Impressiona a criatividade dos números musicais dessa obra! Indo desde a dança de amigos, bêbados, perambulando pelas ruas, até sequências de reações diante de pensamentos.
A história sobre a durabilidade das amizades através do tempo é interessante. Três soldados amigos que, com o passar do tempo, acabam mudando seus perfis, em que cada um teve uma formação de vida diferenciada, profissionalmente e pessoalmente, e num reencontro depois de anos percebem que não são mais os mesmos, e que logo se se veem envoltos em uma situação inusitada por conta dessa reunião.
O talento nos números de dança do elenco é o destaque, coreografias realizadas com exímia competência e atuações que compensam, com Gene Kelly (que também trabalha na direção, junto com Stanley Donen) tomando a dianteira, e por conta disso os outros amigos acabam tendo um tempo mais reduzido em tela, mas que não causam tanto desconforto. Apenas um adendo sobre o fato de que Cyd Charisse poderia ter tido mais cenas de dança, pois no seu momento de performance ela dá um banho de excelência.
Como já comentaram, o final é um pouco forçado, mas que não chega a desmerecer o seu conteúdo como um todo.
Se atualmente os filmes de super-heróis levam multidões aos cinema, nos anos 70 foram os chamados filmes catástrofes que se tornavam blockbusters, mas já no final daquela época as produções do tipo começavam a perder força e "O Dia que o Mundo Acabou" pode ser um dos exemplos disso.
Apesar de contar com os nomes de grandes estrelas no seu elenco, como Paul Newman, William Holden e Jacqueline Bisset, em que os três já haviam participado de outras produções do tipo (Paul Newman e William Holden em "Inferno na Torre" e Jacqueline Bisset em "Aeroporto"), o filme tem um enredo repetitivo e com a evidente falta de cuidado com os efeitos especiais. Parece que a obra quis apostar apenas no apego do público com os astros que faziam parte do casting do que pela história e seu trabalho visual, assim acabou-se criando um filme pobre de conceito e estética que prejudica as atuações,
"O Dia que o Mundo Acabou" foi péssimo de bilheteria e recebeu uma chuva de críticas em 1980, e hoje se mostra uma produção de pouco reconhecimento e que não faz jus a trinca de protagonistas, sendo um filme esquecível em suas filmografias.
Envelopado no visual Clubber dos anos 90, o filme também adiciona uma estética parecida com o de "Alucinações do Passado" do diretor Adrian Lyne e ainda faz referências a obras que tratam de questões religiosas como "O Exorcista" e até de sua continuações "O Exorcista II - O Herege" e "O Exorcista III".
A cena inicial no Brasil e de Frankie sentada e caminhando na beira do edifício, remetendo as sequências de "O Exorcista II - O Herege", onde o padre Phillip vai a um vilarejo, e de Regan, sonâmbula, parada na beirada do prédio, por exemplo.
O trabalho de edição, cheio de cortes rápidos e com vários efeitos na projeção, exemplificam como o trabalho imprime a sua própria cara apostando no tratamento de arte de seu tempo (é só lembrarmos da série de TV "Buffy, A Caça-Vampiros"). Pode causar um certo estranhamento no começo, mas depois isso não incomoda tanto no decorrer da trama.
A ideia do roteiro, sobre os estigmas, é muito boa! Uma temática que até então era pouco conhecida e não tão abordada por filmes do gênero. Apesar disso, a história tem alguns desníveis, com situações que são criadas e depois abandonadas, ou não analisadas como deveria. Nada de muito grave, mas que fica evidente para quem o confere. Algumas reações dos personagens também são estranhas, exaltadas ou pouco atentas a certas ações, onde uma direção mais acertada poderia ter dado um melhor andamento.
O Brasil da produção, que parece um município do interior do México, com direito a brasileiros falando portunhol, o crucifixo, que é o causador das chagas em Frankie, que não é nem mencionado na investigação, e algumas reações exageradas ou indiferentes da própria e de alguns personagens.
