'The Great Lakes', que aqui no Brasil ficou conhecido como Vingadores Centrais, mudando de nome varias vezes até chegar ao nome mais recente que é Campeões Centrais, por essa aparição eu não esperava, mas aqui ele está beeeem diferente dos quadrinhos; No retiro espiritual de Emil Blonsky aparecem quatro personagens, todos vilões nas HQ's... 'Homem Touro', 'El Águila' (um mutante), 'Porco Espinho' e 'Sarraceno' (um vampiro igual Blade).
No elenco, temos o já citado Emil Blonsky/Abominável, interpretado por Tim Roth, direto do filme de 2008 'O Incrível Hulk' que foi estrelado por Edward Norton, e tem uma brincadeira com isso numa das falas de Bruce 'Rufallo' Banner.
Jameela Jamil faz Titânia, que nos quadrinhos é vilã mesmo da Mulher-Hulk, e aqui ela é poderosa e forte como nas HQ's, mas é retratada com uma influenciadora digital do que propriamente uma vilã, é mais como uma rival...ficou boa essa adaptação. Ginger Gonzaga faz Nikki Ramos melhor amiga de Jennifer e Josh segarra faz Pug Pugliese. Renée Elise Goldsberry (Hamilton) faz Mallory Book e Steve Voulter fez Holden Holloway.
As surpresa da série ficaram pela participação também de Benedict Wong como Wong em três episódios, e sua amizade inusitada com a patricinha vida cor de rosa e baladeira, Madisynn (Patty Gunggenheim), aquela que é com dois 'n' e com 'y' mas não onde você pensa. O sucesso de Madisynn foi enorme, sua personagem é engraçadíssima, teve uma química surpreendente com Benedict Wong em cena, muita coisa dos dois juntos foi improvisada, outras escritas na hora por Jessica Gao. Patty é muito boa e velha conhecida de Kat Coiro, a diretora da maioria dos episódios.
O final foi a coisa mais bem pensada da série e do MCU...simplesmente a Jennifer quebra literalmente a quarta parede ao transitar pelo menu do Disney Plus, afim de chegar até os escritórios da Marvel Studios e conversar com Jessica Gao, Kat Coiro e os demais produtores, para mudar o final da sua série, que ela não estava achando que estava bom (e não estava mesmo). Quebra da quarta parede total, coisa que John Byrne fez muito quando escreveu a revista da Mulher Hulk por anos, e os dois viviam se ofendendo e brigando com Jennifer rasgando as páginas direto para confrontar John Byrne. Restou piada até para Kevin Feige, que na série foi retratado como uma inteligência artificial em forma de um robô, que arquiteta tudo que acontece nos projetos do MCU. Jennifer não só mudou todo o final de sua série, persuadindo K.E.V.I.N (o robô), como ainda teve a cara de pau de perguntar quando veremos os X-Men (!!!)
O que mais posso dizer... a trilha sonora é ótima, um dos episódios termina com a ótima 'Say My Name' da cantora Tove Styrke, outro termina com a Mulher Hulk dançando com Megan Thee Stalion sua música 'Body'. Seu uniforme está bem parecido com a dos quadrinhos. Com certeza é uma das melhores séries do MCU, junto com WandaVision, e os fãs estão ávidos por uma segunda temporada o quanto antes. O MCU que vinha batendo na trave com suas últimas séries, acertando um pouco e errando um pouco mais, acertou em cheio com Mulher Hulk: Attorney At Law. Esperamos mais séries com essa pegada e coragem.
(Assistido entre Agosto e Outubro 2022) (29/01/2023)
A MTV foi praticamente uma escola pra mim, escola de música, de entretenimento, de comportamento sexual, de caráter, enfim... a melhor emissora que já existiu no Brasil. E no ano em que eu comecei assistir, que foi em 1997, depois de alguns meses quando eu já tinha um entendimento melhor do cenário musical e da realidade atual e passada do Rock, é que comecei a crescer os meus ouvidos para um assunto que já dominava os noticiários da emissora à algum tempo... a fita de sexo entre Pamela Anderson e Tommy Lee.
Nunca havia visto SOS Malibu (Baywatch) mas vi uma cena ou outra em comerciais da TV Globo que passava a série na década de 90, então eu estava familiarizado com Pamela. Já Tommy Lee, eu sabia que ele era do Motley Crue, mas como não sou muito entusiasta do rock Glam farofa dos anos 80 (tirando Whitesnake e Bon Jovi) só conhecia os sucessos da banda e não conhecia muito deles ou os curtia, e só sabia do Tommy pelo nome mesmo. E eu dentro da minha inocência e ignorância (até porque eu era só um adolescente), achava que aquela sex tape deles, mesmo sendo noticiado que tinha sido vazada, achava que eles se aproveitavam do sucesso da fita para se promoverem, ou que eles não ligavam e que isso não afetava a vida pessoal deles. Como disse, inocência e ignorância.
Realmente foi uma ideia até um tanto controversa fazer uma série sobre a história do vazamento dessa sex tape, e quando "PAM & TOMMY" foi anunciada eu fiquei surpreso por sair uma série contando essa história, mas curioso pra ver como seria o resultado final e em conhecer mais a fundo como se deu todos esses acontecimentos.
No fim das contas eu gostei do show, o elenco é ótimo, a condução da maioria dos episódios é boa, está bem caracterizado nos anos 90 como comerciais da época, posters da época, lojas de discos, clipes, músicas, enfim. Mas realmente a série dá uma enrolada bem grande, arrasta ali uns dois episódios, dá umas embarrigadas pra preencher os protocolares 8 episódios encomendados, e chega uma hora que pode cansar quem assiste. Vai cansar mais quem não conhece, quem não está por dentro da década de 90, quem não gosta de rock, quem chegou de paraquedas e só quer conferir mesmo. Quem já está imersivo no universo do rock, entretenimento, quem já conhece esse fato e sabe quem são os dois, a série consegue segurar esses espectadores (como ei), mas a gente reconhece... se arrasta bastante.
Apesar de ter todo esse teor sexual, a série não se escora nisto, existe um drama em toda a situação que respinga diretamente em Pamela, que é a que mais foi afetada pelo vazamento do vídeo. Estando a semanas de lançar seu filme, que seria amplamente divulgado, e sonhando em se tornar uma grande estrela de Hollywood, Pamela ficou vista na mídia como a modelo que fez um vídeo de sexo, um pornô caseiro, ao invés de ser reconhecida como atriz em si. Ela perdeu papéis em filmes que eu assisti e até hoje sequer sabia que ela esteve cotada ou fez testes papa participar, como LA - Cidade Proibida e Austin Powers, na época grávida de seu primeiro filho, mas sofrendo essas recusas por conta da exposição do vídeo que vazou. E naquela época, não era como hoje, não havia discussão sobre nada, todos os temas que hoje são exaltados e levantados, defendidos, não eram debatidos, as coisas iam mesmo pra debaixo do pano, era normal, era a vida... machismo, preconceito, racismo, LGBTQIA+ e por aí vai.
A série tenta dar esse drama para Tommy Lee, pelo fato de ele sofrer com o fato de sua banda não ser mais relevante na década de 90, com o estouro do movimento grunge e sucesso de bandas como o Nirvana, Soundgarden, ou a ascenção de bandas como Guns 'N Roses e Stone Temple Pilots, e até novos artistas com novos estilos de rock alternativo como o Beck. Porém esse drama não cola, quem conhecia e quem sabe, entende muito bem que Tommy Lee sempre foi um "Asshole", que só se importava com suas próprias merdas, e esse tom dramático e de coitado sequer veste a pessoa de Tommy Lee.
Quem segura mesmo a série são os dois protagonistas... Lily James, que faz Pamela está perfeita no papel, sem exageros, acho que é o melhor trabalho de Lily como atriz até hoje. Está totalmente imersa e caracterizada na personagem, é a própria Pamela Anderson ali, os trejeitos, o sorriso, a risadinha, o tom de voz, sendo que ela ainda usou uma prótese nos seios para ficar volumoso e usou uma peruca descolorida para ficar idêntica à canadense. Não tem uma cena onde Lily exagere ou pareça forçada, ela está incrível mesmo, e fico feliz em vê-la em um grau tão alto de atuação, pois ou muito dela já tem uns anos.
Sebastian Stan que faz Tommy Lee, hoje dispensa comentários, por ser uma das estrelas do MCU, e também está atuando muito bem como Tommy, caracterizado de tatuagens ao redor do corpo, uma atitude rock 'n roll, um jeito canastrão, soube incorporar com que tem de melhor em Tommy e também o que tem de pior. Tem uma cena em particular onde Pamela exige que ele assine o documento onde eles cedem o vídeo de graça pra uma nova empresa, e ele atua demais, em um ataque de fúria, gritando, derrubando mesa, aquele surto clássico de cinema, assustando Pamela e tudo. Mandou bem demais. Pagou alguns micos rsrsrsrsrsrsrsrs... como no começo da série, com aquela sunga fio dental enfiada no rabo (que isso parceiro, parece que todo machão em casa vira um gatinho), e também na cena onde ele conversa com o próprio pinto, quando ele confessa que está apaixonado e seu pinto se mostra sensato dizendo para ele não cair nessa. Na boa, na vida real, nunca que um pinto vai ser mais sensato que o Homem em si. Por falar nisso, aquela cena onde Sebastian mostra o pinto para Pamela é computação gráfica... claro que Tommy Lee é conhecido por ser pintudo, foi abençoado ao nascer, mas aquilo tá muito exagerado e na conversa entre Tommy e seu pinto, isso fica muito claro.
Além deles, a série ainda traz Seth Rogen (The Fabelmans) como Rand Gauthier, que foi o homem a vazar esse vídeo no mundo, e aqui Seth tem uma atuação mais condensada, aquela atuação que chove no molhado, atuação de segurança, de série dos anos 90 mesmo. Ele também é o produtor executivo da série.
Nick Offerman (The Last of Us), fez Miltie, dono de uma das produtoras pornôs de sucesso da época por fazer "Garganta Profunda" obra-prima do cinema pornô. Offerman esteve bem demais, bem caracterizado como homem forte da indústria pornográfica, sempre cercado por drogas, bebidas e as mais diversas profissionais do sexo, enquanto Gauthier se ferrava em dobro. Além de Taylor Schilling (Orange is the New Black) que fez a ex-esposa de Gauthier, Erica, uma ex atriz pornô, e Taylor também está bem nas cenas em que aparece, principalmente quando contracena com Seth Rogen.
A série foi criada por Robert Siegel, de 'Fome de Poder' e 'O Lutador'; E dirigida por Craig Gillespie, de 'Eu Tonya' e 'Cruella'.
Possui inúmeros sucessos da década de 90 do rock alternativo, tem de tudo... Fatboy Slim com Praise You, Nine Inch Nails com Closer, Primal Scream, The Cardigans com Lovefool e My Favourite Game, New Radicals, 4 Non Blondes e seu What's Up, Alanis como You Oughta Know, os otários do Third Eye Blind, Roxy Music e Tears For Fears dos anos 80, Supergrass e o mega hit Alright, e ainda tivemos a clássica Made You Own Kind of Music de Cass Elliott no fim de um dos episódios, entre tantos outros. Pra mim, foi um prato cheio.
A série foi indicada este ano no Globo de Ouro a Melhor Minissérie ou Filme Para TV, Melhor Ator Minisséire para Sebastian, Melhor Atriz Minissérie para Lily James e Melhor Ator Coadjuvante Minissérie para Seth Rogen. No Critics Choice Awards, Foi indicado a Minissérie, Ator Minissérie e Atriz Minissérie. No Emmy do ano passado, a série foi indicada a Melhor Minissérie, Série Antológica, Ator Minissérie, Atriz Minissérie e Ator Coadjuvante Minissérie. No Satelitte Awards ainda está indicada para Melhor Atriz Minissérie com Lily James. Em todas as premiações que já concorreu, perdeu nas categorias para as séries The White Lotus e The Dropout.
É um bom show, mas vale mais a pena para quem gosta de rock, quem foi dos anos 90, quem conhece Pam & Tommy, quem está mais familiarizado, pois quem não tem conhecimento e vai assistir mais para conhecer, vai achar a série muito arrastada, e é mesmo, pois demora para contar uma história que nem teve tantas idas e vindas assim. Mas ganha pelo elenco, eu particularmente acho que Lily James deveria ter ganhado um prêmio por sua atuação de Pamela Anderson... espero que o Satelitte Awards faça jus ao trabalho dela.
Abbott Elementary é a nova queridinha do momento nos EUA em termos de comédia, sucesso no horário nobre, com episódios de 23 minutos de duração (com comerciais é claro) trazendo uma trama leve filmada no estilo documentário fictício. Um documentário fictício é quando você retrata algo em tela numa linguagem e filmagem como se fosse real, o estilo de filmagem já tem aqueles desenquadros clássicos de como se fosse filmado amadoramente, e junto, temos os depoimentos dos personagens do programa, eles são filmados no dia a dia e discursam sobre esses acontecimentos para a câmera, um gênero bem tradicional nos EUA já visto em diversas séries ao longo das décadas, como The Office, Oz, entre outros.
Criado e estrelado por Quinta Brunson (de IZombie), a série segue um grupo de professores que dá aulas em um colégio marjoritariamente de alunos negros, e que sofre com pouca verba e uma diretora que se preocupa mais com seus Status nas redes sociais do que com o bem estar dos alunos. Obviamente é cômica, leve, e serve para toda a família. Não aquela série, bem comum hoje em dia nos shows cômicos, onde você irá se acabar em gargalhadas, dar muita risada, como em shows mais famosos como Will and Grace, Two And a Half Men e outros, o cômico dela está dentro das situações, do texto, em algumas tiradas entre os personagens sobre a cultura pop, situações, expressões faciais e por aí vai.
O show é ótimo, os personagens são todos carismáticos, rapidamente você irá se identificar com eles, e começar a definir os seus preferidos (o meu é a Ava, ela é ótima), os alunos também são ótimos, pouco exigidos, mas quando eles aparecem mais forte em alguns episódios, dão um show junto com o elenco principal. Acho que um dos melhores episódios foi o do desafio de pular as cadeiras, junto com o episódio do namorado do Jacob.
É um show para toda a família poder relaxar, curtir, ter um bom entretenimento, mas se percebe que ela se mostra bem diversificada... Brunson, por ser negra, obviamente se preocupou em dar esse protagonismo em mostrar uma escola com crianças marjoritariamente negras, protagonistas e coadjuvantes negros, como ela, Barbara, Mr. Johnson, Gregory e Ava, tendo dois personagens brancos, uma sendo Melissa, e Jacob sendo gay. Ela mostra diversificação de hoje em dia no mundo e que, sim, é uma coisa normal em qualquer ambiente da sociedade, e no dia a dia... e isso é muito bom de se ver em um show com esse alcance na TV americana.
Além de Brunson, nós temos o eterno Chris que todo mundo odeia (Tyler James Williams) como Gregory, temos Sheryl Lee Ralph como Barbara (muito boa), Janelle James como Ava (Janelle está perfeita na série, de longe a mais cômica), Lisa Ann Walter como Melissa (ela está ótima também, perfeito timing vômivo), Chris Perfetti como Jacob e William Stanford Davis como Mr Johnson, sendo que William também rouba a cena com seu coadjuvantismo que entra na hora certa.
O show foi indicado no Critics Awards em Série de Comédia, Atriz para Quinta Brunson, Atriz Coadjuvante para Sheryl Lee Ralph e Janelle James, e Ator Coadjuvante para Chris Perfetti e Tyler James Williams. No Satelitte Awards, apenas Quinta Brunson foi a única a levar a indicação por Melhor Atriz em série de Comédia.
No Globo de ouro deste ano, o show venceu três prêmios: -Melhor Série de Comédia ou Musical; -Atriz em Série Comédia para Quinta Brunson; -Ator Coadjuvante em Série Comédia para Tyler James Williams; Além de Sheyl Lee Ralph e Janelle James terem concorrido para Atriz Coadjuvante em Série Comédia e perdido para Julia Garner de Ozark.
Fora isso, no ano passado (2022) o show ganhou dois Emmy's, um de Melhor Elenco e outro para Sheryl Lee Ralph em Atriz Coadjuvante em Série de Comédia. Estes prêmios pela primeira Temporada da série, pois os do Globo de Ouro são pela segunda temporada que ainda não chegou ao catálogo do Star Plus.
Série muito boa e que mereceu levar o prêmio no Globo de ouro este ano e á favorita para levar o Critics Awards também amanhã.
Desde 1993 quando saiu o segundo filme d'A Família Addams, que nada em termos de live action foi feito da família que nasceu nos anos 1930 em tiras de quadrinhos no jornal 'The New Yorker', mas que ganhou notoriedade entre o grande público em uma série televisiva na década de 1960.
A Netflix, hoje gigante do streaming, tratou de encomendar uma série baseada em 'Wednesday' (me recuso a chamá-la de Wandinha), filha mais velha do casal Gomez e Mortícia, e irmã de Pugsley, focando em sua estadia no colégio para excluídos 'Never More', onde terá que aprender a se relacionar com adolescentes que são tão diferentes quanto ela.
A premissa da série é ótima, se basear nos tempos acadêmicos de Wednesday, mesmo colégio onde sua mãe estudou e fez história, e vermos Wednesday tentar se relacionar com adolescentes que vão de quase sereia, a menina lobo, homens-medusa e outros mais. Wednesday já é uma figura por si só, fechada, fala pouco, mórbida, não sorri de jeito nenhum, só anda de preto, só usa maquiagem preta, seu hobby é torturar seu irmão, não tem amigos e é insociável. E para interpretá-la trouxeram a nova sensação teen cinematográfica, Jenna Ortega, que nestes últimos anos deu as caras em filmes e séries de destaque como 'A Vida Depois', 'Pânico 5', 'X- Marca da Morte', 'Você' da Netflix, ou seja, Jenna está badalada e caiu como uma luva no papel da gótica Addams. Jenna incorporou bem a personagem, foi ótima, personificou a própria Wednesday em tela, seus trejeitos, seus olhares, seu desdém, a forma como recitava suas falas, até sua dança maravilhosa na festa do colégio ao som de The Cramps... Jenna é uma atriz sensacional.
Fora ela, de destaque, ainda cito a belíssima Emma Myers que fez a Enid, personagem mais cativante do show, na minha opinião, aquela pessoa que você quer ter como amiga, adorei ela atuando. Percy Hynes White que fez Xavier também foi um ator que me chamou atenção, assim como Moosa Mostafa e Joy Sunday, como Eugene e Bianca respectivamente. Quem achei bem sem sal e pouco inspirado foram Hunter Doohan que fez Tyler, zero carisma, e zeroquímica com Jenna Ortega em cena e Jamie McShane que fez o Xerife Galpin e que ficou devendo em tela na minha opinião, com uma atuação bem sem alma. No show ainda tivemos os já conhecidos e ótimos Luís Guzmán e Catherine Zeta Jones como Gomez e Mortícia, Gwendoline Christie ótima como Diretora Weems e Christina Ricci como Marilyn Thornhill, ela que foi a Wednesday nos dois filmes dos anos 90. Ainda, Fred Armisen (ex marido de Elisabeth Moss) fez uma participação no episódio 7 como Tio Fester.
Porém, infelizmente, a série tem mais pontos negativos que positivo... idealizado e escrito por Alfred Gough & Miles Millar (roteiristas do terceiro A Múmia, Homem Aranha 2, Máquina Mortífera 4) eles começaram bem nos dois primeiros episódios, contextualizando Wednesday em Never More, apresentando os coadjuvantes e mapeando o mistério do show. Mas com o decorrer dos episódios, você percebe que toda a trama é clichê, bem batido, com várias passagens já conhecidas de filmes besteirol de adolescentes dos anos 2000, com situações que facilmente descobrimos o que há de errado ou que segredo está sendo mantido. Tudo que acontece enquanto Wednesday tenta desvendar quem está por trás do monstro, quem é o monstro e o segredo que envolve a família de Lena, é muito clichê, de fácil entendimento e que quem for atento já desvenda muito antes do episódio final, de tão na cara que certas coisas foram concebidas no roteiro.
Os quatro primeiros episódios foram dirigidos nada mais nada menos, que pelo mestre Tim Burton, que deu seu toque soturno já conhecido, na escola Never More e pela cidadezinha onde ela se localiza... e a série vai bem até aí. O episódio final, é o mais broxante e sem graça da série, a forma como Gough e Millar escolheram pra já nos mostrar a revelação do monstro, sem nenhum clímax, em um episódio bem mal dirigido e editado por James Marshall, chega a ser vergonhoso... quebra todo o clima da série.
Sobre quem é a mestre do monstro, a cabeça por trás de todos os atos indigestos cometidos em 'Never More'... estava na cara que era a personagem de Christina Ricci, e isso eu já comecei a suspeitar no episódio 5. Claramente, Ricci, que foi a Wednesday nos dois filmes dos Addams nos anos 90, estava nessa série mais como uma homenagem por ter interpretado a personagem antigamente... e nunca que iriam trazê-la pro show para ser uma personagenzinha qualquer. Sua Marilyn Thornhill, não faz nada no show, não agrega em nada, não brilha, não se mostra, nem coadjuvantismo direito ela tem, sendo que está desesperadamente agradando todos e principalmente a Wednesday... É claro que ela iria ter algum protagonismo ou antagonismo alguma hora, uma atriz conhecida como Ricci, que está lá como uma forma de homenagem, não ia ficar ali só de escanteio... eis que cravei, "ela está por trás destes atos todos"... não deu outra, muito na cara, quem for atento pega essas coisas rápido... muito clichê, e bem broxante em ermos de roteiro gente, na boa.
Apesar dos pontos negativos da série, e de um último episódio com relevações bem anti clímax, insosso e mal dirigido, a série possui uma trilha sonora perfeita, que foi arranjada e performada pelo já gênio contemporâneo Danny Elfman (do extinto Oingo Boingo) e musicado por Chris Bacon, acertaram em cheio na música do filme, os arranjos, a orquestra, os instrumentos musicais que remete ao tema d'A Família Addams. Tanto a cenografia, direção de arte e principalmente a Fotografia da série estão incrivelmente perfeitas, muito bem planejadas e dão todo um toque único para o show. Mencionado também o figurino, rico demais nos mínimos detalhes.
Wednesday foi indicada apenas no Globo de Ouro em Série Comédia/Musical, e para a talentosíssima Jenna Ortega para Atriz em Série Comédia/Musical, sendo esnobada completamente do Critics Awards. Não acho que a série tenha chances, mas Jenna quem sabe não tire o favoritismo de Jean Smart por Hacks, ou que surpreenda Quinta Brunson ou Selena Gomez.
O final foi bem sem graça, falta de criatividade total, apenas para deixar as portas abertas para um temporada 2. Por conta desses pequenos deslizes, 'Wednesday' poderia ser melhor, muito melhor do que potencialmente ela pode ser. O que é uma pena, pois tem um ritmo agradável, mas os roteiristas nos fazem de besta a série inteira, desafiam nossa inteligência, nos fazem de bobos, plantando falsas pistas que são fáceis demais de desvendar, e fazem a trama ser boba ao extremo, com clichês bem desnecessários. Mas visualmente e conceitualmente, a série é boa.
O segundo ano de 'Only Murders in The Building' consegue superar o primeiro de longe... Os episódios são mais dinâmicos, a trinca de protagonistas está mais que bem entrosada, Steve Martin, Martin Short e Selena Gomez, são um colírio para os olhos, muito gostoso de ver os três atuarem juntos, as tiradas cômicas, as cenas onde eles se embaraçam todo, as cenas mais dramáticas... enfim, muitos adjetivos!
O crime desta temporada é mais envolto ainda em mistério, a cada hora você começa a suspeitar de alguém, do mais óbvio até os menos óbvios, de quem é jogado na sua cara (dois personagens são tão descaradamente jogados na sua cara, que chega a ser leviano suspeitar deles, ao mesmo tempo que pode até ser) aos que a série sequer os cogita como o assassino(a), mas você vai querer ligar os pontos de qualquer que tenha alguma atitude suspeita. Na verdade, o verdadeiro assassino(a) está beeeem na cara, a série não deixa implícito em momento algum, vai brincando com a gente, mas cada vez que os episódios passam, mais vai começando a fazer sentido que é aquela pessoa... mas eu, burro como sempre, só fui pegar no episódio final mesmo.
Não só o responsável do crime neste ano, foi muito bem escrito e arquitetado, como ele se 'linka' com todos os acontecimentos da primeira temporada, sendo o ponto chave para Charles, Oliver e Mabel acabarem formando uma amizade por algo em comum. Achei um costurado de roteiro muito bem criado, não sei se desde o início do show havia essa premissa em se conectar tudo no segundo ano, independente disto, como os dois anos se ligam, é muito gostoso acompanhar de uma vez só, e ficou um tiro certeiro para ganhar o público.
Gosto muito destas comédias modernas, onde a piada não é aquela para você rolar de rir e coisa e tal... gosta dessa coisa nova de o cômico estar na situação, no texto bem escrito, cheio de referências da cultura pop e cinematográfica, nos acontecimentos constrangedores, no embate de personalidade entre os personagens, principais ou não... uma comédia mais deliciosa.
'Only Murders in The Building' virou uma das minhas séries favoritas, aquelas que você cita como favoritos de cabeceira... já estou sentindo falta do show e espero ansiosamente o terceiro ano.
A série foi indicada este ano no Globo de Ouro para Série Comédia/Musical, Ator para Steve Martin e Martin short e Atriz para Selena Gomez. No Critics Awards este ano a série foi um pouco esnobada, dando apenas a indicação para Steve Martin em Ator Comédia. Já no Satellite Awards levou indicação para Martin Short e Selena Gomez em Ator e Atriz em série de comédia, além da indicação para Série de Comédia/Musical.
Este ano tivemos a adição de Cara Delevigne ao elenco, mas pouco chamou a atenção, a personagem dela não mostrou a que veio e ela pareceu um pouco desconexa com o que a série tem a propor. De resto todo mundo está ótimo, da monstra Tina Fey, a Amy Schumer, o retorno de Amy Ryan, e a aparição de Zoe Coletti, como Lucy, uma espécie de ex-filha de Charles.
De longe, Oliver Putnan de Martin Short é meu personagem preferido da série...mas obviamente eu gosto muito dos três, que são carisma pura.
E chega ao final 'Dead To Me', sua terceira e final temporada, para dar um fechamento para a história de Jen Harding, Judy Hale e Ben Wood, juntando todas as pontas soltas, e amarrando outras. Um final satisfatório? Nem tanto.
'Dead To Me' é uma série que eu me apaixonei desde o primeiro episódio, com uma primeira temporada arrebatadora, e uma segunda beirando a perfeição com episódios tão viciantes, que se torna quase impossível não assistir tudo de uma vez só. Mas é nítido que a terceira e última temporada teve umas decisões de Liz Fedlman (a criadora da série) bem apressadas, querendo dar uma conclusão final a certas resoluções e uma falta de atenção com seu elenco de apoio que não dá para entender.
Infelizmente o nível do show cai um pouco em alguns episódios desta temporada final... alguns dos deslizes que a temporada teve, foi o excesso de cenas onde Jen, Judy e até Ben se afogam em mentiras. Foram inúmeras as cenas onde, se criava um cenário onde algum deles iria revelar um segredo, ou eles iriam confessar o que eles escondem desde a primeira temporada para alguém, e entra aquela fundo musical tenso de possível revelação, e em seguida eles mentem inventando outra história... se você faz isso uma vez, até duas, beleza, nos anos anteriores isso era o combustível da trama, mas aqui ficou batido, manjado, sempre que vinha uma possível revelação e aquele fundo musical de tensão, eu sabia que vinha uma mentira em seguida, era tão batido que dava um desânimo da cena em questão. Liz Feldman não soube dosar isso em sua conclusão.
Outro ponto é o pouco destaque no elenco de apoio, tanto os filhos de Jen, como a 'namorada' de Judy, Michelle, o oficial Nick Prager e Detetive Perez foram mau aproveitados durante a temporada final, e não tiveram seus finais satisfatórios. Não houve uma conclusão final para o caso que Perez investigava, assim como o policial Prager. Colocaram uns gregos no episódio final, que Jen e Judy facilmente se livram em torno de 1 minuto e meio, e de repente por eles darem cabo de Garrett Dillahunt (de Fear The Walking Dead, adoro ele), o caso é encerrado como se os gregos fossem os culpados por tudo que Jen e Judy esconderam... achei muito broxante! Henry e Charlie também tiveram destaque razoável e mau lidaram com o fato de eles terem que lidar com o câncer de Judy. Michelle foi jogada para escanteio. Colocaram o Ben na cadeia porque parecia a escolha mais fácil a se fazer, e ele perdeu a importância no final da série.
E o pior, foi que tudo que foi criado durante toda a série, todas as atrocidades que Jen e Judy fizeram, nós esperávamos que em algum momento do show, ou no fim, isso viria a tona, ou por descobrirem o crime, ou pelas duas, que confessariam o crime ás autoridades, ou a Ben, ou a família dele ou aos filhos de Jen pela própria mão ou pela Judy. Mas não, Judy sequer abriu o bico, e Jen, na última cena e fala do show, ela se vira para Ben e diz que tem algo a dizer a ele... e fim. E aí? Ficamos com água na boca? Achei uma péssima ideia de Liz Feldman, tudo que ela não deveria ter feito.
Apesar desses deslizes, o show tem um final que comove e se torna de uma certa forma aceitável... assistir toda a temporada final é prazerosa, e tanto Applegate como Linda Cardellini continuam impecáveis e sagazes como Jen e Judy, a dupla dinâmica... E James Marsden, ele tem tantas camadas para brincar com Ben neste último ano, que deixa a interpretação dele mais rica, gostei demais das várias nuances de Ben com o passar dos episódios.
Tanto Christina Applegate, quanto James Marsden foram indicados a Atriz Principal e Ator Coadjuvante em série de comédia no Critics Awards, e foram merecidíssimos. Acho que só faltou indicar a Linda pelo conjunto da obra, porque o que ela fez com Judy Hale, poucas atrizes conseguiriam fazer... faltou olho crítico pro pessoal do Critics (sem trocadilhos).
Uma pena, a série vai deixar saudade, Jen e Judy vão deixar saudades, porém, sempre dá pra voltar e ver tudo de novo quando a saudade apertar. Espero pelo próximo trabalho de Liz Feldman com ansiedade e que ela nos surpreenda com outro texto que nos prensa atenção, com personagens tão carismáticos e únicos.
Tem sido comum nos últimos anos, aparecerem séries cômicas que não são tão "escrachadas" se assim posso dizer, aquelas que fazem você rir como se estivesse vendo um episódio de Chaves, ou os Trapalhões... esses shows que têm surgido tem aquele teor cômico mais "inteligente" ou "Chique", como citei no comentário de "O Método Kominsky", e se percebe em outras séries cômicas como "Fleabag" ou "Dead To Me", para citar algumas.
"Only Murders In The Building" têm exatamente esse teor, é um show cômico com uma leve pitada de drama, mas bem leve mesmo, sendo aquela comédia mais sagaz, não está exatamente nos acontecimentos, nem nos atos dos personagens, mas está no texto, na construção do texto, na forma como ele se desenrola e em como os personagens da trama se tratam. è o novo humor, aquele que não vai fazer você gargalhar ou rir à beça. Na verdade você irá rir de canto de boca, dar aquele sorriso de que pegou a piada lançada, vai achar super bem feito como a piada foi criada... é um novo jeito de se fazer séries cômicas... e eu adoro shows com essa nova linguagem.
Criada por Steve Martin (AtorZAÇO, monstro da comédia, de quem eu sou fã de carteirinha) e John Hoffman, "Only Murders..." trata de três pessoas que não se conhecem e moram em seus apartamentos no edifício Arconia, levando suas vidas monótonas e cada um com seu jeito antipático...os três na verdade partilham de um gosto em comum, são ouvintes diários de um podcast de homicídios apresentado por Cinda Canning (Tina "Fucking" Fey). Esse é o lance que os une, e logo em seguida, há um assassinato no prédio onde moram, envolvendo um de seus moradores, Tim Kono, e deste ponto em diante, com esse gosto em comum, os três resolvem criar seu próprio Podcast para solucionar este caso que as autoridades não solucionou de forma apropriada.
A série é ótima, magnífica, viciante... os seus três primeiros episódios, irão desafiar a paciência do espectador, pois demora bastante para a trama realmente se desenrolar e você começar a gostar e conhecer os protagonistas, porém, logo após, ou no desenrolar do terceiro, o show anda com as próprias pernas e você se verá preso dentro de um mistério que até você tentará solucionar antes deles, com as evidências que o show lhe apresenta.
O assassino(a) é quem você menos espera, mas eu mesmo até cogitei que fosse, mas pelo álibi, descartei, e qual foi minha surpresa, era tão óbvio em se tratando de uma história de assassinato com personagens entrando e saindo da trama. O elenco de apoio é apaixonante, conseguem ser tão engraçados quanto os próprios protagonistas, quem tem aquela veia cômica sutil, mas perceptível e bem afiada, alinhada com as referências cinematográficas e musicais atuais.
O monstro da atuação Steve Martin, que dispensa comentários, é 'Charles-Haden Savage', vulgo 'Brazzos' ex-ator que fez um seriado de muito sucesso que levava o nome de seu personagem já citado, seu único e grande sucesso, que ainda vive do passado, e se vê animado com a criação do podcast para desvendar o assassino, pois seu personagem 'Brazzos' resolvia crimes em seu show. Steve tem a veia cômica como se fosse o ar que respira, inteligentíssimo, criou a série e interpreta Charles de uma maneira única, trazendo toda a experiência que tem de trabalhos anteriores e sua notável experiência de Hollywood.
Martin Short (de Vício Inerente) que já fez parte do SNL nos anos 80, faz Oliver Putnan, um ex-diretor de teatro e cinema, meio fracassado em tudo que já fez, e que embarca de cabeça no Podcast para revelar o assassino, lidando como se fosse sua redenção na carreira, conseguindo também ser um chato de galocha em alguns momentos. Martin está ótimo também no show e faz uma ótima dupla com Steve Martin. E ele tem uma veia cômica gigante, pega as deixas certinho para tirar algo satírico daquele momento.
Pra finalizar o trio, temos a incrível Selena Gomez (que todos conhecem de sua carreira musical) que está demais da conta na pele de Mabel Mora, uma moça ranzinza que acaba se afeiçoando aos dois velhos Charles e Oliver, pelo gosto em Podcasts de homicídio, e participa junto com os três do podcast que criaram. Ela fisga todas as deixas para fazer com que a cena fique cômica, de um jeito bem peculiar, nada atravessado demais para desbancar em gargalhadas infinitas.
Fora o trio de protagonistas, que também são produtores executivos do show, temos a super engraçada Tina Fey como participação especial no show, como Cinda Vanning, o músico Sting, interpretando ele mesmo e Amy Ryan como Jan.
Um dos melhores episódios do show, é o sexto, "O garoto do 6B", que é focado em Theo Dimas, o filho surdo de Teddy Dimas, dois dos antagonistas da série... todo o episódio nos coloca nos coloca na pelo de Theo, ou seja, não escutamos nada como ele, e o episódio vai além, ninguém no episódio fala nada, zero, nenhum pio, apenas interpretam por gestos... temos apenas uma fala de Charles Savage no fim do episódio, uma sacada genial para se criar um episódio, graças a sagacidade de Steve Martin e John Hoffman ao criarem o 'não-texto' do episódio. Ficou algo bacana de tratarem um episódio focado em Theo, que é surdo, nos colocarem nas perspectiva dele, de quem não escuta nada, tendo um ator, James Caverly, que é surdo desde o nascimento, um lance bacana de representatividade, e sagacidade no roteiro, com a questão em mãos. Por falar em representatividade, ainda temos um casal LGBTQIA+ no show, sendo das duas a de maior destaque Da'Vine Joy Randolph, a detetive Dee Williams... ambas são negras, e isso é algo raro de se encontrar na Hollywood de hoje em dia, então é bom ver essa abertura e diversidade cada vez mais crescendo. Além é claro da participação de Jane Lynch, nos dois últimos episódios, fazendo o papel da antiga dublê de Charles na série Brazzos, Sazz Pataki... Jane, que é lésbica assumida, já é conhecida da extinta série 'Two and a Half Men', era a terapeuta de Charlie, e tal era como lá, onde possuía uma veia cômica enorme, aqui ela está mais explêndida ainda, sempre muito bem vê-la em cena, ainda mais com um monstro como Steve Martin.
A série recebeu neste começo de 2022 va´rias indicações a Melhor Série de Comédia/Musical nas principais premiações, como Sag's, Critics Awards, Globo de Ouro, Emmy e Satellite Awards, assim como Steve Martin e Martin Short para Melhor Ator. Já Selena Gomez foi esnobada pelo Emmy, mas indicada tanto no Golden Gloves como no Satellite Awards.
É uma das melhores comédias no Streaming hoje, diversão e mistérios garantidos, e um elenco protagonista matador nas atuações e principalmente na química, 'Only Murders in The Building' só peca mesmo em ter apenas 10 episódios de por como mais de 30 minutos cada... quando acaba, fica aquele gosto de quero mais, e para quem gosta de maratonar de uma vez, vai ficar órfão da série cedo, cedo.
Com a chegada do Disney Plus ao mercado, a Marvel Studios entrou de cabeça nas séries/minisséries, que hoje é o grande hype e o grande foco do público e dos estúdios de Hollywood. Com a explosão e sucesso da Netflix, as séries ganharam uma força gigantesca planeta afora como nunca havia tido antes... mas somente mundo afora, nos EUA, sempre foram carro chefe, mas principalmente, na TV a Cabo. Com a advendo do Streaming, Kevin Feige iria poder contar histórias que nunca conseguiriam ser contadas no cinema, porém é meio nítido que no quesito séries, a Marvel Studios ainda não acertou a mão em cheio, uma vez que elas olham para elas como um filme de 6 ou 8 horas de duração, ao invés de uma história que precisa ser fluída entre seus episódios e se amarrar para chegar em êxtase na sua "season finale".
