"Aproveite a volta para casa, porque um dia não poderá mais fazer isso. A casa não vai sair do lugar, mas as pessoas podem não estar mais lá."
Deixe seu ego na porta. É um registro incrível de um dos maiores feitos da história da música. Ver toda a preparação e o planejamento para reunir mais de 40 artistas super famosos na época em um mesmo local e na mesma noite é impressionante, tornou o resultado final ainda melhor.
É um documentário bastante agradável de se ver, tem bastante momentos engraçados relatando os bastidores, a melhor parte é quando comentam do momento que estava um cego guiando outro cego pro banheiro. Quem participou de toda essa experiência durante aquela madrugada deve ter tido muita história pra contar, que inveja.
A parte que eles ficam raquetando a câmera é sensacional.
É uma obra que trás ao espectador um triângulo amoroso, rivalidade e partidas de tênis. E todos esses elementos juntos acabam funcionando muito bem, a direção imersiva junto com a tensão sexual que enaltece bem toda essa história, é um filme com bastante teor sensual mas que não se vê na necessidade de mostrar algo mais explicito.
A dinâmica dos personagens acaba funcionando muito melhor enquanto tudo isso está ocorrendo, e quando um lado se torna vitorioso e segue seu caminho tudo parece ficar monótono e estranho, como se faltasse algo.
A personagem da Zendaya controla e brinca com toda aquela situação os fazendo ficar a mercê dela, a construção da 'cena do menage' que ficou bastante famosa pelos trailers e o seu desfecho diz bastante como funciona esse trio e a relação entre eles.
A rivalidade é muito mais que uma partida de tênis, a sequência final da partida de tênis é um show a parte, chegou um momento que eu estava que nem a plateia olhando pra lá e pra cá acompanhando aquela partida ao som de uma trilha musical bastante forte e presente que durante todo o filme dita o ritmo e sensação das principais cenas.
Esse é um daqueles filmes confusos que trazem um conceito bastante interessante e é esse fator que dita toda a obra até o final, com inúmeros momentos que deixam o espectador bastante confuso e intrigado sobre o que realmente está acontecendo.
O problema principal pra mim é o grupo de personagens, é um filme que instiga pela situação e não por quem as vive, não consegui me importar com nenhum deles durante o filme inteiro. Até acontecer o plot principal foram várias cenas repletas de diálogos desinteressantes que não me fizeram sentir vínculo com nenhum deles. Outra questão que me incomodou também foi a estética da câmera tremendo o tempo todo.
Eu acho um bom filme quando se foca em sua temática e premissa, a forma que ela é trabalhada é instigante e interessante, fazendo-se uma boa obra para revisitar e ver conteúdo sobre para aproveitar melhor todas as nuances mostradas em tela, já que assistindo pela primeira vez me causou uma sensação de que não foi tão bem explorada quanto poderia ter sido.
Ótima adaptação de um livro do Stephen King, gosto bastante dessa temática de obras sobre autores escrevendo histórias e dessa vez abordando esse tema pautando principalmente sobre obsessão que um fã pode ter com a obra e seu autor, querendo a todo custo que aquela história seja da forma que a pessoa deseja, idealizando personagens e situações em sua vida e qualquer coisa que não a agrade seja uma ofensa pessoal.
O ambiente da casa no meio da floresta trás ao espectador toda uma atmosfera de isolamento e impotência do protagonista, que a todo custo se vê impossibilitado naquela situação devido ao ocorrido. O drama e o suspense são crescentes ao decorrer do filme, criando inúmeras situações tensas que ditam um ritmo bem agradável de se acompanhar.
Os macacos deturpando as palavras do meu mano Cesar...
Começo bem interessante para uma nova saga após uma trilogia bem consolidada nos cinemas. Confesso que eu estava bastante desconfiado de ter um 4° filme após um fechamento tão incrível do filme anterior e tinha medo que esse filme estragasse essa nova franquia atual derivada do filme de 1968.
É uma reintrodução ao universo se passando bastante tempo após o 3° filme, é uma nova geração de personagens e Cesar se tornou um símbolo antigo, e é interessante a abordagem dos vilões que deturpam suas palavras e agem de má fé usando o nome dele.
O Noah é um clássico personagem de jornada do herói, e tem aquele desenvolvimento padrão desse tipo de personagem, com uma jornada interessante e com o grupo de vilões bastante presente durante o filme trazendo ótimos conflitos, porém na reta final eu sinto que faltou mais desenvolvimento da parte deles, foram personagens com ideais interessantes mas ficou simplista demais.
Minha parte favorita é o momento que o protagonista está viajando com o orangotango que é o maior ponto de conexão com o passado, queria que tivesse mais dessa parte, é curiosamente um filme que trás bastante sobre a força da cultura que um povo pode ter para superar as suas dificuldades.
Tecnicamente é um filme impressionante, os efeitos visuais continuam ótimos como sempre beirando ao realismo. Mas achei um filme abaixo dos antecessores, mas ele trás bastante conceitos interessantes para serem desenvolvidos futuramente, principalmente na parte do núcleo humano, torço para que seja o início de outra trilogia de sucesso dessa saga.
Imagine largar mão de tudo que você tem e partir pelo mundo afora apenas para vivenciar uma vida livre sem amarras?