Na versão em DVD a obra apresenta, além da conclusão oficial, um final alternativo e, o encerramento que não foi escolhido para as salas de cinema e pra TV parece casar mais com todo o caminhar da produção, mas acredito que, possivelmente, nas apresentações testes (muito comum nos EUA para observar a reação de um público selecionado e manter ou alterar o fim de alguma obra baseado na preferência dele, antes de lança-la oficialmente nos cinemas), os espectadores devem ter preferido o final que foi para a tela grande
Bom filme! Pode até parecer meio datado visualmente pra alguns, mas é interessante no seu contexto geral.
Grata surpresa com um filme de ação e drama brasileiro produzido com uma ótima qualidade. "O Sequestro do Voo 375" prova que o Brasil tem potencial sim para fazer filmes do gênero com exímia capacidade.
Baseado em fatos reais, a trama conta a história real do sequestro de um avião da extinta empresa aérea Vasp, ocorrido em 1988, que é pouco conhecida por grande parte dos brasileiros.
Interessante o seu início, contextualizando de forma documental a situação econômica na qual o Brasil passava naquele final da década de 80, para assim fazer com que o espectador adentre melhor na motivação de Nonato para tal ação. Depois, o filme vai na esteira do thriller e drama, onde a tensão vai tomando conta das sequências, onde o piloto e, posteriormente, a contribuição de outros coadjuvantes vão dando toda a densidade nas partes chaves de cada entrecho.
O trabalho de direção de arte, figurino e maquiagem é deveras gratificante! A reprodução de cenários, objetos, vestimentas, penteados de 88 é bem realizada, em que closes e interações evidenciam muito bem ao público o período em que se passa o enredo e tudo feito com esmero.
As interpretações do elenco são ótimas, principalmente de Danilo Grangheia, Jorge Paz e Roberta Gualda, os personagens bases da produção, que merecem ótimas críticas.
É fato que ele tem alguns deslizes, pouquíssimos, mas alguns detalhes não ficam 100% perfeitos, mas são muito pequenos para derrubar qualquer boa reação que a obra provoque na sua conclusão. Algo que não compromete em nada na apreciação da trama.
Os efeitos de computação gráfica nas cenas de pouso e decolagem não são tão bem produzidos, e momentos de interação com passageiros e a tripulação poderiam ter contribuído mais para o suspense.
Dá gosto de ver o país crescendo na indústria cinematográfica com filmes desse nível. Vale a conferida!
"Sing 2" consegue superar o já bastante agradável primeiro filme e eleva a satisfação em vários pontos. Desde a seleção musical, com direito a canções até pouco usuais, como "Heads Will Roll" do Yeah Yeah Yeahs, a questão visual, com mais cores, mais cenários, mais diversificação conceitual, e o enredo, que ganha mais contornos.
É interessante como a aborda o dilema da busca pelo sonho de crescer na carreira, ao mesmo tempo que precisa lidar com a pressão do show business e as interferências superiores, vistas em muitos campos do mundo artístico.
"Sing 2" fez o trabalho que "Trolls 2" não conseguiu realizar no que se refere a engrandecer-se como uma continuação de animação musical que guarda a essência do seu original, mas também traz novos elementos que enriquecem a sua versão.
Que bela homenagem ao terror dos anos 80 feita por James Wan!
Com referências indo desde os giallos italianos (já podendo ser visto no pôster do filme), a obras como "A Hora do Pesadelo 2 - A Vingança de Freddy" e "A Hora do Pesadelo 5 - O Maior Horror de Freddy", indo até "Poltergeist II - O Outro Lado", enfim, James Wan as inspirações de produções oitentistas e criou um filme de fã pra fã daqueles tempos.
Saindo da sua zona de conforto em que se encontrava na época, que eram os filmes sobrenaturais, James se reinventa. Ele não está criando nada revolucionário em "Maligno", mas faz a lição de casa com competência, entregando um criação cinematográfica com bom suspense e sanguinolência, e se dando o direito até de colocar um pouco de ação em um dado momento (claro que com boas doses de carnifica).
O início da história parece que não vai te entregar muita coisa, mas com o decorrer do tempo ela vai evoluindo , até chegar no seu ápice, que garante uma ótima sequência. Tudo embalado com os elementos que remetem aos anos 80, do visual até a trilha sonora, e inclusive de uma certa canastrice nas atuações, típicas do terror oitentista.