De todas, até o momento, vejo apenas 'WandaVision" como a única série que sustenta e que é coesa, fugindo um pouco das amarras cinemáticas que as outras séries acabam ficando presas. Com Ms Marvel não é diferente, pois parte da mesma premissa, e ao mesmo tempo que acerta em cheio, escorrega com força.
Pra começar, não conheço Kamala Khan, ela apareceu nas HQ's a poucos anos atrás, e como estou atrasado nas revistas ainda não cheguei em sua estréia, não li nada da personagem, e vim para a série sem nenhuma referência da personagem, portando, o fato de ela não ter seus poderes originários das Névoas Terrígenas dos Inumanos não me atinge. Vou aceitar e degustar o que está sendo criado pelo MCU. Kamala foi criada por Sana Amanat, G Willow Wilson e Adrian Alphona (desenhista que também criou os Fugitivos) Kamala é paquistanesa, mora em Jersey City, se inspira em Carol Danvers, a Capitã Marvel, é Inumana e seu nome é uma homenagem ao já saudoso Stan Lee, pois nome e sobrenome possuem o a mesma letra, K, assim como Stan fez com os demais personagens da Casa das Ideias, como Matt Murdock, Stephen Strange e por aí vai... A série é boa? Sim, eu gostei bastante, como fã da Marvel, é um produto que vai divertir grande parte do público... criticamente falando, derrapa demais, pra não dizer muuuuuuito.
O primeiro episódio da série "Geração Porque" é, sem sombra de dúvidas, 'O Melhor Episódio de todas as séries do MCU juntas'... de muito longe, é PERFEITO, sem nenhum erro, divertido, engraçado, simpático, grandioso, lúdico. Possui um tom próprio, nunca antes visto ainda no MCU, uma arte visual atual, que conversa com os jovens do seu tempo, a arte salta a tela, de forma animada, de forma inanimada, uma linguagem visual bem quadrinística, que vai encher os olhos daqueles que são leitores de HQ's. A série começou lá no alto, nota 11 de 10 pro primeiro episódio, tinha tudo pra ser a melhor série do MCU, e o nível se manteve no segundo episódio, uma continuidade visual e de narrativa ótimas, nos fazendo se apaixonar mais ainda pela Kamala e sua família, e nos imergindo em seu próprio pequeno universo. (Aquele começo de série, com aquele tema oitentístico vindo dos trailers, tocando de fundo e logo em seguida a Kamala com seu vídeo em seu canal no Youtube, narrando a batalha contra Thanos, aquilo é a coisa mais gostosa da face da Terra).
Poréééééém... nem tudo são flores, infelizmente, e o Marvel Studios não consegue manter uma narrativa funcional em suas séries, onde os episódios se conversam e amarrem algumas tramas e pontos, para chegarem de mãos dadas no último e eletrizante episódios que toda a série deveria ter. Com esse olhar, ou premissa de filme de 6 horas, eles tem caído em uma armadilha vista em todas as séries até o momento (inclusive WandaVision), a já famosa 'embarrigada' que serve nada mais nada menos, para cozinhar a trama , pois não há muita coisa a ser mostrada até sua conclusão e cumprir x números de episódios encomendados para o show. O quarto e quinto episódios da série são ruins, nem são fracos, são ruins mesmo... tá, o quinto é só fraco, mas o quarto é ruim com força de dar dó. Mal escrito, mal editado (e põe mal editado nisso, beira o amadorismo, que vergonha...) mal conduzido e também mal dirigido... como pode uma série ter ao mesmo tempo o melhor episódio de todas as suas séries juntas e também ter o pior episódio de todas as suas séries juntas? É tudo tão clichê nesse episódio, tantas ideias furadas e ultrapassadas, que é cômico demais ver tanta incapacidade dos profissionais que começaram acertando em cheio no alvo, e agora sequer sabiam o que fazer com o que tinha em mãos... esse episódio foi sofrido demais, muito ruim.
O quinto episódio é bem fraquinho, se sustenta ali e acolá, mas tem também umas resoluções, principalmente com a família de Kamala, muito apressadas, pouco explicadas, que broxa na hora o espectador que vê a qualidade da série cair pelo ralo em queda brusca. A 'Season Finale' até que é promissora, bem feitinha, redondinha, anima bastante, mas também cai no clichê, deixa a desejar, não consegue definir um antagonista para Kamala, faz ela se perder em certas atitudes já manjadas, por 'crushes' mal resolvidos e prefere dar um desfecho onde joga na segurança (muito inspirado em Homem Aranha 2 de Sam Raimi), do que apostar em algo mais inovador e espetacular.
O elenco da série é ótimo, tanto o núcleo familiar, como o núcleo de amigos de Kamala, os atores escolhidos mandaram muito bem... já os antagonistas não brilharam, nem os Djinns, nem Kamram, e nem Deever do Controle de Danos, todos esses atores, estiveram um degrau abaixo e entregaram atuações mais genéricas, que para mim, não agradaram tanto.
Porém, é de Iman Vellano que quero exaltar, pois ela, fã de carteirinha da Kamala Khan dos quadrinhos, leu toda a série, além de ser fã tanto da Marvel Comics, como da Marvel Studios, foi a escolha perfeita e certeira para o papel da heroína. Vellani é tão fã de Kamala, que foi fantasiada como Ms Marvel em uma Comic Con, e dizia ser o sonho dela interpretar a personagem na Marvel Studios... e 'buuuuum', lá está ela em uma estreia arrasadora. Ela é perfeita mesmo para o papel, é uma grande atriz, talentosa, engraçada, performática, e nos conquista já de cara... não tem como não se apaixonar por Iman Vellani, e ela já está eternizada como uma dos maiores astros do MCU.
Ms Marvel tanto acertou em seu começo, como errou gigante em seu meio, para finalizar na segurança de um episódio que pouco empolga, mas impacta com uma revelação bem controversa. Abaixo nos Spoilers, discorro de o porquê destruíram uma série que já estava pronta, para refilmar e dar outro tom e final pro show, o que acarretou episódios ruins e fracos e fez a qualidade cair, em prol de uma citação que nem poderia caber nesta série.
Como mencionei, Kamala Khan, nos quadrinhos é uma Inumana, e seus poderes de esticar o corpo e imitar esteticamente outras pessoas vêm dessa exposição às névoas terrígenas inumanas, que lhe conferiram esses poderes. MS Marvel foi idealizado e filmado no MCU como Kamala sendo Inumana, mesmo que na série, ela use um bracelete que com certeza tem origem Kree (mais sobre eles no filme da Capitã Marvel), e esse bracelete é que lhe confere poderes na série. A agência DODC, de controle de danos, tinha outro nome nas primeiras gravações da série, quando as fotos foram divulgadas na época das gravações externas da série... mas mudaram para DODC por outras razões, ou seja, já tivemos refilmagens neste ponto. Os Djinns, ou ClaDestinos, seriam na verdade um grupo de Inumanos, que se autodenominariam dessa raça na série, porém, foi ordenado a mudança de nome deles de Inumanos, para Djinns, que tem a ver com a cultura muçulmana, e nesse ponto temos mais refilmagens para excluir qualquer menção a palavra Inumanos, e também mudando o tom de várias cenas que começariam a perder o sentido e a relevância dentro do show. A explosão que aconteceu quando a mãe de Kamram tentou adentrar o portal que levava para o mundo natal dos Djinns, na verdade seria uma explosão de cristais terrígenes, que faria com que a névoa dessa explosão se espalhasse pela cidade (não sei se o mundo) onde pela exposição à névoa terrígena, iria despertar o gene Inumano na população terrestre. Mas isto foi mudado na série, com regravações para não se ter nenhuma menção aos Inumanos, mudando totalmente o sentido da missão desses Djinns, que ficou sem sentido, sem base e muito mal finalizado nessa cena do quinto episódio.
Ou seja, desde o começo, Kamala Khan seria uma Inumana nesta série, não sei o que se passou com Kevin Feige para mudar isto, se foi o fato de não querer ligar a personagem com a série mal sucedida dos Inumanos, ou querer de fato limá-los do MCU... mas aí não bate com o fato de toda a série ser gravada com ela sendo Inumana, e depois termos regravações da série para tirar isso do enredo e da personagem, e obviamente, adiar a estreia da série que seria em fevereiro e passou para Junho. E aí tiveram essa ideia que ainda estou digerindo, de Bruno (Matt Lintz) dizer a Kamala na cena final de Ms Marvel, que ela possui um gene diferenciado em seus sistema, uma espécie de 'MUTAÇÃO', e quando ele diz essa palavra, de fundo, toca timidamente o tema de abertura do desenho animado dos anos 90 dos X-MEN, tema este que toca quando o Patrick Stewart aparece como Professor Xavier em 'Doutor estranho no Multiverso da Loucura', caracterizado como o Xavier do desenho, com a cadeira flutuante amarela. Ou seja, os mutantes foram citados pela PRIMEIRA VEZ no MCU, e Kamala, ou é a primeira mutante, ou ela só foi a primeira mesmo a aparecer. Mudaram todo o tom do show, todo o sentido de algumas cenas, toda a incursão do grupo conhecido como Djinns, que seriam Inumanos, apenas para fazer com que Kamala fosse a primeira mutante do MCU, para dar um ponto de partida no vindouro projeto envolvendo os mutantes e os X-Men. Não que eu não achei isso legal ou bacana...mas é uma mudança muito brusca, não há muita necessidade de você mudar a Kamala de Inumana para mutante no MCU, não iria confundir o público, pelo menos ao meu ver. Acho um desperdício para com a personagem torná-la mutante, mas se a o caminho que eles querem seguir, que façam bem feito daqui para frente.
Toda essa mudança feita na série, depois de ser totalmente gravada, fez ela cair de nível de uma forma absurda, e acabou perdendo muito de sua relevância e de sua identidade. Algo que começou como um arrasa-quarteirão e se transformou em uma paródia de si mesma. Realmente erraram feio, mas muito feio com a premissa da série. Ou faz bem feito e bem organizado, ou não faz gente... fazer e depois mudar tudo quando já está finalizado? Porque não decidiram isto antes? Olha a bagunça que a série se tornou... lamentável!!!
As poucas estrela vão para o mencionado acima... mas MS Marvel ainda é uma série divertida que vale muito a conferida, possui um começo que dificilmente será superado em séries futuras, diverte, entretém... mas como produto final, com as mudanças já citadas, ficou muito a desejar. Que Kevin Feige, Victoria Alonso e demais produtores aprendam com esse erro grotesco.
O sexto ano de Marvel's Agents of Shield, diferentemente dos outros anos, tem apenas 13 episódios, bem mais enxuto, e com uma trama que vai direto ao ponto, sem episódios embarrigados, e com um ritmo alucinante que pega o espectador.
Já dando indícios que a série estava rumando para seu fim, pelo fato de ter seu ano encurtado nos episódios, Agents of Shield ainda traz uma boa trama, se reinventando para manter o seu fiel público, mas pecando ainda no vilão principal do arco, que continua sendo um vilão mais clichê, sem desenvolvimento e fraco.
O ponto forte deste ano foi o suspiro que Clark Gregg ganhou na série, depois que seu personagem Phil Coulson, morre definitivamente no MCU (sim, pra mim, a série é canônica e problema é do Zé boné, não meu). Gregg retorna ao show como o vilão Sarge, que é de longe o melhor personagem do ano, muito bem criado... Você fica entre adorá-lo ou odiá-lo, é uma mescla que muda a cada episódio, pois Gregg agora tem uma camada maior para atuar e brincar com seu personagem.
Como acontece em quase todos os anos da série, ele não é o principal vilão da temporada, os produtores colocam um vilão como bode expiatório, para o verdadeiro antagonista se revelar nos capítulos finais, e esse papel neste ano coube a Karolina Wylder, no papel de Izel, uma vilã que aparece mostrando que é imponente, porém vai caindo na breguice e na clichezice comum dos vilões de fim de ano da série. Uma pena, pois tinha potencial ali para ela ser mais barra pesada, ameaçadora, amedrontar mesmo os nossos heróis, mas é muito clichê, muitas frases de efeito, muita cara blasè de quem pode derrotar todos em 3 segundos, mas fica ali cozinhando e cozinhando...
Os agentes precisam deter Sarge e sua gangue que vêm de outro planeta, e que querem destruir o planeta para que Izel não liberte o povo deles, que virá para dominar o planeta Terra. Os primeiros episódios são arrasadores e prendem a atenção de quem assistir, porém, nos 5 ou 4 capítulos finais vai cair um pouco de nível, pela pesada de mão com a vilã Izel.
Gostei muito de Jeff Ward como Deke Shaw neste ano, tentando se encontrar em um tempo onde ele não se encaixa, e parece ser perfeito para ele. Seu personagem, hoje muito mais cômico, do que quando apareceu na temporada passada, ganhou o tom certo para não ser só alívio cômico, e poder tirar o que de melhor Deke pode oferecer, e o melhor da atuação mais despojada de Jeff. O resto do elenco dispensa comentários, estão todos ótimos e no mesmo nível de sempre de excelência, com um destaque especial para Natalia Cordova-Buckley, a Yo Yo Ramirez, que neste ano está dramática no ponto certo, fazendo Natalia atuar em garbo e elegância.
Não gosto de finais que deixam mais perguntas do que respostas, mas foi satisfatório e competente com o que foi criado para este ano. De destaque entre os episódios, todo o arco do começo do ano, que se passa no espaço com Daisy, Simmons, Piper e Davis, procurando por Fitz e Enoch é ótima, e foi a mais interessante de se acompanhar... mesmo tendo todo aquele arco de Sarge, Snowflake, Jaco, chegando na Terra e enfrentando a SHIELD de Alphonso Mackenzie.
O mais novo capítulo do Marvel Studios em sua fase 4, vem em forma de minissérie, e apresenta para os espectadores do MCU mais um "super-herói" da editora/estúdio que atua de uma forma mais urbana... o Cavaleiro da Lua (Moon Kinght no original).
O Cavaleiro da Lua apareceu pela primeira vez nas HQ's em 1975 na revista Werewolf By Night, o Lobisomem, personagem que ganhará um especial de Halloween em Outubro pelo próprio Marvel Studios, dentro do Disney Plus. Ganhou fama mesmo na sua primeira revista solo, cinco anos depois nas mãos do famoso e renomado Bill Sienkiewicz (que é homenageado na série, levando o nome do hospital psiquiátrico que aparece no último episódio), que já trabalho nas revistas do Demolidor e do Thor na Marvel, entre outros.
Eu mesmo conheci o Cavaleiro da Lua apenas nocomeço da década de 2000, durante o arco da revista Marvel Knights, quando ele financiou uma equipe composta pelo Demolidor, Justiceiro, Viúva Negra, Manto e Adaga, para agirem urbanamente contra os malfeitores. Mas me afeiçoei mesmo ao personagem no arco escrito por Charlie Huston e desenhado pelo gênio da arte David Finch, onde ele nos mostra um Marc Spector mais perturbado, tentando voltar a ser digno de Konshu, e sofrendo pelo fato de ter assassinado um de seus principais inimigos, que agora reside em sua cabeça, e resolve palpitar em seus atos de vigilante. Esse arco é sensacional, e foi aí que pude conhecer mais a fundo sobre o Cavaleiro da Lua e suas múltiplas personalidades.
A série do Disney Plus, é baseada principalmente no arco de Jeff Lemire e Greg Smallwood, mais recente de 2016, e este arco eu nunca li, apenas conheço o que foi mostrado do Cavaleiro da Lua no arco de Huston da década de 2000, portanto cheguei bem desalinhado da proposta da série para o personagem, pelo o que eu conhecia dele.
Marc Spector é o alter ego do Cavaleiro da Lua, que faz um pacto com Konshu, Deus grego da Lua, para se tornar seu avatar e levar a justiça para aqueles que fazem o mal. Porém, Marc possui outro alter ego que se chama, Stephen Grant, uma outra personalidade de Marc, bem diferente, como se fosse uma pessoa completamente diferente. E uma outra personalidade ainda, chamada Jake Lockley, sendo que este eu ainda não havia conhecido e nem ouvido falar nas HQ's.
Portanto vim assistir a série com a cabeça livre, sem me prender ao que conhecia dos quadrinhos, e aproveitando mesmo a experiência de ver o que a Marvel havia criado e construído para a série. E a experiência foi muito positiva.
Protagonizado por Oscar Isaac (Duna) e Ethan Hawke (dispensa apresentações), Cavaleiro da Lua traz muito da cultura egípcia para série, traz uma trama intrigante, que dá espaço e ênfase tanto a Marc, quanto a Stephen, passando também por Harrow, o vilão de Ethan Hawke. O Cavaleiro da Lua não é caracterizado nesta série muito como super-herói, ele luta pelos próprios motivos e princípios, tenta deter o maior inimigo de Konshu, além de Marc ter que lidar com Stephen, seu outro alter ego, e sua esposa Layla El-Faouly (interpretada pela ótima atriz, May Calamawy).
A série segue um bom ritmo durante seus 6 episódios de 50 minutos em média. Leva muito tempo explicando tudo nos mínimos detalhes para espectadores de primeira viagem que não conhecem o personagem e sua mitologia, que não ficam perdidos durante o desenrolar da trama, mas também podem acabar achando um pouco enfadonho não desenrolar a trama demais em seu começo, e ficar embarrigando demais os acontecimentos. Ou seja, espectadores de primeira viagem, ou que não costumam acompanhar o MCU, terão que ter uma paciência maior nos 3 primeiros episódios, até a ação desenrolar de uma maneira fluída.
O CGI e os efeitos visuais do filme estão dentro do padrão esperado para minisséries televisivas, muitos podem estranhar um pouco as CGI, que não são tão genuínas, ou até mesmo notar os personagens Konshu e Anmmit, que dão a impressão de serem mais borrachudos, mas para mim, em nada atrapalhou a experiência de conferir a série, e em tela, não chega a ser tão gritante assim esses detalhes.
Pelo pouco que conheço do Cavaleiro da Lua, gostei do que foi apresentado na Minissérie, mesmo sendo bem diferente do pouco que conheço dele do arco de Charlie Huston de duas décadas atrás. Aqui, ele não tem seu amigo francês de longa data que o ajuda no dia a dia de vigilante, ele não é podre de rico, para financiar sua vida de vigilantismo, usando um helicóptero em forma de lua para se locomover pela cidade. Seu uniforme feito a mão com tecidos resistentes à prova de balas e outros ataques, não foi retratado na série, uma vez que no MCU a entidade Konshu é que dá a Marc o poder para conjurar seu próprio uniforme com um pensamento e ainda lhe concede uma espécie de fator de cura.
Acho que quem segura mesmo a série é Oscar Isaac e Ethan Hawke, eles fazem um trabalho esplêndido interpretando Marc Spector/Stephen Grant e Arthur Harrow, respectivamente. Ethan já um ator veterano, muito competente e talentoso, e voltou às raízes em um papel de um personagem que remete muito aos papéis que ele fez no começo da carreira que o alçou dentro de Hollywood ao estrelato. E o seu vilão é muito bem construído e suas motivações são puramente malignas, para nós, porque em sua visão, ele considera estar fazendo um ato de caridade e não de vilania.
Já Oscar Isaac, com toda certeza dá um show interpretando dois personagens que são tão diferentes, mas se completam, sendo uma pessoa só... Marc Spector, com sotaque americano e destemido, experiente, soldado e tudo mais... e Stephen Grant, mais retraído, um pouco bunda-mole, sotaque britânico, cabelo bagunçado. Oscar brinca demais com essas duas personalidades distintas, e apenas cresce durante a série, com o ápice sendo o quinto episódio, quando Marc e Stephen estão juntos no pré-Morte, ou pré Além vida, e graças a magia do cinema, nós temos dois Oscar Isaac em cena, e ele se sai muito bem atuando duas personalidades distintas e tão diferentes e iguais ao mesmo tempo, em tela, contracenando juntos. E devo dizer que o quinto episódio da série é de longe o meu favorito!!!
Dou destaque também para May Calamawy que fez Layla, esposa de Marc, uma triz sensacional que tem um carisma enorme em tela, me peguei muito torcendo por ela, e que tem uma química com Oscar muito boa e que dá um frescor a mais para a série.
Criado por Jeremy Slater, o showrunner da série, e dirigido pelo trio Mohamed Diab, Justin Benson e Aaron Moorhead, que fizeram um ótimo trabalho nos 6 episódios em termos de direção, 'Cavaleiro da Lua' sofre apenas do mal do clichê. Toda a construção do personagem vigilante, da sua relação com a esposa Layla, de seus embates filosóficos entre Marc e Stephen, que dividem o mesmo corpo, e o famoso encontro entre o mocinho, no caso Stephen, e o vilão Arthur Harrow, que cordialmente se conhecem e conversam e tomam chá juntos, para depois partirem para hostilidade por partilharem de visões e opiniões distintas de heroísmo e vilanismo, é muito clichê... já é algo visto por aí afora em dezenas de filmes e séries ao decorrer das décadas. É uma narrativa já batida, muito comum de ser usada e reusada... e pelo menos aqui, esperava uma originalidade maior para se criar um cenário onde herói e vilão percorreriam outro caminho para seu embate moral.
A trilha sonora da série, composta por Hesham Nazih é ótima, um ponto forte do show, compõe bem as cenas, os personagens, traz faixas únicas para Marc, quando em cena, e para Stephen, quando em cena, para Layla, Konshu, e está centrada em um tom totalmente egípcio, mais teatral, mais endeusístico, se assim posso dizer... não está totalmente único, mas tira o que de melhor pode ter no folclore egípcio e grego de divindades antigas, se tornando uma trilha inteligente, performática e que completa bem a proposta da série.
Outro ponto positivo da série, é não ter nenhuma menção sequer, a nenhum outro personagem ou super-herói que já pareceu no MCU... ninguém aparece, ninguém é mencionado, nenhum ato é mencionado, nenhum acontecimento é mencionado. É totalmente fechado no Cavaleiro da Lua, e estava faltando algo dentro do MCU que fosse assim, um arco fechado focado no personagem em questão, sem preocupações em amarrar a outras produções e citações de outros filmes e/ou séries. Bem como acontece também nos quadrinhos... você não precisar citar, mostrar ou situar, para mostrar que está se passando no mesmo universo. Simplesmente se passa no mesmo universo e ponto, apenas aproveite a experiência.
É mais uma ótima série do MCU, não chega a ser a melhor do estúdio, ou seja, não bate WandaVision, em minha humilde opinião, é claro... tem poucos pontos negativos, e mais pontos positivos, é inteligente, sagaz, engraçada, e bem construída... pecando apenas um pouco em alguns clichês básicos. Mas acaba sendo uma série que muitos esquecerão com mais facilidade depois de uns meses, o que é uma pena, pois a série é riquíssima em conteúdo e traz consigo algumas gotas de originalidade, apesar de pecar nesse ponto também, tinha margem para muito mais.
Quando a música entrou de verdade na minha vida foi em 1997 conhecendo a MTV. Antes de isso eu só conhecia os Beatles porque meu pai sabia os nomes deles de cor, mas só os nomes, as músicas que era bom, nada. Discos então ele não tinha, então eu só conhecia as versões brasileiras das músicas deles, Submarino Amarelo, Hey Jude do Kiko Zambianchi, todas as versões da Jovem Guarda pros Beatles, aquela versão horrenda da Simone pro Merry Xmas do John Lennon, enfim...
Eventualmente, com a MTV, conheci a fundo e obviamente virei fã incondicional não dos Beatles, do catálogo, do trabalho, mas de tudo o que permeia e cerca a história e existência da banda. Só quem é fã mesmo vai saber do que estou falando, ser fã de Beatles é algo meio único, é tanta coisa, tanta história, tantos mitos, tantas músicas, tantas fases...
Acho que o Get Back era algo que todo fã da banda queria, mas também qualquer fã de qualquer banda e artista iria querer... acompanhar seus artistas prediletos que os inspiram, no estúdio, compondo e criando as músicas que você irá ouvir a exaustão quando colocar o disco na vitrola ou no CD Player. Conversando, se divertindo, as vezes discutindo, criando arranjos, letras...
Em janeiro de 1969, os Beatles entraram em estúdio para gravar seu novo disco, mas queriam fazê-lo de forma ao vivo e com platéia, então alugaram o Twickenham Studios para ensaiar novas composições para entrar neste disco. Ao mesmo tempo que ensaiavam, eles chamaram o diretor e amigo da banda, Michael Lindsay-Hogg para fazer um documentário sobre todo o processo de criação do novo álbum, e gravar o show que viria a ser o novo disco da banda, e este documentário iria sair possivelmente junto com o disco novo. Lyndsay-Hogg gravou mais de 80 horas de imagens da banda, tanto no Twickenham Studios, como na Abbey Road Studios para este documentário que NUNCA saiu, nunca foi lançado... e o disco ao vivo que a banda queria gravar também não saiu. Ao invés disto, a banda, já na Abbey Road Studios, gravou o disco de mesmo nome, e, depois do fim da banda no ano seguinte, as músicas que foram ensaiadas e criadas no Twickenham Studios e Abbey Road Studios fizeram parte do Let It Be, último disco da carreira da banda.
Para trazer todo este material, há muito sem ver a luz do dia, foi chamado um dos melhores diretores da indústria cinematográfica moderna, Peter Jackson, da trilogia 'O Senhor dos Anéis' e da trilogia 'O Hobbit'. Sem falar que Jackson também é um fervoroso fã dos Beatles, imagina a felicidade do homem em poder pôr as mãos neste material...
E ouso dizer que este é um dos melhores trabalhos do Peter Jackson... foi incrível a tato que ele teve para poder montar este documentário, o que ele soube escolher para mostrar em cena, aonde ele focou, como ele dividiu as partes do filmes para nos dar uma ideia clara do que realmente estava acontecendo antes de começar a gravar as sessões na Twickenham, durante o processo, e depois ao chegarem na Abbey Road Studios. Este documentário só poderia mesmo ver a luz do dia em formato de Streaming, pois muita coisa ficaria de fora se ele se tornasse um filme como 3h ou 3h30 de duração. Get Back é dividido em três partes no Disney Plus, a primeira mesmo tem 3h de duração, com as duas seguintes com pouco mais de 2h30, ou seja, são um pouco mais de 8 horas de um material cuidadosamente escolhido, editado e montado pelo mestre e fã Peter Jackson.
A primeira parte do documentário foca nos ensaios na Twickenham Studios, já na primeira semana de 1969, onde os Beatles andam meio esparsos, tirando Paul, os demais andam conforme a maré e não se concentram demais nas coisas,,, depois da morte do empresário deles, Brian Epstein, que os colocavam na rédea, eles foram cada vez mais se desligando da responsabilidade e Paul acabou ocupando esse papel de chamar a atenção deles, de tentar colocá-los na rédea, de tentar fazer com que eles tenham disciplina e atenção para poderem criar canções para seu próximo trabalho.
É daí que sai a primeira rusga entre eles, focada em Paul e George, que chega ao ponto de George deixar a banda e não aparecer mais nos estúdios para gravar, o que faz com que John fique mais desleixado, sem ligar muito para o que vai acontecer daqui para frente, e de uma certa maneira colocando a uma parcela da carga de culpa em Paul pelo fato de George ter deixado a banda e de como eles não conseguem se compromete no estúdio. A carga desse primeiro episódio é tão pesada,mas tão pesada, que mesmo sabendo que os Beatles não acabariam ali, nós temos uma impressão que não tem jeito, eles estão acabando aos poucos e é questão de minutos no filme para podermos contemplar este fim, porque é um caminho sem volta, tá muito nítido em tela, e você não vê uma forma que as coisas se resolvam para que do nada eles voltem a ter a química de antes e se acertem para voltar a criar grandes canções.
Por incrível que pareça, é exatamente DO NADA, que George se acerta com Paul, depois de um encontro entre a banda na casa de George, que não foi gravado, que as coisas começam a se acertar e George aparece na segunda-feira seguinte para voltar a ensaiar na Twickenham... e é naquela semana, ou naquele dia (esqueci agora), que magicamente Paul, junto a Ringo e George, começa a dedilhar e cantarolar o que viria a ser a música 'Get Back', enquanto esperavam John chegar no estúdio. Não tem nada mais especial, mais mágico, mais incrível no mundo, ver como essa pérola de música foi criada assim... do nada, do mais nada possível... fica ali Paul dedilhando alguns minutos, sem letra, e aí começa a cantar 'Get Back to where you once belonged'. Então George e Ringo entram no dedilhar de Paul e ali começa a se formar a base demo da melodia da canção... e conforme o episódio passa, a cação se constrói, a letra brota, e vemos Get Back ganhando a luz do dia...é incrível, sem palavras... e isso acontece sutilmente com outras canções também.
O segundo episódio já temos a mudança deles da Twickenham para a Abbey Road Studios, aonde o clima muda consideravelmente, e tudo fica mais leve e vemos os Beatles criando mesmo, da forma mais pura, se divertindo, tendo novas ideias, relembrando coisas do início da carreira, viagens que fizeram, tocando músicas dos outros discos, de outros artistas... é um deleite para nós fãs... sempre digo que o segundo episódio é o melhor dos 3, é o mais divertido, o mais puro, o que passa voando, dado o entretenimento que ele proporciona. Principalmente com o adendo de Billy Preston nos teclados, praticamente um quinto Beatle, ali que a banda se soltou, que começaram a falar a mesma língua, que as diferenças foram deixadas de lado, e se apareciam eram resolvidas tão rápidas que se você piscar, nem vai perceber que elas apareceram.
Foi com este documentário que sacramentei algo que vinha me segurando em afirmar há muitos anos... que John Lennon é meu Beatle favorito. Em termos musicais, focado no trabalho solo, ou em composições dentro dos Beatles mesmo, George era meu favorito, tinha muito apreço por ele, e também pelo John, mas sempre exaltando um pouco mais George. Com 'Get Back', pude perceber que John tem muito a ver comigo, além de ser tímido, é muito, mas muito zoeiro quando está cercado por pessoas com quem tem intimidades para poder ser ele mesmo, sem medo de ser julgado ou apontado... para ser bobo mesmo. Por ser fã de Oasis e sempre ter preferido o Noel Gallagher ao Liam, pelo fato dele compor as canções da banda e além der líder, ficar ali no canto do palco fazendo os solos incríveis que ele fazia, e também os backing vocals que intercalavam bem com os de Liam, sempre preferi no palco, músicos que tocam, fazem os backing vocals, e compõem... e John é um músico assim... ele toca a guitarra base, deixando os solos pro George, mas fazendo solos quando necessário, geralmente em suas composições, e faz muitos backings nas mais diversas canções dos Beatles, assumindo os vocais mesmo mais em suas composições... isso já me assemelha mais a ele, junto ao fato da personalidade boba e palhaça, mesclado á timidez e a sensatez também nas entrevistas e com causas mais séria...é meu Beatle preferido com certeza.
A Terceira parte culmina no famoso show no telhado em Salvine Row, que viria a ser a última apresentação ao vivo dos Beatles para o público... uma apresentação que teve muitas canções repetidas mas que metade delas integram o disco 'Let It Be' lançado um ano depois. Essa apresentação também que foi levada para os cinemas, e que pude conferir ao ar livre no festival Open Air no Jockey Clube aqui de São Paulo, a chuva não ajudou muito e deixou o povo meio tímido para cantar e curtir mais... mas ainda assim foi uma experiência incrível onde no final todos aplaudiram essa incrível performance. Ver os quatro tocando juntos, se divertindo, sem pressões, isso sim é Beatles em sua forma pura, e fecha o documentário com chave de ouro.
Pra qualquer pessoa que goste de música, este documentário é praticamente obrigatório, pois é muito gratificante ver uma banda no estúdio criando suas canções... e dá muita vontade de ver seus outros artistas favoritos fazendo o mesmo, para saber como é o processo criativo de cada um. A duração, pouco mais de 8 horas ao todo, dividido em três capítulos, não é desculpa para ninguém assistir, afinal, quem não gosta de assistir películas longas, por favor, vai assistir o Luciano Huck então... porque pelo amor né!!!
Peter Jackson com seu melhor trabalho até então, uma 'Masterpiece', uma pérola, um deleite completo para os fãs dos Fab Four... para ser visto e revisto sempre, a qualquer hora, a todo momento... Nota 1000.
(Assistido em Novembro 2021) (Get Back: The Rooftop Concert, visto em 09/06/2022 no Vibra Open Air) (Sempre reassistindo)
No final de 2021, o Marvel Studios resolveu lançar seu último projeto do ano, e a sua última série como uma forma de festejar as festas de Natal e Ano novo junto a seus fãs... coube a Gavião Arqueiro ocupar este cargo. Tendo Jonathan Isla como Showrunner e dirigido por Rhys Thomas, Gavião Arqueiro parte do ponto onde Ultimato terminou, Clint agora está realmente aposentado da vida de herói e para compensar os 5 anos em que sua família desapareceu no Blip, ele resolve ir a New York com seus filhos para aproveitar os dias que antecedem o natal, aproveitando para ver o (infame) musical 'Rogers-The Musical' que conta muito provavelmente a história de Steve Rogers, mas que na série vemos apenas a parte do musical onde os Vingadores se unem para derrotar Loki na batalha de Nova York.
A série é baseada no arco dos quadrinhos de mesmo nome escrito por Matt Fraction e David Aja, onde a arte de Aja é um pouco mais para um visual pastel, que também engloba ali o cartoon, com cores mais frias predominando o roxo que sempre foi a cor usada por Clint em seus uniformes... e onde também tem a participação de Kate Bishop neste arco. Nunca li este arco dos quadrinhos, cronologicamente ainda não cheguei nesta parte, mas conheço a personagem Kate Bishop, que nos quadrinhos é a Gaviã Arqueira, fã de Clint e que integra a equipe de 'Jovens Vingadores'. Na série, Kate é interpretada por Hailee Steinfeld (de Bumblebee), e ela foi muito bem no papel da nova heroína. Tem sua própria liberdade criativa para interpretá-la, uma vez que ela e a Katie dos quadrinhos diferem um pouco no quesito personalidade, mas tem semelhanças em outros pontos, e Hailee segura o protagonismo brilhantemente, sendo uma grata surpresa e uma ótima adição ao MCU.
Por ser baseada no arco de Matt Fraction, a série tinha tudo para ser boa, porém seu resultado final foi bem abaixo do esperado e a série infelizmente, em minha opinião, é muito fraca no roteiro e na direção, pouquíssima inspirada e sendo uma das produções mais fracas do MCU, junto a Thor O Mundo Sombrio e Homem de Ferro 3.
Acho que o melhor episódio da série, que possui seis, é o primeiro, pois o resto, peca ali e acolá. Temos a Gangue do Agasalho, que pelo que vi é mais ameaçadora nas HQ's, e aqui eles mais parecem um bando de trapalhões musculosos, do que um grupo que intimida e realmente irá desafiar as habilidades dos dois Gaviões. Uma das antagonistas do show é Maya Lopez, interpretada pela atriz surda 'Alaqua Cox'. Maya nos quadrinhos se tornou 'Eco', contratada pelo rei do Crime para matar o Demolidor, acabou morrendo e foi ressucitada pelo Tentáculo, se tornou o Ronin, passou o manto para Clint Barton e depois integrou durante um tempo os 'Novos Vingadores'. Na série, ela perde o pai pelas mãos de Ronin, durante o Blip, em uma cena que entrega um fan service, e então passa a liderar a Gangue do Agasalho e se torna obcecada em matar o Ronin quando o mesmo supostamente volta a ativa em Nova York. Alaqua está muito bem no papel, é umas das poucas que se salvam na série, e sua história de origem foi muito bem escrita, e contada, e tanto sua atuação como da atriz mirim que a interpreta na infância são muito convincentes. Ficou apressado demais por ser apresentada na série do Gavião, e poderia ser melhor desenvolvida se fosse em uma série própria.
Além de ser pouco inspirado, não ter uma trama tão cativante, e ter personagens que são bons até, mais que não te conquistam a ponto de você torcer por eles (tirando Katie e Maya), 'Gavião Arqueiro' tem um final HORROROSO de ruim e mal escrito. Temos uma luta no gelo entre Clint, Katie e a Gangue do Agasalho, porém durante toda as série vimos no máximo uns 15 integrantes dessa gangue. De repente no último episódio, os produtores resolveram meter sem medo de errar uns 100 membros da gangue cercando os dois heróis, apenas para vermos em tela eles usando diversas flechas especiais com os mais variados truques embutidos nelas. Achei uma ideia bem mal escrita, bem mal pensada, pouco criativa... uma cena que não me convenceu.
Também temos uma luta entre Maya e Kazi (Fra Fee), muito curta, muito obvia, com um texto batido, mal atuado e com uma resolução brega. Fra Fee até que foi bem durante a série, mas nesta cena ele foi péssimo demais, graças ao texto. Ainda tivemos uma série com os amigos que Clint fez durante a série, os membros da LARP, que se vestem como personagens de jogos de RPG de magia de mundos fantasiosos, e fazem batalhas vestidos a rigor por prazer. Aqui, para ajudar a evacuar o prédio atacado pelos Agasalhos, eles se vestem ridicularmente com suas fantasias bregas e ajudam o povo a sair (des)organizadamente, aos mesmo tempo que dá uns socos aqui e acolá nos Agasalhos, que eram para serem casca grossas... que vergonha alheia.
Dos demais atores na série, Florence Pugh aparece como participação especial como a Yelena Belova, irmã de Natasha, que foi contratada no fim de 'Viúva Negra' pela Condessa Valentina De La Fontaine para matar Clint Barton. Mas na série foi revelado que ela foi contratada pela mãe de Katie, ficou meio confuso, mas pode ser que ela pode ter chegado e Valentina pelos contatos que possuía por trabalhar com o Rei. Florence tem uma dinâmica ótima com Hailee, suas cenas no elevador e na conversa entre as duas no apartamento de Katie são as melhores delas e da série. Mas Yelena tem uma luta no final com Clint, para se vingar da irmã, muito chula e brega, com frases de efeito e chega a ser ridículo ver como Yelena está equivocada e não percebe que a culpa não foi de Clint... não aceita nada do que ele fala, e no fim acaba se convencendo de que ele não teve culpa na morte da irmã, por algo que ele fala que é menos explicativo do que tudo que ele já havia falado a ela. Sabe aquela resolução fraca e boba,? É como se ela fosse inserida na série apenas para lutar com Clint e depois perceber que está errada e se arrepender e fiar amiguinha dele... que coisa ais mal escrita gente, que desperdício de atores.
