Últimas opiniões enviadas
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"You saved my life. You made it... you made it beautiful. So it's okay."
Dava pra ouvir meu coração partindo nessa hora.
Se houver um Oscar esse ano onde não haja indicação do Riz Ahmed como ator em papel principal e Paul Raci em papel coadjuvante, é motivo de rebelião. Perfeito equilíbrio de cena entre os dois. Joe é aquela alma ancestral e sábia que traz paz para o maior dos desastres. E a performance do Riz como Ruben foi tão sensível e cheia de nuances. Em nenhum momento assume um tom exagerado de melodrama, mas não se deixa afetar pelo medo da vulnerabilidade. Ruben me emocionou em vários momentos e Riz soube transmitir mensagens com muita sutileza, em vários momentos apenas com um olhar podia-se entender o que estava pensando.
A forma como o filme se preocupa em tentar transmitir um pouco do mundo sensorial de Ruben é muito efetiva e faz toda a diferença.
Vi algumas pessoas comentarem que o final do filme é previsível, mas acho que o filme caminha para onde deveria ir. Nem sempre o óbvio é ruim. Vivemos em uma era onde praticamente tudo já foi feito e retratado, e não faz sentido fugir de um caminho coerente com a história e personagens apenas pelo prazer de dizer que inovou no desfecho. Para mim, o roteiro do filme é basicamente perfeito no que se propõe e deixou tudo bem amarradinho.
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A Vida Invisível
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Últimos recados
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Mths Gonc
Oi Assis, tudo certo?
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André Macleod
E ai Assis blz 👍nosso grau de compatibilidade cinéfila é muito alto, isso signifka que vc é loko né não 😁...me diz c ja assistiu MANDY com fodástico NICK CAGE...me f ala o q vc achou, se não ....vai a dica...
Primeiramente, gostaria de dizer que sim, o coração está bem quentinho! Queria eu nos meus tempos de adolescência ter tido uma série tão fofa e bem representante dos dramas da adolescência dos LGBTQIA+. É cada coisa grotesca que a gente assistia pra tentar achar algum rastro de representação. Ou era algo extremamente traumático e deprimente, ou era escrachado e estereotipado. Acho que os escritores souberam fugir dos clichês anticlimáticos mais entediantes e nos deram um bom desenvolvimento das personagens.
Dito isso, gostaria de trazer alguns pontos. Me deixou bastante decepcionado ver como os comentários da comunidade subestimam a trajetória do Charlie e exaltam muito mais a do Nick. E não me entenda mal, o Nick é de fato apaixonante. Mas o fato de ele ser o cara masculino gato esportista das capas de Revista Capricho com certeza ajuda muito nessa simpatia toda que o personagem angariou. Se for pra analisar na real, na lata, o Nick não fez mais que o mínimo. Nós somos bem como Charlie, tão acostumados com um tratamento abaixo do aceitável que quando vemos um Nick, pensamos encontrar o príncipe encantado. E de fato, essas histórias de amor gay escritas por mulheres têm uma tendência de romantizar relações homo no limite do fantasioso. Não seria exagero dizer que o Nick é de fato um príncipe encantado. Mas vale lembrar que é pelos afeminados e pelas trans como Charlie and Elle que os Nickies podem andar por aí sendo bis e tal. Foi sendo muito saco de pancada dos bullies que essa galera toda consquistou muito da visibilidade que a comunidade pode usufruir hoje.
Vi alguns comentários de pessoas dizendo se sentirem um pouco mal por não terem vivido um romance desses, mas gostaria de frisar que esse retrato é absolutamente fictício. Eu sou super a favor desse tipo de retrato: de carinho, afeto, amor, respeito, também. Eu acho que a comunidade LGBTQIA+ merece um pouco mais disso depois de tantas décadas de retratos absurdos. Mas por favor: não fetichizem esse tipo de conteúdo. É uma ficção, feita com o propósito de esquentar o nosso coração e renovar nossas esperanças no amor. Não se sinta mal por não ter uma história de TV, quase ninguém tem!
Outro ponto é que, eu me senti bastante representado nessa série em um aspecto. Lembram do Isaac? Pois é, nem a produção lembrou muito. E esse é bem o retrato real da pessoa que está fora do padrão. Se você não é magro, ou charmoso, ou fofo, ou padrão, ou não encontra seu nicho, pra você não rola um enredo de romance. Não é esteticamente bonito assistir os esteticamente disformes se engalfinharem. "Ah, mas ele não era um personagem de destaque". Pois é, esse é meu ponto...
Novamente: longe de mim repudiar a série. Nós precisamos de mais obras como essa, retratando outras facetas dos relacionamentos LGBTQIA+. Ainda mais numa gigante como a Netflix. E melhor ainda: sendo bem recebida e não reconhecida como um entretenimento de nicho, está estourando a bolha LGBTQIA+! Mas como eu fiquei em conflito com alguns pontos, achei justo trazer eles no meu comentário.
E Charlie, você é meu favorito e adoraria se você fosse o meu namorado. <3