Com essa proposta baseada em uma história real o filme vai seguindo em uma jornada bastante encantadora, onde vamos acompanhando o protagonista viajando por diversas paisagens hipnotizantes, conhecendo pessoas e lugares no caminho. E aos poucos vamos conhecendo mais sobre o que motivou a ele tomar essa decisão tão radical.
É uma decisão muito corajosa e arriscada, é um filme que junto com a fotografia pode causar um misto de sensações no espectador, principalmente a de uma solidão melancólica e contemplativa, ver o quanto a vastidão do mundo fazia ele ser apenas um pontinho pequeno viajando, porém sempre seguindo em frente, vivendo de um jeito que o fazia bem.
Ver o quanto a sua própria companhia o bastava me fez ter uma sensação de admiração e de inveja, ao ver a forma em como ele se conectou com a natureza e com a si próprio.
O cachorro que só obedece comandos em francês é um charme a parte.
Divertido filme de ação sobre dublês com boas doses de comédia romântica para complementar a trama. Com foco em homenagear essa profissão tão pouco valorizada no cinema, é um daqueles filmes sobre bastidores de cinema que é é bem bacana, acompanhar as peripécias do Ryan Gosling como dublê esbanjando carisma ajuda bastante a se tornar um filme carismático para o público.
Ele tem um roteiro "espertinho" ao usar elementos de metalinguagem para contar a história que está sendo passada, fazendo analogias com roteiro, montagem do cinema e piadinhas sempre divertidas encaixadas em bons momentos (a referência a trilha de Duna é maravilhosa eu sempre ria quando tocava).
Sinto que a trama toda do vilão se embanana um pouco, o filme até brinca com isso, mas num geral é um ótimo filme repleto de efeitos práticos e todo um prestígio para os profissionais que merecem ser valorizados por trabalharem nessa área repleta de cenas perigosas.
"Não consigo traçar uma linha que separe meus filmes de minha vida, os filmes são uma parte dela." "Filmar não é um trabalho para mim, é minha vida. E todo filme é um ato fundamental."
Documentário que trás bastante making of da realização da obra "O Sacrifício" junto com comentários do Tarkovsky e sua esposa, recomendo para quem quer ver mais afundo sobre o diretor e a concepção de todo o projeto.
Omg hii Wagner Moura, como é bom ver esse ator trabalhando em um filme desse tamanho.
Bem interessante a abordagem sobre os jornalistas documentaristas das guerras, acompanhar junto com os personagens os horrores dos dois lados em uma luta que pra grande parte das pessoas já perdeu o seu propósito e só existe o horror de matar para sobreviver. É um filme que gerou bastante discussões sobre ele não ser especificamente um filme de esquerda ou de direita, ele tem alguns leves detalhes na narrativa que apontam, mas não é seu grande foco e acho até um ponto positivo para obra na questão de gerar debates sobre o filme.
Os personagens estão muito bens em seus papeis, detalhes sutis nas interpretações e expressões de pessoas que estão registrando os horrores o tempo todo e como isso os afeta psicologicamente. É interessante a dinâmica do olhar entre os personagens, enquanto um lado está a geração mais calejada e acostumada aos horrores, do outro vemos a garota mais nova que está vivenciando tudo aquilo de perto pela primeira vez e acompanhamos seu processo de amadurecimento perante tudo aquilo.
A mixagem de som é impressionante, momentos de puro silêncio acompanhados de uma fotografia magistral do horror da guerra usufruindo dos sons de tiros extremamente altos e impactantes para quebrar esse silêncio e nos fazer sentir o impacto daquilo tudo (minha mãe assustava toda hora).
É um road movie em que cada esquina tem uma nova tragédia acontecendo, em questões de roteiro não é uma história marcante, mais sustentada pela situação do que pela jornada em si, tem alguns momentos que o filme perde o fôlego mas quando ele atinge seus momentos de ápice é uma experiência bem arrebatadora.
O Clube dos Anjos foi uma surpresa bem agradável do cinema nacional, sendo uma adaptação de uma obra literária de mesmo nome do autor Luis Fernando Verissimo.
É uma obra que não está interessada em fazer suspense sobre o que está acontecendo e quem é o culpado por tudo aquilo, desde o começo é tudo mostrado para o espectador e vamos vendo o desenrolar da história acompanhando o modo que os personagens lidam com aquela situação. É uma abordagem bem interessante, a direção com um aspecto mais teatral junto com a direção de fotografia e arte juntas estão muito bem no filme, criam toda uma atmosfera envolvente que vai acompanhando os sentimentos conflitantes dos personagens.
Tem bastante abordagem inspirada em Shakespeare, é um filme que fala sobre a gula e de como o homem é um animal que sempre deseja mais do que necessita, de como os personagens acabam arriscando tudo pelo prazer momentâneo, já que em suas vidas fúteis aquele encontro entre amigos com muita fartura acaba sendo o ápice de suas experiências em vida, os fazendo ficarem reféns de toda aquela situação e mesmo tendo noção sobre isso, continuam indo, um por um.
Primeira experiência com uma obra do Tarkovisky e mesmo já tendo um leve conhecimento prévio é uma experiência bem desafiadora acompanhar todas as nuances propostas pelo diretor, porém bem instigante.
Chegou um momento que eu já estava bastante confuso sobre o que realmente estava acontecendo enquanto acompanhava os longos planos, é um filme bastante pessoal do diretor como dito em seu livro "Esculpir o Tempo", livro no qual ele fala bastante sobre todo o seu processo criativo, do quanto a arte e a sua vida estão relacionadas, todas suas vivências, sensações, filosofias e dificuldades são refletidas na sua arte.