Outro grande ator que aparece é Vincent D'Onofrio, diretamente da série Demolidor da Netflix, para interpretar seu Rei do Crime mas do que perfeito. Só aparece no último episódio, dá um show de interpretação, mata a pau, que ator é Vincent, e aquele com certeza não foi seu final definitivo.
Vera Farmiga faz a mãe de Katie, Eleanor Bishop e tem momentos bons e momentos mornos na série, foi pouco exigida em termos de roteiro e presença de cena. Tony Dalton, ótimo ator, versátil, gostoso de vê-lo em cena, faz Jack Duquesne, noivo de Eleanor, a quem Katie não confia de forma alguma por achar que ele está envolvido no assassinato do próprio tio. Nas HQ's, Jack é o vingador conhecido como 'Espadachim', personagem do quinto escalão da Marvel, e aqui Jack tem sim habilidades de esgrima, mas seu personagem foi tão mal aproveitado na série, mas tão mal aproveitado, um desperdício imenso do talento do ator que não fez nada a série inteira, para no último episódio, ter uma fala ridícula de: "Agora é minha hora", e então lutar de espada com alguns capangas da Gangue dos Agasalhos...cruzes, até eu escreveria esse personagem melhor. Simon Callow, que já fez Quatro Casamentos e Um Funeral e Ace Ventura 2, fez o tio de Jack, Armand Duquesne, e apesar de só aparecer no primeiro episódio, dá um show com seu sotaque britânico (sim, acho os britânicos melhores que os americanos), e se porta bem demais em cena, pena que sua participação foi curta. Linda Cardelini volta como Laura Barton, esposa de Clint, mas em pouquíssimas cenas e Ava Russo volta como Lila Barton, filha de Clint.
'Gavião Arqueiro' infelizmente é uma série muito fraca, com pouquíssimas cenas de destaque, como a da perseguição de carro pela cidade que se encontra no trailer, cena parecidíssima com a cena de perseguição de carro de Natasha e Yelena em Budapeste no filme da Viúva. É mais mal dirigido que bem dirigido, não soube aproveitar os ótimos atores que estavam no elenco da série, muito mal roteirizado, uma trama fraca que não convence, uma reviravolta que surpreende zero pessoas, e que possui um último episódio de 1 hora sofrível, horroroso, cheio de péssimas ideias, que poucas cenas se salvam dali. É uma série que não vou negar, diverte, entretém, mas enquanto você assiste você percebe o quanto eles erraram a mão produzindo e dirigindo esta produção.
Pra variar, na sua famosa cenas pós créditos (nas séries, cena pós último episódio né), eles nos brindam com a sequência COMPLETA do musical 'Rogers The Musical', que vimos cortado no primeiro episódio. Aquilo é uma vergonha alheia... é... mas de tão tosco, é divertido, é engraçado, e o principal, é muito bem feito, muito bem dirigido, muito bem coreografado, e tirando os atores que fazem os Vingadores na peça, que não estão ruim devo dizer, os dois atores que começam a cantar e interpretar no início de terno, são ótimos em cena, cantam muito bem, se portam primorosamente em cena, parece que são dois profissionais experientes da Broadway sabe... é tosco, mas é bom (!!!!!) O que te sobra é dar risada, aquela nervosa, de anime, que sai uma gotona de suor da sua testa.
PS: Alaqua Cox retorna com sua própria série, Eco, que muito provavelmente deve trazer Vincent D'Onofrio , o Rei Do Crime, de volta.
(Assistido Novembro 2021) (reassistido 30/05/2022)
O que caracteriza uma obra-prima...? Muitas pessoas vão ter inúmeras opiniões e visões de como elas caracterizam uma obra-prima em um filme ou em uma série, ou em qualquer meio de entretenimento, visual ou literário.
Da forma como eu vejo, uma Obra-Prima é algo que transcende o comum, que sai do óbvio, que brinca com as ferramentas que tem em mãos e as usa de uma forma não antes pensada, ou que mergulha no que de melhor já foi feito, colocando ou um tom de originalidade, ou o seu próprio tom. Pra mim uma Obra-Prima dita um novo olhar no que você tende a entender que conhece, que sabe como funciona, que recomhece quais os caminhos usados para se chegar a tal fim. É algo que usa uma linguagem que você não sabia que existia, que nos fascina com formas que nunca poderíamos imaginar, ou que até imaginamos, mas não havíamos pensado que poderiam ter sido usados de tal forma. É um roteiro que intriga, que seduz, que penetra na sua mente, que brinca com seu regojizar, que sai do óbvio e vai para além da imaginação, que tira o certeiro dos assuntos mais complexos, que faz você sair do ponto A e cair no E, sem passar por D ou C, sem explicar e contextualizar, e ainda assim você estará mergulhado naquele texto de uma forma tão profunda, que tudo que aconteça mesmo que não faça muito sentido, terá o seu total entendimento.
Viajei demais na maionese, só pra dizer que "Legion" série exibida pelo canal FX entre 2017 e 2019, em sua primeira temporada é uma das obras primas visuais e linguísticas mais impressionantes da década de 2010 e dos últimos, sei lá, 20 anos(???) talvez...
Um fato curioso, "Legion" é uma série Marvel, baseada no filho do Professor Xavier, David Haller, que tem poderes mutantes de alteração da realidade e da matéria, ele sozinho pode alterar toda uma realidade se quiser. Mas não era a ideia inicial fazer uma série sobre o Legião, filho de Professor X... a ideia de toda a história que permeia a série já havia sido idealizada por Noah Hawley (criador da série Fargo), e quando pintou o convite da Marvel para Hawley fazer uma série com eles, Hawley apenas disse que queria um personagem que se encaixasse na proposta de seu roteiro... tudo já estava pronto, Legião só caiu de para-quedas. pra mim, isso já é genial.
E Dito isto, pra mim, Noah Hawley é um gênio, um mestre em criar histórias interessantes, inteligentes, um mestre na arte da direção, em imaginar todo este universo, na criação da psique de seus personagens. Coisa magnífica, bonita e gostosa de se acompanhar, um verdadeiro deleite.
Noah Hawley se inspirou em grandes trabalhos que podem ser considerados obras-primas para compor e inspirar sua história, visualmente ou dentro do seu texto. Você verá em tela muita coisa linguística e visual tirada de: 'Laranja Mecânica', 'O Iluminado', 'Psicose', muita coisa do próprio Hitchcock, 'Vinte Mil Léguas Submarinas' de Júlio Verne, muitas inspirações na série dos anos 60 'Além da Imaginação'. Fora essas obras primas que inspiram a série, temos suaves quebras de quarta parede, cenas que homenageiam o cinema mudo e um protagonista que acaba sendo uma mistura de Jack Torrance de 'O Iluminado' com o Coringa de Joaquim Phoenix, dentro do que foi idealizado por Ingmar Bergman.
"Legion" se aprofunda na mente doente de David Haller (Dan Stevens) que além de ser um mutante poderoso, supostamente sofre de esquizofrenia, e são muitas as viagens criativas de Hawley na mente problemática de David, é onde grande parte da mágica da série acontece. Possuído por um parasita conhecido como 'Rei Das Sombras' ou Ahmal Farouk, david constantemente tem dificuldades em distinguir o que é realidade e o que é delírio, sonho, pesadelo, irreal, mesmo quando os demais mutantes da ClockWorks vem em seu resgate no 'manicônio' para tentar livrá-lo das investidas da Divisão 3, que pretende exterminar o mutante mais poderoso da terra.
Os mutantes da Divisão 3, não existem nos quadrinhos, foram livremente criados por Hawley e consistem em Sydney Barrett (Rachel Keller) que tem o poder de trocar de corpo com quem a toca (lembra a Vampira? Claro!), Ptonomy (Jeremie Harris) que consegue penetrar nas memórias das pessoas, Cary e Kerry (Bill Irwin e Amber Midthunder) dois mutantes que dividem o mesmo corpo e Melanie Bird (Jean Smart) a líder e dona da ClockWorks.
Temos uma sequência a partir do episódio 5, onde em uma situação, quando David e os outros são emboscados na sua antiga casa, e estão prestes a morrer baleados, Sydney acaba adentrando no plano astral junto a David, que impulsionado pelo domínio do Rei das Sombras, faz com que todos no quarto também acabem indo para lá, e todo aquele momento é parado no tempo enquanto todos estão confinados no plano astraç em uma realidade criada pelo Rei das Sombras. Toda sequência é algo genial, muito bem escrito, transplantado em tela, de uma criatividade e liberdade cinemática, onde estamos em um outro plano de existência, dentro da mente de David e Rei das Sombras, e dentro daquela realidade criada, nós adentramos a mais realidades criadas por David, ou o outro Plano Astral de Oliver Bird, marido de Melanie que está preso no Plano Astral há décadas. Tudo soa confuso, e ao mesmo tempo tudo soa certo e avança gradativamente durante três episódios até tudo ser solucionado e todos voltarem aquele exato ponto que foi parado no tempo. Surreal!!!
O elenco de "Legion" é um dos elencos mais competentes que já vi em séries por aí a fora, praticamente no patamar de excelência de séries como 'Mad Men', 'Breaking Bad'. Tanto Dan Stevens, como Jean Smart dão um show e os demais Coadjuvantes são ótimos e mais do que carismáticos. Mas com certeza destaco dois atores, uma é a competente e talentosa Aubrey Plaza que faz Lenny Busker, amiga de David no 'manicônio' que morre já no começo e é dominada pelo Rei das Sombras que a usa para perturbar e bagunçar a mente e a realidade de David. Ela dá UM SHOW em tela, dança, performa, declama, faz tudo, tem toda uma sequência de dança no episódio 6 em um take que lembra um pouco ou não cenas de 'Chicago' ou uma estética mais 'Moulin Rouge'. Ela é incrível, atriz com A maiúsculo. Além dela temos Jemaine Clement como Oliver Bird... de longe o melhor na série, tem um "q" de homem sessentista, da década eu digo, uma menira de se comunicar, de falar, de andar, de se movimentar. Jemaine é um atorzaço, dá pra aprender muita coisa com ele em termos de atuação, tem as sacadas na hora certa, dança excelentemente bem, canta afinadíssimo, existe algo shakesperiano nele, eu não sei. Ele é o tipo de artista que eu gostaria de ser, impecável, suas cenas são arte puríssima, um personagem gostoso de escrever, interpretar e assistir.
Simplesmente a primeira temporada de "Legion" é uma das coisas mais incríveis que já assisti. Lembro que havia assistido algo semelhante, com uma pegada parecida, brllhante, que tinha potencial, a série "Maniac" original Netflix, e aquilo havia me virado a cabeça. Mas Noah Hawley superou minhas expectativas além da conta com "Legion". Uma série que eu não dava nada, quando fiquei sabendo de sua produção, não achei uma boa ideia fazer uma série televisiva de um personagem que as pessoas mal conhecem ou têm apreço como o Legião. Mal imaginava eu a história surreal que dava para contar com ele.
Por mais que seja baseada nas HQ's da Marvel, a série não tem nada de super-herói, nada de heroísmo, grande vilão, grande equipe, fan service ou o que for. É uma série que brinca com a psique das pessoas, com sua noção de realidade, e que sabe fazer como ninguém seus personagens evoluírem do ponto A ao B, episódio por episódio, em uma crescente que ao fim da primeira temporada, eles já não são os mesmo do primeiro episódio.
É uma pena a série não ser tão reconhecida, pois com sua liberdade criativa, é uma das melhores produções que a Marvel já fez, de todos os tempos, e uma obra-prima audiovisual incrível. De um texto rico e inteligente, e uma linguagem visual inspirada nas principais obras já existentes de grandes visionários. Noah Hawley é um gênio moderno da sétima arte atual, sem medo.
Toda a série se encontra na Netflix e no Star Plus.
(Assistido a primeira vez em 2020) (Reassistido 23-05-2022)
Já tem muito tempo, mas muito mesmo, que venho tentando falar de Drive To Survive, que se encontra em sua 4ª temporada. Acho a ideia bacana demais, um documentário que retrata toda uma temporada da Fórmula 1, focando nas equipes e pilotos e fazendo uma boa captação de como foi a disputa naquele ano em específico.
Da forma como eu vejo, a série (que sempre possuiu 10 episódios) começou muito bem, as duas primeiras temporadas são ótimas e dão uma ótima dimensão do que aconteceu naquelas temporadas. É claro que existe a questão de liberação por parte dos pilotos e equipes para aparecem na série, e por conta da falta de liberação de alguns deles, algumas figuras centrais acabam sendo menos comentadas na série. Nessas duas primeiras por exemplo, a atenção e o protagonismo dado pelos produtores ao Daniel Ricciardo e a Red Bull é gigante, e excessiva demais, acabam deixando de focar em outras equipes e pilotos que mereciam destaque. A terceira temporada também é atrativa, mas já começa a cair o nível, justamente por deixar de abranger certas corridas bem disputadas, e alguns times e pilotos que não deram sua liberação, ou não dão muita bola pra série por acharem que ela não faz um bom trabalho em termos de roteiro. E esse é um ponto verídico... é nítido como os produtores tentam provocar situações, rixas, desentendimentos que não existem. Claro que em uma acertaram, Checo e Ocon, assim como com Max e Ocon naquele empurrão já histórico, mas forçaram muito em tantas outras, como foi com Seb e Daniil, não tinha rixa ali, só um esporro do Vettel, além de Carlos e Alonso, nunca tiveram rixa e são amigos fora das pistas, um respeita o outro, rivalidade na pista é uma coisa absolutamente NORMAL. Assim como foi nesta temporada com Lando e Daniel, quem acompanhou a temporada sabe que isto nunca existiu, mas a série teve que criar um drama, totalmente desnecessário e inexistente.
Gosto de acompanhar a série, mas este ano pecaram demais. A temporada de 2021 foi a melhor temporada da F1 dos últimos anos, acho que dos últimos 20 se posso dizer, e a temporada de DTS foi prejudicada por Max não liberar sua aparição na série, por achar ela tóxica, e pelos produtores terem deixado corridas e momentos importantes de fora, como o erro de Lando na Rússia, a inexistente atenção na Ferrari, a esnobação na Alfa Romeo e Aston Martin, pouco foco no Mick Schumacher, um episódio de protagonismo pro Nikita, piloto mais odiado do grid, praticamente nada da Alpine. Além de sequer terem dado destaque para o GP de São Paulo, a melhor corrida em São Paulo de todos os tempos, foi surreal não só a corrida, que ainda teve corrida Sprint com AULA de pilotagem do Hamilton que saiu de último para a vitória, mas teve um clima absurdo dos fãs, o barulho em São Paulo foi tão grande que as páginas oficias das equipes e dos pilotos se renderam aos bordões brasileiros entoados pelo Sérgio Maurício: 'Jorgão da Massa', postou a Williams, "No Brasil não se diz Lewis Hamilton, se diz Patrão" postou a Mercedes, 'Monegato' para Charles Leclerc. E teve apenas 10, 20 segundos de Brasil no DTS, beirando o ridículo.
Acho legal focarem em personagens como Yuki Tsunoda, que é um moleque bem engraçado, No Esteban Ocon, um ótimo piloto, mas dava pra mostrar muito mais, tiveram corridas bem esquecidas como na Holanda, no México, Austin, Spa não teve aquele foco, foi bem superficial, Rússia, como foco só no Nikita, ou seja, nada a ver. Pecaram bastante na melhor temporada de todos os tempos, que merecia pelo menos uns 13 episódios para abranger mais coisas.
Houve foco demais no Crhistian Horner e sua família, comentários bem desnecessários de Will Buxton (gosto muito dele, mas ele manda muito melhor no Youtube da F1 do que no DTS) e outros jornalistas que dão pitacos na série.
A série é boa pra quem não conhece, não acompanha e não é fã de F1, e isto é algo certeiro, quem não gosta ou não acompanha, quando assiste 1 temporada, acaba fisgado, quase 100% das pessoas que assistiram pelo menos 1 temporada de DTS estão acompanhando a F1 assiduamente até hoje, para angariar novos fãs e telespectadores a série obtém sucesso e faz um belo trabalho. Mas pros fã de longa data como eu e outros, a gente vê os erros e inconsistências e como pecam em focar na temporada com rusguinhas bobas e desnecessárias, muito ego inflado ali dentro dos paddocks.
Muita gente atribui o sucesso e crescimento da F1 nos últimos 5, 6 anos graças ao Drive To Survive, e eu reconheço que sim, ela tem seu papel, principalmente nos EUA, que nunca ligou para F1 e hoje é mais assistida que a IndyCar, mas eu atribuo muito esse sucesso e crescimento recente da F1 aos canais oficiais na internet de pilotos e Equipes, no Youtube, Twitter e Instagram, e mais recentemente no TikTok. A troca com o público nesses canais é gigante e absurda, e muita gente nova, principalmente o público feminino, se mantém assiduamente na F1 graças a esses canais que aproximam os fãs dos pilotos e das equipes e do mundo da F1, mesmo quando não temos corrida no fim de semana, no summer break, ou quando a temporada termina.
Com todos os erros e ideias errôneas, eu recomendo para pessoas que querem entrar na F1, e como sempre digo, quem não gosta de F1 está morto por dentro, é um dos esportes mais legais e emocionantes de todos os tempos. Mas o Drive To Survive precisa melhorar e se reinventar, tá bem fraquinho.
Pra quem sempre leu quadrinhos como eu, sabe que a série "What If?" que aqui ganhou o nome de "O Que Aconteceria se...?" sempre esteve desmembrada em diversas revistas da Marvel, seja pela editora Abril, seja pela atual a Panini. O que mais chamava atenção nela é ver acontecimentos de histórias e sagas da Marvel, por uma outra perspectiva, por um outro lado, acontecendo de maneira diferente, tipo: E se o uniforme negro nunca se separasse do Homem-Aranha, ou, e se a Ilha viva de Krakoa tivesse matado os Novos X-Men, e por aí vai. Imagine a minha surpresa, quando ao ser anunciado a fase 4 do MCU, Kevin Feige revela que 'What If?" estava em desenvolvimento em forma de animação, para contar histórias alternativas do próprio MCU... e com uma adição melhor ainda, dublada pelos atores que deram vida aos seus personagens. Genial, pra dizer o mínimo.
Claro que na prática, no produto final, isso precisa funcionar, e depois de conferir os 9 episódios da série, devo dizer que ela mais agradou do que decepcionou e é mais um grande acerto do MCU nesta nova fase que o estúdio passa.
A animação é muito bem feita, os traços, as cores, a ambientação, as formas dos personagens, tudo é muito bom. Ele pode estranhar no começo para algumas pessoas, como eu, mas você se acostumas muito rápido, dada a qualidade do roteiro dos episódios. E falando no roteiro, tudo muito bem escrito e idealizado, com uma narrativa coesa, bem apresentada, nada apelativa, de fácil entendimento. Quem não assistiu o filme em que o episódio é retratado, pode tanto ficar um pouco perdido, como também não terá problema em acompanhar o episódio, pois ele te situa muito rápido no que aconteceu, no que de diferente vai acontecer. Uma boa porta de entrada para novos telespectadores do MCU.
Os episódios que são 9 ao todo são muito bons, com a grande maioria de alta excelência e uns dois um pouco mais inferiores em termos de ideia mal executada, faltou um pouco mais de inspiração e visão.
Os dois melhores episódios: o 4º: 'O Que Aconteceria Se o Dr. Estranho Perdesse Seu Amor, e Não Sua Mãos', é o melhor de todos na minha humilde opinião, um argumento esplêndido, com falas muito bem escritas, e uma construção de personagem, no caso do Dr. Estranho absurda, ficou um personagem riquíssimo em dramaticidade, mais ainda que o Estranho original do MCU. A dublagem do Benedict Cumberbatch ficou perfeita, casou com este novo Estranho, bem carregado em drama, com um final de cortar o coração. O 8º: 'O Que Aconteceria Se Ultron Tivesse Vencido' foi o segundo melhor na minha opinião. Foi gostoso demais ver a química da dupla Viúva e Gavião daquele universo, que foi destroçado por Ultron, sendo eles os únicos heróis que restaram, com praticamente toda humanidade extinta, e uma inversão de papéis que aconteceu em Vingadores Ultimato. Temos um Gavião dublado pelo Jeremy Renner desesperançoso, e sem um braço, e uma Viúva confiante, incisiva e focada, que ama seu amigo e é a única esperança daquele mundo, dublada por Lake Bell.
Outros ótimos episódios são os demais: da Capitã Carter da exuberante e lindíssima Hayley Atwell, que recebeu o soro no lugar de Steve Rogers, que pavimentou todo esse caminho de "What If?"; O Senhor Das Estrelas T'Challa, que foi abduzido no lugar de Peter Quill, e mudou as coisas lá no espaço, tendo aliança até de Thanos no seu grupo de Saqueadores; O episódio de Killmonger, que salvou Tony Stark que nunca se tornou o Homem De Ferro; Além do divertidíssimo episódio do 'Party Thor' onde Loki não foi adotado por Odin e se tornou um gigante de gelo, episódio esse que tem um embate colossal e cômico entre Thor e Capitã Marvel.
Os episódios mais fracos, na minha opinião foram o episódio em que o mundo perde seus Vingadores, restando apenas a Viúva... a premissa é ótima não vou negar, mas não ficou bem o produto final em tela, tudo é muito mais vago, não me prendi a história, não senti o impacto da perda dos outros heróis, e o final é de um ponto bom e curioso e de outro ponto bem preguiçoso. Outro que é bem fraco, o episódio Zumbi, que tinha tudo pra ser um dos melhores da série quando teorizávamos o trailer. Muito bobo, sem inspiração, muito cômico, a dramaticidade não funcionou, a química entre a equipe sobrevivente não acontece, é tudo muito avoado. O episódio diverte, mas é só, tanto que nenhum personagem desse mundo foi escolhido pelo Vigia para a batalha final contra Ultron no último episódio. E nem a Wanda Zumbi teve um embate digno com ele, ou seja, nada de bom saiu desse episódio.
No episódio final, o nono, temos a união dos Guardiões do Multiverso, grupo formado pelo Vigia, que pegou um herói de cada mundo/episódio, para enfrentar Ultron que no final do episódio 8, em posse de todas as joias do infinito, ameaça destruir todo o Multiverso. O episódio é bom, não é memorável, o embate final poderia ser mais épico, mas foi um bom final para essa primeira temporada da animação.
As dublagens são ótimas, todas são de extrema qualidade e os atores e atrizes mandaram super bem, até por ter conhecimento de seus personagens. Todo mundo está lá dublando seus personagens, todo mundo MESMO, nem que seja para apenas uma única fala, o ator está lá. É mais fácil eu listar quem não está do que quem está. No caso, os personagens Capitão América, Capitã Marvel, Viúva Negra, Homem-Aranha, Ultron, Dra. Betty Ross, Frigga, Heimdall, Senhor das Estrelas, Gamora, Drax e Vespa não tem seus respectivos atores dublando. Os demais, até o personagem mais de terceiro escalão do MCU tem seu respectivo ator/atriz dublando.
A série também canônica, ou seja, ela faz parte do MCU, tem a já clássica abertura da Marvel, e ela conta para a continuidade do MCU. Algo que também me surpreendeu, pois achei que seria apenas uma série que contaria umas histórias alternativas, sendo algo mais para divertir... mas além disso, ela é canônica, ela está acontecendo sim em algum lugar do Multiverso. O quão legal é isso.
O Vigia é dublado por Jeffrey Wright (de The Batman e A Crônica Francesa), trabalho fenomenal do ator, caiu uma luva no Vigia, uma das melhores da série junto do Chris Hemsworth, Benedict Cumberbatch e Chadwick Boseman. Por sinal, "What If?" é o último trabalho em vida de Chadwick Boseman.
Só elogios para esta série, muito bem feita e construída. Muito divertida e o ponto de maior excelência é ter a grande maioria dos atores e atrizes dublando suas contrapartes cinematográficas.
Voltando a minha famosa lista de personagens da Marvel que achava que nunca iriam ganhar uma produção própria, Loki está incluída nela, até porque o ápice do personagem foi ser o vilão principal de Vingadores 1, e ser o antagonista dos filmes do Thor, até ter o seu final poético em Ultimato.
Pois bem, Loki ganhou uma série, que obviamente não é protagonizada pelo Loki tradicional que morreu pelas mãos de Thanos, e sim o Loki que foi derrotado em Vingadores 1, cena essa que está presente em Vingadores Ultimato, e é exatamente a cena que dá início a série, com o Loki arrogante que conhecíamos e que terá todo um novo caminho aqui.
Acho que este é o grande ponto da série, acompanhar todo o caminho de uma possível redenção de um personagem que, diferente de sua contraparte futura, nada aprendeu sobre nobreza e heroísmo, ainda possui várias falhas de caráter. Este Loki aprenderá muito com Mobius (Owen Wilson de Starsky & Hutch) um dos agentes das TVA (Agência de Variantes Temporais), que será seu principal antagonista e seu futuro amigo, e os dois possuem diálogos bacanas durante do toda a série, como num jogo de gato e rato, onde um tenta ensinar o outro, um tenta ser mais astuto que o outro, e aonde os dois querem algo em troca dessa inusitada parceira.
Além de Mobius, Loki terá ainda mais uma pessoa que moldará seu caráter dúbil e ditará suas ações futuras, nada mais nada menos que ele mesmo... ou melhor uma variante sua, Sylvie (a incrível Sophia Di Martino), a personagem mais interessante da série, muito bem escrita e criada, uma contraparte da versão feminina do personagem nos quadrinhos visto na fase pós Ragnarok. Sylvie está anos-luz a frente de Loki em termos de comprometimento com a missão, em domínio de caráter, em saber exatamente o que quer, e seu lugar no tabuleiro de xadrez da existência. Essa parceira entre os dois durante os episódios só faz crescer os dois personagens, e evoluírem como seres.
Mais um capítulo da Fase 4 do MCU idealizado pelo mestre Kevin Feige, 'Loki' é tão importante quanto as séries anteriores, pois ao nos introduzirem á TVA, 'Loki' nos apresenta primeiramente aos Guardiões do Tempo, lagartos gigantes que garantem a fluidez da linha do tempo... ou seja, aquelas ramificações que Bruce Banner e a Anciã conversavam e mostravam em Vingadores Ultimato, é o que eles protegem aqui. Uma simples mudança, um ato que não deveria acontecer na linha do tempo, se ramifica criando uma outra linha do tempo, um outro multiverso onde as cosias acontecem de forma diferente. Mais a frente somos apresentados ao 'Who He Remais" (Aquele que Permanece), interpretado por Jonathan Majors (Lovecraft Country) que nada mais é que o vilão dos quadrinhos 'Kang O Conquistador', aqui é claro apresentado de uma forma totalmente diferente, uma liberdade criativa do MCU.
Com todo este cardápio, 'Loki' mais acerta que erra, brinca muito com o personagem Loki, transformando aquele asgardiano arrogante em um anti-herói com caráter... nos apresentando á linha do tempo e suas consequências, pavimentando o caminho para fases futuras do MCU, e abrindo definitivamente as portas do multiverso para Kevin Feige fazer o que lhe vier á mente daqui para frente no MCU.
A série possui uma ótima trilha sonora composta por Natalie Holt, uma das melhores coisas da série e uma das melhores trilhas sonoras desta nova fase do MCU, trabalho grandioso de Natalie, tanto durante as cenas, como na música de abertura da série.
A direção é de Kate Herron, que faz um trabalho magnífico, principalmente nas cenas de ação e de batalha, com destaque para a incrível cena sem cortes onde Loki e Sylvie precisam entrar na nave que deixará o planeta Lamentis... todo este plano sequência é muito bem feito, muito bem coreografado, um resultado brilhante, mesmo que os efeitos pequem um pouco, mas nada que tire o brilho do produto final.
O elenco está muito competente, Tom Hiddleston tem mais liberdade para brincar com seu personagem, e para um ator que faz o mesmo personagem diversas vezes isso é uma coisa muito prazerosa. Sophia Di Martino é a surpresa da série, talentosa, engraçada, performática, dramática, sensível, uma atriz completíssima, e que já virei fã número 1... entregou demais. Owen Wilson está ótimo como Mobius, debochado e seguro de si, Owen domina seu personagem e lhe dá uma personalidade e um charme únicos, que só a experiência de Owen no ramo cinematográfico poderia entregar ao personagem. Ainda temos Gugu Mbatha-Raw que está mediana na minha opinião, e Wunmi Mosaku que está muito bem quando solicitada.
Fora isso, tivemos aparições de Jonathan Majors, que tem um pseudo-monólogo em seu discurso para Loki e Sylvie, uma primeira aparição magistral, totalmente teatral, fugindo das performances convencionais e tendo liberdade criativa para encenar sem estar preso à personalidade de Kang nos quadrinhos. Sempre lembrando que ele será o vilão de Homem Formiga 3. A Belíssima e estonteante Tara Strong dá voz à personagem virtual Miss Minutes, e devo dizer que Tara é mestra na arte de dublar sendo que também é dona das vozes de Ravenna em Jovens Titãs em Ação e Docinho das Meninas SuperPoderosas. Como Miss Minutes ela dá um show de dublagem e interpretação animada. Ainda temos Richard E. Grant, que dispensa apresentações, fazendo uma variante tradicional de Loki, que se assemelha muito à primeira aparição do personagem nos quadrinhos Marvel, e ele arrebenta na cena onde conjura magicamente Asgard por inteira, que cena. Além de termos aparições de Kid Loki e uma versão jacaré do mesmo, Cailey Fleming (de The Walking Dead) ainda faz a versão infantil de Sylvie em um episódio.
'Loki' é um belo pontapé para o multiverso no MCU, e uma reviravolta para o personagem que morreu, mas não morreu, o que é ótimo, pois todos amamos Tom Hiddleston e seu personagem. A série já foi renovada para uma segunda temporada e seus eventos irão respingar em futuros eventos do estúdio.
(Assistido em Junho de 2021) (Revisto este ano de 2022)
[Contém SPOILERS] Uma semana depois de 'WandaVision' terminar, 'Falcão e o Soldado Invernal' estreava no Disney Plus para continuar a fase 4 da Marvel Studios. Depois do furacão que foi 'WandaVision' com suas teorias e estilo próprio para contar a sequência da trajetória de Wanda e introduzir novos personagens, 'Falcão e o Soldado Invernal' chegava para tentar manter a mesma premissa da minissérie anterior e obviamente trazer caras novas ao universo.
Criado por Malcom Spellman (roteirista da série Empire) e dirigido por Kari Skogland (diretora que já trabalhou em séries como The Walking Dead, Fear The Walking Dead, O Justiceiro, The Handmaid's Tale), 'Falcão e o Soldado Invernal' parte do ponto onde Sam Wilson (Anthony Mackie) está na dúvida se realmente assume o escudo de seu ex-parceiro e amigo Steve Rogers, dado por Rogers no fim de Vingadores Ultimato. Ao mesmo tempo, Bucky Barnes (Sebastian Stan) procura se reintegrar a sociedade depois que foi curado de sua sede sanguinária pelos Wakandanos, e procura se redimir de alguns crimes que cometeu no passado, mesmo não estando em sã consciência na época. No mesmo momento em que um grupo auto-intitulado 'Apátridas' resolvem se expor para o mundo e praticar atos de terrorismo afim de espalhar a palavra de que o mundo seria melhor sem fronteiras, como foi nos 5 anos que o blip de Thanos aconteceu, e estarem dispostos de usarem todos os meios possíveis para que o mundo volte a ser do jeito que era durante o blip, Sam Wilson resolve abdicar do escudo dado pelo Capitão Rogers e acaba entregando para o governo americano, que logo em seguida, já em posse do escudo, anuncia o seu novo Capitão América: John Walker (Wyatt Russell), para desagrado de Bucky.
A trama da série é bem complexa e traz um embate político bem interessante entre Sam Wilson e Karli Morgenthau (Erin Kellyman) líder dos Apátridas. Karli foi uma personagem criada de uma maneira muito interessante, o ponto de vista dela de como o mundo se encontra e de como as pessoas não aprenderam nada com o Blip, e voltaram com as mesmas falhas e erros de antes, separando as classes e continuando com seus governos repletos de injustiça, é muito interessante e bem escrito. Porém, ela quer que sua voz seja ouvida por meio de atos hostis, atos terroristas, uma vez que ela explode um local com inúmeros inocentes dentro, a ponto de provar ao mundo que está falando sério e só com este tipo de atitude será levada em consideração pelos governos mundiais.
Infelizmente, o que faltou a ela, na maneira que os roteiristas a escreveram, foi ser mais um contra ponto á visão e senso moralístico de Sam Wilson... os dois tem um debate ideológico muito interessante no 4º ou 5º episódio, onde um argumenta os defeitos e virtudes do ponto de vista do outro, e parecem estar se entendendo, pois Sam acredita na posição de Karli, que o que ela quer argumentar tem sentido, mas que a partir do momento que você usa da força para se fazer ser notada e ouvida, colocando vidas inocentes em jogo, você não estará sendo diferente daqueles a quem você enfrenta. Mas aí, os roteiristas pecaram em transformá-la em uma típica vilã do MCU, que precisa cometer atos que façam o herói do projeto evoluir na sua moralidade para com o coletivo social, e buscar no fundo dele a força necessária para fazer o que precisa ser feito. Ou seja, tudo de bom construído em Karli nos 3 primeiros episódios, é jogado fora apenas para fazer com que Sam tome a decisão mais óbvia de toda a minissérie. E ela é relegada a ser mais uma vilãzinha que será descartada... uma pena muito grande.
A minissérie começa num ritmo muito lento, começa a nos situar no momento atual de Sam e Bucky e aos poucos também nos apresentam os Apátridas, para logo ademais já colocar Sam no rastro dos mesmos e levar a tira colo Bucky, além também de nos apresentar no segundo episódio John Walker, recrutado do exército americano depois de ser condecorado por muitas medalhas por heroísmos em campo de guerra, para ser o novo Capitão América. Os 3 primeiros episódios, ao meu ver, são bem lentos, não desenvolvem honestamente a trama, apresentam os personagens de forma mais razoável e se preocupam e já partir para o conflito que ambos terão mais para o fim da série. Leva um tempo para você entrar no clima da minissérie, e para a própria começar a tomar corpo e ritmo e ficar realmente interessante... que é a partir do 4º episódio. Apesar dessa lentidão para se evoluir em seu começo, o texto é muito bem, escrito não vou negar. Claro que no começo por ser mais lento, o texto não se sobressai, mas a partir do terceiro episódio ele dá um salto muito bom e fica interessantíssimo as discussões sócio-políticas entre Sam, Bucky e John... Sam e Karli... e Sam, Bucky, Zemo e Sharon Carter.
Outra adição boa a minissérie é Zemo (Daniel Bruhl) vilão de 'Capitão América Guerra Civil', que aqui volta, depois de ser recrutado por ninguém menos que Sam e Bucky, enquanto está em seu período de prisão. Por mais que enxerguemos em Zemo um vilão, e que ele tenha alguns atos bem duvidosos, é inegável que o discurso dele pega na veia, e em alguns momentos deixa Sam e Bucky sem adjetivos para retrucar, e nos mostra que a razão também paira no caráter de Zemo, trazendo uma ótima dualidade com a dupla de heróis. Sharon Carter (Emily VanCamp) também retorna vindo do terceiro longa do Sentinela da Liberdade, completamente uma nômade depois de ajudar clandestinamente o Capitão Rogers, Sam e os outros nos eventos do terceiro filme, e ter que se desligar do governo americano e virar uma fugitiva que acaba parando em Madripoor. Nos quadrinhos, Madripoor é um país/Cidade Estado fictício que se encontra próximo de Singapura, e ganhou destaque em um dos arcos da revista Wolverine, quando o mesmo fez território em Madripoor e assumiu a alcunha de 'Caolho', ao usar um tapa olho para se tornar influente em Madripoor. Todos os detalhes de Madripoor dos quadrinhos foram transportados fielmente para a minissérie.
Além dos citados, temos também outras aparições na série que merecem destaque: - Don Cheadle, o Máquina de Combate, aparece no primeiro episódio. - Carl Lumbly (de Supergirl) interpreta Isaiah Bradley, que na minissérie foi testado com novos soros para repetir o soro que funcionou em Steve Rogers no passado. Isaiah foi encoberto pelo governo durante 60 anos, e nunca foi reconhecido como herói de guerra pelo governo. Nos quadrinhos, Isaiah foi o primeiro Capitão América antes de Steve em uma linha cronológica alternativa, que acabou se mesclando á atual. - Goerges ST. Pierre retorna como Batroc, que apareceu no segundo filme do Capitão América. - Florence Kasumba retorna como Ayo, uma das Dora Milaje de Wakanda, que apareceu no filme Pantera Negra e Capitão América: Guerra Civil. - Julia Louis-Dreyfus (de Seinfeld) aparece no fim da minissérie como Valentina Allegre de Fontaine, nos quadrinhos ela trabalhou com a SHIELD, diretamente com Nick Fury. No MCU seu papel ainda é um mistério.
A fotografia da minissérie é ótima, gravado na europa e com muitas cenas externas, o diretor de fotografia P.J Dillon trabalhou bem com muitas das cenas da minissérie para entregar poses e takes de encher os olhos, um contraste legal das cores do uniforme do Capitão, com o cinza das locações. A trilha sonora de Henry Jackman, dos últimos dois filmes do Capitão, segue na mesma linha de antes, grandiosa, emblemática, patriota, complementa bem as cenas, é gostosa demais de ouvir, cresce nos momentos de tensão. E a abertura da minissérie é muito boa, assim como sua música.