A única justifica que se pode aceitar pra tentar entender a ideia de que alguém topou fazer isso foi de que eles achavam que estavam criando um novo "Sharknado", algo tão ruim e sem noção que, talvez, quem sabe?, pudesse ser comprado pelo espectador como uma comédia bizarra, mas pra azar de quem apostou suas fichas nessa tosqueira, o filme é ruim e sem graça num nível extremo. PQP!
"A Garota na Teia de Aranha" é a história do quarto livro da franquia "Millennium", agora escrita por David Lagercrantz, pois o autor da trilogia, Stieg Larsson, faleceu em 2004 e a editora decidiu dar mais andamento as tramas.
Já pra adaptação pro cinema, quem ocupa o cargo de direção é Fede Alvarez (de "A Morte do Demônio" de 2013, e "O Homem nas Trevas") e a obra agora se torna um braço do remake americano de 2011, já que a Columbia e a MGM não filmaram as duas continuações para Hollywood devido a bilheteria que ficou aquém do esperado (lembrando que na Suécia, terra natal do autor Stieg, "Millennium II" e "Millennium III" ganharam as telas). Por conta disso, alguns pontos dos entrechos de parte 2 e parte 3 parecem não casarem muito com essa produção, então é preciso ter em mente que "Millennium: A Garota na Teia de Aranha" é descendente de "Millennium: Os Homens que não Amavam as Mulheres" de David Fincher, e seguindo nessa linha, seu visual se assemelha muito a produção anterior, com uma paleta de cores mais fria e ambientes mais escuros (diga-se de passagem, uma estética adotada em todos os filmes do Fincher), e em alguns momentos a gente é até pego de surpresa quando nos deparamos com possíveis elementos renascidos, como a cena dos créditos iniciais cheia de efeitos, porém essa surpresa não perdura pois, mesmo com uma grande referência que foi "Millennium" de 2011, Fede Alvarez tenta deixar o filme com a sua marca, o que é altamente louvável, afinal, é ele quem está comando agora, e a própria cena dos créditos já demonstra isso pois, em vez de uma nova versão de um rock clássico, como foi a cover de "Immigrant Song" do Led Zeppelin, feita pela Karen O, agora temos uma composição instrumental e decorrida num tempo menor de tela.
Esses diferenças não vão só pela questão de identidade do diretor, mas acredito também que tenha nessa nova construção uma opção de fazer com que a obra seja melhor digerida pelo público, já que a adaptação cinematográfica do primeiro filme foi fraca de arrecadação nos cinemas e, assim como na versão sueca, não tinha presa em colocar os pontos altos em cena, era um caminhar mais lento para levar a trama nos momentos chaves, e nota-se que aqui a produção não perde tempo em botar as cartas na mesa, o que gera até um estranhamento pois, mal os entrechos vão aparecendo na trama e logo eles são delimitados, como a cena pré créditos inicias, que em segundos já se finda. Acho que essa agilidade em certas partes peca por não fazer o espectador se aprofundar nas questões pessoais dos personagens, em compensação, nas sequências de ação, elas funcionam bem ao manter o ritmo acelerado. É como se, para um salto, ele tem um bom trampolim, mas para um nado, ele é um mergulho numa piscina rasa.
Sem dúvida que essa versão da Lisbeth é a mais emocionalmente perceptível do cinema! Ela até chora e demonstra mais amabilidade em dados seguimentos, e é curioso que, quando ela tenta passar a imagem de uma pessoa não sociável, soa mais como grosseria do que um comportamento de uma garota com personalidade fechada.
A história é cheia de reviravoltas, mas, como citado anteriormente, é tudo elaborado na rapidez, trabalhado a toque de caixa, chega num canto e já tá engatilhado em outro, o que faz com que ele conclua tudo o que se propõe num tempo menor que as das obras anteriores (tanto a americana, quanto as suecas).
No final das contas, "Millennnium; A Garota na Teia de Aranha" tem saldo positivo, mas é recomendável que você veja ele como esteira do remake americano, pois assisti-lo com as continuações suecas na cabeça deixa uma sensação de que algo não se encaixa direito.