A atmosfera da obra é incrível, o trabalho de som cria uma sensação bem intimista e sensorial daqueles personagens evidenciando cada som ambiente no cenário. Junto com o modo de como a iluminação muda após um acontecimento importante onde o personagem quer se sacrificar em prol de um bem maior, tudo fica escuro, sonhos se misturam, a câmera sempre acompanhando os personagens de longe e quando ela se aproxima destacando para o espectador o quão importante é aquela cena.
Existem planos-sequência impressionantes, é fascinante acompanhar o modo que Tarkovsky constrói cada cena usufruindo do tempo como uma característica distintiva e essencial de sua própria linguagem cinematográfica. Como dito por ele que o tempo não é apenas uma dimensão narrativa, e sim uma entidade viva e fluída, que cada plano precisa do seu tempo certo em tela para funcionar.
Gosto bastante de uma das ideias discutidas que é sobre o medo natural da morte que todos nós passamos, o primeiro plano do filme é um close em uma árvore viva e cheia de folhas de uma obra de arte chamada "Adoração dos Magos" de Da Vinci e o último plano do filme termina do mesmo jeito, com o mesmo movimento lento de câmera só que evidenciando uma árvore morta. O filme começa com a vida e termina com a morte, é uma simbologia bastante fascinante dado em conta que foi a ultima obra realizada pelo diretor, que acabou falecendo pouco tempo após o lançamento em 1986.
Quando terminei o filme descobri que ele fazia parte da saga de filmes de um personagem que é meio que um alter ego do Truffoit, o Antoine Doinel, e por eu ter visto o penúltimo filme da história desse personagem deu uma sensação de ter pego a viagem no final, sem ter pego as referências e a construção dos filmes anteriores.
O filme funciona bem como uma obra à parte, mas acredito que a experiência completa seja vinda com a bagagem das outras obras, tanto no seu relacionamento quanto na sua personalidade, mas mesmo sem conhecer muito do protagonista o seu jeito estranho (visualmente parece o Robert Pattinson como Bruce Wayne emo versão francês dos anos 70) é interessante de se acompanhar, o jeito que o filme aborda o casamento dos dois, o seu cotidiano e seus costumes, o jeito de andar, fumar, o modo como se relaciona com as pessoas (o cara aleatório pedindo dinheiro pra ele toda vez é muito bom), a nova fase da sua vida vinda com a paternidade.
Mesmo sendo um filme de comédia dramática, ele passa uma leveza e descompromisso com seus eventos, mesmo que seja com acontecimentos que demonstram a índole duvidosa do protagonista, acompanhados de diálogos bem interessantes e marcantes. Me interessei em ver as outras obras do personagem e do diretor.
Como diria aquela música lá: a a folou, a a folou i i
A proposta toda do filme é bem interessante e intrigante, principalmente com a alegoria da aids e toda a problemática ser em torno do sexo, a fotografia com toda a movimentação acompanhando os personagens e os sutis momentos de uma figura distante andando e se aproximando que junto com a trilha musical trazem uma ambientação muito boa para a obra, e que junto com a premissa/alegoria são os pontos fortes do filme.
Achei que o roteiro começa bastante promissor e criativo, mas do meio pro final principalmente no ultimo ato não lida tão bem quanto poderia ter sido, toda a angustia da protagonista de ser perseguida incansavelmente poderia ter sido "resolvido" se desde o começo fosse seguido a ideia do personagem do Paul, em vez da ideia da piscina que acaba sendo apenas mais uma sequencia do filme para causar tensão ao espectador, acaba ficando em um vai e vem que perde um pouco o impacto inicial e o sofrimento vivenciado pela personagem principal, mas que pra mim ainda funciona bem.
Dogville é uma experiência interessantíssima. Fui assistir as cegas sem saber do que se tratava, e acho que foi um fator ainda maior para eu me surpreender com a obra. Confesso que de primeira não gostei muito do visual, olhei tudo aquilo e pensei "puts, como assim?", mas logo todo o cenário e a estética da cidade que praticamente não existe para o espectador foi se tornando muito interessante e um exercício de imaginação; quanto mais vai passando o filme mais aquela cidade e seus habitantes vão se tornando vivos e presentes, e mais Dogville vai mostrando as suas verdadeiras facetas.
É uma obra que sintetiza muito bem a maldade do ser humano, do abuso de poder e dominação que oprime o mais frágil. A escolha estética de ter paredes invisíveis é sensacional e colabora muito com a crítica passada pelo filme, sobre os abusos físicos e mentais sofridos pelas pessoas atrás das paredes enquanto vemos ao redor as coisas apenas continuando normalmente, as pessoas vivendo suas vidas como se nada tivesse acontecendo (ou fingindo que não sabem), enquanto as atrocidades se escondem atrás das paredes dos lugares de uma cidade.
A estética cru e realista do filme causada pela ausência de trilhas musicas e uma fotografia bem intimista trazem ao espectador uma sensação documental sobre o problema vivido pelo casal de idosos em sua reta final de vida.