A minissérie possui cenas emblemáticas e já históricas pro MCU:
- A sequência de flashback, onde Ayo está curando Bucky de sua sede assasina, seu gatilho dos tempos de Soldado Invernal... que atuação de Sebastian Stan, de encher os olhos, dramática e emocionante demais. - O momento que John Walker aparece de Capitão América no fim do primeiro episódio, já entrou para a história. Um homem confiante e um público (nós espectadores) desconfiante. Um contra -ponto gostoso demais... e aquela piscada dele no final com aquele sorriso confiante...histórico. - A revelação de que Sharon Carter é o Mercador do Poder, e na cena pós créditos, também a revelação de que ela pode não ser ela mesma, ou ela possui agora segundas intenções com o governo americano e pode de fato ser uma anti-vilã. - A transformação episódio a episódio de Sam em Capitão América, e sua triunfal entrada com uniforme, escudo e tudo no edifício atacado por Karli e os Apátridas. De tirar o fôlego. - E a melhor de toda a minissérie de longe... o momento em que John Walker, tomado pelo ódio por ter perdido seu parceiro e melhor amigo Lemar, o Estrela Negra (Clé Bennett) pelas mãos de Karli, alcança um dos Apátridas e em praça pública, na Alemanha se não me engane, mata o rapaz com o escudo, o símbolo de liberdade e justiça, e com o escudo ensanguentado e com olhar assassino e desnorteado, é fotografado e gravado pelo público horrorizado com tal cena. Tudo o qual o Capitão Rogers lutou contra e que não o representa, não representa o escudo e as listras e estrelas do uniforme. Cena histórica.
'Falcão e o Soldado Invernal' por mais que tenha seu início um pouco mais difícil de se degustar e leva metade de seu tempo para tomar ritmo, acaba sendo uma boa minissérie, com um ótimo discurso, com uma vilã incrível que foi simplificada pelos roteiristas no final, e reviravoltas e cenas memoráveis que fazem a minissérie ter muitos méritos e alguns poucos defeitos.
Maid, série original Netflix, foi uma grata surpresa de acompanhar, não esperava uma história tão bem construída, encaixada, escrita, com ótimas atuações e um ritmo bem bacana de acompanhar.
De início quem for acompanhar vai estranhar os primeiros 15 minutos, começa devagar, a apresentação dos personagens é lenta, e demora um pouquinho pra nos situarmos no universo da série. Porém, logo no meio do primeiro episódio, tudo já será explicado e contextualizado e aí a trama engata a terceira e vai embora.
Maid trata de um problema recorrente que afetam diversas mulheres no mundo todo, a violência psicológica (e não exatamente a física). A violência psicológica vem de homens que não necessariamente (não é regra clara)agridem fisicamente suas mulheres, mas sim uma violência que vai matando-a por dentro, vai tirando sua auto-estima, sua vontade de viver, de sorrir, de se arrumar, uma violência que tira a voz da mulher, tira seu espaço, limita sua existência... ele a domina, a reduz a menos que tudo, e a mulher fica a mercê desse ser ditador. É isso que passa a protagonista Alex (Margareth Qualley de Era Uma Vez em...Hollywood) que ao sofrer com os ataques de raiva de seu namorado Sean (Nick Robinson), acaba saindo de casa com sua filha Maddy e busca ajuda em um abrigo para mulheres que sofrem todo tipo de violência doméstica. Por não querer ajuda integral de sua mãe, que sofre de transtorno bipolar e sofre de carência afetiva, Paula (Andie McDowell de Groundhog Day), ela acaba se inscrevendo em um programa do governo para receber auxílio financeiro, mas precisa ter um emprego, uma renda fixa, e então lhe é sugerido uma entrevista de emprego na 'Value Maids', um local que fornece serviço de faxina aos clientes em suas casas 6 horas por dia.
Ver essa trajetória de Alex, sendo uma 'criada', ou faxineira se preferir, é no mínimo inspiradora. Alex trabalha de criada, limpando as casas de clientes rabugentos, cuida da filha, sofre ao deixá-la na creche em momentos diversos, luta na justiça contra seu namorado Sean para ter a guarda da menina, e lida com a mãe que nunca para com um homem na vida, e quando para, está sendo enganada ou usada, ou seja, ainda precisa cuidar da mãe problemática e que tem uma condição.
Apesar de tratar de um tema tão recorrente como a violência psicológica e doméstica, 'Maid' também trata de alcoolismo por parte de Sean, transtorno bipolar, por parte de Paula, e é claro, o tão comum machismo na sociedade moderna que remete além de Sean, também a figura de seu pai Hank (Billy Burke da Saga Crepúsculo), um homem que nega a realidade que cerca a filha, mesmo querendo se redimir de seu passado.
Todos os atores estão ótimos na série, com destaque para o trio principal, Margaret Qualley, Nick Robinson e Andie McDowell, os três estão ótimos e Andie dá um show a parte... sou muito fã dela de seus filmes do final da década de 80 e começo de 90, como 'Eu, Minha Mulher e Minhas Cópias' e o clássico atemporal 'Groundhog Day', um dos meus filmes preferido de todos os tempos. Margaret protagoniza esplendidamente bem, é uma ótima atriz, com uma boa veia dramática, porém ela ainda carece de presença de tela, e o que seria isso? Apenas dominar a cena onde performa, tomar toda a ação da cena para si, preencher todo o take com sua presença e protagonismo, como Andie faz quando está em cena e sempre ofusca Margaret quando as duas são exigidas dramaticamente (ou não)... até a personagem Regina (de Anika None Rose) toma a atenção para si quando as duas estão atuando juntas, e o roteiro sequer favorece muito Regina, e isso é mérito da atriz. Quando Margaret dominar essa ação, ela crescerá demais como atriz.
A trilha sonora do filme é ótima com músicas atuais que não são de domínio público, muito banda e artista novo da cena atual contemporânea musical estão inseridas na série e deixam as cenas com Margaret e Maddy muito gostosas de se acompanhar.
Maddy é outro destaque, acho que 2 ou crianças provavelmente gêmeas devem ter dado vida a Maddy, que foi um tesouro na história, muito engraçadinha, divertida, uma fofa, uma princesa... uma cena dela com Margaret mais pro fim da série, no carro viajando, as duas cantando 'Shoop' (do trio lendário de hip hop feminino Salt 'N' Pepa) é a melhor cena dela na série.
'Maid' foi criado por Molly Smith Metzler, que também foi a Showrruner, e os 10 episódios tiveram como seus diretores John Wells e Maggie Betts. A série foi produzida por Metzler e John Wells junto de Margot Robbie (Arlequina).
Foi indicada a Melhor Minissérie no Satellite Awards, no Critics Awards e no Globo de Ouro, perdendo para 'The Underground Railroad'.
Já Margaret Qualley, que é filha de Andie McDowell na vida real, foi indicada a Melhor Atriz em Minissérie no Critics Awards, no SAG's Awards e no Globo de Ouro perdendo para Kate Winslet de Mare of Easttown. Já Andie McDowell foi lembrada apenas no Globo por Atriz Coadjuvante em Série limitada.
'Maid' é ótima, inteligente sagaz, passa um serviço social ás mulheres vítimas de violência doméstica, mas que acaba abrangendo qualquer tipo de violência, passando também uma mensagem ao alcoolismo, mensagem essa mais romantizada, já que é um vício difícil de se tratar, que geralmente sempre leva a agressão física, coisa que não acontece na série... mas possui tratamento e cura.
Fico me perguntando onde um trabalho como 'WandaVision ganharia espaço no Marvel Studios se a Disney não comprasse a Marvel, ou se o Disney + nunca existisse. Não tem como fazer um filme, é outra linguagem, poderia flopar, talvez as pessoas não entendessem, ou não teria um resultado final satisfatório.
'WandaVision' não era para ser, mas devido a pandemia do Coronavírus ter adiado muitas produções cinematográficas e televisivas, acabou sendo a primeira série da história do Marvel Studios, e que foi no final das contas bem sucedida e original e única ao mesmo tempo.
Praticamente uma carta de amor às sitcoms norte americanas, tendo episódios inspirados em séries como 'The Dick Van Dyke Show', 'A Feiticeira', 'Três É Demais', 'Modern Family', 'Malcolm in the Middle', 'I Love Lucy', 'Jeannie É Um Gênio'.
Todos os episódios (exceto os dois últimos) são inspirados em sitcoms e atravessam as décadas vindo dos anos 60, passando pelos 70, 80, 90 até chegar na década de 2000, cada episódio retratando uma sitcom que fez história em determinada década... tudo isso entrelaçando e construindo a história de Wanda que se passa na pequena e fictícia 'Westview'.
Até o quinto episódio, salve me engane, tudo foi gravado com platéia, exatamente como nas sitcoms televisionadas , ou seja, uma nova forma de se filmar um projeto Marvel e de apresentar ao público. Tudo na série é soberbo, das menções ás sitcoms antigas e recentes, a plateia presente nas gravações, á história que avança a passos lentos, tudo cuidadosamente planejado e inserido nas cenas, afim de o espectador tentar criar suas próprias teorias.
E por falar em teorias, não se falava em outra coisa em Janeiro passado que não fosse teorias de ''WandaVision', era sempre o assunto mais comentado das sextas feiras, por dois meses, a cada episódio que terminava e um mistério era deixado no ar pelos roteiristas, eram teorias e teorias do que poderia acontecer, do que realmente estava acontecendo, e quem estaria por trás de tudo aquilo que estava, quem sabe, forçando Wanda a recriar uma realidade televisiva com seu falecido e agora marido. Só quem acompanhou á época sabe e lembra, foi algo histórico.
Com um roteiro brilhantemente escrito por Jac Schaeffer e Megan McDonnell e dirigido pelo talentossísimo Matt Shakman, 'WandaVision' foi sucesso imediato, confundindo alguns e extasiando os demais em seus dois primeiros episódios lançados simultaneamente, ainda 1 ano depois é considerado por grande parte dos fãs e críticos a melhor série da Marvel no Disney +.
Os dois protagonistas estão mais que perfeitos, tanto Elizabeth Olsen quanto Paul Bettany, brilham em seus já consagrados personagens, e se saem incrivelmente bem nos primeiros episódios que se passam nas década de 60 e 70, onde eles tem mais liberdade para brincar com a personalidade de Wanda e Visão. Sem falar que os dois demonstram carga dramática incrível nos episódios finais, com muito destaque para Elizabeth que dá um show na batalha final contra Agatha e em sua transformação na Feiticeira Escarlate, tão conhecida nos quadrinhos.
Para mim quem rouba a cena durante toda a série é a divina e bela Kathyrn Hahn, que faz Agnes, vizinha de Wanda, que nada mais é que Agatha Harkness... nos quadrinhos mentora de Wanda e babá por um breve tempo de Franklin Richards, filho de Reed e Sue do Quarteto Fantástico.
Aqui, Agatha é a vilã da série e antagonista de Wanda
. Sua performance é de encher os olhos e sempre que entyra em cena rouba as atenções, caiu como uma luva o papel de Agnes para Kathryn e ela teve liberdade total para colocar suas experiências artísticas e criar sua Agnes da forma como achava melhor e ideal para cada passagem de tempo na série. Me faltam adjetivos para elogiar Kathryn, minha atriz favorita a partir de agora, linda de morrer, mais do que talentosa e que justíssimamente ganhou sua própria série na Marvel Studios, no futuro próximo.
Temos também a volta de Kat Dennings (a Darcy Lewis de Thor 1 e 2) e Randall Park (o Agente Woo de Homem Formiga e a Vespa) ambos comicamente inseridos na série, e sempre bom ver rostos familiares voltando depois de um tempo.
A série também apresenta Teyonah Parris como Monica Rambeau, filha de Maria Rambeau apresentada no filme da Capitã Marvel, onde lá foi interpretada pela criança Akira Akbar. Teyonah fez uma estréia arrasa quarteirão de já trouxe personalidade e carisma, misturado a força para sua Monica Rambeau, que nos Quadrinhos foi a primeira Capitã Marvel e hoje se auto-intitula Fóton. Gostei muito dela e sempre que aparece também rouba a cena. Belíssima atriz, talentosa e que domina diversas nuances.
Somos introduzidos também aos pequenos Jullian Hilliar e Jett Klyne que fazem os filhos de Wanda, Billy e Tommy, que nos quadrinhos são respectivamente Wiccano e Célere, membros dos Jovens Vingadores. Os dois são ótimos em cena e fazem uma boa química não só com Elizabeth e Kathryn, mas também com Evan Peters dos últimos 3 filmes dos X-Men no cinema, reprisando seu papel de Pietro Maximoff (participação essa que deu inúmeras especulações nos twitters da vida). Não esquecendo ainda de Josh Stamberg que fez Tyler Hayward, um dos antagonistas da série.
'WandaVision' sem sombra de dúvidas é uma obra-prima televisiva para formatos Streaming da Marvel Studios... é uma obra-prima moderna, para tempos modernos, roteiro certeiro, instigante, que prende o público e brinca com suas percepções de realidade. Além de trazer personagens fortes, marcantes de muita personalidade, e que já fincaram suas raízes na nova fase do estúdio, pensando em projetos e participações futuras. Nunca uma série mobilizou tanto as redes sociais semanalmente... lógico que não posso esquecer de Game of Thrones (fenômeno) e The Walking Dead (ícone), e 'WandaVision' entra nesse patamar.
'WandaVision' venceu o EMMY (Oscar da televisão) de Design de Produção, figurino e Melhor Música para 'Agatha All Along' (cena ICÔNICA DE KATHRYN HAHN NA SÉRIE DE LONGE). Além de ter sido indicado para Elenco de Série limitada ou Filme. Abertura e trilha sonora também levaram indicações.
No Globo de Ouro, Elizabeth Olsen e Paul bettany foram indicados respectivamente para Atriz e ator em minissérie ou filme para televisão.
No Critics Awards levou 4 indicações, para Elizabeth e Paul Bettany, Kathryn Hahn para Atriz Coadjuvante, e Melhor Série Limitada. Já no Satellite Awards foi indicado somente a Melhor série Fantasia.
Mad Men chegava ao fim nesta sétima temporada e entrou para o pequeno roll de séries PERFEITAS, onde você dificilmente encontrará um erro, um episódio fraco ou embarrigado. Muito provavelmente, Mad Men é uma das melhores séries televisivas que já existiram logo após Os Sopranos, que é considerado por muitos e inúmeros como a melhor série que já existiu.
Por mais que Mad Men seje de altíssima qualidade em todos os seus anos, este último começou um pouco morno, porém subiu de nível á partir do quarto episódio até chegar aos seus 2 episódios finais, onde tivemos fechamentos condizentes, e alguns um tanto quanto conturbados.
Este último ano lidou com o fechamento da Sterling-Cooper & Partners, e contando com uma nova rotina de seus empregados agora englobados em uma nova firma. Esta nova rotina trouxe camadas diferentes aos personagens que saíram um pouco de sua zona de conforto no dia a dia dos episódios, para colocá-los em situações e circunstâncias aos quais eles não estavam acostumados e ambientados, e trazia uma mudança no estilo de interpretação dos atores envolvidos. Sem falar que a série tocou em pontos cruciais da história como o homem chegar a lua em 1969, televisionado para o mundo todo, e um episódio onde tivemos o elenco todo reagindo a esse acontecimento e uma das despedidas mais poéticas da série... além é claro do assassinato de JFK.
Como última temporada, tivemos finais que foram condizentes com a trajetória dos personagens, e alguns que não foram os finais esperados de acordo com o que o personagem merecia:
-Peter Campbell recebeu uma proposta milionária para trabalhar em outra empresa e conseguiu o que sempre almejou, ser respeitado e ter status. Ele terminou reatando seu casamento com Trudy (que foi mal aproveitada a série inteira) e por mais que tenha sido legal ver os dois juntos, já havia sido construído um cenário em que Trudy mostrava que não amava mais Peter, e ele aos poucos já estava se desvencilhando de uma ideia de vida com Trudy. Reaproximá-los no final foi uma saída pouco criativa, mas que no fim não insulta o telespectador que os acompanham desde o começo.
-Joan Harris acabou abrindo mão de seu novo parceiro bon-vivant para investir em sua própria agência caseira como produtora. Felizmente ela achou sua vocação e pôde desempenhar o melhor que ela pode dar como profissional, que logicamente era fora da Sterling-Cooper e do ramo de publicidade. Isso mostra a força que a personagem teve desde o começo da série.
-Um final mais comedido foi o de Peggy que acabou junto de Stan Rizzo, os dois sempre foram muito amigos e mesmo Stan tendo dado encima dela antes, levando um fora quando Peggy namorava, Matthew Weiner achou melhor fazer com que Peggy terminasse realizada no trabalho e no amor. Foi uma escolha apressada fazê-la terminar com Stan, fica meio sem sentido eles se descobrirem apaixonados assim do nada, porém é mais um final que não agride o fã.
-Um dos melhores personagens para mim, Roger Sterling terminou com a mãe de Megan, e foi bacana, um é a cara do outro e combinam demais, são dois loucos. Já Megan tomou um chá de sumiço depois da separação de Don.
-Bert Cooper acabou falecendo minutos depois do homem pisar na lua, e foi um final bem poético pro personagem, acho que foi o melhor final da série. E Michael Ginsberg que terminou louco por causa da chegada do computador.
Agora vem os finais mórbidos e não condizentes da série:
-Betty 'Draper' Francis teve o final mais mórbido de todos, acabou tendo câncer de Pulmão maligno e seu final seria a morte em alguns poucos meses... tendo aceitado sua doença, ela tem uma despedida com Don ao telefone que poderia ter sido de uma outra forma, mais dramática, e ela teve uma trégua na relação com Sally, que não gostava muito de como a mãe a criava. Sally acabou voltando para casa e cuidando da casa e da mãe em seus últimos meses de vida. Final nada condizente com a personagem na questão de que Roger e Don fumavam o triplo que ela fumava e quem desenvolve câncer maligno é ela, sem falar nos problemas de saúde que Don desenvolveu desde criança e nunca evoluiu para algo pior com a ajuda do tabaco.
-Don acabou em um retiro para hippies que vivem em harmonia com o espírito e a natureza, tendo largado a McCann do nada e sem avisar ninguém e colocou o pé na estrada sem se preocupar em como seria sua vida quando retornasse. Fez o que lhe deu na telha e teve um resolução de vida nesse retiro, onde depois de perder Megan, ir trabalhar no local onde ele nunca quis trabalhar e não era feliz, ter falhado na criação dos filhos, e saber que a mãe de seus filhos está em estado terminal, foram a gota d'água para Don desistir de tudo e fica por lá em definitivo e se sentir feliz com isto. Gosto de pensar que ele não ficou lá por tanto tempo assim, tendo retornado para a cidade um tempo depois, para reencontrar Sally e seus filhos, e saber como foram os últimos dias de Betty. O que ele faria em seguida, sem trabalho e com seus ex-associados cada um em um lugar fazendo algo diferente, eu não tenho ideia.
MAD MEN foi uma das melhores e maiores séries da história da TV americana de todos os tempos, perdendo apenas para 'Os Suspeitos' que muitos consideram ser a melhor série já existente. Mad Men entra neste roll e sempre será lembrada por sua inteligência, sagacidade e personagens fortes e marcantes, principalmente as femininas como Joan, Peggy, Betty e Megan. Séries assim são difíceis de aparecer, mas quando aparecem, é sempre bom valorizá-las e aproveitar cada minuto que estão no ar, pois quando terminarem deixarão saudade, assim como Mad Men deixou em mim e em tantos outros fãs. (21/06/2020)
O Sexto ano de Mad Men seguiu para um caminho do qual muitos fãs não estavam esperando, não só com relação a agência SCDP, e a agência concorrente onde Peggy agora trabalha, mas também com o desenrolar da trama de Don Draper e por consequente, seu final mais do que surpreendente, pelo menos ao final do ano.
O fato maior de excelência da série, sempre são os fatos reais que são abordados dentro da trama e como isto afeta os personagens, como o assassinato de Martin Luther King, que praticamente acaba com uma premiação onde Megan Draper está indicada (e é vencedora, em um take que mostra seu prêmio no sofá, depois do fatídico evento), e a fúria de Peter na agência, com seu colega Harry que soa totalmente racista ao fato acontecido.
Algo que tem sido um pequeno deslize em minha visão na série, se trata de Betty (January Jones) que com o passar dos anos está ficando com tramas sem interesse, junto de seu marido Henry Francis (o ótimo, Christopher Stanley)... o relacionamento dos dois não é mais aprofundado, e o único episódio onde ela teve um ótimo destaque, foi onde a amiga de Sally que quer ser modelo em NY, vai á cidade no inverno e vende seu violino em um bairro pobre da cidade, e Betty tem sequências bem interessantes com os garotos que se virão por conta própria em um dos prédios abandonados. Mas acaba sendo só isso. Tivemos uns dois episódios onde focaram Bobby Draper, filho do meio de Don, principalmente no acampamento, e foi bacana ver um protagonismo maior dele, fora o de Sally.
Falando de Sally, Kiernan Shipka continua dando show de interpretação em mais um ano da série, e mostra o quão boa atriz ela é, sempre com os 'times' certos, o ar blasè de Sally muito bem criado, e cenas onde Sally começa a ter consciência de sexo e de como são os homens e como lidar com os garotos. Atriz incrível! Tivemos algumas participações especiais de rostos conhecidos para quem costuma assistir todo tipo de série... a linda Linda Cardellini faz a amante de Don, Sylvia Rosen, e dá uma aula de interpretação dramática em vários episódios, é incrível como Cardellini é uma atriz competente com C maiúsculo, tudo que ela interpreta fica bom... e mais recentemente ela protagoniza 'Dead To Me' e está soberba. Também temos Danielle Panabaker (Killer Frost, da série Flash) como Daisy McCluskey, uma das atendentes do aeroporto que dorme com Roger (John Slattery). Há um close nela bem desnecessário, mas, eles gravam no espírito dos tempos antigos, onde essa prerrogativa era comum. Ross Marquand (Aaron em The Walking Dead e Caveira Vermelha em Vingadores Guerra Infinita e Ultimato) aparece em um episódio como o ator símbolo sensual Paul Newman, no episódio 6. Além de Kevin Rahm, que faz Ted Chaough, rosto conhecido de Desperate Housewives.
Jessica Paré, que faz Megan Draper, é uma atriz que engrandeceu o núcleo da série, e que com o passar das temporadas foi melhorando cada vez mais, e sua personagem tem todo o carisma do telespectador, difícil alguém não torcer por ela e para que Don deixe de ser bundão e trate-a como ela merece. Méritos de Jessica que é uma atriz de primeira linha, e é incrível como ela realmente exala um ar francês.
Mais uma vez neste ano, Jon Hamn dirige um episódio da série, o terceiro, assim como John Slattery dirige os episódios 7 e 10, e seus episódios são muito bem dirigidos.
No mais, é incrível notar como Ben Feldman, que faz Michael Ginsberg, tem muita, mas muita semelhança com Robert Downey Jr., se parecendo muito com RDJ quando jovem. (31/05/2020)
Agents of Shield chegou a sua quinta temporada com a missão de manter a excelência em seu plot conquistado nos últimos anos, com as ótimas terceira e quarta temporadas. E felizmente ela manteve essa excelência, trazendo uma trama que traz tensão e suspense em sua primeira metade, e parte para a ação em sua segunda metade. Obviamente é notável que comparada a temporada anterior, este novo ano está um degrau abaixo unicamente pela sua reta final ser um pouco destoante do tom que a série teve desde o primeiro episódio, mas ainda assim, ela traz ótimos momentos e tem um fator principal, o desenvolvimento de personagens.
Neste ano, Daisy, Coulson, Fitz-Simmons se desenvolveram demais, se aprofundando em seus temores, trazendo camadas de personalidade que ainda não havíamos visto neles em anos anteriores, levando os mesmos para caminhos irreversíveis na história mudando drasticamente o rumo dos personagens dentro da série, onde você percebe o quanto eles estão mudados e diferentes comparados a primeira temporada, ou até mesmo a temporada anterior.
O mesmo pode se dizer de Yo-Yo Rodriguez e Alphonso 'Mack' McKenzie, o casal que, assim como Fitz-Simmons, também tem uma evolução gigantesca e mal lembram os personagens que eles eram quando entraram na série. Neste ano eles começam bem unidos apesar dos acontecimentos do ano anterior, e depois da volta no tempo, as coisas começam a se degradar entre eles, por conta de visões diferentes do conflito contra 'A Destruidora de Mundos', ambos estão com a razão, e ambos estão com o julgamento prejudicado por conta de achar o que realmente é o certo a se fazer... e isso faz com que eles jamais voltem a ser as mesmas pessoas de antes.
O novo personagem Deke (Jeff Ward) começa a série como um dos mais interessantes, principalmente quando lida com Coulson e a equipe que acaba no futuro, uma relação de zero confiança, e ao mesmo tempo ambos precisam encontrar o melhor caminho para trabalharem juntos e confiarem no julgamento do outro. Porém, quando Coulson e os outros voltam no tempo, o personagem de Deke acaba perdendo totalmente o tom e a relevância, e fica batendo cabeça 'prali' e 'pracolá', sendo nem a sombra do que o personagem foi quando apareceu, o que foi uma pena, e um dos pequenos erros da série.
Talbot retorna e acaba se revelando 'O Vilão' da temporada, e dado os acontecimentos durante a série, foi meio desanimador ver o caminho mais clichê escolhido para resolver os desdobramentos da temporada, escolhendo um personagem que era o 'anti-vilão' que voltou para se redimir e inadvertidamente acaba sendo escolhido pelos roteiristas como a solução para o desfecho da trama. Eu particularmente não gostei, mas foi uma surpresa e um final quase digno para o personagem.
No geral foi um bom ano, com uma boa trama, com um fechamento não condizente com o que esperávamos, mas usaram bem o vilão 'Graviton' dos quadrinhos, aqui com outra alcunha, e uma pequenina ligação com 'Vingadores: Guerra Infinita', provavelmente o último ano com ligação com filmes do MCU. (05/2020)
Phoebe Waller-Bridge é a Gênia por trás de Fleabag, escrito, produzido e idealizado por ela, sem sombra de dúvidas foi a melhor série de "televisão" do ano passado.
Acho que este será o trabalho pelo qual ela sempre será lembrada, afinal Fleabag está muito fora da curva, é novo, é engraçado, é dramático, é icônico, é cativante, é emocionante, é sagaz, é único.
Difícil aponta uma sinopse para esta série, resumidamente fala de Phoebe interpretando uma moça que tem seus problemas familiares e amorosos, e seus segredos e frustrações e medos, e como ela lida com tudo isso com quem lhe cerca... de uma maneira cômica. Acho que a cereja do bolo da série é que ela não se leva a sério enquanto cosntrói uma trama que apesar de não ser complicada se entrelaça muito bem. Fora que Phoebe usa muito bem a ferramenta da quebra da quarta parede, que é onde o personagem conversa com o público... é como se estivéssemos do lado dela o tempo todo nas situações que ela passa. E por conta disso você já saca o que pode acontecer em algumas cenas ou o que pode vir a ser falado, porque a personagem de Phoebe é tão cativante que você já a saca de cara, é como se fosse sua melhor amiga de anos.
Falando sobre as duas temporadas da série, a primeira que é de 2016, obviamente é um tapa na cara de inovação e de texto. A primeira cena já nos mostra o que nos espera da série e como será o tom da mesma até o último episódio. É muito bacana ver que não é só Fleabag que é muito perturbada, mas os demais personagens da série também são, como sua irmã Claire, o marido de sua irmã Martin (Brett Gelman de Stranger Things), e sua madastra interpretada pela magnífica e talentosa Olivia Colman. As cenas onde Phoebe faz a quebra da quarta parede são ótimas, são o charme da série e em algumas cenas é impossível não segurar o riso ou o espanto, e se você estiver assistindo em publico será impossível as pessoas não notarem suas reações.
Já a segunda temporada que veio três anos depois, com certeza se destaca mais... ambos os anos têm apenas seis episódios de 25 minutos em média, ou seja, é muito pouco por um entretenimento tão gostoso, tão bem feito. Nesta temporada Fleabag acaba tendo um pseudo relacionamento com o Padre, interpretado magistralmente por Andrew Scott, um monstro de ator, e é por este motivo também que a segunda temporada se destaca mais que a primeira... quando um personagem consegue ser mais carismático que seu protagonista, que já é fora da curva, é algo que poucos shows consegue fazer hoje em dia. O Padre é sensacional, mais louco e perturbado que Fleabag, também possui um senso moral um tanto quanto questionável, e possui o mesmo distúrbio que Fleabag, ela tem a quebra da quarta parede, onde ela acha que conversa com o publico (e conversa mesmo), já ele vê raposas... sim, o Padre tem medo de RAPOSAS e tem toda uma história louca com isso que é a razão de as raposas o perseguirem, e ele enxerga essas raposas do nada, só ele... mas acontece que Fleabag também vê, apesar de ele não entender porque ela fala sozinha (conosco)... e a cena onde os dois estão conversando e é quando a Fleabag vê a raposa junto com o padre e os dois se assustam, é a melhor coisa de toda a série... que sacada mais gostosa de assistir.
Tudo nesta série é ótimo, todos estão muito bem nela e fazem tudo com muito amor e profissionalismo, além de termos o monstro da atuação Bill Paterson fazendo o pai de Phoebe. Uma pena ser tão curta e provavelmente ter sido o fim, pois Phoebe já declarou que não pretende voltar com Fleabag, e mesmo sendo uma lástima eu acabo concordando com a ideia de que quando a coisa é ótima e fora da curva, de uma qualidade absurda, ter que ser curta mesmo ao invés de se arrastar anos a fio só pra ganhar mais dinheiro.
Fleabag conquistou com o segundo ano da série, TUDO o que disputou, do EMMY ao Globo de Ouro, do SAG's ao Critics Awards, Fleabag fez a rapa em Melhor série, melhor atriz para Phoebe e melhor ator para Andrew Scott que é incrivelmente sensacional neste ano, com uma quimca impecável e certeira com Phoebe em cena.
Com certeza virou minha série de cabeceira, aquela que normalmente você teria o box em casa, aquela que você sempre vai citar como a melhor série que você já viu, aquela que se anunciarem um retorno você vai ficar se roendo por dentro esperando o dia que estreie logo o primeiro episódio, aquela que você segue os atores em qualquer coisa que ele façam futuramente.
Fica difícil usar a palavra Obra Prima, mas Fleabag foi o texto/série mais original feito nos últimos anos sem sombra de dúvidas. (assistido entre janeiro e março 2020)
O Urso (1ª Temporada)
4.3 412 Assista AgoraUma das melhores séries de 2022, criada e dirigida por Christopher Storer, "The Bear" (O Urso), foi uma ótima surpresa quando eu a conferi. Por estar indicada a série Comédia/Musical no Globo de Ouro, eu achei que ela seria um pouco mais cômica que o normal, mas a minha surpresa foi que o humor na série é bem contida, está mais nas entrelinhas, não fica à mostra ou descarado como em outros shows.
Na verdade a série é totalmente carregado no drama, com todos os personagens principais carregando um pouco de carga dramática em algo pessoal de sua vida, ou no fato de o restaurante onde trabalham, não ser mais comandado por Mikey Berzatto, o dono que se suicidou.
A série parte deste princípio, Mikey Berzatto (interpretado em participação especial por Jon Bernthal) que era dono do restaurante 'The Original Beef de Chigagoland' comete suicídio, deixando o seu restaurante para Carmy, seu irmão, que virou um chef cultuado no ramo da gastronomia, ganhando prêmios importantes e sendo bem respeitado... Carmy deixa os holofotes para comandar o restaurante de seu irmão, que é uma espelunca, amontoado em dívidas, possui um equipe que não se respeita e faz os afazeres sem atenção, e ainda têm seu primo Richie na sua cola, que também administra o local e vive em rota de briga com Carmy.
Carmy sofre de vários problemas, sono conturbado, problema com bebida, pavio curto, explode facilmente, e trabalha em um ramo onde a pressão na cozinha existe da hora que em que se abre até a hora em que se fecha um restaurante.
Agora Carmy precisa levantar o local, educar a equipe que lá trabalha, se esforçar ao máximo para não arrebentar a cara de seu primo, e tentar ficar são, pois o suicídio de seu irmão o afetou bastante, uma vez que os dois não estavam tendo uma boa relação antes de Mikey morrer.
A série é ótima, dinâmica, dramática, tem umas pitadas de humor bem condensada, trabalha muito bem os problemas que os personagens passam, sendo que cada um deles têm seu drama pessoal, e tenta lidar com eles da melhor forma possível, e mesmo que discutam muito uns com os outros, conseguem aprender lições valiosas com as quais devem lidar, mesmo não reconhecendo para as demais pessoas.
No restaurante trabalham Carmy, Richie, Sydney, Marcus, Tina, Ebrahein e Fak... alguns se dão bem, outros já não se vão com a cara, se estranham demais, há muita faísca quando o restaurante está lotado e a coisa está pegando fogo. Muitos deles começam a perder a compostura e acabam sendo megamente mal educados com quem eles não vão com a cara, como Richie e Sydney, Tina e Sydney, Richie e Fak e claro, Richie e Carmy.
O trunfo da série mesmo é o drama desses personagens, o quão eles são afetados por seu erros, falhas, medos e esperanças, como eles lidam uns com os outros, a forma como tentam resolver suas diferenças, o amor que eles carregam pela profissão que exercem e pelo local que eles trabalham.
Claro que o protagonista, Carmy, é de longe o personagem mais interessante da série, afinal, o que Carmy tem de defeitos não está escrito. Não consegue se expressar com os outros, não demonstra seus sentimentos, não mantém boa relação com seu primo e sua irmã Natalie, ao contratar Sydney para trabalhar no restaurante, tem uma relação de altos e baixos com ela e pena demais para tentar colocar a equipe do restaurante na linha para que eles funcionem da maneira mai coesa possível.
O elenco é a cereja do bolo do show:
- Jeremy Allen White, que faz Carmy, é O CARA... que ator, que veia dramática, incrível, Jeremy tem um talento gigante, deu alma para Carmy, deu personalidade, vê-lo perdendo o controle e despirocando geral em alguns episódios (principalmente nos dois últimos) é muito bom, dá vontade de perder o controle com ele e sair gritando pra geral. Jeremy consegue transmitir todos os sentimentos que Carmy quer demonstrar em cena, tem uma presença de sensacional descomunal. Sério, Jeremy é um Atorzaço com A maiúsculo e já virei fã.
-Ayo Edebiri, que faz Sydney, outra ótima atriz, com uma ótima personagem, com seu próprio drama pessoal, e que faz uma parceria bacana com Carmy na série;
-Ebon Moss Cachrach, que faz Richie, primo de Carmy, outro bom ator, seu personagem além de ser muito estourado e encrenqueiro, é muito engraçado também.
-Oliver Platt (X-Men Primeira Classe), faz Cicero, a quem Mikey deve muita grana, gosto muito de ver Oliver atuar, o acho um ator completo e bem interessante de ver atuando.
-Jon Bernthal (Justiceiro da Netflix), faz justamente Mikey, irmão de Carmy e que se suicida, ele aparece apenas no episódio 7, no começo em um flashback.
-Abby Elliott interpreta Natalie 'Sugar', irmã de Carmy e Mikey, ela é casada e tem uma relação complicada com Carmy, e Accy aparece esporadicamente nos episódios, a atua muito bem pro pouco que aparece.
Todos os episódios sem exceção são ótimos, difícil encontrar uma série hoje em dia com esse grau de excelência, sem embarrigamento e nem encheção de linguiça... mas de longe,o episódio 7 é o mais interessante e o de melhor resultado final, ele se liga do começo ao fim, a gente sabe que um episódio liga o outro nas séries, mas este 7º ele começa e termina, ele se fecha, se completa singularmente. O começo é bem gostoso de acompanhar com Carmy, Natalie, Richie e Mikey conversando enquanto cozinham a receita da família, uma macarronada, e mais a frente no episódio, vemos Carmy lentamente perder a calma e explodir em fúria e palavrões com todos os funcionários do restaurante, especialmente com Marcus e Sydney. Acho que esse episódio foi muito bem escrito, interpretado e dirigido.
'The Bear' teve inúmeras indicações me muitas premiações:
- No Globo de Ouro a série foi indicada a Melhor Série Comédia/Musical, perdendo para 'Abbott Elementary', e Jeremy Allen White venceu como Melhor Ator em série Comédia, prêmio justíssimo, aliás.
- No Critics Choice Awards foi indicado a Melhor Série de Comédia perdendo novamente para 'Abbott Elementary' e Melhor Atriz Coadjuvante para Ayo Edebiri, perdendo para Sheryl Lee Ralph de 'Abbott Elementary'. Venceu novamente na categoria de Melhor Ator para Jeremy Allen White.
Na minha opinião, deveria ter ganhado aqui em melhor série no lugar de 'Abbott'.
- No Satelitte Awards está indicado em Série de Drama (aí sim), e Melhor Ator em série Drama para Jeremy Allen white, irei torcer para levar os dois prêmios.
-No SAG's Awards, está indicado a Melhor Elenco em série de Comédia e Melhor Ator em série de Comédia para Jeremy Allen White, também terá minha torcida; Também concorre no Spirit Awards em Roteiro de Série Nova e Atuação Coadjuvante em Série Nova para Ebon Moss Bachrach e Ayo Edebiri.
Eu considero a melhor série de 2022 a princípio, faltando conferir outras como The White Lotus, Pachinko, Better Call Saul e etc...
Oito episódios empolgantes, interessantes, a vontade é continuar assistindo e não acabar nunca, você se vê conectado a trama e acaba se apegando aos personagens, que são carismáticos ao seus modos... é como se você quisesse que fosse uma novela da Globo para vê-los todos os dias no mesmo horário.
Impacientemente aguardando a segunda temporada já encomendada.
(29/01/2023 - Star Plus)
Mulher-Hulk: Defensora de Heróis
3.1 469 Assista AgoraQuando eu era criança eu tinha muitos gibis, trocentos, todos infantis: Os Trapalhões, Turma da Mônica, Mickey, Pato Donald, Tio Patinhas, Pateta, Angélica, enfim... e eu tinha apenas 1 revista da Marvel, que eu só fui dar atenção em 1994 quando eu tinha 11 anos e virei fã dos X-Men vendo o desenho na TV Colosso. Eu comecei a comprar as revistas dos X-Men e então me deparei com essa revista que já não tinha mais capa, e eu nunca tinha lido porque nunca tinha me interessado.