Terceira parte da versão sueca de "Millennium", "A Rainha do Castelo de Ar" retorna a linha mais investigativa e encerra a trilogia muito bem!
Se em "Millennium II - A Menina que Brincava com Fogo" o diretor Daniel Alfredson errou um pouco a mão no direcionamento de certos pontos da obra, aqui ele acerta o passo, a história agora instiga o espectador ao fazê-lo acompanhar a montagem das armadilhas feitas tanto pelos protagonistas, quanto pelos antagonistas, que tentam se defender de todas as formas.
Lisbeth foi colocada numa sinuca de bico e agora precisa da ajuda das pessoas que fizeram, e também das novas pessoas que farão parte da sua vida naquele momento, para se desvencilhar da ratoeira armada em um complexo, ardiloso e perigoso esquema.
Aqui, as sequências de ação recebem um cuidado melhor se comparadas a produção anterior, com um trabalho coordenado de modo mais satisfatório, mas a trama se empenha mais na questão da perquirição, onde cada achado contribui para a vantagem de um lado, quanto do outro. Por conta dessa abordagem o filme parece um pouco mais longo, mas nem por isso menos interessante, muito pelo contrário, o suspense permanece constante em meios aos tantos meandros que vão surgindo durante o tempo.
Lisbeth Salander se firma como uma heroína fora dos padrões que, de forma astuta, deixa sua marca na ficção com muita personalidade.
"Millennium II - A Menina que Brincava com Fogo" acaba tendo uma ligeira queda em comparação ao seu antecessor, e fica claro onde está a raiz do problema: a direção.
Depois de dirigir a primeira parte da trilogia, Niels Arden Oplev sai do comando e quem entra para desenvolver as produções de "Millennium II" e "Millennium III" é Daniel Alfredson, e essa mudança acaba fazendo com que o caminhar da trama fique irregular.
A história de "A Menina que Brincava com Fogo" tem mais reviravoltas (algumas até rocambolescas) que "Millennium I", e nos proporciona mais conhecimento sobre o passado de Lisbeth Salander, porém a maneira como Alfredson conduz alguns pontos do filme é complicada. Dentre os quesitos que se pode destacar negativamente estão a escolha do elenco, como o boxeador Paolo Roberto (que no filme interpreta ele mesmo), péssimo em cena, a condução de certas sequências, como a parte dos motoqueiros, e o trabalho de maquiagem, que é ruim em alguns detalhes nos momentos finais. Até Mikael acaba sendo mal direcionado em algumas situações por conta da má direção.
Após ele receber a ligação do Paolo avisando que está no hospital com Miriam (que poderia ter uma atmosfera instigante em sequência) acabamos vendo ele terminar o café da manhã tranquilamente e caminhando em direção a porta pra, depois, retornar pra ver a mensagem da Lisbeth no computador e dando um sorriso com o recado dela. Isso quebra o clima na hora!
Mas apesar dos percalços, Lisbeth continua sendo uma personagem sagaz, com Noomi Rapace mandando muito bem na construção de personalidade dela. E a trama central, mesmo emburacada em trechos específicos, ainda é instigante como um todo.
"Millennium II" não é ótimo, mas entrega um resultado OK!
A versão sueca da primeira parte da trilogia "Millennium" se mostra bastante competente na sua empreitada e ganha bons créditos.
Aqui, Mikael e Lisbeth se mostram muito mais humanos que no remake americano. Você percebe pelas reações, pelos olhares, pelas atitudes deles que são pessoas com sentimentos, com emoções, o que nos proporciona uma melhor leitura de suas personalidades e compreendendo suas ações, tanto dentro quanto fora da investigação. A versão americana já mostra os protagonistas com perfil frio, seco, e isso acarreta na situação de que a história não é fica tão íntima com eles quanto no original, tanto que para dar alguma sombra de humanização em Mikael, a trama o faz criar um gato no meio da obra. Acredito também que isso ficou muito forte no remake por conta da forma como o diretor David Fincher modela alguns de seus personagens, em que é possível encontrar um ou outro com uma personalidade fria, alguns beirando a arrogância.