E que filme doloroso, é uma sensação de vazio angustiante ao acompanhar a obra sabendo do destino inevitável da morte, o medo do fim é um sentimento muito humano que nos acompanha a vida inteira, tanto para nós quanto para pessoas que amamos; e para quem já passou pela situação de ver um ente querido acamado é muito doloroso acompanhar toda a progressão do filme, a atuação do casal idoso é um dos pontos altos da obra, principalmente nos momentos difíceis que o sentimentos são confusos, toda a dor pela falta das atividades cotidianas que não são mais possíveis de serem feitas juntos é passada pelo sutil olhar deles, junto com o conformismo que as coisas não serão mais como antes.
Você percebe quando o filme é simples e honesto quando ele começa com um King Kong com dor de dente e querendo uma família. É um filme pra se debater por horas, altamente complexo e reflexivo, a grande jornada espiritual do King Kong e o Kong Jr. fazendo uma clara analogia a jornada do Kratos e o Atreus em God of War; o Godzilla como um defensor destruidor do mundo dormindo magnificamente em seu coliseu na Roma, acordando humildemente as vezes apenas para ir no quebra pau com uns bichos aleatórios, o reencontro entre essas duas lendas do cinema com um desfecho fantástico onde simplesmente o lagartão mete um suplex no gorilão na frente de uma pirâmide!!!! A batalha lendária entre macacos e lagartões no Rio de Janeiro!!!! São tantas camadas... tantos momentos... que simplesmente não dá pra esquecer, acho que o cinema chegou ao seu ápice. Uma verdadeira obra-prima do entretenimento, só não se tornou O Poderoso Chefão dos filmes de bichos gigantes pela insistência em colocar partes com humanos chatos que ninguém liga (e também talvez pro filme ser considerado live action em vez de animação). Dito isso, não assisti os outros filmes ainda desse godzillakongverso mas terei que ver para entender a complexidade dessa mitologia altamente bem construída e profunda!!!
O filme me fez ficar fascinado pelos banheiros públicos do Japão, deu vontade de visitar cada um.
É uma obra que transmite uma paz e melancolia, com momentos monótonos e repetitivos da vida do Sr. Hirayama, uma simplicidade comovente de um personagem em que suas ações no cotidiano nos dizem mais sobre ele do que palavras, nas quais ele raramente expressa. O filme leva ao espectador a uma rotina simples e repetitiva repleta de significados com pequenas ações sendo evidenciadas e mostradas bem casualmente.
O protagonista é um personagem que mesmo com suas questões pessoais, demonstra conforto em sua solitude e rotina, usufruindo do perfeccionismo em seu emprego de limpador de banheiro público como uma terapia e fuga da realidade. É um personagem fechado que não demonstra suas emoções com as poucas pessoas ao seu redor e com o decorrer da trama e de encontros com certas pessoas específicas trazem um desenvolvimento bem interessante ao protagonista, ver o seu processo de amadurecimento nessa idade, de se permitir a se expressar mais consigo mesmo, é muito bonito de se ver; a cena das sombras no chão é tocante.
Sua felicidade está nas pequenas coisas do dia a dia, contemplar os momentos ao seu redor, fazer seus hobbies artísticos que o alegram como fotografar, ler e ouvir boas musicas, são essas pequenas ações cotidianas que me trouxeram uma reflexão sobre dar valor as coisas simples da vida que gosto de fazer. Muitas vezes passamos a vida inteira sem dar ao devido valor ao presente, sem viver e contemplar o agora, sempre estamos pensando no passado e no futuro, ainda mais em um mundo com internet que sempre estamos conectados e sendo bombardeados de notificações a todo momento nos deixando sufocados, impacientes e ansiosos. Ver o Sr. Hirayama fazendo suas coisas com toda a atenção e paciência, sem pressa e sem correria foi singelo, poético e relaxante.
Gosto bastante do Afterlife de 2021, acho que ele faz bem a tendência moderna das franquias atuais que introduzem novos personagens para reviver a franquia com a história se passando anos após os eventos dos filmes antigos, contando também com a participação do elenco antigo com o intuito de passar o bastão para a nova geração e sendo um bom fanservice, gosto da interação entre os dois elencos no filme de 2021 e achei que a franquia estava trilhando um bom caminho para o futuro, mesclando bem o humor e a interação dos personagens, mas que nesse não funcionou tão bem assim. Senti que o elenco novo estava bem menos carismáticos e até meio apagados da própria história.
A trama é bem desinteressante em um geral, é a clássica trama da franquia porém tediosa na maior parte do tempo, a primeira hora é sofrível e com algumas boas ideias mas que na prática não foram tão bem executadas, e também outras ideias não tão boas que estavam apenas jogadas em um emaranhado de arcos com excesso de personagens sem desenvolvimento nenhum; os efeitos visuais me agradam e os fantasmas são legais, o vilão principal tem um visual bem interessante e ameaçador, porém é mal explorado e acaba deixando o clímax final bem morno e pouco empolgante.
Comprar Ingressos
Este site usa cookies para oferecer a melhor experiência possível. Ao navegar em nosso site, você concorda com o uso de cookies.
Se você precisar de mais informações e / ou não quiser que os cookies sejam colocados ao usar o site, visite a página da Política de Privacidade.
A Noite que Mudou o Pop
4.2 161 Assista Agora"Aproveite a volta para casa, porque um dia não poderá mais fazer isso. A casa não vai sair do lugar, mas as pessoas podem não estar mais lá."
Deixe seu ego na porta. É um registro incrível de um dos maiores feitos da história da música. Ver toda a preparação e o planejamento para reunir mais de 40 artistas super famosos na época em um mesmo local e na mesma noite é impressionante, tornou o resultado final ainda melhor.