Era uma revista do Hulk, esqueci o número, de 1989, e a primeira página dessa revista, que não tinha mais capa, era a Mulher Hulk abrindo as portas de uma das alas de um hospital com as duas mãos, bradando bem alto: "Onde está meu Primo, onde está Bruce?". O restante da história é o Hulk enfrentando o Homem de Ferro e o Namor, mas essa primeira página, pela revista não ter capa, ficou na minha cabeça por anos, e querendo ou não, mesmo sem eu lembrar, é meu primeiro contato com o Universo Marvel nas HQ's.
Tudo isso apenas para apresentar a Mulher-Hulk, personagem da qual sou mega fã, seja em suas histórias solo, ou junto dos Vingadores (ou até mesmo do Quarteto), e que finalmente ganhou um projeto em forma de série no MCU.
Sempre que eu imaginava um filme da Mulher-Hulk, ou no caso uma série, que combinaria mais com ela, eu pensava que eles deveriam abordar a fase dela nas HQ's onde ela atuava mais como advogada, e as histórias eram mais cômicas, com a Mulher-Hulk mais baladeira e a Jen mais boladona de não fazer tanto sucesso como seu alter ego. E também que seria uma boa ideia também usar a quebra da quarta parede que ela também faz em suas revistas.
E foi exatamente isso que Kevin Feige, junto à Jessica Gao (criadora do show), Brad Winderbaum (produtor executivo) e Kat Coiro (produtora e diretora dos episódios), trazendo a Mulher Hulk para o MCU em um show onde ela é advogada e precisa lidar com seu trabalho e com sua nova posição de Hulk, acidentalmente adquirido em uma viagem de carro junto de seu primo Bruce Banner (Mark Rufallo).
O que eu posso dizer sobre a série? É ótima, muito divertida, muito bem escrita, muito bem dirigida, um elenco excelente, acertaram em cheio no cômico, principalmente no roteiro, criaram um enredo bem amarrado, deixando a Mulher Hulk bem solta, e com inúmeras referências à cultura pop.
Tatiana Maslany (premiadíssima por Orphan Black) É A JENNIFER WALTERS/MULHER-HULK... da cabeça aos pés, tudo que está nas HQ's, Tatiana traz para as telas, a forma de falar, alguns trejeitos, alguns olhares, o jeito meio blasé, o deboche, ela é a Jennifer inteira, nunca vi ninguém tão perfeita interpretando um personagem de quadrinhos, acho que só o Christopher Reeves rivaliza com ela.
E ela é quem é a alma do show, óbvio, porque sua Mulher-Hulk é carismática ao extremo, a forma como escreveram a Verdona pro show, as coisas que ela faz e fala, é tudo o que você esperaria que ela fizesse e que você reconhece das páginas dos quadrinhos.
Os 9 episódios são bem redondos, pouco mais de meia hora, passam voando de tão bons que são, e a química entre Tatiana Maslany e Mark Rufallo é perfeita, parece que nasceram para contracenar... Mark se deu muito bem em cena com ela e fica nítido em tela o quanto os dois, além de serem primos, são muito amigos e um se preocupa com o outro.
O show é bem completo, mescla situações no escritório de advocacia onde Jen trabalha, a GLKH, vinda diretamente da fase de Dan Slott, com os mesmos coadjuvantes, Holloway, 'Pug' Pugliese, Mallory Book... e também coloca Jen em rota de colisão consigo mesma ao não aceitar sua nova condição ser uma Hulk, mas também aos poucos abraçando esses poderes.
Na série, ela festeja, badala, dança até o chão com Megan Thee Stalion, sai transando com geral como Mulher Hulk e como Jen mesmo, enche a cara, vai a casamentos, enfim, aproveita a vida como uma mulher que chama a atenção aproveitaria.
Alguns cidadãos, que claramente nunca leram um gibi na vida, reclamaram muito que a série é ruim, que nada a ver fazerem uma Mulher-Hulk, que ela não luta com ninguém só faz coisa de mulher, que era melhor ter feito uma série do Hulk, e quebrar a quarta parede é forçado, que é série pra lacrar e blá blá blá...
Claramente esses marmanjos não sabem o que falam, são apenas um bando de caras que assistem a tudo apenas para criticar, e não conhecem 1% do que a Jen realmente é.
E esse papo de: "A Essência do Hulk, que é estar bravo e destruir tudo, que agora o Hulk é molenga e blá blá blá"... sério, quem liga pra opinião dessa gente desavisada e sem conhecimento do que fala?
Os episódios vão melhorando a cada semana que eram lançados, e verdade seja dita, um dos melhores mesmo foi quando Matt Murdock apareceu como Demolidor... interpretado novamente por Charlie Cox, diretamente do show da Netflix, agora integrado ao MCU de vez, ele teve uma química absurda com Maslany e o episódio é divertidíssimo, com muita ação, um Demolidor mais canastrão, um flerte entre os dois gigante, um final épico, uma transa foda entre os dois... que episódio!
Ainda durante o show apareceram alguns personagens da Marvel que só os fãs como eu, que leem tudo, sabem quem são, uns do terceiro escalão, outros do quarto, enfim...
Temos o personagem 'O Sapo' aparecendo de forma bem bacana na série;
Para minha surpresa e da geral, 'A Gangue da Demolição' também aparece, todos os quatro, Aríete, Maça, Destruidor e Bate Estaca... com o Destruidor aparecendo depois no retiro do Abominável;
Sr. Imortal também aparece, ele é um mutante líder de uma equipe de super-heróis chamada 'The Great Lakes', que aqui no Brasil ficou conhecido como Vingadores Centrais, mudando de nome varias vezes até chegar ao nome mais recente que é Campeões Centrais, por essa aparição eu não esperava, mas aqui ele está beeeem diferente dos quadrinhos;
No retiro espiritual de Emil Blonsky aparecem quatro personagens, todos vilões nas HQ's... 'Homem Touro', 'El Águila' (um mutante), 'Porco Espinho' e 'Sarraceno' (um vampiro igual Blade).
No elenco, temos o já citado Emil Blonsky/Abominável, interpretado por Tim Roth, direto do filme de 2008 'O Incrível Hulk' que foi estrelado por Edward Norton, e tem uma brincadeira com isso numa das falas de Bruce 'Rufallo' Banner.
Jameela Jamil faz Titânia, que nos quadrinhos é vilã mesmo da Mulher-Hulk, e aqui ela é poderosa e forte como nas HQ's, mas é retratada com uma influenciadora digital do que propriamente uma vilã, é mais como uma rival...ficou boa essa adaptação.
Ginger Gonzaga faz Nikki Ramos melhor amiga de Jennifer e Josh segarra faz Pug Pugliese. Renée Elise Goldsberry (Hamilton) faz Mallory Book e Steve Voulter fez Holden Holloway.
As surpresa da série ficaram pela participação também de Benedict Wong como Wong em três episódios, e sua amizade inusitada com a patricinha vida cor de rosa e baladeira, Madisynn (Patty Gunggenheim), aquela que é com dois 'n' e com 'y' mas não onde você pensa. O sucesso de Madisynn foi enorme, sua personagem é engraçadíssima, teve uma química surpreendente com Benedict Wong em cena, muita coisa dos dois juntos foi improvisada, outras escritas na hora por Jessica Gao. Patty é muito boa e velha conhecida de Kat Coiro, a diretora da maioria dos episódios.
O final foi a coisa mais bem pensada da série e do MCU...simplesmente a Jennifer quebra literalmente a quarta parede ao transitar pelo menu do Disney Plus, afim de chegar até os escritórios da Marvel Studios e conversar com Jessica Gao, Kat Coiro e os demais produtores, para mudar o final da sua série, que ela não estava achando que estava bom (e não estava mesmo). Quebra da quarta parede total, coisa que John Byrne fez muito quando escreveu a revista da Mulher Hulk por anos, e os dois viviam se ofendendo e brigando com Jennifer rasgando as páginas direto para confrontar John Byrne.
Restou piada até para Kevin Feige, que na série foi retratado como uma inteligência artificial em forma de um robô, que arquiteta tudo que acontece nos projetos do MCU. Jennifer não só mudou todo o final de sua série, persuadindo K.E.V.I.N (o robô), como ainda teve a cara de pau de perguntar quando veremos os X-Men (!!!)
O que mais posso dizer... a trilha sonora é ótima, um dos episódios termina com a ótima 'Say My Name' da cantora Tove Styrke, outro termina com a Mulher Hulk dançando com Megan Thee Stalion sua música 'Body'.
Seu uniforme está bem parecido com a dos quadrinhos.
Com certeza é uma das melhores séries do MCU, junto com WandaVision, e os fãs estão ávidos por uma segunda temporada o quanto antes.
O MCU que vinha batendo na trave com suas últimas séries, acertando um pouco e errando um pouco mais, acertou em cheio com Mulher Hulk: Attorney At Law. Esperamos mais séries com essa pegada e coragem.
(Assistido entre Agosto e Outubro 2022)
(29/01/2023)
Pam & Tommy
3.8 68A MTV foi praticamente uma escola pra mim, escola de música, de entretenimento, de comportamento sexual, de caráter, enfim... a melhor emissora que já existiu no Brasil. E no ano em que eu comecei assistir, que foi em 1997, depois de alguns meses quando eu já tinha um entendimento melhor do cenário musical e da realidade atual e passada do Rock, é que comecei a crescer os meus ouvidos para um assunto que já dominava os noticiários da emissora à algum tempo... a fita de sexo entre Pamela Anderson e Tommy Lee.
Nunca havia visto SOS Malibu (Baywatch) mas vi uma cena ou outra em comerciais da TV Globo que passava a série na década de 90, então eu estava familiarizado com Pamela. Já Tommy Lee, eu sabia que ele era do Motley Crue, mas como não sou muito entusiasta do rock Glam farofa dos anos 80 (tirando Whitesnake e Bon Jovi) só conhecia os sucessos da banda e não conhecia muito deles ou os curtia, e só sabia do Tommy pelo nome mesmo.
E eu dentro da minha inocência e ignorância (até porque eu era só um adolescente), achava que aquela sex tape deles, mesmo sendo noticiado que tinha sido vazada, achava que eles se aproveitavam do sucesso da fita para se promoverem, ou que eles não ligavam e que isso não afetava a vida pessoal deles. Como disse, inocência e ignorância.
Realmente foi uma ideia até um tanto controversa fazer uma série sobre a história do vazamento dessa sex tape, e quando "PAM & TOMMY" foi anunciada eu fiquei surpreso por sair uma série contando essa história, mas curioso pra ver como seria o resultado final e em conhecer mais a fundo como se deu todos esses acontecimentos.
No fim das contas eu gostei do show, o elenco é ótimo, a condução da maioria dos episódios é boa, está bem caracterizado nos anos 90 como comerciais da época, posters da época, lojas de discos, clipes, músicas, enfim.
Mas realmente a série dá uma enrolada bem grande, arrasta ali uns dois episódios, dá umas embarrigadas pra preencher os protocolares 8 episódios encomendados, e chega uma hora que pode cansar quem assiste. Vai cansar mais quem não conhece, quem não está por dentro da década de 90, quem não gosta de rock, quem chegou de paraquedas e só quer conferir mesmo. Quem já está imersivo no universo do rock, entretenimento, quem já conhece esse fato e sabe quem são os dois, a série consegue segurar esses espectadores (como ei), mas a gente reconhece... se arrasta bastante.
Apesar de ter todo esse teor sexual, a série não se escora nisto, existe um drama em toda a situação que respinga diretamente em Pamela, que é a que mais foi afetada pelo vazamento do vídeo. Estando a semanas de lançar seu filme, que seria amplamente divulgado, e sonhando em se tornar uma grande estrela de Hollywood, Pamela ficou vista na mídia como a modelo que fez um vídeo de sexo, um pornô caseiro, ao invés de ser reconhecida como atriz em si. Ela perdeu papéis em filmes que eu assisti e até hoje sequer sabia que ela esteve cotada ou fez testes papa participar, como LA - Cidade Proibida e Austin Powers, na época grávida de seu primeiro filho, mas sofrendo essas recusas por conta da exposição do vídeo que vazou.
E naquela época, não era como hoje, não havia discussão sobre nada, todos os temas que hoje são exaltados e levantados, defendidos, não eram debatidos, as coisas iam mesmo pra debaixo do pano, era normal, era a vida... machismo, preconceito, racismo, LGBTQIA+ e por aí vai.
A série tenta dar esse drama para Tommy Lee, pelo fato de ele sofrer com o fato de sua banda não ser mais relevante na década de 90, com o estouro do movimento grunge e sucesso de bandas como o Nirvana, Soundgarden, ou a ascenção de bandas como Guns 'N Roses e Stone Temple Pilots, e até novos artistas com novos estilos de rock alternativo como o Beck.
Porém esse drama não cola, quem conhecia e quem sabe, entende muito bem que Tommy Lee sempre foi um "Asshole", que só se importava com suas próprias merdas, e esse tom dramático e de coitado sequer veste a pessoa de Tommy Lee.
Quem segura mesmo a série são os dois protagonistas... Lily James, que faz Pamela está perfeita no papel, sem exageros, acho que é o melhor trabalho de Lily como atriz até hoje. Está totalmente imersa e caracterizada na personagem, é a própria Pamela Anderson ali, os trejeitos, o sorriso, a risadinha, o tom de voz, sendo que ela ainda usou uma prótese nos seios para ficar volumoso e usou uma peruca descolorida para ficar idêntica à canadense. Não tem uma cena onde Lily exagere ou pareça forçada, ela está incrível mesmo, e fico feliz em vê-la em um grau tão alto de atuação, pois ou muito dela já tem uns anos.
Sebastian Stan que faz Tommy Lee, hoje dispensa comentários, por ser uma das estrelas do MCU, e também está atuando muito bem como Tommy, caracterizado de tatuagens ao redor do corpo, uma atitude rock 'n roll, um jeito canastrão, soube incorporar com que tem de melhor em Tommy e também o que tem de pior. Tem uma cena em particular onde Pamela exige que ele assine o documento onde eles cedem o vídeo de graça pra uma nova empresa, e ele atua demais, em um ataque de fúria, gritando, derrubando mesa, aquele surto clássico de cinema, assustando Pamela e tudo. Mandou bem demais.
Pagou alguns micos rsrsrsrsrsrsrsrs... como no começo da série, com aquela sunga fio dental enfiada no rabo (que isso parceiro, parece que todo machão em casa vira um gatinho), e também na cena onde ele conversa com o próprio pinto, quando ele confessa que está apaixonado e seu pinto se mostra sensato dizendo para ele não cair nessa. Na boa, na vida real, nunca que um pinto vai ser mais sensato que o Homem em si.
Por falar nisso, aquela cena onde Sebastian mostra o pinto para Pamela é computação gráfica... claro que Tommy Lee é conhecido por ser pintudo, foi abençoado ao nascer, mas aquilo tá muito exagerado e na conversa entre Tommy e seu pinto, isso fica muito claro.
Além deles, a série ainda traz Seth Rogen (The Fabelmans) como Rand Gauthier, que foi o homem a vazar esse vídeo no mundo, e aqui Seth tem uma atuação mais condensada, aquela atuação que chove no molhado, atuação de segurança, de série dos anos 90 mesmo. Ele também é o produtor executivo da série.
Nick Offerman (The Last of Us), fez Miltie, dono de uma das produtoras pornôs de sucesso da época por fazer "Garganta Profunda" obra-prima do cinema pornô. Offerman esteve bem demais, bem caracterizado como homem forte da indústria pornográfica, sempre cercado por drogas, bebidas e as mais diversas profissionais do sexo, enquanto Gauthier se ferrava em dobro.
Além de Taylor Schilling (Orange is the New Black) que fez a ex-esposa de Gauthier, Erica, uma ex atriz pornô, e Taylor também está bem nas cenas em que aparece, principalmente quando contracena com Seth Rogen.
A série foi criada por Robert Siegel, de 'Fome de Poder' e 'O Lutador';
E dirigida por Craig Gillespie, de 'Eu Tonya' e 'Cruella'.
Possui inúmeros sucessos da década de 90 do rock alternativo, tem de tudo... Fatboy Slim com Praise You, Nine Inch Nails com Closer, Primal Scream, The Cardigans com Lovefool e My Favourite Game, New Radicals, 4 Non Blondes e seu What's Up, Alanis como You Oughta Know, os otários do Third Eye Blind, Roxy Music e Tears For Fears dos anos 80, Supergrass e o mega hit Alright, e ainda tivemos a clássica Made You Own Kind of Music de Cass Elliott no fim de um dos episódios, entre tantos outros. Pra mim, foi um prato cheio.
A série foi indicada este ano no Globo de Ouro a Melhor Minissérie ou Filme Para TV, Melhor Ator Minisséire para Sebastian, Melhor Atriz Minissérie para Lily James e Melhor Ator Coadjuvante Minissérie para Seth Rogen.
No Critics Choice Awards, Foi indicado a Minissérie, Ator Minissérie e Atriz Minissérie.
No Emmy do ano passado, a série foi indicada a Melhor Minissérie, Série Antológica, Ator Minissérie, Atriz Minissérie e Ator Coadjuvante Minissérie.
No Satelitte Awards ainda está indicada para Melhor Atriz Minissérie com Lily James.
Em todas as premiações que já concorreu, perdeu nas categorias para as séries The White Lotus e The Dropout.
É um bom show, mas vale mais a pena para quem gosta de rock, quem foi dos anos 90, quem conhece Pam & Tommy, quem está mais familiarizado, pois quem não tem conhecimento e vai assistir mais para conhecer, vai achar a série muito arrastada, e é mesmo, pois demora para contar uma história que nem teve tantas idas e vindas assim.
Mas ganha pelo elenco, eu particularmente acho que Lily James deveria ter ganhado um prêmio por sua atuação de Pamela Anderson... espero que o Satelitte Awards faça jus ao trabalho dela.
(28/01/2023 - Star Plus)
Abbott Elementary (1ª Temporada)
4.2 57Abbott Elementary é a nova queridinha do momento nos EUA em termos de comédia, sucesso no horário nobre, com episódios de 23 minutos de duração (com comerciais é claro) trazendo uma trama leve filmada no estilo documentário fictício.
Um documentário fictício é quando você retrata algo em tela numa linguagem e filmagem como se fosse real, o estilo de filmagem já tem aqueles desenquadros clássicos de como se fosse filmado amadoramente, e junto, temos os depoimentos dos personagens do programa, eles são filmados no dia a dia e discursam sobre esses acontecimentos para a câmera, um gênero bem tradicional nos EUA já visto em diversas séries ao longo das décadas, como The Office, Oz, entre outros.
Criado e estrelado por Quinta Brunson (de IZombie), a série segue um grupo de professores que dá aulas em um colégio marjoritariamente de alunos negros, e que sofre com pouca verba e uma diretora que se preocupa mais com seus Status nas redes sociais do que com o bem estar dos alunos. Obviamente é cômica, leve, e serve para toda a família.
Não aquela série, bem comum hoje em dia nos shows cômicos, onde você irá se acabar em gargalhadas, dar muita risada, como em shows mais famosos como Will and Grace, Two And a Half Men e outros, o cômico dela está dentro das situações, do texto, em algumas tiradas entre os personagens sobre a cultura pop, situações, expressões faciais e por aí vai.
O show é ótimo, os personagens são todos carismáticos, rapidamente você irá se identificar com eles, e começar a definir os seus preferidos (o meu é a Ava, ela é ótima), os alunos também são ótimos, pouco exigidos, mas quando eles aparecem mais forte em alguns episódios, dão um show junto com o elenco principal.
Acho que um dos melhores episódios foi o do desafio de pular as cadeiras, junto com o episódio do namorado do Jacob.
É um show para toda a família poder relaxar, curtir, ter um bom entretenimento, mas se percebe que ela se mostra bem diversificada... Brunson, por ser negra, obviamente se preocupou em dar esse protagonismo em mostrar uma escola com crianças marjoritariamente negras, protagonistas e coadjuvantes negros, como ela, Barbara, Mr. Johnson, Gregory e Ava, tendo dois personagens brancos, uma sendo Melissa, e Jacob sendo gay. Ela mostra diversificação de hoje em dia no mundo e que, sim, é uma coisa normal em qualquer ambiente da sociedade, e no dia a dia... e isso é muito bom de se ver em um show com esse alcance na TV americana.
Além de Brunson, nós temos o eterno Chris que todo mundo odeia (Tyler James Williams) como Gregory, temos Sheryl Lee Ralph como Barbara (muito boa), Janelle James como Ava (Janelle está perfeita na série, de longe a mais cômica), Lisa Ann Walter como Melissa (ela está ótima também, perfeito timing vômivo), Chris Perfetti como Jacob e William Stanford Davis como Mr Johnson, sendo que William também rouba a cena com seu coadjuvantismo que entra na hora certa.
O show foi indicado no Critics Awards em Série de Comédia, Atriz para Quinta Brunson, Atriz Coadjuvante para Sheryl Lee Ralph e Janelle James, e Ator Coadjuvante para Chris Perfetti e Tyler James Williams.
No Satelitte Awards, apenas Quinta Brunson foi a única a levar a indicação por Melhor Atriz em série de Comédia.
No Globo de ouro deste ano, o show venceu três prêmios:
-Melhor Série de Comédia ou Musical;
-Atriz em Série Comédia para Quinta Brunson;
-Ator Coadjuvante em Série Comédia para Tyler James Williams;
Além de Sheyl Lee Ralph e Janelle James terem concorrido para Atriz Coadjuvante em Série Comédia e perdido para Julia Garner de Ozark.
Fora isso, no ano passado (2022) o show ganhou dois Emmy's, um de Melhor Elenco e outro para Sheryl Lee Ralph em Atriz Coadjuvante em Série de Comédia. Estes prêmios pela primeira Temporada da série, pois os do Globo de Ouro são pela segunda temporada que ainda não chegou ao catálogo do Star Plus.
Série muito boa e que mereceu levar o prêmio no Globo de ouro este ano e á favorita para levar o Critics Awards também amanhã.
(10/01/2023 - Star Plus)
Wandinha (1ª Temporada)
4.0 684 Assista AgoraDesde 1993 quando saiu o segundo filme d'A Família Addams, que nada em termos de live action foi feito da família que nasceu nos anos 1930 em tiras de quadrinhos no jornal 'The New Yorker', mas que ganhou notoriedade entre o grande público em uma série televisiva na década de 1960.
A Netflix, hoje gigante do streaming, tratou de encomendar uma série baseada em 'Wednesday' (me recuso a chamá-la de Wandinha), filha mais velha do casal Gomez e Mortícia, e irmã de Pugsley, focando em sua estadia no colégio para excluídos 'Never More', onde terá que aprender a se relacionar com adolescentes que são tão diferentes quanto ela.
A premissa da série é ótima, se basear nos tempos acadêmicos de Wednesday, mesmo colégio onde sua mãe estudou e fez história, e vermos Wednesday tentar se relacionar com adolescentes que vão de quase sereia, a menina lobo, homens-medusa e outros mais.
Wednesday já é uma figura por si só, fechada, fala pouco, mórbida, não sorri de jeito nenhum, só anda de preto, só usa maquiagem preta, seu hobby é torturar seu irmão, não tem amigos e é insociável. E para interpretá-la trouxeram a nova sensação teen cinematográfica, Jenna Ortega, que nestes últimos anos deu as caras em filmes e séries de destaque como 'A Vida Depois', 'Pânico 5', 'X- Marca da Morte', 'Você' da Netflix, ou seja, Jenna está badalada e caiu como uma luva no papel da gótica Addams.
Jenna incorporou bem a personagem, foi ótima, personificou a própria Wednesday em tela, seus trejeitos, seus olhares, seu desdém, a forma como recitava suas falas, até sua dança maravilhosa na festa do colégio ao som de The Cramps... Jenna é uma atriz sensacional.
Fora ela, de destaque, ainda cito a belíssima Emma Myers que fez a Enid, personagem mais cativante do show, na minha opinião, aquela pessoa que você quer ter como amiga, adorei ela atuando. Percy Hynes White que fez Xavier também foi um ator que me chamou atenção, assim como Moosa Mostafa e Joy Sunday, como Eugene e Bianca respectivamente.
Quem achei bem sem sal e pouco inspirado foram Hunter Doohan que fez Tyler, zero carisma, e zeroquímica com Jenna Ortega em cena e Jamie McShane que fez o Xerife Galpin e que ficou devendo em tela na minha opinião, com uma atuação bem sem alma.
No show ainda tivemos os já conhecidos e ótimos Luís Guzmán e Catherine Zeta Jones como Gomez e Mortícia, Gwendoline Christie ótima como Diretora Weems e Christina Ricci como Marilyn Thornhill, ela que foi a Wednesday nos dois filmes dos anos 90.
Ainda, Fred Armisen (ex marido de Elisabeth Moss) fez uma participação no episódio 7 como Tio Fester.
Porém, infelizmente, a série tem mais pontos negativos que positivo... idealizado e escrito por Alfred Gough & Miles Millar (roteiristas do terceiro A Múmia, Homem Aranha 2, Máquina Mortífera 4) eles começaram bem nos dois primeiros episódios, contextualizando Wednesday em Never More, apresentando os coadjuvantes e mapeando o mistério do show. Mas com o decorrer dos episódios, você percebe que toda a trama é clichê, bem batido, com várias passagens já conhecidas de filmes besteirol de adolescentes dos anos 2000, com situações que facilmente descobrimos o que há de errado ou que segredo está sendo mantido.
Tudo que acontece enquanto Wednesday tenta desvendar quem está por trás do monstro, quem é o monstro e o segredo que envolve a família de Lena, é muito clichê, de fácil entendimento e que quem for atento já desvenda muito antes do episódio final, de tão na cara que certas coisas foram concebidas no roteiro.
Os quatro primeiros episódios foram dirigidos nada mais nada menos, que pelo mestre Tim Burton, que deu seu toque soturno já conhecido, na escola Never More e pela cidadezinha onde ela se localiza... e a série vai bem até aí.
O episódio final, é o mais broxante e sem graça da série, a forma como Gough e Millar escolheram pra já nos mostrar a revelação do monstro, sem nenhum clímax, em um episódio bem mal dirigido e editado por James Marshall, chega a ser vergonhoso... quebra todo o clima da série.
Sobre quem é a mestre do monstro, a cabeça por trás de todos os atos indigestos cometidos em 'Never More'... estava na cara que era a personagem de Christina Ricci, e isso eu já comecei a suspeitar no episódio 5.
Claramente, Ricci, que foi a Wednesday nos dois filmes dos Addams nos anos 90, estava nessa série mais como uma homenagem por ter interpretado a personagem antigamente... e nunca que iriam trazê-la pro show para ser uma personagenzinha qualquer. Sua Marilyn Thornhill, não faz nada no show, não agrega em nada, não brilha, não se mostra, nem coadjuvantismo direito ela tem, sendo que está desesperadamente agradando todos e principalmente a Wednesday... É claro que ela iria ter algum protagonismo ou antagonismo alguma hora, uma atriz conhecida como Ricci, que está lá como uma forma de homenagem, não ia ficar ali só de escanteio... eis que cravei, "ela está por trás destes atos todos"... não deu outra, muito na cara, quem for atento pega essas coisas rápido... muito clichê, e bem broxante em ermos de roteiro gente, na boa.
Apesar dos pontos negativos da série, e de um último episódio com relevações bem anti clímax, insosso e mal dirigido, a série possui uma trilha sonora perfeita, que foi arranjada e performada pelo já gênio contemporâneo Danny Elfman (do extinto Oingo Boingo) e musicado por Chris Bacon, acertaram em cheio na música do filme, os arranjos, a orquestra, os instrumentos musicais que remete ao tema d'A Família Addams.
Tanto a cenografia, direção de arte e principalmente a Fotografia da série estão incrivelmente perfeitas, muito bem planejadas e dão todo um toque único para o show. Mencionado também o figurino, rico demais nos mínimos detalhes.
Wednesday foi indicada apenas no Globo de Ouro em Série Comédia/Musical, e para a talentosíssima Jenna Ortega para Atriz em Série Comédia/Musical, sendo esnobada completamente do Critics Awards.
Não acho que a série tenha chances, mas Jenna quem sabe não tire o favoritismo de Jean Smart por Hacks, ou que surpreenda Quinta Brunson ou Selena Gomez.
O final foi bem sem graça, falta de criatividade total, apenas para deixar as portas abertas para um temporada 2. Por conta desses pequenos deslizes, 'Wednesday' poderia ser melhor, muito melhor do que potencialmente ela pode ser.
O que é uma pena, pois tem um ritmo agradável, mas os roteiristas nos fazem de besta a série inteira, desafiam nossa inteligência, nos fazem de bobos, plantando falsas pistas que são fáceis demais de desvendar, e fazem a trama ser boba ao extremo, com clichês bem desnecessários. Mas visualmente e conceitualmente, a série é boa.
(03/01/2023 - Netflix)
Only Murders in the Building (2ª Temporada)
4.0 89O segundo ano de 'Only Murders in The Building' consegue superar o primeiro de longe...
Os episódios são mais dinâmicos, a trinca de protagonistas está mais que bem entrosada, Steve Martin, Martin Short e Selena Gomez, são um colírio para os olhos, muito gostoso de ver os três atuarem juntos, as tiradas cômicas, as cenas onde eles se embaraçam todo, as cenas mais dramáticas... enfim, muitos adjetivos!
O crime desta temporada é mais envolto ainda em mistério, a cada hora você começa a suspeitar de alguém, do mais óbvio até os menos óbvios, de quem é jogado na sua cara (dois personagens são tão descaradamente jogados na sua cara, que chega a ser leviano suspeitar deles, ao mesmo tempo que pode até ser) aos que a série sequer os cogita como o assassino(a), mas você vai querer ligar os pontos de qualquer que tenha alguma atitude suspeita.
Na verdade, o verdadeiro assassino(a) está beeeem na cara, a série não deixa implícito em momento algum, vai brincando com a gente, mas cada vez que os episódios passam, mais vai começando a fazer sentido que é aquela pessoa... mas eu, burro como sempre, só fui pegar no episódio final mesmo.
Não só o responsável do crime neste ano, foi muito bem escrito e arquitetado, como ele se 'linka' com todos os acontecimentos da primeira temporada, sendo o ponto chave para Charles, Oliver e Mabel acabarem formando uma amizade por algo em comum. Achei um costurado de roteiro muito bem criado, não sei se desde o início do show havia essa premissa em se conectar tudo no segundo ano, independente disto, como os dois anos se ligam, é muito gostoso acompanhar de uma vez só, e ficou um tiro certeiro para ganhar o público.
Gosto muito destas comédias modernas, onde a piada não é aquela para você rolar de rir e coisa e tal... gosta dessa coisa nova de o cômico estar na situação, no texto bem escrito, cheio de referências da cultura pop e cinematográfica, nos acontecimentos constrangedores, no embate de personalidade entre os personagens, principais ou não... uma comédia mais deliciosa.
'Only Murders in The Building' virou uma das minhas séries favoritas, aquelas que você cita como favoritos de cabeceira... já estou sentindo falta do show e espero ansiosamente o terceiro ano.
A série foi indicada este ano no Globo de Ouro para Série Comédia/Musical, Ator para Steve Martin e Martin short e Atriz para Selena Gomez.
No Critics Awards este ano a série foi um pouco esnobada, dando apenas a indicação para Steve Martin em Ator Comédia.
Já no Satellite Awards levou indicação para Martin Short e Selena Gomez em Ator e Atriz em série de comédia, além da indicação para Série de Comédia/Musical.
Este ano tivemos a adição de Cara Delevigne ao elenco, mas pouco chamou a atenção, a personagem dela não mostrou a que veio e ela pareceu um pouco desconexa com o que a série tem a propor. De resto todo mundo está ótimo, da monstra Tina Fey, a Amy Schumer, o retorno de Amy Ryan, e a aparição de Zoe Coletti, como Lucy, uma espécie de ex-filha de Charles.
De longe, Oliver Putnan de Martin Short é meu personagem preferido da série...mas obviamente eu gosto muito dos três, que são carisma pura.
(02/01/2023 - Star Plus)
Disque Amiga para Matar (3ª Temporada)
3.8 53 Assista AgoraE chega ao final 'Dead To Me', sua terceira e final temporada, para dar um fechamento para a história de Jen Harding, Judy Hale e Ben Wood, juntando todas as pontas soltas, e amarrando outras.
Um final satisfatório? Nem tanto.
'Dead To Me' é uma série que eu me apaixonei desde o primeiro episódio, com uma primeira temporada arrebatadora, e uma segunda beirando a perfeição com episódios tão viciantes, que se torna quase impossível não assistir tudo de uma vez só.
Mas é nítido que a terceira e última temporada teve umas decisões de Liz Fedlman (a criadora da série) bem apressadas, querendo dar uma conclusão final a certas resoluções e uma falta de atenção com seu elenco de apoio que não dá para entender.
Infelizmente o nível do show cai um pouco em alguns episódios desta temporada final... alguns dos deslizes que a temporada teve, foi o excesso de cenas onde Jen, Judy e até Ben se afogam em mentiras. Foram inúmeras as cenas onde, se criava um cenário onde algum deles iria revelar um segredo, ou eles iriam confessar o que eles escondem desde a primeira temporada para alguém, e entra aquela fundo musical tenso de possível revelação, e em seguida eles mentem inventando outra história... se você faz isso uma vez, até duas, beleza, nos anos anteriores isso era o combustível da trama, mas aqui ficou batido, manjado, sempre que vinha uma possível revelação e aquele fundo musical de tensão, eu sabia que vinha uma mentira em seguida, era tão batido que dava um desânimo da cena em questão. Liz Feldman não soube dosar isso em sua conclusão.
Outro ponto é o pouco destaque no elenco de apoio, tanto os filhos de Jen, como a 'namorada' de Judy, Michelle, o oficial Nick Prager e Detetive Perez foram mau aproveitados durante a temporada final, e não tiveram seus finais satisfatórios. Não houve uma conclusão final para o caso que Perez investigava, assim como o policial Prager. Colocaram uns gregos no episódio final, que Jen e Judy facilmente se livram em torno de 1 minuto e meio, e de repente por eles darem cabo de Garrett Dillahunt (de Fear The Walking Dead, adoro ele), o caso é encerrado como se os gregos fossem os culpados por tudo que Jen e Judy esconderam... achei muito broxante!
Henry e Charlie também tiveram destaque razoável e mau lidaram com o fato de eles terem que lidar com o câncer de Judy. Michelle foi jogada para escanteio.
Colocaram o Ben na cadeia porque parecia a escolha mais fácil a se fazer, e ele perdeu a importância no final da série.
E o pior, foi que tudo que foi criado durante toda a série, todas as atrocidades que Jen e Judy fizeram, nós esperávamos que em algum momento do show, ou no fim, isso viria a tona, ou por descobrirem o crime, ou pelas duas, que confessariam o crime ás autoridades, ou a Ben, ou a família dele ou aos filhos de Jen pela própria mão ou pela Judy.
Mas não, Judy sequer abriu o bico, e Jen, na última cena e fala do show, ela se vira para Ben e diz que tem algo a dizer a ele... e fim. E aí? Ficamos com água na boca?
Achei uma péssima ideia de Liz Feldman, tudo que ela não deveria ter feito.
Apesar desses deslizes, o show tem um final que comove e se torna de uma certa forma aceitável... assistir toda a temporada final é prazerosa, e tanto Applegate como Linda Cardellini continuam impecáveis e sagazes como Jen e Judy, a dupla dinâmica...
E James Marsden, ele tem tantas camadas para brincar com Ben neste último ano, que deixa a interpretação dele mais rica, gostei demais das várias nuances de Ben com o passar dos episódios.
Tanto Christina Applegate, quanto James Marsden foram indicados a Atriz Principal e Ator Coadjuvante em série de comédia no Critics Awards, e foram merecidíssimos. Acho que só faltou indicar a Linda pelo conjunto da obra, porque o que ela fez com Judy Hale, poucas atrizes conseguiriam fazer... faltou olho crítico pro pessoal do Critics (sem trocadilhos).
Uma pena, a série vai deixar saudade, Jen e Judy vão deixar saudades, porém, sempre dá pra voltar e ver tudo de novo quando a saudade apertar.
Espero pelo próximo trabalho de Liz Feldman com ansiedade e que ela nos surpreenda com outro texto que nos prensa atenção, com personagens tão carismáticos e únicos.
(21/12/2022 - Netflix)
Only Murders in the Building (1ª Temporada)
4.1 216Tem sido comum nos últimos anos, aparecerem séries cômicas que não são tão "escrachadas" se assim posso dizer, aquelas que fazem você rir como se estivesse vendo um episódio de Chaves, ou os Trapalhões... esses shows que têm surgido tem aquele teor cômico mais "inteligente" ou "Chique", como citei no comentário de "O Método Kominsky", e se percebe em outras séries cômicas como "Fleabag" ou "Dead To Me", para citar algumas.
"Only Murders In The Building" têm exatamente esse teor, é um show cômico com uma leve pitada de drama, mas bem leve mesmo, sendo aquela comédia mais sagaz, não está exatamente nos acontecimentos, nem nos atos dos personagens, mas está no texto, na construção do texto, na forma como ele se desenrola e em como os personagens da trama se tratam. è o novo humor, aquele que não vai fazer você gargalhar ou rir à beça. Na verdade você irá rir de canto de boca, dar aquele sorriso de que pegou a piada lançada, vai achar super bem feito como a piada foi criada... é um novo jeito de se fazer séries cômicas... e eu adoro shows com essa nova linguagem.
Criada por Steve Martin (AtorZAÇO, monstro da comédia, de quem eu sou fã de carteirinha) e John Hoffman, "Only Murders..." trata de três pessoas que não se conhecem e moram em seus apartamentos no edifício Arconia, levando suas vidas monótonas e cada um com seu jeito antipático...os três na verdade partilham de um gosto em comum, são ouvintes diários de um podcast de homicídios apresentado por Cinda Canning (Tina "Fucking" Fey). Esse é o lance que os une, e logo em seguida, há um assassinato no prédio onde moram, envolvendo um de seus moradores, Tim Kono, e deste ponto em diante, com esse gosto em comum, os três resolvem criar seu próprio Podcast para solucionar este caso que as autoridades não solucionou de forma apropriada.