É um documentário bastante agradável de se ver, tem bastante momentos engraçados relatando os bastidores, a melhor parte é quando comentam do momento que estava um cego guiando outro cego pro banheiro. Quem participou de toda essa experiência durante aquela madrugada deve ter tido muita história pra contar, que inveja.
Rivais
3.8 254A parte que eles ficam raquetando a câmera é sensacional.
É uma obra que trás ao espectador um triângulo amoroso, rivalidade e partidas de tênis. E todos esses elementos juntos acabam funcionando muito bem, a direção imersiva junto com a tensão sexual que enaltece bem toda essa história, é um filme com bastante teor sensual mas que não se vê na necessidade de mostrar algo mais explicito.
A dinâmica dos personagens acaba funcionando muito melhor enquanto tudo isso está ocorrendo, e quando um lado se torna vitorioso e segue seu caminho tudo parece ficar monótono e estranho, como se faltasse algo.
A personagem da Zendaya controla e brinca com toda aquela situação os fazendo ficar a mercê dela, a construção da 'cena do menage' que ficou bastante famosa pelos trailers e o seu desfecho diz bastante como funciona esse trio e a relação entre eles.
A rivalidade é muito mais que uma partida de tênis, a sequência final da partida de tênis é um show a parte, chegou um momento que eu estava que nem a plateia olhando pra lá e pra cá acompanhando aquela partida ao som de uma trilha musical bastante forte e presente que durante todo o filme dita o ritmo e sensação das principais cenas.
Coerência
4.0 1,3K Assista AgoraMas o que aconteceu aqui?
Esse é um daqueles filmes confusos que trazem um conceito bastante interessante e é esse fator que dita toda a obra até o final, com inúmeros momentos que deixam o espectador bastante confuso e intrigado sobre o que realmente está acontecendo.
O problema principal pra mim é o grupo de personagens, é um filme que instiga pela situação e não por quem as vive, não consegui me importar com nenhum deles durante o filme inteiro. Até acontecer o plot principal foram várias cenas repletas de diálogos desinteressantes que não me fizeram sentir vínculo com nenhum deles. Outra questão que me incomodou também foi a estética da câmera tremendo o tempo todo.
Eu acho um bom filme quando se foca em sua temática e premissa, a forma que ela é trabalhada é instigante e interessante, fazendo-se uma boa obra para revisitar e ver conteúdo sobre para aproveitar melhor todas as nuances mostradas em tela, já que assistindo pela primeira vez me causou uma sensação de que não foi tão bem explorada quanto poderia ter sido.
Louca Obsessão
4.1 1,3K Assista AgoraFé nas malucas ataca novamente.
Ótima adaptação de um livro do Stephen King, gosto bastante dessa temática de obras sobre autores escrevendo histórias e dessa vez abordando esse tema pautando principalmente sobre obsessão que um fã pode ter com a obra e seu autor, querendo a todo custo que aquela história seja da forma que a pessoa deseja, idealizando personagens e situações em sua vida e qualquer coisa que não a agrade seja uma ofensa pessoal.
O ambiente da casa no meio da floresta trás ao espectador toda uma atmosfera de isolamento e impotência do protagonista, que a todo custo se vê impossibilitado naquela situação devido ao ocorrido. O drama e o suspense são crescentes ao decorrer do filme, criando inúmeras situações tensas que ditam um ritmo bem agradável de se acompanhar.
Planeta dos Macacos: O Reinado
3.7 113Os macacos deturpando as palavras do meu mano Cesar...
Começo bem interessante para uma nova saga após uma trilogia bem consolidada nos cinemas. Confesso que eu estava bastante desconfiado de ter um 4° filme após um fechamento tão incrível do filme anterior e tinha medo que esse filme estragasse essa nova franquia atual derivada do filme de 1968.
É uma reintrodução ao universo se passando bastante tempo após o 3° filme, é uma nova geração de personagens e Cesar se tornou um símbolo antigo, e é interessante a abordagem dos vilões que deturpam suas palavras e agem de má fé usando o nome dele.
O Noah é um clássico personagem de jornada do herói, e tem aquele desenvolvimento padrão desse tipo de personagem, com uma jornada interessante e com o grupo de vilões bastante presente durante o filme trazendo ótimos conflitos, porém na reta final eu sinto que faltou mais desenvolvimento da parte deles, foram personagens com ideais interessantes mas ficou simplista demais.
Minha parte favorita é o momento que o protagonista está viajando com o orangotango que é o maior ponto de conexão com o passado, queria que tivesse mais dessa parte, é curiosamente um filme que trás bastante sobre a força da cultura que um povo pode ter para superar as suas dificuldades.
Tecnicamente é um filme impressionante, os efeitos visuais continuam ótimos como sempre beirando ao realismo. Mas achei um filme abaixo dos antecessores, mas ele trás bastante conceitos interessantes para serem desenvolvidos futuramente, principalmente na parte do núcleo humano, torço para que seja o início de outra trilogia de sucesso dessa saga.
Na Natureza Selvagem
4.3 4,5K Assista AgoraImagine largar mão de tudo que você tem e partir pelo mundo afora apenas para vivenciar uma vida livre sem amarras?