A série é ótima, magnífica, viciante... os seus três primeiros episódios, irão desafiar a paciência do espectador, pois demora bastante para a trama realmente se desenrolar e você começar a gostar e conhecer os protagonistas, porém, logo após, ou no desenrolar do terceiro, o show anda com as próprias pernas e você se verá preso dentro de um mistério que até você tentará solucionar antes deles, com as evidências que o show lhe apresenta.
O assassino(a) é quem você menos espera, mas eu mesmo até cogitei que fosse, mas pelo álibi, descartei, e qual foi minha surpresa, era tão óbvio em se tratando de uma história de assassinato com personagens entrando e saindo da trama.
O elenco de apoio é apaixonante, conseguem ser tão engraçados quanto os próprios protagonistas, quem tem aquela veia cômica sutil, mas perceptível e bem afiada, alinhada com as referências cinematográficas e musicais atuais.
O monstro da atuação Steve Martin, que dispensa comentários, é 'Charles-Haden Savage', vulgo 'Brazzos' ex-ator que fez um seriado de muito sucesso que levava o nome de seu personagem já citado, seu único e grande sucesso, que ainda vive do passado, e se vê animado com a criação do podcast para desvendar o assassino, pois seu personagem 'Brazzos' resolvia crimes em seu show. Steve tem a veia cômica como se fosse o ar que respira, inteligentíssimo, criou a série e interpreta Charles de uma maneira única, trazendo toda a experiência que tem de trabalhos anteriores e sua notável experiência de Hollywood.
Martin Short (de Vício Inerente) que já fez parte do SNL nos anos 80, faz Oliver Putnan, um ex-diretor de teatro e cinema, meio fracassado em tudo que já fez, e que embarca de cabeça no Podcast para revelar o assassino, lidando como se fosse sua redenção na carreira, conseguindo também ser um chato de galocha em alguns momentos. Martin está ótimo também no show e faz uma ótima dupla com Steve Martin. E ele tem uma veia cômica gigante, pega as deixas certinho para tirar algo satírico daquele momento.
Pra finalizar o trio, temos a incrível Selena Gomez (que todos conhecem de sua carreira musical) que está demais da conta na pele de Mabel Mora, uma moça ranzinza que acaba se afeiçoando aos dois velhos Charles e Oliver, pelo gosto em Podcasts de homicídio, e participa junto com os três do podcast que criaram. Ela fisga todas as deixas para fazer com que a cena fique cômica, de um jeito bem peculiar, nada atravessado demais para desbancar em gargalhadas infinitas.
Fora o trio de protagonistas, que também são produtores executivos do show, temos a super engraçada Tina Fey como participação especial no show, como Cinda Vanning, o músico Sting, interpretando ele mesmo e Amy Ryan como Jan.
Um dos melhores episódios do show, é o sexto, "O garoto do 6B", que é focado em Theo Dimas, o filho surdo de Teddy Dimas, dois dos antagonistas da série... todo o episódio nos coloca nos coloca na pelo de Theo, ou seja, não escutamos nada como ele, e o episódio vai além, ninguém no episódio fala nada, zero, nenhum pio, apenas interpretam por gestos... temos apenas uma fala de Charles Savage no fim do episódio, uma sacada genial para se criar um episódio, graças a sagacidade de Steve Martin e John Hoffman
ao criarem o 'não-texto' do episódio. Ficou algo bacana de tratarem um episódio focado em Theo, que é surdo, nos colocarem nas perspectiva dele, de quem não escuta nada, tendo um ator, James Caverly, que é surdo desde o nascimento, um lance bacana de representatividade, e sagacidade no roteiro, com a questão em mãos.
Por falar em representatividade, ainda temos um casal LGBTQIA+ no show, sendo das duas a de maior destaque Da'Vine Joy Randolph, a detetive Dee Williams... ambas são negras, e isso é algo raro de se encontrar na Hollywood de hoje em dia, então é bom ver essa abertura e diversidade cada vez mais crescendo.
Além é claro da participação de Jane Lynch, nos dois últimos episódios, fazendo o papel da antiga dublê de Charles na série Brazzos, Sazz Pataki... Jane, que é lésbica assumida, já é conhecida da extinta série 'Two and a Half Men', era a terapeuta de Charlie, e tal era como lá, onde possuía uma veia cômica enorme, aqui ela está mais explêndida ainda, sempre muito bem vê-la em cena, ainda mais com um monstro como Steve Martin.
A série recebeu neste começo de 2022 va´rias indicações a Melhor Série de Comédia/Musical nas principais premiações, como Sag's, Critics Awards, Globo de Ouro, Emmy e Satellite Awards, assim como Steve Martin e Martin Short para Melhor Ator. Já Selena Gomez foi esnobada pelo Emmy, mas indicada tanto no Golden Gloves como no Satellite Awards.
É uma das melhores comédias no Streaming hoje, diversão e mistérios garantidos, e um elenco protagonista matador nas atuações e principalmente na química, 'Only Murders in The Building' só peca mesmo em ter apenas 10 episódios de por como mais de 30 minutos cada... quando acaba, fica aquele gosto de quero mais, e para quem gosta de maratonar de uma vez, vai ficar órfão da série cedo, cedo.
(20/12/2022 - Star Plus)
Ms. Marvel
3.2 230 Assista AgoraCom a chegada do Disney Plus ao mercado, a Marvel Studios entrou de cabeça nas séries/minisséries, que hoje é o grande hype e o grande foco do público e dos estúdios de Hollywood. Com a explosão e sucesso da Netflix, as séries ganharam uma força gigantesca planeta afora como nunca havia tido antes... mas somente mundo afora, nos EUA, sempre foram carro chefe, mas principalmente, na TV a Cabo.
Com a advendo do Streaming, Kevin Feige iria poder contar histórias que nunca conseguiriam ser contadas no cinema, porém é meio nítido que no quesito séries, a Marvel Studios ainda não acertou a mão em cheio, uma vez que elas olham para elas como um filme de 6 ou 8 horas de duração, ao invés de uma história que precisa ser fluída entre seus episódios e se amarrar para chegar em êxtase na sua "season finale".
De todas, até o momento, vejo apenas 'WandaVision" como a única série que sustenta e que é coesa, fugindo um pouco das amarras cinemáticas que as outras séries acabam ficando presas. Com Ms Marvel não é diferente, pois parte da mesma premissa, e ao mesmo tempo que acerta em cheio, escorrega com força.
Pra começar, não conheço Kamala Khan, ela apareceu nas HQ's a poucos anos atrás, e como estou atrasado nas revistas ainda não cheguei em sua estréia, não li nada da personagem, e vim para a série sem nenhuma referência da personagem, portando, o fato de ela não ter seus poderes originários das Névoas Terrígenas dos Inumanos não me atinge. Vou aceitar e degustar o que está sendo criado pelo MCU.
Kamala foi criada por Sana Amanat, G Willow Wilson e Adrian Alphona (desenhista que também criou os Fugitivos) Kamala é paquistanesa, mora em Jersey City, se inspira em Carol Danvers, a Capitã Marvel, é Inumana e seu nome é uma homenagem ao já saudoso Stan Lee, pois nome e sobrenome possuem o a mesma letra, K, assim como Stan fez com os demais personagens da Casa das Ideias, como Matt Murdock, Stephen Strange e por aí vai...
A série é boa? Sim, eu gostei bastante, como fã da Marvel, é um produto que vai divertir grande parte do público... criticamente falando, derrapa demais, pra não dizer muuuuuuito.
O primeiro episódio da série "Geração Porque" é, sem sombra de dúvidas, 'O Melhor Episódio de todas as séries do MCU juntas'... de muito longe, é PERFEITO, sem nenhum erro, divertido, engraçado, simpático, grandioso, lúdico. Possui um tom próprio, nunca antes visto ainda no MCU, uma arte visual atual, que conversa com os jovens do seu tempo, a arte salta a tela, de forma animada, de forma inanimada, uma linguagem visual bem quadrinística, que vai encher os olhos daqueles que são leitores de HQ's.
A série começou lá no alto, nota 11 de 10 pro primeiro episódio, tinha tudo pra ser a melhor série do MCU, e o nível se manteve no segundo episódio, uma continuidade visual e de narrativa ótimas, nos fazendo se apaixonar mais ainda pela Kamala e sua família, e nos imergindo em seu próprio pequeno universo.
(Aquele começo de série, com aquele tema oitentístico vindo dos trailers, tocando de fundo e logo em seguida a Kamala com seu vídeo em seu canal no Youtube, narrando a batalha contra Thanos, aquilo é a coisa mais gostosa da face da Terra).
Poréééééém... nem tudo são flores, infelizmente, e o Marvel Studios não consegue manter uma narrativa funcional em suas séries, onde os episódios se conversam e amarrem algumas tramas e pontos, para chegarem de mãos dadas no último e eletrizante episódios que toda a série deveria ter. Com esse olhar, ou premissa de filme de 6 horas, eles tem caído em uma armadilha vista em todas as séries até o momento (inclusive WandaVision), a já famosa 'embarrigada' que serve nada mais nada menos, para cozinhar a trama , pois não há muita coisa a ser mostrada até sua conclusão e cumprir x números de episódios encomendados para o show.
O quarto e quinto episódios da série são ruins, nem são fracos, são ruins mesmo... tá, o quinto é só fraco, mas o quarto é ruim com força de dar dó. Mal escrito, mal editado (e põe mal editado nisso, beira o amadorismo, que vergonha...) mal conduzido e também mal dirigido... como pode uma série ter ao mesmo tempo o melhor episódio de todas as suas séries juntas e também ter o pior episódio de todas as suas séries juntas?
É tudo tão clichê nesse episódio, tantas ideias furadas e ultrapassadas, que é cômico demais ver tanta incapacidade dos profissionais que começaram acertando em cheio no alvo, e agora sequer sabiam o que fazer com o que tinha em mãos... esse episódio foi sofrido demais, muito ruim.
O quinto episódio é bem fraquinho, se sustenta ali e acolá, mas tem também umas resoluções, principalmente com a família de Kamala, muito apressadas, pouco explicadas, que broxa na hora o espectador que vê a qualidade da série cair pelo ralo em queda brusca.
A 'Season Finale' até que é promissora, bem feitinha, redondinha, anima bastante, mas também cai no clichê, deixa a desejar, não consegue definir um antagonista para Kamala, faz ela se perder em certas atitudes já manjadas, por 'crushes' mal resolvidos e prefere dar um desfecho onde joga na segurança (muito inspirado em Homem Aranha 2 de Sam Raimi), do que apostar em algo mais inovador e espetacular.
O elenco da série é ótimo, tanto o núcleo familiar, como o núcleo de amigos de Kamala, os atores escolhidos mandaram muito bem... já os antagonistas não brilharam, nem os Djinns, nem Kamram, e nem Deever do Controle de Danos, todos esses atores, estiveram um degrau abaixo e entregaram atuações mais genéricas, que para mim, não agradaram tanto.
Porém, é de Iman Vellano que quero exaltar, pois ela, fã de carteirinha da Kamala Khan dos quadrinhos, leu toda a série, além de ser fã tanto da Marvel Comics, como da Marvel Studios, foi a escolha perfeita e certeira para o papel da heroína.
Vellani é tão fã de Kamala, que foi fantasiada como Ms Marvel em uma Comic Con, e dizia ser o sonho dela interpretar a personagem na Marvel Studios... e 'buuuuum', lá está ela em uma estreia arrasadora. Ela é perfeita mesmo para o papel, é uma grande atriz, talentosa, engraçada, performática, e nos conquista já de cara... não tem como não se apaixonar por Iman Vellani, e ela já está eternizada como uma dos maiores astros do MCU.
Ms Marvel tanto acertou em seu começo, como errou gigante em seu meio, para finalizar na segurança de um episódio que pouco empolga, mas impacta com uma revelação bem controversa. Abaixo nos Spoilers, discorro de o porquê destruíram uma série que já estava pronta, para refilmar e dar outro tom e final pro show, o que acarretou episódios ruins e fracos e fez a qualidade cair, em prol de uma citação que nem poderia caber nesta série.
Como mencionei, Kamala Khan, nos quadrinhos é uma Inumana, e seus poderes de esticar o corpo e imitar esteticamente outras pessoas vêm dessa exposição às névoas terrígenas inumanas, que lhe conferiram esses poderes.
MS Marvel foi idealizado e filmado no MCU como Kamala sendo Inumana, mesmo que na série, ela use um bracelete que com certeza tem origem Kree (mais sobre eles no filme da Capitã Marvel), e esse bracelete é que lhe confere poderes na série.
A agência DODC, de controle de danos, tinha outro nome nas primeiras gravações da série, quando as fotos foram divulgadas na época das gravações externas da série... mas mudaram para DODC por outras razões, ou seja, já tivemos refilmagens neste ponto.
Os Djinns, ou ClaDestinos, seriam na verdade um grupo de Inumanos, que se autodenominariam dessa raça na série, porém, foi ordenado a mudança de nome deles de Inumanos, para Djinns, que tem a ver com a cultura muçulmana, e nesse ponto temos mais refilmagens para excluir qualquer menção a palavra Inumanos, e também mudando o tom de várias cenas que começariam a perder o sentido e a relevância dentro do show.
A explosão que aconteceu quando a mãe de Kamram tentou adentrar o portal que levava para o mundo natal dos Djinns, na verdade seria uma explosão de cristais terrígenes, que faria com que a névoa dessa explosão se espalhasse pela cidade (não sei se o mundo) onde pela exposição à névoa terrígena, iria despertar o gene Inumano na população terrestre. Mas isto foi mudado na série, com regravações para não se ter nenhuma menção aos Inumanos, mudando totalmente o sentido da missão desses Djinns, que ficou sem sentido, sem base e muito mal finalizado nessa cena do quinto episódio.
Ou seja, desde o começo, Kamala Khan seria uma Inumana nesta série, não sei o que se passou com Kevin Feige para mudar isto, se foi o fato de não querer ligar a personagem com a série mal sucedida dos Inumanos, ou querer de fato limá-los do MCU... mas aí não bate com o fato de toda a série ser gravada com ela sendo Inumana, e depois termos regravações da série para tirar isso do enredo e da personagem, e obviamente, adiar a estreia da série que seria em fevereiro e passou para Junho.
E aí tiveram essa ideia que ainda estou digerindo, de Bruno (Matt Lintz) dizer a Kamala na cena final de Ms Marvel, que ela possui um gene diferenciado em seus sistema, uma espécie de 'MUTAÇÃO', e quando ele diz essa palavra, de fundo, toca timidamente o tema de abertura do desenho animado dos anos 90 dos X-MEN, tema este que toca quando o Patrick Stewart aparece como Professor Xavier em 'Doutor estranho no Multiverso da Loucura', caracterizado como o Xavier do desenho, com a cadeira flutuante amarela.
Ou seja, os mutantes foram citados pela PRIMEIRA VEZ no MCU, e Kamala, ou é a primeira mutante, ou ela só foi a primeira mesmo a aparecer.
Mudaram todo o tom do show, todo o sentido de algumas cenas, toda a incursão do grupo conhecido como Djinns, que seriam Inumanos, apenas para fazer com que Kamala fosse a primeira mutante do MCU, para dar um ponto de partida no vindouro projeto envolvendo os mutantes e os X-Men.
Não que eu não achei isso legal ou bacana...mas é uma mudança muito brusca, não há muita necessidade de você mudar a Kamala de Inumana para mutante no MCU, não iria confundir o público, pelo menos ao meu ver. Acho um desperdício para com a personagem torná-la mutante, mas se a o caminho que eles querem seguir, que façam bem feito daqui para frente.
Toda essa mudança feita na série, depois de ser totalmente gravada, fez ela cair de nível de uma forma absurda, e acabou perdendo muito de sua relevância e de sua identidade. Algo que começou como um arrasa-quarteirão e se transformou em uma paródia de si mesma. Realmente erraram feio, mas muito feio com a premissa da série. Ou faz bem feito e bem organizado, ou não faz gente... fazer e depois mudar tudo quando já está finalizado? Porque não decidiram isto antes? Olha a bagunça que a série se tornou... lamentável!!!
As poucas estrela vão para o mencionado acima... mas MS Marvel ainda é uma série divertida que vale muito a conferida, possui um começo que dificilmente será superado em séries futuras, diverte, entretém... mas como produto final, com as mudanças já citadas, ficou muito a desejar. Que Kevin Feige, Victoria Alonso e demais produtores aprendam com esse erro grotesco.
(16/07/2022 - Disney Plus)
Agentes da S.H.I.E.L.D. (6ª Temporada)
3.7 51O sexto ano de Marvel's Agents of Shield, diferentemente dos outros anos, tem apenas 13 episódios, bem mais enxuto, e com uma trama que vai direto ao ponto, sem episódios embarrigados, e com um ritmo alucinante que pega o espectador.
Já dando indícios que a série estava rumando para seu fim, pelo fato de ter seu ano encurtado nos episódios, Agents of Shield ainda traz uma boa trama, se reinventando para manter o seu fiel público, mas pecando ainda no vilão principal do arco, que continua sendo um vilão mais clichê, sem desenvolvimento e fraco.
O ponto forte deste ano foi o suspiro que Clark Gregg ganhou na série, depois que seu personagem Phil Coulson, morre definitivamente no MCU (sim, pra mim, a série é canônica e problema é do Zé boné, não meu). Gregg retorna ao show como o vilão Sarge, que é de longe o melhor personagem do ano, muito bem criado...
Você fica entre adorá-lo ou odiá-lo, é uma mescla que muda a cada episódio, pois Gregg agora tem uma camada maior para atuar e brincar com seu personagem.
Como acontece em quase todos os anos da série, ele não é o principal vilão da temporada, os produtores colocam um vilão como bode expiatório, para o verdadeiro antagonista se revelar nos capítulos finais, e esse papel neste ano coube a Karolina Wylder, no papel de Izel, uma vilã que aparece mostrando que é imponente, porém vai caindo na breguice e na clichezice comum dos vilões de fim de ano da série.
Uma pena, pois tinha potencial ali para ela ser mais barra pesada, ameaçadora, amedrontar mesmo os nossos heróis, mas é muito clichê, muitas frases de efeito, muita cara blasè de quem pode derrotar todos em 3 segundos, mas fica ali cozinhando e cozinhando...
Os agentes precisam deter Sarge e sua gangue que vêm de outro planeta, e que querem destruir o planeta para que Izel não liberte o povo deles, que virá para dominar o planeta Terra.
Os primeiros episódios são arrasadores e prendem a atenção de quem assistir, porém, nos 5 ou 4 capítulos finais vai cair um pouco de nível, pela pesada de mão com a vilã Izel.
Gostei muito de Jeff Ward como Deke Shaw neste ano, tentando se encontrar em um tempo onde ele não se encaixa, e parece ser perfeito para ele. Seu personagem, hoje muito mais cômico, do que quando apareceu na temporada passada, ganhou o tom certo para não ser só alívio cômico, e poder tirar o que de melhor Deke pode oferecer, e o melhor da atuação mais despojada de Jeff.
O resto do elenco dispensa comentários, estão todos ótimos e no mesmo nível de sempre de excelência, com um destaque especial para Natalia Cordova-Buckley, a Yo Yo Ramirez, que neste ano está dramática no ponto certo, fazendo Natalia atuar em garbo e elegância.
Não gosto de finais que deixam mais perguntas do que respostas, mas foi satisfatório e competente com o que foi criado para este ano.
De destaque entre os episódios, todo o arco do começo do ano, que se passa no espaço com Daisy, Simmons, Piper e Davis, procurando por Fitz e Enoch é ótima, e foi a mais interessante de se acompanhar... mesmo tendo todo aquele arco de Sarge, Snowflake, Jaco, chegando na Terra e enfrentando a SHIELD de Alphonso Mackenzie.
(07/07/2022 - Disney Plus)
Cavaleiro da Lua
3.5 421 Assista AgoraO mais novo capítulo do Marvel Studios em sua fase 4, vem em forma de minissérie, e apresenta para os espectadores do MCU mais um "super-herói" da editora/estúdio que atua de uma forma mais urbana... o Cavaleiro da Lua (Moon Kinght no original).
O Cavaleiro da Lua apareceu pela primeira vez nas HQ's em 1975 na revista Werewolf By Night, o Lobisomem, personagem que ganhará um especial de Halloween em Outubro pelo próprio Marvel Studios, dentro do Disney Plus. Ganhou fama mesmo na sua primeira revista solo, cinco anos depois nas mãos do famoso e renomado Bill Sienkiewicz (que é homenageado na série, levando o nome do hospital psiquiátrico que aparece no último episódio), que já trabalho nas revistas do Demolidor e do Thor na Marvel, entre outros.
Eu mesmo conheci o Cavaleiro da Lua apenas nocomeço da década de 2000, durante o arco da revista Marvel Knights, quando ele financiou uma equipe composta pelo Demolidor, Justiceiro, Viúva Negra, Manto e Adaga, para agirem urbanamente contra os malfeitores. Mas me afeiçoei mesmo ao personagem no arco escrito por Charlie Huston e desenhado pelo gênio da arte David Finch, onde ele nos mostra um Marc Spector mais perturbado, tentando voltar a ser digno de Konshu, e sofrendo pelo fato de ter assassinado um de seus principais inimigos, que agora reside em sua cabeça, e resolve palpitar em seus atos de vigilante. Esse arco é sensacional, e foi aí que pude conhecer mais a fundo sobre o Cavaleiro da Lua e suas múltiplas personalidades.
A série do Disney Plus, é baseada principalmente no arco de Jeff Lemire e Greg Smallwood, mais recente de 2016, e este arco eu nunca li, apenas conheço o que foi mostrado do Cavaleiro da Lua no arco de Huston da década de 2000, portanto cheguei bem desalinhado da proposta da série para o personagem, pelo o que eu conhecia dele.
Marc Spector é o alter ego do Cavaleiro da Lua, que faz um pacto com Konshu, Deus grego da Lua, para se tornar seu avatar e levar a justiça para aqueles que fazem o mal. Porém, Marc possui outro alter ego que se chama, Stephen Grant, uma outra personalidade de Marc, bem diferente, como se fosse uma pessoa completamente diferente. E uma outra personalidade ainda, chamada Jake Lockley, sendo que este eu ainda não havia conhecido e nem ouvido falar nas HQ's.
Portanto vim assistir a série com a cabeça livre, sem me prender ao que conhecia dos quadrinhos, e aproveitando mesmo a experiência de ver o que a Marvel havia criado e construído para a série. E a experiência foi muito positiva.
Protagonizado por Oscar Isaac (Duna) e Ethan Hawke (dispensa apresentações), Cavaleiro da Lua traz muito da cultura egípcia para série, traz uma trama intrigante, que dá espaço e ênfase tanto a Marc, quanto a Stephen, passando também por Harrow, o vilão de Ethan Hawke.
O Cavaleiro da Lua não é caracterizado nesta série muito como super-herói, ele luta pelos próprios motivos e princípios, tenta deter o maior inimigo de Konshu, além de Marc ter que lidar com Stephen, seu outro alter ego, e sua esposa Layla El-Faouly (interpretada pela ótima atriz, May Calamawy).
A série segue um bom ritmo durante seus 6 episódios de 50 minutos em média. Leva muito tempo explicando tudo nos mínimos detalhes para espectadores de primeira viagem que não conhecem o personagem e sua mitologia, que não ficam perdidos durante o desenrolar da trama, mas também podem acabar achando um pouco enfadonho não desenrolar a trama demais em seu começo, e ficar embarrigando demais os acontecimentos. Ou seja, espectadores de primeira viagem, ou que não costumam acompanhar o MCU, terão que ter uma paciência maior nos 3 primeiros episódios, até a ação desenrolar de uma maneira fluída.
O CGI e os efeitos visuais do filme estão dentro do padrão esperado para minisséries televisivas, muitos podem estranhar um pouco as CGI, que não são tão genuínas, ou até mesmo notar os personagens Konshu e Anmmit, que dão a impressão de serem mais borrachudos, mas para mim, em nada atrapalhou a experiência de conferir a série, e em tela, não chega a ser tão gritante assim esses detalhes.
Pelo pouco que conheço do Cavaleiro da Lua, gostei do que foi apresentado na Minissérie, mesmo sendo bem diferente do pouco que conheço dele do arco de Charlie Huston de duas décadas atrás. Aqui, ele não tem seu amigo francês de longa data que o ajuda no dia a dia de vigilante, ele não é podre de rico, para financiar sua vida de vigilantismo, usando um helicóptero em forma de lua para se locomover pela cidade. Seu uniforme feito a mão com tecidos resistentes à prova de balas e outros ataques, não foi retratado na série, uma vez que no MCU a entidade Konshu é que dá a Marc o poder para conjurar seu próprio uniforme com um pensamento e ainda lhe concede uma espécie de fator de cura.
Acho que quem segura mesmo a série é Oscar Isaac e Ethan Hawke, eles fazem um trabalho esplêndido interpretando Marc Spector/Stephen Grant e Arthur Harrow, respectivamente.
Ethan já um ator veterano, muito competente e talentoso, e voltou às raízes em um papel de um personagem que remete muito aos papéis que ele fez no começo da carreira que o alçou dentro de Hollywood ao estrelato. E o seu vilão é muito bem construído e suas motivações são puramente malignas, para nós, porque em sua visão, ele considera estar fazendo um ato de caridade e não de vilania.
Já Oscar Isaac, com toda certeza dá um show interpretando dois personagens que são tão diferentes, mas se completam, sendo uma pessoa só... Marc Spector, com sotaque americano e destemido, experiente, soldado e tudo mais... e Stephen Grant, mais retraído, um pouco bunda-mole, sotaque britânico, cabelo bagunçado.
Oscar brinca demais com essas duas personalidades distintas, e apenas cresce durante a série, com o ápice sendo o quinto episódio, quando Marc e Stephen estão juntos no pré-Morte, ou pré Além vida, e graças a magia do cinema, nós temos dois Oscar Isaac em cena, e ele se sai muito bem atuando duas personalidades distintas e tão diferentes e iguais ao mesmo tempo, em tela, contracenando juntos.
E devo dizer que o quinto episódio da série é de longe o meu favorito!!!
Dou destaque também para May Calamawy que fez Layla, esposa de Marc, uma triz sensacional que tem um carisma enorme em tela, me peguei muito torcendo por ela, e que tem uma química com Oscar muito boa e que dá um frescor a mais para a série.
Criado por Jeremy Slater, o showrunner da série, e dirigido pelo trio Mohamed Diab, Justin Benson e Aaron Moorhead, que fizeram um ótimo trabalho nos 6 episódios em termos de direção, 'Cavaleiro da Lua' sofre apenas do mal do clichê.
Toda a construção do personagem vigilante, da sua relação com a esposa Layla, de seus embates filosóficos entre Marc e Stephen, que dividem o mesmo corpo, e o famoso encontro entre o mocinho, no caso Stephen, e o vilão Arthur Harrow, que cordialmente se conhecem e conversam e tomam chá juntos, para depois partirem para hostilidade por partilharem de visões e opiniões distintas de heroísmo e vilanismo, é muito clichê... já é algo visto por aí afora em dezenas de filmes e séries ao decorrer das décadas. É uma narrativa já batida, muito comum de ser usada e reusada... e pelo menos aqui, esperava uma originalidade maior para se criar um cenário onde herói e vilão percorreriam outro caminho para seu embate moral.
A trilha sonora da série, composta por Hesham Nazih é ótima, um ponto forte do show, compõe bem as cenas, os personagens, traz faixas únicas para Marc, quando em cena, e para Stephen, quando em cena, para Layla, Konshu, e está centrada em um tom totalmente egípcio, mais teatral, mais endeusístico, se assim posso dizer... não está totalmente único, mas tira o que de melhor pode ter no folclore egípcio e grego de divindades antigas, se tornando uma trilha inteligente, performática e que completa bem a proposta da série.
Outro ponto positivo da série, é não ter nenhuma menção sequer, a nenhum outro personagem ou super-herói que já pareceu no MCU... ninguém aparece, ninguém é mencionado, nenhum ato é mencionado, nenhum acontecimento é mencionado. É totalmente fechado no Cavaleiro da Lua, e estava faltando algo dentro do MCU que fosse assim, um arco fechado focado no personagem em questão, sem preocupações em amarrar a outras produções e citações de outros filmes e/ou séries. Bem como acontece também nos quadrinhos... você não precisar citar, mostrar ou situar, para mostrar que está se passando no mesmo universo. Simplesmente se passa no mesmo universo e ponto, apenas aproveite a experiência.
É mais uma ótima série do MCU, não chega a ser a melhor do estúdio, ou seja, não bate WandaVision, em minha humilde opinião, é claro... tem poucos pontos negativos, e mais pontos positivos, é inteligente, sagaz, engraçada, e bem construída... pecando apenas um pouco em alguns clichês básicos.
Mas acaba sendo uma série que muitos esquecerão com mais facilidade depois de uns meses, o que é uma pena, pois a série é riquíssima em conteúdo e traz consigo algumas gotas de originalidade, apesar de pecar nesse ponto também, tinha margem para muito mais.
(Assistido entre 19 e 24/06/2022 Disney Plus)
The Beatles: Get Back
4.7 117 Assista AgoraQuando a música entrou de verdade na minha vida foi em 1997 conhecendo a MTV. Antes de isso eu só conhecia os Beatles porque meu pai sabia os nomes deles de cor, mas só os nomes, as músicas que era bom, nada. Discos então ele não tinha, então eu só conhecia as versões brasileiras das músicas deles, Submarino Amarelo, Hey Jude do Kiko Zambianchi, todas as versões da Jovem Guarda pros Beatles, aquela versão horrenda da Simone pro Merry Xmas do John Lennon, enfim...
Eventualmente, com a MTV, conheci a fundo e obviamente virei fã incondicional não dos Beatles, do catálogo, do trabalho, mas de tudo o que permeia e cerca a história e existência da banda. Só quem é fã mesmo vai saber do que estou falando, ser fã de Beatles é algo meio único, é tanta coisa, tanta história, tantos mitos, tantas músicas, tantas fases...
Acho que o Get Back era algo que todo fã da banda queria, mas também qualquer fã de qualquer banda e artista iria querer... acompanhar seus artistas prediletos que os inspiram, no estúdio, compondo e criando as músicas que você irá ouvir a exaustão quando colocar o disco na vitrola ou no CD Player. Conversando, se divertindo, as vezes discutindo, criando arranjos, letras...
Em janeiro de 1969, os Beatles entraram em estúdio para gravar seu novo disco, mas queriam fazê-lo de forma ao vivo e com platéia, então alugaram o Twickenham Studios para ensaiar novas composições para entrar neste disco. Ao mesmo tempo que ensaiavam, eles chamaram o diretor e amigo da banda, Michael Lindsay-Hogg para fazer um documentário sobre todo o processo de criação do novo álbum, e gravar o show que viria a ser o novo disco da banda, e este documentário iria sair possivelmente junto com o disco novo.
Lyndsay-Hogg gravou mais de 80 horas de imagens da banda, tanto no Twickenham Studios, como na Abbey Road Studios para este documentário que NUNCA saiu, nunca foi lançado... e o disco ao vivo que a banda queria gravar também não saiu. Ao invés disto, a banda, já na Abbey Road Studios, gravou o disco de mesmo nome, e, depois do fim da banda no ano seguinte, as músicas que foram ensaiadas e criadas no Twickenham Studios e Abbey Road Studios fizeram parte do Let It Be, último disco da carreira da banda.
Para trazer todo este material, há muito sem ver a luz do dia, foi chamado um dos melhores diretores da indústria cinematográfica moderna, Peter Jackson, da trilogia 'O Senhor dos Anéis' e da trilogia 'O Hobbit'. Sem falar que Jackson também é um fervoroso fã dos Beatles, imagina a felicidade do homem em poder pôr as mãos neste material...
E ouso dizer que este é um dos melhores trabalhos do Peter Jackson... foi incrível a tato que ele teve para poder montar este documentário, o que ele soube escolher para mostrar em cena, aonde ele focou, como ele dividiu as partes do filmes para nos dar uma ideia clara do que realmente estava acontecendo antes de começar a gravar as sessões na Twickenham, durante o processo, e depois ao chegarem na Abbey Road Studios.
Este documentário só poderia mesmo ver a luz do dia em formato de Streaming, pois muita coisa ficaria de fora se ele se tornasse um filme como 3h ou 3h30 de duração.
Get Back é dividido em três partes no Disney Plus, a primeira mesmo tem 3h de duração, com as duas seguintes com pouco mais de 2h30, ou seja, são um pouco mais de 8 horas de um material cuidadosamente escolhido, editado e montado pelo mestre e fã Peter Jackson.
A primeira parte do documentário foca nos ensaios na Twickenham Studios, já na primeira semana de 1969, onde os Beatles andam meio esparsos, tirando Paul, os demais andam conforme a maré e não se concentram demais nas coisas,,, depois da morte do empresário deles, Brian Epstein, que os colocavam na rédea, eles foram cada vez mais se desligando da responsabilidade e Paul acabou ocupando esse papel de chamar a atenção deles, de tentar colocá-los na rédea, de tentar fazer com que eles tenham disciplina e atenção para poderem criar canções para seu próximo trabalho.
É daí que sai a primeira rusga entre eles, focada em Paul e George, que chega ao ponto de George deixar a banda e não aparecer mais nos estúdios para gravar, o que faz com que John fique mais desleixado, sem ligar muito para o que vai acontecer daqui para frente, e de uma certa maneira colocando a uma parcela da carga de culpa em Paul pelo fato de George ter deixado a banda e de como eles não conseguem se compromete no estúdio.
A carga desse primeiro episódio é tão pesada,mas tão pesada, que mesmo sabendo que os Beatles não acabariam ali, nós temos uma impressão que não tem jeito, eles estão acabando aos poucos e é questão de minutos no filme para podermos contemplar este fim, porque é um caminho sem volta, tá muito nítido em tela, e você não vê uma forma que as coisas se resolvam para que do nada eles voltem a ter a química de antes e se acertem para voltar a criar grandes canções.
Por incrível que pareça, é exatamente DO NADA, que George se acerta com Paul, depois de um encontro entre a banda na casa de George, que não foi gravado, que as coisas começam a se acertar e George aparece na segunda-feira seguinte para voltar a ensaiar na Twickenham... e é naquela semana, ou naquele dia (esqueci agora), que magicamente Paul, junto a Ringo e George, começa a dedilhar e cantarolar o que viria a ser a música 'Get Back', enquanto esperavam John chegar no estúdio.
Não tem nada mais especial, mais mágico, mais incrível no mundo, ver como essa pérola de música foi criada assim... do nada, do mais nada possível... fica ali Paul dedilhando alguns minutos, sem letra, e aí começa a cantar 'Get Back to where you once belonged'. Então George e Ringo entram no dedilhar de Paul e ali começa a se formar a base demo da melodia da canção... e conforme o episódio passa, a cação se constrói, a letra brota, e vemos Get Back ganhando a luz do dia...é incrível, sem palavras... e isso acontece sutilmente com outras canções também.
O segundo episódio já temos a mudança deles da Twickenham para a Abbey Road Studios, aonde o clima muda consideravelmente, e tudo fica mais leve e vemos os Beatles criando mesmo, da forma mais pura, se divertindo, tendo novas ideias, relembrando coisas do início da carreira, viagens que fizeram, tocando músicas dos outros discos, de outros artistas... é um deleite para nós fãs... sempre digo que o segundo episódio é o melhor dos 3, é o mais divertido, o mais puro, o que passa voando, dado o entretenimento que ele proporciona.
Principalmente com o adendo de Billy Preston nos teclados, praticamente um quinto Beatle, ali que a banda se soltou, que começaram a falar a mesma língua, que as diferenças foram deixadas de lado, e se apareciam eram resolvidas tão rápidas que se você piscar, nem vai perceber que elas apareceram.
Foi com este documentário que sacramentei algo que vinha me segurando em afirmar há muitos anos... que John Lennon é meu Beatle favorito. Em termos musicais, focado no trabalho solo, ou em composições dentro dos Beatles mesmo, George era meu favorito, tinha muito apreço por ele, e também pelo John, mas sempre exaltando um pouco mais George.
Com 'Get Back', pude perceber que John tem muito a ver comigo, além de ser tímido, é muito, mas muito zoeiro quando está cercado por pessoas com quem tem intimidades para poder ser ele mesmo, sem medo de ser julgado ou apontado... para ser bobo mesmo.
Por ser fã de Oasis e sempre ter preferido o Noel Gallagher ao Liam, pelo fato dele compor as canções da banda e além der líder, ficar ali no canto do palco fazendo os solos incríveis que ele fazia, e também os backing vocals que intercalavam bem com os de Liam, sempre preferi no palco, músicos que tocam, fazem os backing vocals, e compõem... e John é um músico assim... ele toca a guitarra base, deixando os solos pro George, mas fazendo solos quando necessário, geralmente em suas composições, e faz muitos backings nas mais diversas canções dos Beatles, assumindo os vocais mesmo mais em suas composições... isso já me assemelha mais a ele, junto ao fato da personalidade boba e palhaça, mesclado á timidez e a sensatez também nas entrevistas e com causas mais séria...é meu Beatle preferido com certeza.
A Terceira parte culmina no famoso show no telhado em Salvine Row, que viria a ser a última apresentação ao vivo dos Beatles para o público... uma apresentação que teve muitas canções repetidas mas que metade delas integram o disco 'Let It Be' lançado um ano depois.
Essa apresentação também que foi levada para os cinemas, e que pude conferir ao ar livre no festival Open Air no Jockey Clube aqui de São Paulo, a chuva não ajudou muito e deixou o povo meio tímido para cantar e curtir mais... mas ainda assim foi uma experiência incrível onde no final todos aplaudiram essa incrível performance.
Ver os quatro tocando juntos, se divertindo, sem pressões, isso sim é Beatles em sua forma pura, e fecha o documentário com chave de ouro.
Pra qualquer pessoa que goste de música, este documentário é praticamente obrigatório, pois é muito gratificante ver uma banda no estúdio criando suas canções... e dá muita vontade de ver seus outros artistas favoritos fazendo o mesmo, para saber como é o processo criativo de cada um.
A duração, pouco mais de 8 horas ao todo, dividido em três capítulos, não é desculpa para ninguém assistir, afinal, quem não gosta de assistir películas longas, por favor, vai assistir o Luciano Huck então... porque pelo amor né!!!
Peter Jackson com seu melhor trabalho até então, uma 'Masterpiece', uma pérola, um deleite completo para os fãs dos Fab Four... para ser visto e revisto sempre, a qualquer hora, a todo momento...
Nota 1000.
(Assistido em Novembro 2021)
(Get Back: The Rooftop Concert, visto em 09/06/2022 no Vibra Open Air)
(Sempre reassistindo)
Gavião Arqueiro
3.5 327 Assista AgoraNo final de 2021, o Marvel Studios resolveu lançar seu último projeto do ano, e a sua última série como uma forma de festejar as festas de Natal e Ano novo junto a seus fãs... coube a Gavião Arqueiro ocupar este cargo.
Tendo Jonathan Isla como Showrunner e dirigido por Rhys Thomas, Gavião Arqueiro parte do ponto onde Ultimato terminou, Clint agora está realmente aposentado da vida de herói e para compensar os 5 anos em que sua família desapareceu no Blip, ele resolve ir a New York com seus filhos para aproveitar os dias que antecedem o natal, aproveitando para ver o (infame) musical 'Rogers-The Musical' que conta muito provavelmente a história de Steve Rogers, mas que na série vemos apenas a parte do musical onde os Vingadores se unem para derrotar Loki na batalha de Nova York.
A série é baseada no arco dos quadrinhos de mesmo nome escrito por Matt Fraction e David Aja, onde a arte de Aja é um pouco mais para um visual pastel, que também engloba ali o cartoon, com cores mais frias predominando o roxo que sempre foi a cor usada por Clint em seus uniformes... e onde também tem a participação de Kate Bishop neste arco.
Nunca li este arco dos quadrinhos, cronologicamente ainda não cheguei nesta parte, mas conheço a personagem Kate Bishop, que nos quadrinhos é a Gaviã Arqueira, fã de Clint e que integra a equipe de 'Jovens Vingadores'.
Na série, Kate é interpretada por Hailee Steinfeld (de Bumblebee), e ela foi muito bem no papel da nova heroína. Tem sua própria liberdade criativa para interpretá-la, uma vez que ela e a Katie dos quadrinhos diferem um pouco no quesito personalidade, mas tem semelhanças em outros pontos, e Hailee segura o protagonismo brilhantemente, sendo uma grata surpresa e uma ótima adição ao MCU.
Por ser baseada no arco de Matt Fraction, a série tinha tudo para ser boa, porém seu resultado final foi bem abaixo do esperado e a série infelizmente, em minha opinião, é muito fraca no roteiro e na direção, pouquíssima inspirada e sendo uma das produções mais fracas do MCU, junto a Thor O Mundo Sombrio e Homem de Ferro 3.
Acho que o melhor episódio da série, que possui seis, é o primeiro, pois o resto, peca ali e acolá. Temos a Gangue do Agasalho, que pelo que vi é mais ameaçadora nas HQ's, e aqui eles mais parecem um bando de trapalhões musculosos, do que um grupo que intimida e realmente irá desafiar as habilidades dos dois Gaviões.
Uma das antagonistas do show é Maya Lopez, interpretada pela atriz surda 'Alaqua Cox'. Maya nos quadrinhos se tornou 'Eco', contratada pelo rei do Crime para matar o Demolidor, acabou morrendo e foi ressucitada pelo Tentáculo, se tornou o Ronin, passou o manto para Clint Barton e depois integrou durante um tempo os 'Novos Vingadores'. Na série, ela perde o pai pelas mãos de Ronin, durante o Blip, em uma cena que entrega um fan service, e então passa a liderar a Gangue do Agasalho e se torna obcecada em matar o Ronin quando o mesmo supostamente volta a ativa em Nova York.
Alaqua está muito bem no papel, é umas das poucas que se salvam na série, e sua história de origem foi muito bem escrita, e contada, e tanto sua atuação como da atriz mirim que a interpreta na infância são muito convincentes. Ficou apressado demais por ser apresentada na série do Gavião, e poderia ser melhor desenvolvida se fosse em uma série própria.
Além de ser pouco inspirado, não ter uma trama tão cativante, e ter personagens que são bons até, mais que não te conquistam a ponto de você torcer por eles (tirando Katie e Maya), 'Gavião Arqueiro' tem um final HORROROSO de ruim e mal escrito.
Temos uma luta no gelo entre Clint, Katie e a Gangue do Agasalho, porém durante toda as série vimos no máximo uns 15 integrantes dessa gangue. De repente no último episódio, os produtores resolveram meter sem medo de errar uns 100 membros da gangue cercando os dois heróis, apenas para vermos em tela eles usando diversas flechas especiais com os mais variados truques embutidos nelas. Achei uma ideia bem mal escrita, bem mal pensada, pouco criativa... uma cena que não me convenceu.
Também temos uma luta entre Maya e Kazi (Fra Fee), muito curta, muito obvia, com um texto batido, mal atuado e com uma resolução brega. Fra Fee até que foi bem durante a série, mas nesta cena ele foi péssimo demais, graças ao texto.
Ainda tivemos uma série com os amigos que Clint fez durante a série, os membros da LARP, que se vestem como personagens de jogos de RPG de magia de mundos fantasiosos, e fazem batalhas vestidos a rigor por prazer. Aqui, para ajudar a evacuar o prédio atacado pelos Agasalhos, eles se vestem ridicularmente com suas fantasias bregas e ajudam o povo a sair (des)organizadamente, aos mesmo tempo que dá uns socos aqui e acolá nos Agasalhos, que eram para serem casca grossas... que vergonha alheia.
Dos demais atores na série, Florence Pugh aparece como participação especial como a Yelena Belova, irmã de Natasha, que foi contratada no fim de 'Viúva Negra' pela Condessa Valentina De La Fontaine para matar Clint Barton. Mas na série foi revelado que ela foi contratada pela mãe de Katie, ficou meio confuso, mas pode ser que ela pode ter chegado e Valentina pelos contatos que possuía por trabalhar com o Rei.
Florence tem uma dinâmica ótima com Hailee, suas cenas no elevador e na conversa entre as duas no apartamento de Katie são as melhores delas e da série. Mas Yelena tem uma luta no final com Clint, para se vingar da irmã, muito chula e brega, com frases de efeito e chega a ser ridículo ver como Yelena está equivocada e não percebe que a culpa não foi de Clint... não aceita nada do que ele fala, e no fim acaba se convencendo de que ele não teve culpa na morte da irmã, por algo que ele fala que é menos explicativo do que tudo que ele já havia falado a ela. Sabe aquela resolução fraca e boba,? É como se ela fosse inserida na série apenas para lutar com Clint e depois perceber que está errada e se arrepender e fiar amiguinha dele... que coisa ais mal escrita gente, que desperdício de atores.
Outro grande ator que aparece é Vincent D'Onofrio, diretamente da série Demolidor da Netflix, para interpretar seu Rei do Crime mas do que perfeito. Só aparece no último episódio, dá um show de interpretação, mata a pau, que ator é Vincent, e aquele com certeza não foi seu final definitivo.
Vera Farmiga faz a mãe de Katie, Eleanor Bishop e tem momentos bons e momentos mornos na série, foi pouco exigida em termos de roteiro e presença de cena.
Tony Dalton, ótimo ator, versátil, gostoso de vê-lo em cena, faz Jack Duquesne, noivo de Eleanor, a quem Katie não confia de forma alguma por achar que ele está envolvido no assassinato do próprio tio. Nas HQ's, Jack é o vingador conhecido como 'Espadachim', personagem do quinto escalão da Marvel, e aqui Jack tem sim habilidades de esgrima, mas seu personagem foi tão mal aproveitado na série, mas tão mal aproveitado, um desperdício imenso do talento do ator que não fez nada a série inteira, para no último episódio, ter uma fala ridícula de: "Agora é minha hora", e então lutar de espada com alguns capangas da Gangue dos Agasalhos...cruzes, até eu escreveria esse personagem melhor.
Simon Callow, que já fez Quatro Casamentos e Um Funeral e Ace Ventura 2, fez o tio de Jack, Armand Duquesne, e apesar de só aparecer no primeiro episódio, dá um show com seu sotaque britânico (sim, acho os britânicos melhores que os americanos), e se porta bem demais em cena, pena que sua participação foi curta.
Linda Cardelini volta como Laura Barton, esposa de Clint, mas em pouquíssimas cenas e Ava Russo volta como Lila Barton, filha de Clint.
'Gavião Arqueiro' infelizmente é uma série muito fraca, com pouquíssimas cenas de destaque, como a da perseguição de carro pela cidade que se encontra no trailer, cena parecidíssima com a cena de perseguição de carro de Natasha e Yelena em Budapeste no filme da Viúva. É mais mal dirigido que bem dirigido, não soube aproveitar os ótimos atores que estavam no elenco da série, muito mal roteirizado, uma trama fraca que não convence, uma reviravolta que surpreende zero pessoas, e que possui um último episódio de 1 hora sofrível, horroroso, cheio de péssimas ideias, que poucas cenas se salvam dali.
É uma série que não vou negar, diverte, entretém, mas enquanto você assiste você percebe o quanto eles erraram a mão produzindo e dirigindo esta produção.
Pra variar, na sua famosa cenas pós créditos (nas séries, cena pós último episódio né), eles nos brindam com a sequência COMPLETA do musical 'Rogers The Musical', que vimos cortado no primeiro episódio.
Aquilo é uma vergonha alheia... é... mas de tão tosco, é divertido, é engraçado, e o principal, é muito bem feito, muito bem dirigido, muito bem coreografado, e tirando os atores que fazem os Vingadores na peça, que não estão ruim devo dizer, os dois atores que começam a cantar e interpretar no início de terno, são ótimos em cena, cantam muito bem, se portam primorosamente em cena, parece que são dois profissionais experientes da Broadway sabe... é tosco, mas é bom (!!!!!) O que te sobra é dar risada, aquela nervosa, de anime, que sai uma gotona de suor da sua testa.
PS: Alaqua Cox retorna com sua própria série, Eco, que muito provavelmente deve trazer Vincent D'Onofrio , o Rei Do Crime, de volta.
(Assistido Novembro 2021)
(reassistido 30/05/2022)
Legion (1ª Temporada)
4.2 287 Assista AgoraO que caracteriza uma obra-prima...? Muitas pessoas vão ter inúmeras opiniões e visões de como elas caracterizam uma obra-prima em um filme ou em uma série, ou em qualquer meio de entretenimento, visual ou literário.
Da forma como eu vejo, uma Obra-Prima é algo que transcende o comum, que sai do óbvio, que brinca com as ferramentas que tem em mãos e as usa de uma forma não antes pensada, ou que mergulha no que de melhor já foi feito, colocando ou um tom de originalidade, ou o seu próprio tom.
Pra mim uma Obra-Prima dita um novo olhar no que você tende a entender que conhece, que sabe como funciona, que recomhece quais os caminhos usados para se chegar a tal fim. É algo que usa uma linguagem que você não sabia que existia, que nos fascina com formas que nunca poderíamos imaginar, ou que até imaginamos, mas não havíamos pensado que poderiam ter sido usados de tal forma.
É um roteiro que intriga, que seduz, que penetra na sua mente, que brinca com seu regojizar, que sai do óbvio e vai para além da imaginação, que tira o certeiro dos assuntos mais complexos, que faz você sair do ponto A e cair no E, sem passar por D ou C, sem explicar e contextualizar, e ainda assim você estará mergulhado naquele texto de uma forma tão profunda, que tudo que aconteça mesmo que não faça muito sentido, terá o seu total entendimento.
Viajei demais na maionese, só pra dizer que "Legion" série exibida pelo canal FX entre 2017 e 2019, em sua primeira temporada é uma das obras primas visuais e linguísticas mais impressionantes da década de 2010 e dos últimos, sei lá, 20 anos(???) talvez...
Um fato curioso, "Legion" é uma série Marvel, baseada no filho do Professor Xavier, David Haller, que tem poderes mutantes de alteração da realidade e da matéria, ele sozinho pode alterar toda uma realidade se quiser. Mas não era a ideia inicial fazer uma série sobre o Legião, filho de Professor X... a ideia de toda a história que permeia a série já havia sido idealizada por Noah Hawley (criador da série Fargo), e quando pintou o convite da Marvel para Hawley fazer uma série com eles, Hawley apenas disse que queria um personagem que se encaixasse na proposta de seu roteiro... tudo já estava pronto, Legião só caiu de para-quedas. pra mim, isso já é genial.
E Dito isto, pra mim, Noah Hawley é um gênio, um mestre em criar histórias interessantes, inteligentes, um mestre na arte da direção, em imaginar todo este universo, na criação da psique de seus personagens. Coisa magnífica, bonita e gostosa de se acompanhar, um verdadeiro deleite.
Noah Hawley se inspirou em grandes trabalhos que podem ser considerados obras-primas para compor e inspirar sua história, visualmente ou dentro do seu texto.
Você verá em tela muita coisa linguística e visual tirada de: 'Laranja Mecânica', 'O Iluminado', 'Psicose', muita coisa do próprio Hitchcock, 'Vinte Mil Léguas Submarinas' de Júlio Verne, muitas inspirações na série dos anos 60 'Além da Imaginação'.
Fora essas obras primas que inspiram a série, temos suaves quebras de quarta parede, cenas que homenageiam o cinema mudo e um protagonista que acaba sendo uma mistura de Jack Torrance de 'O Iluminado' com o Coringa de Joaquim Phoenix, dentro do que foi idealizado por Ingmar Bergman.
"Legion" se aprofunda na mente doente de David Haller (Dan Stevens) que além de ser um mutante poderoso, supostamente sofre de esquizofrenia, e são muitas as viagens criativas de Hawley na mente problemática de David, é onde grande parte da mágica da série acontece.
Possuído por um parasita conhecido como 'Rei Das Sombras' ou Ahmal Farouk, david constantemente tem dificuldades em distinguir o que é realidade e o que é delírio, sonho, pesadelo, irreal, mesmo quando os demais mutantes da ClockWorks vem em seu resgate no 'manicônio' para tentar livrá-lo das investidas da Divisão 3, que pretende exterminar o mutante mais poderoso da terra.
Os mutantes da Divisão 3, não existem nos quadrinhos, foram livremente criados por Hawley e consistem em Sydney Barrett (Rachel Keller) que tem o poder de trocar de corpo com quem a toca (lembra a Vampira? Claro!), Ptonomy (Jeremie Harris) que consegue penetrar nas memórias das pessoas, Cary e Kerry (Bill Irwin e Amber Midthunder) dois mutantes que dividem o mesmo corpo e Melanie Bird (Jean Smart) a líder e dona da ClockWorks.
Temos uma sequência a partir do episódio 5, onde em uma situação, quando David e os outros são emboscados na sua antiga casa, e estão prestes a morrer baleados, Sydney acaba adentrando no plano astral junto a David, que impulsionado pelo domínio do Rei das Sombras, faz com que todos no quarto também acabem indo para lá, e todo aquele momento é parado no tempo enquanto todos estão confinados no plano astraç em uma realidade criada pelo Rei das Sombras. Toda sequência é algo genial, muito bem escrito, transplantado em tela, de uma criatividade e liberdade cinemática, onde estamos em um outro plano de existência, dentro da mente de David e Rei das Sombras, e dentro daquela realidade criada, nós adentramos a mais realidades criadas por David, ou o outro Plano Astral de Oliver Bird, marido de Melanie que está preso no Plano Astral há décadas. Tudo soa confuso, e ao mesmo tempo tudo soa certo e avança gradativamente durante três episódios até tudo ser solucionado e todos voltarem aquele exato ponto que foi parado no tempo. Surreal!!!
O elenco de "Legion" é um dos elencos mais competentes que já vi em séries por aí a fora, praticamente no patamar de excelência de séries como 'Mad Men', 'Breaking Bad'.
Tanto Dan Stevens, como Jean Smart dão um show e os demais Coadjuvantes são ótimos e mais do que carismáticos.
Mas com certeza destaco dois atores, uma é a competente e talentosa Aubrey Plaza que faz Lenny Busker, amiga de David no 'manicônio' que morre já no começo e é dominada pelo Rei das Sombras que a usa para perturbar e bagunçar a mente e a realidade de David. Ela dá UM SHOW em tela, dança, performa, declama, faz tudo, tem toda uma sequência de dança no episódio 6 em um take que lembra um pouco ou não cenas de 'Chicago' ou uma estética mais 'Moulin Rouge'. Ela é incrível, atriz com A maiúsculo.
Além dela temos Jemaine Clement como Oliver Bird... de longe o melhor na série, tem um "q" de homem sessentista, da década eu digo, uma menira de se comunicar, de falar, de andar, de se movimentar.
Jemaine é um atorzaço, dá pra aprender muita coisa com ele em termos de atuação, tem as sacadas na hora certa, dança excelentemente bem, canta afinadíssimo, existe algo shakesperiano nele, eu não sei. Ele é o tipo de artista que eu gostaria de ser, impecável, suas cenas são arte puríssima, um personagem gostoso de escrever, interpretar e assistir.
Simplesmente a primeira temporada de "Legion" é uma das coisas mais incríveis que já assisti. Lembro que havia assistido algo semelhante, com uma pegada parecida, brllhante, que tinha potencial, a série "Maniac" original Netflix, e aquilo havia me virado a cabeça. Mas Noah Hawley superou minhas expectativas além da conta com "Legion".
Uma série que eu não dava nada, quando fiquei sabendo de sua produção, não achei uma boa ideia fazer uma série televisiva de um personagem que as pessoas mal conhecem ou têm apreço como o Legião. Mal imaginava eu a história surreal que dava para contar com ele.
Por mais que seja baseada nas HQ's da Marvel, a série não tem nada de super-herói, nada de heroísmo, grande vilão, grande equipe, fan service ou o que for. É uma série que brinca com a psique das pessoas, com sua noção de realidade, e que sabe fazer como ninguém seus personagens evoluírem do ponto A ao B, episódio por episódio, em uma crescente que ao fim da primeira temporada, eles já não são os mesmo do primeiro episódio.
É uma pena a série não ser tão reconhecida, pois com sua liberdade criativa, é uma das melhores produções que a Marvel já fez, de todos os tempos, e uma obra-prima audiovisual incrível. De um texto rico e inteligente, e uma linguagem visual inspirada nas principais obras já existentes de grandes visionários.
Noah Hawley é um gênio moderno da sétima arte atual, sem medo.
Toda a série se encontra na Netflix e no Star Plus.
(Assistido a primeira vez em 2020)
(Reassistido 23-05-2022)
F1: Dirigir para Viver (4ª Temporada)
3.8 27 Assista AgoraJá tem muito tempo, mas muito mesmo, que venho tentando falar de Drive To Survive, que se encontra em sua 4ª temporada.
Acho a ideia bacana demais, um documentário que retrata toda uma temporada da Fórmula 1, focando nas equipes e pilotos e fazendo uma boa captação de como foi a disputa naquele ano em específico.
Da forma como eu vejo, a série (que sempre possuiu 10 episódios) começou muito bem, as duas primeiras temporadas são ótimas e dão uma ótima dimensão do que aconteceu naquelas temporadas. É claro que existe a questão de liberação por parte dos pilotos e equipes para aparecem na série, e por conta da falta de liberação de alguns deles, algumas figuras centrais acabam sendo menos comentadas na série. Nessas duas primeiras por exemplo, a atenção e o protagonismo dado pelos produtores ao Daniel Ricciardo e a Red Bull é gigante, e excessiva demais, acabam deixando de focar em outras equipes e pilotos que mereciam destaque.
A terceira temporada também é atrativa, mas já começa a cair o nível, justamente por deixar de abranger certas corridas bem disputadas, e alguns times e pilotos que não deram sua liberação, ou não dão muita bola pra série por acharem que ela não faz um bom trabalho em termos de roteiro. E esse é um ponto verídico... é nítido como os produtores tentam provocar situações, rixas, desentendimentos que não existem. Claro que em uma acertaram, Checo e Ocon, assim como com Max e Ocon naquele empurrão já histórico, mas forçaram muito em tantas outras, como foi com Seb e Daniil, não tinha rixa ali, só um esporro do Vettel, além de Carlos e Alonso, nunca tiveram rixa e são amigos fora das pistas, um respeita o outro, rivalidade na pista é uma coisa absolutamente NORMAL. Assim como foi nesta temporada com Lando e Daniel, quem acompanhou a temporada sabe que isto nunca existiu, mas a série teve que criar um drama, totalmente desnecessário e inexistente.
Gosto de acompanhar a série, mas este ano pecaram demais. A temporada de 2021 foi a melhor temporada da F1 dos últimos anos, acho que dos últimos 20 se posso dizer, e a temporada de DTS foi prejudicada por Max não liberar sua aparição na série, por achar ela tóxica, e pelos produtores terem deixado corridas e momentos importantes de fora, como o erro de Lando na Rússia, a inexistente atenção na Ferrari, a esnobação na Alfa Romeo e Aston Martin, pouco foco no Mick Schumacher, um episódio de protagonismo pro Nikita, piloto mais odiado do grid, praticamente nada da Alpine. Além de sequer terem dado destaque para o GP de São Paulo, a melhor corrida em São Paulo de todos os tempos, foi surreal não só a corrida, que ainda teve corrida Sprint com AULA de pilotagem do Hamilton que saiu de último para a vitória, mas teve um clima absurdo dos fãs, o barulho em São Paulo foi tão grande que as páginas oficias das equipes e dos pilotos se renderam aos bordões brasileiros entoados pelo Sérgio Maurício: 'Jorgão da Massa', postou a Williams, "No Brasil não se diz Lewis Hamilton, se diz Patrão" postou a Mercedes, 'Monegato' para Charles Leclerc. E teve apenas 10, 20 segundos de Brasil no DTS, beirando o ridículo.
Acho legal focarem em personagens como Yuki Tsunoda, que é um moleque bem engraçado, No Esteban Ocon, um ótimo piloto, mas dava pra mostrar muito mais, tiveram corridas bem esquecidas como na Holanda, no México, Austin, Spa não teve aquele foco, foi bem superficial, Rússia, como foco só no Nikita, ou seja, nada a ver. Pecaram bastante na melhor temporada de todos os tempos, que merecia pelo menos uns 13 episódios para abranger mais coisas.
Houve foco demais no Crhistian Horner e sua família, comentários bem desnecessários de Will Buxton (gosto muito dele, mas ele manda muito melhor no Youtube da F1 do que no DTS) e outros jornalistas que dão pitacos na série.
A série é boa pra quem não conhece, não acompanha e não é fã de F1, e isto é algo certeiro, quem não gosta ou não acompanha, quando assiste 1 temporada, acaba fisgado, quase 100% das pessoas que assistiram pelo menos 1 temporada de DTS estão acompanhando a F1 assiduamente até hoje, para angariar novos fãs e telespectadores a série obtém sucesso e faz um belo trabalho. Mas pros fã de longa data como eu e outros, a gente vê os erros e inconsistências e como pecam em focar na temporada com rusguinhas bobas e desnecessárias, muito ego inflado ali dentro dos paddocks.
Muita gente atribui o sucesso e crescimento da F1 nos últimos 5, 6 anos graças ao Drive To Survive, e eu reconheço que sim, ela tem seu papel, principalmente nos EUA, que nunca ligou para F1 e hoje é mais assistida que a IndyCar, mas eu atribuo muito esse sucesso e crescimento recente da F1 aos canais oficiais na internet de pilotos e Equipes, no Youtube, Twitter e Instagram, e mais recentemente no TikTok. A troca com o público nesses canais é gigante e absurda, e muita gente nova, principalmente o público feminino, se mantém assiduamente na F1 graças a esses canais que aproximam os fãs dos pilotos e das equipes e do mundo da F1, mesmo quando não temos corrida no fim de semana, no summer break, ou quando a temporada termina.
Com todos os erros e ideias errôneas, eu recomendo para pessoas que querem entrar na F1, e como sempre digo, quem não gosta de F1 está morto por dentro, é um dos esportes mais legais e emocionantes de todos os tempos.
Mas o Drive To Survive precisa melhorar e se reinventar, tá bem fraquinho.
(Maio 2022 - NETFLIX)
What If...? (1ª Temporada)
3.8 279 Assista AgoraPra quem sempre leu quadrinhos como eu, sabe que a série "What If?" que aqui ganhou o nome de "O Que Aconteceria se...?" sempre esteve desmembrada em diversas revistas da Marvel, seja pela editora Abril, seja pela atual a Panini. O que mais chamava atenção nela é ver acontecimentos de histórias e sagas da Marvel, por uma outra perspectiva, por um outro lado, acontecendo de maneira diferente, tipo: E se o uniforme negro nunca se separasse do Homem-Aranha, ou, e se a Ilha viva de Krakoa tivesse matado os Novos X-Men, e por aí vai.
Imagine a minha surpresa, quando ao ser anunciado a fase 4 do MCU, Kevin Feige revela que 'What If?" estava em desenvolvimento em forma de animação, para contar histórias alternativas do próprio MCU... e com uma adição melhor ainda, dublada pelos atores que deram vida aos seus personagens. Genial, pra dizer o mínimo.
Claro que na prática, no produto final, isso precisa funcionar, e depois de conferir os 9 episódios da série, devo dizer que ela mais agradou do que decepcionou e é mais um grande acerto do MCU nesta nova fase que o estúdio passa.
A animação é muito bem feita, os traços, as cores, a ambientação, as formas dos personagens, tudo é muito bom. Ele pode estranhar no começo para algumas pessoas, como eu, mas você se acostumas muito rápido, dada a qualidade do roteiro dos episódios.
E falando no roteiro, tudo muito bem escrito e idealizado, com uma narrativa coesa, bem apresentada, nada apelativa, de fácil entendimento. Quem não assistiu o filme em que o episódio é retratado, pode tanto ficar um pouco perdido, como também não terá problema em acompanhar o episódio, pois ele te situa muito rápido no que aconteceu, no que de diferente vai acontecer. Uma boa porta de entrada para novos telespectadores do MCU.
Os episódios que são 9 ao todo são muito bons, com a grande maioria de alta excelência e uns dois um pouco mais inferiores em termos de ideia mal executada, faltou um pouco mais de inspiração e visão.
Os dois melhores episódios: o 4º: 'O Que Aconteceria Se o Dr. Estranho Perdesse Seu Amor, e Não Sua Mãos', é o melhor de todos na minha humilde opinião, um argumento esplêndido, com falas muito bem escritas, e uma construção de personagem, no caso do Dr. Estranho absurda, ficou um personagem riquíssimo em dramaticidade, mais ainda que o Estranho original do MCU. A dublagem do Benedict Cumberbatch ficou perfeita, casou com este novo Estranho, bem carregado em drama, com um final de cortar o coração.
O 8º: 'O Que Aconteceria Se Ultron Tivesse Vencido' foi o segundo melhor na minha opinião. Foi gostoso demais ver a química da dupla Viúva e Gavião daquele universo, que foi destroçado por Ultron, sendo eles os únicos heróis que restaram, com praticamente toda humanidade extinta, e uma inversão de papéis que aconteceu em Vingadores Ultimato. Temos um Gavião dublado pelo Jeremy Renner desesperançoso, e sem um braço, e uma Viúva confiante, incisiva e focada, que ama seu amigo e é a única esperança daquele mundo, dublada por Lake Bell.
Outros ótimos episódios são os demais: da Capitã Carter da exuberante e lindíssima Hayley Atwell, que recebeu o soro no lugar de Steve Rogers, que pavimentou todo esse caminho de "What If?"; O Senhor Das Estrelas T'Challa, que foi abduzido no lugar de Peter Quill, e mudou as coisas lá no espaço, tendo aliança até de Thanos no seu grupo de Saqueadores; O episódio de Killmonger, que salvou Tony Stark que nunca se tornou o Homem De Ferro; Além do divertidíssimo episódio do 'Party Thor' onde Loki não foi adotado por Odin e se tornou um gigante de gelo, episódio esse que tem um embate colossal e cômico entre Thor e Capitã Marvel.
Os episódios mais fracos, na minha opinião foram o episódio em que o mundo perde seus Vingadores, restando apenas a Viúva... a premissa é ótima não vou negar, mas não ficou bem o produto final em tela, tudo é muito mais vago, não me prendi a história, não senti o impacto da perda dos outros heróis, e o final é de um ponto bom e curioso e de outro ponto bem preguiçoso.
Outro que é bem fraco, o episódio Zumbi, que tinha tudo pra ser um dos melhores da série quando teorizávamos o trailer. Muito bobo, sem inspiração, muito cômico, a dramaticidade não funcionou, a química entre a equipe sobrevivente não acontece, é tudo muito avoado. O episódio diverte, mas é só, tanto que nenhum personagem desse mundo foi escolhido pelo Vigia para a batalha final contra Ultron no último episódio. E nem a Wanda Zumbi teve um embate digno com ele, ou seja, nada de bom saiu desse episódio.
No episódio final, o nono, temos a união dos Guardiões do Multiverso, grupo formado pelo Vigia, que pegou um herói de cada mundo/episódio, para enfrentar Ultron que no final do episódio 8, em posse de todas as joias do infinito, ameaça destruir todo o Multiverso. O episódio é bom, não é memorável, o embate final poderia ser mais épico, mas foi um bom final para essa primeira temporada da animação.
As dublagens são ótimas, todas são de extrema qualidade e os atores e atrizes mandaram super bem, até por ter conhecimento de seus personagens.
Todo mundo está lá dublando seus personagens, todo mundo MESMO, nem que seja para apenas uma única fala, o ator está lá. É mais fácil eu listar quem não está do que quem está. No caso, os personagens Capitão América, Capitã Marvel, Viúva Negra, Homem-Aranha, Ultron, Dra. Betty Ross, Frigga, Heimdall, Senhor das Estrelas, Gamora, Drax e Vespa não tem seus respectivos atores dublando. Os demais, até o personagem mais de terceiro escalão do MCU tem seu respectivo ator/atriz dublando.
A série também canônica, ou seja, ela faz parte do MCU, tem a já clássica abertura da Marvel, e ela conta para a continuidade do MCU. Algo que também me surpreendeu, pois achei que seria apenas uma série que contaria umas histórias alternativas, sendo algo mais para divertir... mas além disso, ela é canônica, ela está acontecendo sim em algum lugar do Multiverso. O quão legal é isso.
O Vigia é dublado por Jeffrey Wright (de The Batman e A Crônica Francesa), trabalho fenomenal do ator, caiu uma luva no Vigia, uma das melhores da série junto do Chris Hemsworth, Benedict Cumberbatch e Chadwick Boseman. Por sinal, "What If?" é o último trabalho em vida de Chadwick Boseman.
Só elogios para esta série, muito bem feita e construída. Muito divertida e o ponto de maior excelência é ter a grande maioria dos atores e atrizes dublando suas contrapartes cinematográficas.
(Assistido em 2021)
(Reassistido em Maio 2022)
Loki (1ª Temporada)
4.0 490 Assista AgoraVoltando a minha famosa lista de personagens da Marvel que achava que nunca iriam ganhar uma produção própria, Loki está incluída nela, até porque o ápice do personagem foi ser o vilão principal de Vingadores 1, e ser o antagonista dos filmes do Thor, até ter o seu final poético em Ultimato.
Pois bem, Loki ganhou uma série, que obviamente não é protagonizada pelo Loki tradicional que morreu pelas mãos de Thanos, e sim o Loki que foi derrotado em Vingadores 1, cena essa que está presente em Vingadores Ultimato, e é exatamente a cena que dá início a série, com o Loki arrogante que conhecíamos e que terá todo um novo caminho aqui.
Acho que este é o grande ponto da série, acompanhar todo o caminho de uma possível redenção de um personagem que, diferente de sua contraparte futura, nada aprendeu sobre nobreza e heroísmo, ainda possui várias falhas de caráter.
Este Loki aprenderá muito com Mobius (Owen Wilson de Starsky & Hutch) um dos agentes das TVA (Agência de Variantes Temporais), que será seu principal antagonista e seu futuro amigo, e os dois possuem diálogos bacanas durante do toda a série, como num jogo de gato e rato, onde um tenta ensinar o outro, um tenta ser mais astuto que o outro, e aonde os dois querem algo em troca dessa inusitada parceira.
Além de Mobius, Loki terá ainda mais uma pessoa que moldará seu caráter dúbil e ditará suas ações futuras, nada mais nada menos que ele mesmo... ou melhor uma variante sua, Sylvie (a incrível Sophia Di Martino), a personagem mais interessante da série, muito bem escrita e criada, uma contraparte da versão feminina do personagem nos quadrinhos visto na fase pós Ragnarok.
Sylvie está anos-luz a frente de Loki em termos de comprometimento com a missão, em domínio de caráter, em saber exatamente o que quer, e seu lugar no tabuleiro de xadrez da existência. Essa parceira entre os dois durante os episódios só faz crescer os dois personagens, e evoluírem como seres.
Mais um capítulo da Fase 4 do MCU idealizado pelo mestre Kevin Feige, 'Loki' é tão importante quanto as séries anteriores, pois ao nos introduzirem á TVA, 'Loki' nos apresenta primeiramente aos Guardiões do Tempo, lagartos gigantes que garantem a fluidez da linha do tempo... ou seja, aquelas ramificações que Bruce Banner e a Anciã conversavam e mostravam em Vingadores Ultimato, é o que eles protegem aqui. Uma simples mudança, um ato que não deveria acontecer na linha do tempo, se ramifica criando uma outra linha do tempo, um outro multiverso onde as cosias acontecem de forma diferente.
Mais a frente somos apresentados ao 'Who He Remais" (Aquele que Permanece), interpretado por Jonathan Majors (Lovecraft Country) que nada mais é que o vilão dos quadrinhos 'Kang O Conquistador', aqui é claro apresentado de uma forma totalmente diferente, uma liberdade criativa do MCU.
Com todo este cardápio, 'Loki' mais acerta que erra, brinca muito com o personagem Loki, transformando aquele asgardiano arrogante em um anti-herói com caráter... nos apresentando á linha do tempo e suas consequências, pavimentando o caminho para fases futuras do MCU, e abrindo definitivamente as portas do multiverso para Kevin Feige fazer o que lhe vier á mente daqui para frente no MCU.
A série possui uma ótima trilha sonora composta por Natalie Holt, uma das melhores coisas da série e uma das melhores trilhas sonoras desta nova fase do MCU, trabalho grandioso de Natalie, tanto durante as cenas, como na música de abertura da série.
A direção é de Kate Herron, que faz um trabalho magnífico, principalmente nas cenas de ação e de batalha, com destaque para a incrível cena sem cortes onde Loki e Sylvie precisam entrar na nave que deixará o planeta Lamentis... todo este plano sequência é muito bem feito, muito bem coreografado, um resultado brilhante, mesmo que os efeitos pequem um pouco, mas nada que tire o brilho do produto final.
O elenco está muito competente, Tom Hiddleston tem mais liberdade para brincar com seu personagem, e para um ator que faz o mesmo personagem diversas vezes isso é uma coisa muito prazerosa.
Sophia Di Martino é a surpresa da série, talentosa, engraçada, performática, dramática, sensível, uma atriz completíssima, e que já virei fã número 1... entregou demais.
Owen Wilson está ótimo como Mobius, debochado e seguro de si, Owen domina seu personagem e lhe dá uma personalidade e um charme únicos, que só a experiência de Owen no ramo cinematográfico poderia entregar ao personagem.
Ainda temos Gugu Mbatha-Raw que está mediana na minha opinião, e Wunmi Mosaku que está muito bem quando solicitada.
Fora isso, tivemos aparições de Jonathan Majors, que tem um pseudo-monólogo em seu discurso para Loki e Sylvie, uma primeira aparição magistral, totalmente teatral, fugindo das performances convencionais e tendo liberdade criativa para encenar sem estar preso à personalidade de Kang nos quadrinhos. Sempre lembrando que ele será o vilão de Homem Formiga 3.
A Belíssima e estonteante Tara Strong dá voz à personagem virtual Miss Minutes, e devo dizer que Tara é mestra na arte de dublar sendo que também é dona das vozes de Ravenna em Jovens Titãs em Ação e Docinho das Meninas SuperPoderosas. Como Miss Minutes ela dá um show de dublagem e interpretação animada.
Ainda temos Richard E. Grant, que dispensa apresentações, fazendo uma variante tradicional de Loki, que se assemelha muito à primeira aparição do personagem nos quadrinhos Marvel, e ele arrebenta na cena onde conjura magicamente Asgard por inteira, que cena.
Além de termos aparições de Kid Loki e uma versão jacaré do mesmo, Cailey Fleming (de The Walking Dead) ainda faz a versão infantil de Sylvie em um episódio.
'Loki' é um belo pontapé para o multiverso no MCU, e uma reviravolta para o personagem que morreu, mas não morreu, o que é ótimo, pois todos amamos Tom Hiddleston e seu personagem. A série já foi renovada para uma segunda temporada e seus eventos irão respingar em futuros eventos do estúdio.
(Assistido em Junho de 2021)
(Revisto este ano de 2022)
Falcão e o Soldado Invernal
3.9 381 Assista Agora[Contém SPOILERS]
Uma semana depois de 'WandaVision' terminar, 'Falcão e o Soldado Invernal' estreava no Disney Plus para continuar a fase 4 da Marvel Studios. Depois do furacão que foi 'WandaVision' com suas teorias e estilo próprio para contar a sequência da trajetória de Wanda e introduzir novos personagens, 'Falcão e o Soldado Invernal' chegava para tentar manter a mesma premissa da minissérie anterior e obviamente trazer caras novas ao universo.