Com essa proposta baseada em uma história real o filme vai seguindo em uma jornada bastante encantadora, onde vamos acompanhando o protagonista viajando por diversas paisagens hipnotizantes, conhecendo pessoas e lugares no caminho. E aos poucos vamos conhecendo mais sobre o que motivou a ele tomar essa decisão tão radical.
É uma decisão muito corajosa e arriscada, é um filme que junto com a fotografia pode causar um misto de sensações no espectador, principalmente a de uma solidão melancólica e contemplativa, ver o quanto a vastidão do mundo fazia ele ser apenas um pontinho pequeno viajando, porém sempre seguindo em frente, vivendo de um jeito que o fazia bem.
Ver o quanto a sua própria companhia o bastava me fez ter uma sensação de admiração e de inveja, ao ver a forma em como ele se conectou com a natureza e com a si próprio.
O Dublê
3.5 116O cachorro que só obedece comandos em francês é um charme a parte.
Divertido filme de ação sobre dublês com boas doses de comédia romântica para complementar a trama. Com foco em homenagear essa profissão tão pouco valorizada no cinema, é um daqueles filmes sobre bastidores de cinema que é é bem bacana, acompanhar as peripécias do Ryan Gosling como dublê esbanjando carisma ajuda bastante a se tornar um filme carismático para o público.
Ele tem um roteiro "espertinho" ao usar elementos de metalinguagem para contar a história que está sendo passada, fazendo analogias com roteiro, montagem do cinema e piadinhas sempre divertidas encaixadas em bons momentos (a referência a trilha de Duna é maravilhosa eu sempre ria quando tocava).
Sinto que a trama toda do vilão se embanana um pouco, o filme até brinca com isso, mas num geral é um ótimo filme repleto de efeitos práticos e todo um prestígio para os profissionais que merecem ser valorizados por trabalharem nessa área repleta de cenas perigosas.
Dirigido por Andrei Tarkóvski
4.2 4"Não consigo traçar uma linha que separe meus filmes de minha vida, os filmes são uma parte dela."
"Filmar não é um trabalho para mim, é minha vida. E todo filme é um ato fundamental."
Documentário que trás bastante making of da realização da obra "O Sacrifício" junto com comentários do Tarkovsky e sua esposa, recomendo para quem quer ver mais afundo sobre o diretor e a concepção de todo o projeto.
Guerra Civil
3.7 299Omg hii Wagner Moura, como é bom ver esse ator trabalhando em um filme desse tamanho.
Bem interessante a abordagem sobre os jornalistas documentaristas das guerras, acompanhar junto com os personagens os horrores dos dois lados em uma luta que pra grande parte das pessoas já perdeu o seu propósito e só existe o horror de matar para sobreviver. É um filme que gerou bastante discussões sobre ele não ser especificamente um filme de esquerda ou de direita, ele tem alguns leves detalhes na narrativa que apontam, mas não é seu grande foco e acho até um ponto positivo para obra na questão de gerar debates sobre o filme.
Os personagens estão muito bens em seus papeis, detalhes sutis nas interpretações e expressões de pessoas que estão registrando os horrores o tempo todo e como isso os afeta psicologicamente. É interessante a dinâmica do olhar entre os personagens, enquanto um lado está a geração mais calejada e acostumada aos horrores, do outro vemos a garota mais nova que está vivenciando tudo aquilo de perto pela primeira vez e acompanhamos seu processo de amadurecimento perante tudo aquilo.
A mixagem de som é impressionante, momentos de puro silêncio acompanhados de uma fotografia magistral do horror da guerra usufruindo dos sons de tiros extremamente altos e impactantes para quebrar esse silêncio e nos fazer sentir o impacto daquilo tudo (minha mãe assustava toda hora).
É um road movie em que cada esquina tem uma nova tragédia acontecendo, em questões de roteiro não é uma história marcante, mais sustentada pela situação do que pela jornada em si, tem alguns momentos que o filme perde o fôlego mas quando ele atinge seus momentos de ápice é uma experiência bem arrebatadora.
O Clube dos Anjos
3.3 11Comida é poder.
O Clube dos Anjos foi uma surpresa bem agradável do cinema nacional, sendo uma adaptação de uma obra literária de mesmo nome do autor Luis Fernando Verissimo.
É uma obra que não está interessada em fazer suspense sobre o que está acontecendo e quem é o culpado por tudo aquilo, desde o começo é tudo mostrado para o espectador e vamos vendo o desenrolar da história acompanhando o modo que os personagens lidam com aquela situação. É uma abordagem bem interessante, a direção com um aspecto mais teatral junto com a direção de fotografia e arte juntas estão muito bem no filme, criam toda uma atmosfera envolvente que vai acompanhando os sentimentos conflitantes dos personagens.
Tem bastante abordagem inspirada em Shakespeare, é um filme que fala sobre a gula e de como o homem é um animal que sempre deseja mais do que necessita, de como os personagens acabam arriscando tudo pelo prazer momentâneo, já que em suas vidas fúteis aquele encontro entre amigos com muita fartura acaba sendo o ápice de suas experiências em vida, os fazendo ficarem reféns de toda aquela situação e mesmo tendo noção sobre isso, continuam indo, um por um.
O Sacrifício
4.3 148Primeira experiência com uma obra do Tarkovisky e mesmo já tendo um leve conhecimento prévio é uma experiência bem desafiadora acompanhar todas as nuances propostas pelo diretor, porém bem instigante.