Criado por Malcom Spellman (roteirista da série Empire) e dirigido por Kari Skogland (diretora que já trabalhou em séries como The Walking Dead, Fear The Walking Dead, O Justiceiro, The Handmaid's Tale), 'Falcão e o Soldado Invernal' parte do ponto onde Sam Wilson (Anthony Mackie) está na dúvida se realmente assume o escudo de seu ex-parceiro e amigo Steve Rogers, dado por Rogers no fim de Vingadores Ultimato. Ao mesmo tempo, Bucky Barnes (Sebastian Stan) procura se reintegrar a sociedade depois que foi curado de sua sede sanguinária pelos Wakandanos, e procura se redimir de alguns crimes que cometeu no passado, mesmo não estando em sã consciência na época.
No mesmo momento em que um grupo auto-intitulado 'Apátridas' resolvem se expor para o mundo e praticar atos de terrorismo afim de espalhar a palavra de que o mundo seria melhor sem fronteiras, como foi nos 5 anos que o blip de Thanos aconteceu, e estarem dispostos de usarem todos os meios possíveis para que o mundo volte a ser do jeito que era durante o blip, Sam Wilson resolve abdicar do escudo dado pelo Capitão Rogers e acaba entregando para o governo americano, que logo em seguida, já em posse do escudo, anuncia o seu novo Capitão América: John Walker (Wyatt Russell), para desagrado de Bucky.
A trama da série é bem complexa e traz um embate político bem interessante entre Sam Wilson e Karli Morgenthau (Erin Kellyman) líder dos Apátridas. Karli foi uma personagem criada de uma maneira muito interessante, o ponto de vista dela de como o mundo se encontra e de como as pessoas não aprenderam nada com o Blip, e voltaram com as mesmas falhas e erros de antes, separando as classes e continuando com seus governos repletos de injustiça, é muito interessante e bem escrito. Porém, ela quer que sua voz seja ouvida por meio de atos hostis, atos terroristas, uma vez que ela explode um local com inúmeros inocentes dentro, a ponto de provar ao mundo que está falando sério e só com este tipo de atitude será levada em consideração pelos governos mundiais.
Infelizmente, o que faltou a ela, na maneira que os roteiristas a escreveram, foi ser mais um contra ponto á visão e senso moralístico de Sam Wilson... os dois tem um debate ideológico muito interessante no 4º ou 5º episódio, onde um argumenta os defeitos e virtudes do ponto de vista do outro, e parecem estar se entendendo, pois Sam acredita na posição de Karli, que o que ela quer argumentar tem sentido, mas que a partir do momento que você usa da força para se fazer ser notada e ouvida, colocando vidas inocentes em jogo, você não estará sendo diferente daqueles a quem você enfrenta.
Mas aí, os roteiristas pecaram em transformá-la em uma típica vilã do MCU, que precisa cometer atos que façam o herói do projeto evoluir na sua moralidade para com o coletivo social, e buscar no fundo dele a força necessária para fazer o que precisa ser feito. Ou seja, tudo de bom construído em Karli nos 3 primeiros episódios, é jogado fora apenas para fazer com que Sam tome a decisão mais óbvia de toda a minissérie. E ela é relegada a ser mais uma vilãzinha que será descartada... uma pena muito grande.
A minissérie começa num ritmo muito lento, começa a nos situar no momento atual de Sam e Bucky e aos poucos também nos apresentam os Apátridas, para logo ademais já colocar Sam no rastro dos mesmos e levar a tira colo Bucky, além também de nos apresentar no segundo episódio John Walker, recrutado do exército americano depois de ser condecorado por muitas medalhas por heroísmos em campo de guerra, para ser o novo Capitão América.
Os 3 primeiros episódios, ao meu ver, são bem lentos, não desenvolvem honestamente a trama, apresentam os personagens de forma mais razoável e se preocupam e já partir para o conflito que ambos terão mais para o fim da série. Leva um tempo para você entrar no clima da minissérie, e para a própria começar a tomar corpo e ritmo e ficar realmente interessante... que é a partir do 4º episódio.
Apesar dessa lentidão para se evoluir em seu começo, o texto é muito bem, escrito não vou negar. Claro que no começo por ser mais lento, o texto não se sobressai, mas a partir do terceiro episódio ele dá um salto muito bom e fica interessantíssimo as discussões sócio-políticas entre Sam, Bucky e John... Sam e Karli... e Sam, Bucky, Zemo e Sharon Carter.
Outra adição boa a minissérie é Zemo (Daniel Bruhl) vilão de 'Capitão América Guerra Civil', que aqui volta, depois de ser recrutado por ninguém menos que Sam e Bucky, enquanto está em seu período de prisão. Por mais que enxerguemos em Zemo um vilão, e que ele tenha alguns atos bem duvidosos, é inegável que o discurso dele pega na veia, e em alguns momentos deixa Sam e Bucky sem adjetivos para retrucar, e nos mostra que a razão também paira no caráter de Zemo, trazendo uma ótima dualidade com a dupla de heróis.
Sharon Carter (Emily VanCamp) também retorna vindo do terceiro longa do Sentinela da Liberdade, completamente uma nômade depois de ajudar clandestinamente o Capitão Rogers, Sam e os outros nos eventos do terceiro filme, e ter que se desligar do governo americano e virar uma fugitiva que acaba parando em Madripoor. Nos quadrinhos, Madripoor é um país/Cidade Estado fictício que se encontra próximo de Singapura, e ganhou destaque em um dos arcos da revista Wolverine, quando o mesmo fez território em Madripoor e assumiu a alcunha de 'Caolho', ao usar um tapa olho para se tornar influente em Madripoor. Todos os detalhes de Madripoor dos quadrinhos foram transportados fielmente para a minissérie.
Além dos citados, temos também outras aparições na série que merecem destaque:
- Don Cheadle, o Máquina de Combate, aparece no primeiro episódio.
- Carl Lumbly (de Supergirl) interpreta Isaiah Bradley, que na minissérie foi testado com novos soros para repetir o soro que funcionou em Steve Rogers no passado. Isaiah foi encoberto pelo governo durante 60 anos, e nunca foi reconhecido como herói de guerra pelo governo. Nos quadrinhos, Isaiah foi o primeiro Capitão América antes de Steve em uma linha cronológica alternativa, que acabou se mesclando á atual.
- Goerges ST. Pierre retorna como Batroc, que apareceu no segundo filme do Capitão América.
- Florence Kasumba retorna como Ayo, uma das Dora Milaje de Wakanda, que apareceu no filme Pantera Negra e Capitão América: Guerra Civil.
- Julia Louis-Dreyfus (de Seinfeld) aparece no fim da minissérie como Valentina Allegre de Fontaine, nos quadrinhos ela trabalhou com a SHIELD, diretamente com Nick Fury. No MCU seu papel ainda é um mistério.
A fotografia da minissérie é ótima, gravado na europa e com muitas cenas externas, o diretor de fotografia P.J Dillon trabalhou bem com muitas das cenas da minissérie para entregar poses e takes de encher os olhos, um contraste legal das cores do uniforme do Capitão, com o cinza das locações.
A trilha sonora de Henry Jackman, dos últimos dois filmes do Capitão, segue na mesma linha de antes, grandiosa, emblemática, patriota, complementa bem as cenas, é gostosa demais de ouvir, cresce nos momentos de tensão. E a abertura da minissérie é muito boa, assim como sua música.
A minissérie possui cenas emblemáticas e já históricas pro MCU:
- A sequência de flashback, onde Ayo está curando Bucky de sua sede assasina, seu gatilho dos tempos de Soldado Invernal... que atuação de Sebastian Stan, de encher os olhos, dramática e emocionante demais.
- O momento que John Walker aparece de Capitão América no fim do primeiro episódio, já entrou para a história. Um homem confiante e um público (nós espectadores) desconfiante. Um contra -ponto gostoso demais... e aquela piscada dele no final com aquele sorriso confiante...histórico.
- A revelação de que Sharon Carter é o Mercador do Poder, e na cena pós créditos, também a revelação de que ela pode não ser ela mesma, ou ela possui agora segundas intenções com o governo americano e pode de fato ser uma anti-vilã.
- A transformação episódio a episódio de Sam em Capitão América, e sua triunfal entrada com uniforme, escudo e tudo no edifício atacado por Karli e os Apátridas. De tirar o fôlego.
- E a melhor de toda a minissérie de longe... o momento em que John Walker, tomado pelo ódio por ter perdido seu parceiro e melhor amigo Lemar, o Estrela Negra (Clé Bennett) pelas mãos de Karli, alcança um dos Apátridas e em praça pública, na Alemanha se não me engane, mata o rapaz com o escudo, o símbolo de liberdade e justiça, e com o escudo ensanguentado e com olhar assassino e desnorteado, é fotografado e gravado pelo público horrorizado com tal cena. Tudo o qual o Capitão Rogers lutou contra e que não o representa, não representa o escudo e as listras e estrelas do uniforme. Cena histórica.
'Falcão e o Soldado Invernal' por mais que tenha seu início um pouco mais difícil de se degustar e leva metade de seu tempo para tomar ritmo, acaba sendo uma boa minissérie, com um ótimo discurso, com uma vilã incrível que foi simplificada pelos roteiristas no final, e reviravoltas e cenas memoráveis que fazem a minissérie ter muitos méritos e alguns poucos defeitos.
(assistido em Março/abril 2021)
(07/03/2022)
Maid
4.5 366 Assista AgoraMaid, série original Netflix, foi uma grata surpresa de acompanhar, não esperava uma história tão bem construída, encaixada, escrita, com ótimas atuações e um ritmo bem bacana de acompanhar.
De início quem for acompanhar vai estranhar os primeiros 15 minutos, começa devagar, a apresentação dos personagens é lenta, e demora um pouquinho pra nos situarmos no universo da série. Porém, logo no meio do primeiro episódio, tudo já será explicado e contextualizado e aí a trama engata a terceira e vai embora.
Maid trata de um problema recorrente que afetam diversas mulheres no mundo todo, a violência psicológica (e não exatamente a física). A violência psicológica vem de homens que não necessariamente (não é regra clara)agridem fisicamente suas mulheres, mas sim uma violência que vai matando-a por dentro, vai tirando sua auto-estima, sua vontade de viver, de sorrir, de se arrumar, uma violência que tira a voz da mulher, tira seu espaço, limita sua existência... ele a domina, a reduz a menos que tudo, e a mulher fica a mercê desse ser ditador.
É isso que passa a protagonista Alex (Margareth Qualley de Era Uma Vez em...Hollywood) que ao sofrer com os ataques de raiva de seu namorado Sean (Nick Robinson), acaba saindo de casa com sua filha Maddy e busca ajuda em um abrigo para mulheres que sofrem todo tipo de violência doméstica. Por não querer ajuda integral de sua mãe, que sofre de transtorno bipolar e sofre de carência afetiva, Paula (Andie McDowell de Groundhog Day), ela acaba se inscrevendo em um programa do governo para receber auxílio financeiro, mas precisa ter um emprego, uma renda fixa, e então lhe é sugerido uma entrevista de emprego na 'Value Maids', um local que fornece serviço de faxina aos clientes em suas casas 6 horas por dia.
Ver essa trajetória de Alex, sendo uma 'criada', ou faxineira se preferir, é no mínimo inspiradora. Alex trabalha de criada, limpando as casas de clientes rabugentos, cuida da filha, sofre ao deixá-la na creche em momentos diversos, luta na justiça contra seu namorado Sean para ter a guarda da menina, e lida com a mãe que nunca para com um homem na vida, e quando para, está sendo enganada ou usada, ou seja, ainda precisa cuidar da mãe problemática e que tem uma condição.
Apesar de tratar de um tema tão recorrente como a violência psicológica e doméstica, 'Maid' também trata de alcoolismo por parte de Sean, transtorno bipolar, por parte de Paula, e é claro, o tão comum machismo na sociedade moderna que remete além de Sean, também a figura de seu pai Hank (Billy Burke da Saga Crepúsculo), um homem que nega a realidade que cerca a filha, mesmo querendo se redimir de seu passado.
Todos os atores estão ótimos na série, com destaque para o trio principal, Margaret Qualley, Nick Robinson e Andie McDowell, os três estão ótimos e Andie dá um show a parte... sou muito fã dela de seus filmes do final da década de 80 e começo de 90, como 'Eu, Minha Mulher e Minhas Cópias' e o clássico atemporal 'Groundhog Day', um dos meus filmes preferido de todos os tempos.
Margaret protagoniza esplendidamente bem, é uma ótima atriz, com uma boa veia dramática, porém ela ainda carece de presença de tela, e o que seria isso? Apenas dominar a cena onde performa, tomar toda a ação da cena para si, preencher todo o take com sua presença e protagonismo, como Andie faz quando está em cena e sempre ofusca Margaret quando as duas são exigidas dramaticamente (ou não)... até a personagem Regina (de Anika None Rose) toma a atenção para si quando as duas estão atuando juntas, e o roteiro sequer favorece muito Regina, e isso é mérito da atriz. Quando Margaret dominar essa ação, ela crescerá demais como atriz.
A trilha sonora do filme é ótima com músicas atuais que não são de domínio público, muito banda e artista novo da cena atual contemporânea musical estão inseridas na série e deixam as cenas com Margaret e Maddy muito gostosas de se acompanhar.
Maddy é outro destaque, acho que 2 ou crianças provavelmente gêmeas devem ter dado vida a Maddy, que foi um tesouro na história, muito engraçadinha, divertida, uma fofa, uma princesa... uma cena dela com Margaret mais pro fim da série, no carro viajando, as duas cantando 'Shoop' (do trio lendário de hip hop feminino Salt 'N' Pepa) é a melhor cena dela na série.
'Maid' foi criado por Molly Smith Metzler, que também foi a Showrruner, e os 10 episódios tiveram como seus diretores John Wells e Maggie Betts.
A série foi produzida por Metzler e John Wells junto de Margot Robbie (Arlequina).
Foi indicada a Melhor Minissérie no Satellite Awards, no Critics Awards e no Globo de Ouro, perdendo para 'The Underground Railroad'.
Já Margaret Qualley, que é filha de Andie McDowell na vida real, foi indicada a Melhor Atriz em Minissérie no Critics Awards, no SAG's Awards e no Globo de Ouro perdendo para Kate Winslet de Mare of Easttown.
Já Andie McDowell foi lembrada apenas no Globo por Atriz Coadjuvante em Série limitada.
'Maid' é ótima, inteligente sagaz, passa um serviço social ás mulheres vítimas de violência doméstica, mas que acaba abrangendo qualquer tipo de violência, passando também uma mensagem ao alcoolismo, mensagem essa mais romantizada, já que é um vício difícil de se tratar, que geralmente sempre leva a agressão física, coisa que não acontece na série... mas possui tratamento e cura.
(11/02/2022)
WandaVision
4.2 844 Assista AgoraFico me perguntando onde um trabalho como 'WandaVision ganharia espaço no Marvel Studios se a Disney não comprasse a Marvel, ou se o Disney + nunca existisse.
Não tem como fazer um filme, é outra linguagem, poderia flopar, talvez as pessoas não entendessem, ou não teria um resultado final satisfatório.
'WandaVision' não era para ser, mas devido a pandemia do Coronavírus ter adiado muitas produções cinematográficas e televisivas, acabou sendo a primeira série da história do Marvel Studios, e que foi no final das contas bem sucedida e original e única ao mesmo tempo.
Praticamente uma carta de amor às sitcoms norte americanas, tendo episódios inspirados em séries como 'The Dick Van Dyke Show', 'A Feiticeira', 'Três É Demais', 'Modern Family', 'Malcolm in the Middle', 'I Love Lucy', 'Jeannie É Um Gênio'.
Todos os episódios (exceto os dois últimos) são inspirados em sitcoms e atravessam as décadas vindo dos anos 60, passando pelos 70, 80, 90 até chegar na década de 2000, cada episódio retratando uma sitcom que fez história em determinada década... tudo isso entrelaçando e construindo a história de Wanda que se passa na pequena e fictícia 'Westview'.
Até o quinto episódio, salve me engane, tudo foi gravado com platéia, exatamente como nas sitcoms televisionadas , ou seja, uma nova forma de se filmar um projeto Marvel e de apresentar ao público.
Tudo na série é soberbo, das menções ás sitcoms antigas e recentes, a plateia presente nas gravações, á história que avança a passos lentos, tudo cuidadosamente planejado e inserido nas cenas, afim de o espectador tentar criar suas próprias teorias.
E por falar em teorias, não se falava em outra coisa em Janeiro passado que não fosse teorias de ''WandaVision', era sempre o assunto mais comentado das sextas feiras, por dois meses, a cada episódio que terminava e um mistério era deixado no ar pelos roteiristas, eram teorias e teorias do que poderia acontecer, do que realmente estava acontecendo, e quem estaria por trás de tudo aquilo que estava, quem sabe, forçando Wanda a recriar uma realidade televisiva com seu falecido e agora marido. Só quem acompanhou á época sabe e lembra, foi algo histórico.
Com um roteiro brilhantemente escrito por Jac Schaeffer e Megan McDonnell e dirigido pelo talentossísimo Matt Shakman, 'WandaVision' foi sucesso imediato, confundindo alguns e extasiando os demais em seus dois primeiros episódios lançados simultaneamente, ainda 1 ano depois é considerado por grande parte dos fãs e críticos a melhor série da Marvel no Disney +.
Os dois protagonistas estão mais que perfeitos, tanto Elizabeth Olsen quanto Paul Bettany, brilham em seus já consagrados personagens, e se saem incrivelmente bem nos primeiros episódios que se passam nas década de 60 e 70, onde eles tem mais liberdade para brincar com a personalidade de Wanda e Visão. Sem falar que os dois demonstram carga dramática incrível nos episódios finais, com muito destaque para Elizabeth que dá um show na batalha final contra Agatha e em sua transformação na Feiticeira Escarlate, tão conhecida nos quadrinhos.
Para mim quem rouba a cena durante toda a série é a divina e bela Kathyrn Hahn, que faz Agnes, vizinha de Wanda, que nada mais é que Agatha Harkness... nos quadrinhos mentora de Wanda e babá por um breve tempo de Franklin Richards, filho de Reed e Sue do Quarteto Fantástico.
Aqui, Agatha é a vilã da série e antagonista de Wanda
Sua performance é de encher os olhos e sempre que entyra em cena rouba as atenções, caiu como uma luva o papel de Agnes para Kathryn e ela teve liberdade total para colocar suas experiências artísticas e criar sua Agnes da forma como achava melhor e ideal para cada passagem de tempo na série. Me faltam adjetivos para elogiar Kathryn, minha atriz favorita a partir de agora, linda de morrer, mais do que talentosa e que justíssimamente ganhou sua própria série na Marvel Studios, no futuro próximo.
Temos também a volta de Kat Dennings (a Darcy Lewis de Thor 1 e 2) e Randall Park (o Agente Woo de Homem Formiga e a Vespa) ambos comicamente inseridos na série, e sempre bom ver rostos familiares voltando depois de um tempo.
A série também apresenta Teyonah Parris como Monica Rambeau, filha de Maria Rambeau apresentada no filme da Capitã Marvel, onde lá foi interpretada pela criança Akira Akbar. Teyonah fez uma estréia arrasa quarteirão de já trouxe personalidade e carisma, misturado a força para sua Monica Rambeau, que nos Quadrinhos foi a primeira Capitã Marvel e hoje se auto-intitula Fóton. Gostei muito dela e sempre que aparece também rouba a cena. Belíssima atriz, talentosa e que domina diversas nuances.
Somos introduzidos também aos pequenos Jullian Hilliar e Jett Klyne que fazem os filhos de Wanda, Billy e Tommy, que nos quadrinhos são respectivamente Wiccano e Célere, membros dos Jovens Vingadores. Os dois são ótimos em cena e fazem uma boa química não só com Elizabeth e Kathryn, mas também com Evan Peters dos últimos 3 filmes dos X-Men no cinema, reprisando seu papel de Pietro Maximoff (participação essa que deu inúmeras especulações nos twitters da vida). Não esquecendo ainda de Josh Stamberg que fez Tyler Hayward, um dos antagonistas da série.
'WandaVision' sem sombra de dúvidas é uma obra-prima televisiva para formatos Streaming da Marvel Studios... é uma obra-prima moderna, para tempos modernos, roteiro certeiro, instigante, que prende o público e brinca com suas percepções de realidade. Além de trazer personagens fortes, marcantes de muita personalidade, e que já fincaram suas raízes na nova fase do estúdio, pensando em projetos e participações futuras. Nunca uma série mobilizou tanto as redes sociais semanalmente... lógico que não posso esquecer de Game of Thrones (fenômeno) e The Walking Dead (ícone), e 'WandaVision' entra nesse patamar.
'WandaVision' venceu o EMMY (Oscar da televisão) de Design de Produção, figurino e Melhor Música para 'Agatha All Along' (cena ICÔNICA DE KATHRYN HAHN NA SÉRIE DE LONGE). Além de ter sido indicado para Elenco de Série limitada ou Filme. Abertura e trilha sonora também levaram indicações.
No Globo de Ouro, Elizabeth Olsen e Paul bettany foram indicados respectivamente para Atriz e ator em minissérie ou filme para televisão.
No Critics Awards levou 4 indicações, para Elizabeth e Paul Bettany, Kathryn Hahn para Atriz Coadjuvante, e Melhor Série Limitada.
Já no Satellite Awards foi indicado somente a Melhor série Fantasia.
(01/02/22 - assistido em 2021)
Mad Men (7ª Temporada)
4.6 387 Assista AgoraMad Men chegava ao fim nesta sétima temporada e entrou para o pequeno roll de séries PERFEITAS, onde você dificilmente encontrará um erro, um episódio fraco ou embarrigado. Muito provavelmente, Mad Men é uma das melhores séries televisivas que já existiram logo após Os Sopranos, que é considerado por muitos e inúmeros como a melhor série que já existiu.
Por mais que Mad Men seje de altíssima qualidade em todos os seus anos, este último começou um pouco morno, porém subiu de nível á partir do quarto episódio até chegar aos seus 2 episódios finais, onde tivemos fechamentos condizentes, e alguns um tanto quanto conturbados.
Este último ano lidou com o fechamento da Sterling-Cooper & Partners, e contando com uma nova rotina de seus empregados agora englobados em uma nova firma. Esta nova rotina trouxe camadas diferentes aos personagens que saíram um pouco de sua zona de conforto no dia a dia dos episódios, para colocá-los em situações e circunstâncias aos quais eles não estavam acostumados e ambientados, e trazia uma mudança no estilo de interpretação dos atores envolvidos.
Sem falar que a série tocou em pontos cruciais da história como o homem chegar a lua em 1969, televisionado para o mundo todo, e um episódio onde tivemos o elenco todo reagindo a esse acontecimento e uma das despedidas mais poéticas da série... além é claro do assassinato de JFK.
Como última temporada, tivemos finais que foram condizentes com a trajetória dos personagens, e alguns que não foram os finais esperados de acordo com o que o personagem merecia:
-Peter Campbell recebeu uma proposta milionária para trabalhar em outra empresa e conseguiu o que sempre almejou, ser respeitado e ter status. Ele terminou reatando seu casamento com Trudy (que foi mal aproveitada a série inteira) e por mais que tenha sido legal ver os dois juntos, já havia sido construído um cenário em que Trudy mostrava que não amava mais Peter, e ele aos poucos já estava se desvencilhando de uma ideia de vida com Trudy. Reaproximá-los no final foi uma saída pouco criativa, mas que no fim não insulta o telespectador que os acompanham desde o começo.
-Joan Harris acabou abrindo mão de seu novo parceiro bon-vivant para investir em sua própria agência caseira como produtora. Felizmente ela achou sua vocação e pôde desempenhar o melhor que ela pode dar como profissional, que logicamente era fora da Sterling-Cooper e do ramo de publicidade. Isso mostra a força que a personagem teve desde o começo da série.
-Um final mais comedido foi o de Peggy que acabou junto de Stan Rizzo, os dois sempre foram muito amigos e mesmo Stan tendo dado encima dela antes, levando um fora quando Peggy namorava, Matthew Weiner achou melhor fazer com que Peggy terminasse realizada no trabalho e no amor. Foi uma escolha apressada fazê-la terminar com Stan, fica meio sem sentido eles se descobrirem apaixonados assim do nada, porém é mais um final que não agride o fã.
-Um dos melhores personagens para mim, Roger Sterling terminou com a mãe de Megan, e foi bacana, um é a cara do outro e combinam demais, são dois loucos. Já Megan tomou um chá de sumiço depois da separação de Don.
-Bert Cooper acabou falecendo minutos depois do homem pisar na lua, e foi um final bem poético pro personagem, acho que foi o melhor final da série. E Michael Ginsberg que terminou louco por causa da chegada do computador.
Agora vem os finais mórbidos e não condizentes da série:
-Betty 'Draper' Francis teve o final mais mórbido de todos, acabou tendo câncer de Pulmão maligno e seu final seria a morte em alguns poucos meses... tendo aceitado sua doença, ela tem uma despedida com Don ao telefone que poderia ter sido de uma outra forma, mais dramática, e ela teve uma trégua na relação com Sally, que não gostava muito de como a mãe a criava. Sally acabou voltando para casa e cuidando da casa e da mãe em seus últimos meses de vida. Final nada condizente com a personagem na questão de que Roger e Don fumavam o triplo que ela fumava e quem desenvolve câncer maligno é ela, sem falar nos problemas de saúde que Don desenvolveu desde criança e nunca evoluiu para algo pior com a ajuda do tabaco.
-Don acabou em um retiro para hippies que vivem em harmonia com o espírito e a natureza, tendo largado a McCann do nada e sem avisar ninguém e colocou o pé na estrada sem se preocupar em como seria sua vida quando retornasse. Fez o que lhe deu na telha e teve um resolução de vida nesse retiro, onde depois de perder Megan, ir trabalhar no local onde ele nunca quis trabalhar e não era feliz, ter falhado na criação dos filhos, e saber que a mãe de seus filhos está em estado terminal, foram a gota d'água para Don desistir de tudo e fica por lá em definitivo e se sentir feliz com isto.
Gosto de pensar que ele não ficou lá por tanto tempo assim, tendo retornado para a cidade um tempo depois, para reencontrar Sally e seus filhos, e saber como foram os últimos dias de Betty. O que ele faria em seguida, sem trabalho e com seus ex-associados cada um em um lugar fazendo algo diferente, eu não tenho ideia.
MAD MEN foi uma das melhores e maiores séries da história da TV americana de todos os tempos, perdendo apenas para 'Os Suspeitos' que muitos consideram ser a melhor série já existente. Mad Men entra neste roll e sempre será lembrada por sua inteligência, sagacidade e personagens fortes e marcantes, principalmente as femininas como Joan, Peggy, Betty e Megan.
Séries assim são difíceis de aparecer, mas quando aparecem, é sempre bom valorizá-las e aproveitar cada minuto que estão no ar, pois quando terminarem deixarão saudade, assim como Mad Men deixou em mim e em tantos outros fãs.
(21/06/2020)
Mad Men (6ª Temporada)
4.5 165 Assista AgoraO Sexto ano de Mad Men seguiu para um caminho do qual muitos fãs não estavam esperando, não só com relação a agência SCDP, e a agência concorrente onde Peggy agora trabalha, mas também com o desenrolar da trama de Don Draper e por consequente, seu final mais do que surpreendente, pelo menos ao final do ano.
O fato maior de excelência da série, sempre são os fatos reais que são abordados dentro da trama e como isto afeta os personagens, como o assassinato de Martin Luther King, que praticamente acaba com uma premiação onde Megan Draper está indicada (e é vencedora, em um take que mostra seu prêmio no sofá, depois do fatídico evento), e a fúria de Peter na agência, com seu colega Harry que soa totalmente racista ao fato acontecido.
Algo que tem sido um pequeno deslize em minha visão na série, se trata de Betty (January Jones) que com o passar dos anos está ficando com tramas sem interesse, junto de seu marido Henry Francis (o ótimo, Christopher Stanley)... o relacionamento dos dois não é mais aprofundado, e o único episódio onde ela teve um ótimo destaque, foi onde a amiga de Sally que quer ser modelo em NY, vai á cidade no inverno e vende seu violino em um bairro pobre da cidade, e Betty tem sequências bem interessantes com os garotos que se virão por conta própria em um dos prédios abandonados. Mas acaba sendo só isso.
Tivemos uns dois episódios onde focaram Bobby Draper, filho do meio de Don, principalmente no acampamento, e foi bacana ver um protagonismo maior dele, fora o de Sally.
Falando de Sally, Kiernan Shipka continua dando show de interpretação em mais um ano da série, e mostra o quão boa atriz ela é, sempre com os 'times' certos, o ar blasè de Sally muito bem criado, e cenas onde Sally começa a ter consciência de sexo e de como são os homens e como lidar com os garotos. Atriz incrível!
Tivemos algumas participações especiais de rostos conhecidos para quem costuma assistir todo tipo de série... a linda Linda Cardellini faz a amante de Don, Sylvia Rosen, e dá uma aula de interpretação dramática em vários episódios, é incrível como Cardellini é uma atriz competente com C maiúsculo, tudo que ela interpreta fica bom... e mais recentemente ela protagoniza 'Dead To Me' e está soberba.
Também temos Danielle Panabaker (Killer Frost, da série Flash) como Daisy McCluskey, uma das atendentes do aeroporto que dorme com Roger (John Slattery). Há um close nela bem desnecessário, mas, eles gravam no espírito dos tempos antigos, onde essa prerrogativa era comum.
Ross Marquand (Aaron em The Walking Dead e Caveira Vermelha em Vingadores Guerra Infinita e Ultimato) aparece em um episódio como o ator símbolo sensual Paul Newman, no episódio 6.
Além de Kevin Rahm, que faz Ted Chaough, rosto conhecido de Desperate Housewives.
Jessica Paré, que faz Megan Draper, é uma atriz que engrandeceu o núcleo da série, e que com o passar das temporadas foi melhorando cada vez mais, e sua personagem tem todo o carisma do telespectador, difícil alguém não torcer por ela e para que Don deixe de ser bundão e trate-a como ela merece. Méritos de Jessica que é uma atriz de primeira linha, e é incrível como ela realmente exala um ar francês.
Mais uma vez neste ano, Jon Hamn dirige um episódio da série, o terceiro, assim como John Slattery dirige os episódios 7 e 10, e seus episódios são muito bem dirigidos.
No mais, é incrível notar como Ben Feldman, que faz Michael Ginsberg, tem muita, mas muita semelhança com Robert Downey Jr., se parecendo muito com RDJ quando jovem.
(31/05/2020)
Agentes da S.H.I.E.L.D. (5ª Temporada)
4.0 75 Assista AgoraAgents of Shield chegou a sua quinta temporada com a missão de manter a excelência em seu plot conquistado nos últimos anos, com as ótimas terceira e quarta temporadas. E felizmente ela manteve essa excelência, trazendo uma trama que traz tensão e suspense em sua primeira metade, e parte para a ação em sua segunda metade. Obviamente é notável que comparada a temporada anterior, este novo ano está um degrau abaixo unicamente pela sua reta final ser um pouco destoante do tom que a série teve desde o primeiro episódio, mas ainda assim, ela traz ótimos momentos e tem um fator principal, o desenvolvimento de personagens.
Neste ano, Daisy, Coulson, Fitz-Simmons se desenvolveram demais, se aprofundando em seus temores, trazendo camadas de personalidade que ainda não havíamos visto neles em anos anteriores, levando os mesmos para caminhos irreversíveis na história mudando drasticamente o rumo dos personagens dentro da série, onde você percebe o quanto eles estão mudados e diferentes comparados a primeira temporada, ou até mesmo a temporada anterior.
O mesmo pode se dizer de Yo-Yo Rodriguez e Alphonso 'Mack' McKenzie, o casal que, assim como Fitz-Simmons, também tem uma evolução gigantesca e mal lembram os personagens que eles eram quando entraram na série. Neste ano eles começam bem unidos apesar dos acontecimentos do ano anterior, e depois da volta no tempo, as coisas começam a se degradar entre eles, por conta de visões diferentes do conflito contra 'A Destruidora de Mundos', ambos estão com a razão, e ambos estão com o julgamento prejudicado por conta de achar o que realmente é o certo a se fazer... e isso faz com que eles jamais voltem a ser as mesmas pessoas de antes.
O novo personagem Deke (Jeff Ward) começa a série como um dos mais interessantes, principalmente quando lida com Coulson e a equipe que acaba no futuro, uma relação de zero confiança, e ao mesmo tempo ambos precisam encontrar o melhor caminho para trabalharem juntos e confiarem no julgamento do outro. Porém, quando Coulson e os outros voltam no tempo, o personagem de Deke acaba perdendo totalmente o tom e a relevância, e fica batendo cabeça 'prali' e 'pracolá', sendo nem a sombra do que o personagem foi quando apareceu, o que foi uma pena, e um dos pequenos erros da série.
Talbot retorna e acaba se revelando 'O Vilão' da temporada, e dado os acontecimentos durante a série, foi meio desanimador ver o caminho mais clichê escolhido para resolver os desdobramentos da temporada, escolhendo um personagem que era o 'anti-vilão' que voltou para se redimir e inadvertidamente acaba sendo escolhido pelos roteiristas como a solução para o desfecho da trama. Eu particularmente não gostei, mas foi uma surpresa e um final quase digno para o personagem.
No geral foi um bom ano, com uma boa trama, com um fechamento não condizente com o que esperávamos, mas usaram bem o vilão 'Graviton' dos quadrinhos, aqui com outra alcunha, e uma pequenina ligação com 'Vingadores: Guerra Infinita', provavelmente o último ano com ligação com filmes do MCU.
(05/2020)
Fleabag (2ª Temporada)
4.7 889 Assista AgoraPhoebe Waller-Bridge é a Gênia por trás de Fleabag, escrito, produzido e idealizado por ela, sem sombra de dúvidas foi a melhor série de "televisão" do ano passado.
Acho que este será o trabalho pelo qual ela sempre será lembrada, afinal Fleabag está muito fora da curva, é novo, é engraçado, é dramático, é icônico, é cativante, é emocionante, é sagaz, é único.
Difícil aponta uma sinopse para esta série, resumidamente fala de Phoebe interpretando uma moça que tem seus problemas familiares e amorosos, e seus segredos e frustrações e medos, e como ela lida com tudo isso com quem lhe cerca... de uma maneira cômica.
Acho que a cereja do bolo da série é que ela não se leva a sério enquanto cosntrói uma trama que apesar de não ser complicada se entrelaça muito bem. Fora que Phoebe usa muito bem a ferramenta da quebra da quarta parede, que é onde o personagem conversa com o público... é como se estivéssemos do lado dela o tempo todo nas situações que ela passa. E por conta disso você já saca o que pode acontecer em algumas cenas ou o que pode vir a ser falado, porque a personagem de Phoebe é tão cativante que você já a saca de cara, é como se fosse sua melhor amiga de anos.
Falando sobre as duas temporadas da série, a primeira que é de 2016, obviamente é um tapa na cara de inovação e de texto. A primeira cena já nos mostra o que nos espera da série e como será o tom da mesma até o último episódio. É muito bacana ver que não é só Fleabag que é muito perturbada, mas os demais personagens da série também são, como sua irmã Claire, o marido de sua irmã Martin (Brett Gelman de Stranger Things), e sua madastra interpretada pela magnífica e talentosa Olivia Colman. As cenas onde Phoebe faz a quebra da quarta parede são ótimas, são o charme da série e em algumas cenas é impossível não segurar o riso ou o espanto, e se você estiver assistindo em publico será impossível as pessoas não notarem suas reações.
Já a segunda temporada que veio três anos depois, com certeza se destaca mais... ambos os anos têm apenas seis episódios de 25 minutos em média, ou seja, é muito pouco por um entretenimento tão gostoso, tão bem feito.
Nesta temporada Fleabag acaba tendo um pseudo relacionamento com o Padre, interpretado magistralmente por Andrew Scott, um monstro de ator, e é por este motivo também que a segunda temporada se destaca mais que a primeira... quando um personagem consegue ser mais carismático que seu protagonista, que já é fora da curva, é algo que poucos shows consegue fazer hoje em dia.
O Padre é sensacional, mais louco e perturbado que Fleabag, também possui um senso moral um tanto quanto questionável, e possui o mesmo distúrbio que Fleabag, ela tem a quebra da quarta parede, onde ela acha que conversa com o publico (e conversa mesmo), já ele vê raposas... sim, o Padre tem medo de RAPOSAS e tem toda uma história louca com isso que é a razão de as raposas o perseguirem, e ele enxerga essas raposas do nada, só ele... mas acontece que Fleabag também vê, apesar de ele não entender porque ela fala sozinha (conosco)... e a cena onde os dois estão conversando e é quando a Fleabag vê a raposa junto com o padre e os dois se assustam, é a melhor coisa de toda a série... que sacada mais gostosa de assistir.
Tudo nesta série é ótimo, todos estão muito bem nela e fazem tudo com muito amor e profissionalismo, além de termos o monstro da atuação Bill Paterson fazendo o pai de Phoebe.
Uma pena ser tão curta e provavelmente ter sido o fim, pois Phoebe já declarou que não pretende voltar com Fleabag, e mesmo sendo uma lástima eu acabo concordando com a ideia de que quando a coisa é ótima e fora da curva, de uma qualidade absurda, ter que ser curta mesmo ao invés de se arrastar anos a fio só pra ganhar mais dinheiro.
Fleabag conquistou com o segundo ano da série, TUDO o que disputou, do EMMY ao Globo de Ouro, do SAG's ao Critics Awards, Fleabag fez a rapa em Melhor série, melhor atriz para Phoebe e melhor ator para Andrew Scott que é incrivelmente sensacional neste ano, com uma quimca impecável e certeira com Phoebe em cena.
Com certeza virou minha série de cabeceira, aquela que normalmente você teria o box em casa, aquela que você sempre vai citar como a melhor série que você já viu, aquela que se anunciarem um retorno você vai ficar se roendo por dentro esperando o dia que estreie logo o primeiro episódio, aquela que você segue os atores em qualquer coisa que ele façam futuramente.
Fica difícil usar a palavra Obra Prima, mas Fleabag foi o texto/série mais original feito nos últimos anos sem sombra de dúvidas.
(assistido entre janeiro e março 2020)