Chegou um momento que eu já estava bastante confuso sobre o que realmente estava acontecendo enquanto acompanhava os longos planos, é um filme bastante pessoal do diretor como dito em seu livro "Esculpir o Tempo", livro no qual ele fala bastante sobre todo o seu processo criativo, do quanto a arte e a sua vida estão relacionadas, todas suas vivências, sensações, filosofias e dificuldades são refletidas na sua arte.
A atmosfera da obra é incrível, o trabalho de som cria uma sensação bem intimista e sensorial daqueles personagens evidenciando cada som ambiente no cenário. Junto com o modo de como a iluminação muda após um acontecimento importante onde o personagem quer se sacrificar em prol de um bem maior, tudo fica escuro, sonhos se misturam, a câmera sempre acompanhando os personagens de longe e quando ela se aproxima destacando para o espectador o quão importante é aquela cena.
Existem planos-sequência impressionantes, é fascinante acompanhar o modo que Tarkovsky constrói cada cena usufruindo do tempo como uma característica distintiva e essencial de sua própria linguagem cinematográfica. Como dito por ele que o tempo não é apenas uma dimensão narrativa, e sim uma entidade viva e fluída, que cada plano precisa do seu tempo certo em tela para funcionar.
Gosto bastante de uma das ideias discutidas que é sobre o medo natural da morte que todos nós passamos, o primeiro plano do filme é um close em uma árvore viva e cheia de folhas de uma obra de arte chamada "Adoração dos Magos" de Da Vinci e o último plano do filme termina do mesmo jeito, com o mesmo movimento lento de câmera só que evidenciando uma árvore morta. O filme começa com a vida e termina com a morte, é uma simbologia bastante fascinante dado em conta que foi a ultima obra realizada pelo diretor, que acabou falecendo pouco tempo após o lançamento em 1986.
Domicílio Conjugal
4.1 114 Assista AgoraQuando terminei o filme descobri que ele fazia parte da saga de filmes de um personagem que é meio que um alter ego do Truffoit, o Antoine Doinel, e por eu ter visto o penúltimo filme da história desse personagem deu uma sensação de ter pego a viagem no final, sem ter pego as referências e a construção dos filmes anteriores.
O filme funciona bem como uma obra à parte, mas acredito que a experiência completa seja vinda com a bagagem das outras obras, tanto no seu relacionamento quanto na sua personalidade, mas mesmo sem conhecer muito do protagonista o seu jeito estranho (visualmente parece o Robert Pattinson como Bruce Wayne emo versão francês dos anos 70) é interessante de se acompanhar, o jeito que o filme aborda o casamento dos dois, o seu cotidiano e seus costumes, o jeito de andar, fumar, o modo como se relaciona com as pessoas (o cara aleatório pedindo dinheiro pra ele toda vez é muito bom), a nova fase da sua vida vinda com a paternidade.
Mesmo sendo um filme de comédia dramática, ele passa uma leveza e descompromisso com seus eventos, mesmo que seja com acontecimentos que demonstram a índole duvidosa do protagonista, acompanhados de diálogos bem interessantes e marcantes. Me interessei em ver as outras obras do personagem e do diretor.
Corrente do Mal
3.2 1,8K Assista AgoraComo diria aquela música lá: a a folou, a a folou i i
A proposta toda do filme é bem interessante e intrigante, principalmente com a alegoria da aids e toda a problemática ser em torno do sexo, a fotografia com toda a movimentação acompanhando os personagens e os sutis momentos de uma figura distante andando e se aproximando que junto com a trilha musical trazem uma ambientação muito boa para a obra, e que junto com a premissa/alegoria são os pontos fortes do filme.
Achei que o roteiro começa bastante promissor e criativo, mas do meio pro final principalmente no ultimo ato não lida tão bem quanto poderia ter sido, toda a angustia da protagonista de ser perseguida incansavelmente poderia ter sido "resolvido" se desde o começo fosse seguido a ideia do personagem do Paul, em vez da ideia da piscina que acaba sendo apenas mais uma sequencia do filme para causar tensão ao espectador, acaba ficando em um vai e vem que perde um pouco o impacto inicial e o sofrimento vivenciado pela personagem principal, mas que pra mim ainda funciona bem.
Dogville
4.3 2,0K Assista AgoraDogville é uma experiência interessantíssima. Fui assistir as cegas sem saber do que se tratava, e acho que foi um fator ainda maior para eu me surpreender com a obra. Confesso que de primeira não gostei muito do visual, olhei tudo aquilo e pensei "puts, como assim?", mas logo todo o cenário e a estética da cidade que praticamente não existe para o espectador foi se tornando muito interessante e um exercício de imaginação; quanto mais vai passando o filme mais aquela cidade e seus habitantes vão se tornando vivos e presentes, e mais Dogville vai mostrando as suas verdadeiras facetas.
É uma obra que sintetiza muito bem a maldade do ser humano, do abuso de poder e dominação que oprime o mais frágil. A escolha estética de ter paredes invisíveis é sensacional e colabora muito com a crítica passada pelo filme, sobre os abusos físicos e mentais sofridos pelas pessoas atrás das paredes enquanto vemos ao redor as coisas apenas continuando normalmente, as pessoas vivendo suas vidas como se nada tivesse acontecendo (ou fingindo que não sabem), enquanto as atrocidades se escondem atrás das paredes dos lugares de uma cidade.
Amor
4.2 2,2K Assista AgoraA estética cru e realista do filme causada pela ausência de trilhas musicas e uma fotografia bem intimista trazem ao espectador uma sensação documental sobre o problema vivido pelo casal de idosos em sua reta final de vida.
E que filme doloroso, é uma sensação de vazio angustiante ao acompanhar a obra sabendo do destino inevitável da morte, o medo do fim é um sentimento muito humano que nos acompanha a vida inteira, tanto para nós quanto para pessoas que amamos; e para quem já passou pela situação de ver um ente querido acamado é muito doloroso acompanhar toda a progressão do filme, a atuação do casal idoso é um dos pontos altos da obra, principalmente nos momentos difíceis que o sentimentos são confusos, toda a dor pela falta das atividades cotidianas que não são mais possíveis de serem feitas juntos é passada pelo sutil olhar deles, junto com o conformismo que as coisas não serão mais como antes.
Godzilla e Kong: O Novo Império
3.1 185 Assista AgoraVocê percebe quando o filme é simples e honesto quando ele começa com um King Kong com dor de dente e querendo uma família.
É um filme pra se debater por horas, altamente complexo e reflexivo, a grande jornada espiritual do King Kong e o Kong Jr. fazendo uma clara analogia a jornada do Kratos e o Atreus em God of War; o Godzilla como um defensor destruidor do mundo dormindo magnificamente em seu coliseu na Roma, acordando humildemente as vezes apenas para ir no quebra pau com uns bichos aleatórios, o reencontro entre essas duas lendas do cinema com um desfecho fantástico onde simplesmente o lagartão mete um suplex no gorilão na frente de uma pirâmide!!!! A batalha lendária entre macacos e lagartões no Rio de Janeiro!!!! São tantas camadas... tantos momentos... que simplesmente não dá pra esquecer, acho que o cinema chegou ao seu ápice.
Uma verdadeira obra-prima do entretenimento, só não se tornou O Poderoso Chefão dos filmes de bichos gigantes pela insistência em colocar partes com humanos chatos que ninguém liga (e também talvez pro filme ser considerado live action em vez de animação).
Dito isso, não assisti os outros filmes ainda desse godzillakongverso mas terei que ver para entender a complexidade dessa mitologia altamente bem construída e profunda!!!
Dias Perfeitos
4.2 292 Assista AgoraO filme me fez ficar fascinado pelos banheiros públicos do Japão, deu vontade de visitar cada um.
É uma obra que transmite uma paz e melancolia, com momentos monótonos e repetitivos da vida do Sr. Hirayama, uma simplicidade comovente de um personagem em que suas ações no cotidiano nos dizem mais sobre ele do que palavras, nas quais ele raramente expressa. O filme leva ao espectador a uma rotina simples e repetitiva repleta de significados com pequenas ações sendo evidenciadas e mostradas bem casualmente.
O protagonista é um personagem que mesmo com suas questões pessoais, demonstra conforto em sua solitude e rotina, usufruindo do perfeccionismo em seu emprego de limpador de banheiro público como uma terapia e fuga da realidade. É um personagem fechado que não demonstra suas emoções com as poucas pessoas ao seu redor e com o decorrer da trama e de encontros com certas pessoas específicas trazem um desenvolvimento bem interessante ao protagonista, ver o seu processo de amadurecimento nessa idade, de se permitir a se expressar mais consigo mesmo, é muito bonito de se ver; a cena das sombras no chão é tocante.
Sua felicidade está nas pequenas coisas do dia a dia, contemplar os momentos ao seu redor, fazer seus hobbies artísticos que o alegram como fotografar, ler e ouvir boas musicas, são essas pequenas ações cotidianas que me trouxeram uma reflexão sobre dar valor as coisas simples da vida que gosto de fazer. Muitas vezes passamos a vida inteira sem dar ao devido valor ao presente, sem viver e contemplar o agora, sempre estamos pensando no passado e no futuro, ainda mais em um mundo com internet que sempre estamos conectados e sendo bombardeados de notificações a todo momento nos deixando sufocados, impacientes e ansiosos. Ver o Sr. Hirayama fazendo suas coisas com toda a atenção e paciência, sem pressa e sem correria foi singelo, poético e relaxante.
Ghostbusters: Apocalipse de Gelo
2.7 89 Assista AgoraGosto bastante do Afterlife de 2021, acho que ele faz bem a tendência moderna das franquias atuais que introduzem novos personagens para reviver a franquia com a história se passando anos após os eventos dos filmes antigos, contando também com a participação do elenco antigo com o intuito de passar o bastão para a nova geração e sendo um bom fanservice, gosto da interação entre os dois elencos no filme de 2021 e achei que a franquia estava trilhando um bom caminho para o futuro, mesclando bem o humor e a interação dos personagens, mas que nesse não funcionou tão bem assim. Senti que o elenco novo estava bem menos carismáticos e até meio apagados da própria história.
A trama é bem desinteressante em um geral, é a clássica trama da franquia porém tediosa na maior parte do tempo, a primeira hora é sofrível e com algumas boas ideias mas que na prática não foram tão bem executadas, e também outras ideias não tão boas que estavam apenas jogadas em um emaranhado de arcos com excesso de personagens sem desenvolvimento nenhum; os efeitos visuais me agradam e os fantasmas são legais, o vilão principal tem um visual bem interessante e ameaçador, porém é mal explorado e acaba deixando o clímax final bem morno e pouco empolgante.