O desenrolar da trama é bem interessante pois, além de adicionar elementos que deixam a história mais rica em conteúdo, o recurso dos flashbacks são utilizados não só para o caso investigado, mas também para conhecermos mais sobre o passado de seus protagonistas. Apesar de achar o terceiro ato mais eletrizante no remake americano, a forma como o original fecha a obra, de maneira redonda, sem deixar arestas, é mais recompensador, enquanto a versão dos Estados Unidos parece alongar um entrecho e finaliza o filme deixando no ar um aparente gancho que, como a gente já sabe, não teve complemento porque a baixa bilheteria nos cinemas fez com que a produtora se desinteressasse em filmar as suas continuações diretas, onde vimos Hollywood dar um salto sobre as duas sequências e indo já para a quarta parte tempos depois. Diferentemente dos suecos que fizeram "Millennium II - A Menina que Brincava com Fogo" e "Millennium III - A Rainha do Castelo de Ar" ganhar as telas.
História bem trabalhada, o drama e o romance são bem desenvolvidos, e até mesmo pra aqueles não tem muita paciência pra música do Legião Urbana em que a trama é baseada (eu me incluo nesse grupo de pessoas) pode achar o desenrolar do enredo interessante, mas uma coisa problemática, não só com ele, mas com outros filmes que se passam em outras épocas não tão distantes, como anos 80 e 90, é quando eles tentam não se apegar muito ao visual daqueles períodos, com o argumento de que as novas gerações não achem ele muito fora do estilo e, assim a produção tentam pegar algumas referências desses tempos e casar com uma versão mais comedida ou limpa, não muito distante do que é a estética atual, e "Eduardo e Mônica" sofre desse mal.
Tirando um close em uma televisão exibindo uma obra oitentista, alguém utilizando um orelhão ou uma vez ou outra alguém usando uma roupa mais característica da época, o filme parece fora dos anos 80, você não enxerga a década de oitenta ali de modo mais presente, o que frustra quem aprecia o período e não mergulha tão profundamente naquele contexto. Ás vezes, Mônica nem parece uma garota dos anos 80, onde tem um molde mais de uma moça dos dias atuais com um estilo e pensamento alternativo, já Eduardo tem mais elementos perceptíveis da época, mas também tem seus momentos "fora de órbita oitentista". Outro ponto que incomoda são as partes de luz estourada, onde um facho de luz surge e praticamente engole os outros detalhes de cena, onde em certas sequências isso acaba até fazendo com que os atores sumam na tela diante de uma iluminação tão forte colocada sobre eles.
As atuações são compensadoras, Alice Braga e Gabriel Leone são bons protagonistas, e os coadjuvantes fazem um construção de seus personagens de maneira gratificante.
Mantêm o mesmo nível do filme anterior, mas agora com o foco maior na interação entre os irmãos Arthur e Orm.
A ação é bem realizada e os efeitos gratificam com o bom trabalho gráfico, a trilha sonora é satisfatória e, pra não ocorrer alguma possível situação de insatisfação com o público por conta de uma canção inédita que apareça na obra e não seja lá muito bem aceita (caso de "Ocean to Ocean", do Pitbull feat. Rhea), decidiram apostar numa já conhecida música do rock internacional "Born to be Wild).
As atuações fazem um bom desempenho, Jason Momoa continuam dando a personalidade jocosa e energética em Aquaman, e Patrick Wilson faz um bom retorno a franquia.
Os efeitos especiais são bem feitos e, percebe-se que aqui existe um maior uso do CGI que na produção anterior.
A impressão que dá é que o filme tá em rotação lenta, tudo muito devagar, diálogos pausados, movimentos de câmera quase parando, e a cada passo que a história dá parece que ela não sai do lugar, e assim a gente não consegue se apegar a nada e nem a ninguém.
Foi no pretensioso e acabou ficando no artificial.
Grata surpresa com essa produção japonesa que, para homenagear os 70 anos de surgimento de Godzilla nos cinemas, fez uma obra que honra com louvor o personagem icônico da sétima arte.
Um filme que não deve nada ao cinema norte-americano (chegando até a ser melhor que muitas das versões da terra do Tio Sam), com um enredo que faz um bom equilíbrio entre drama e ação e que conta com atuações louváveis, dando toda a densidade necessária que a trama precisa.
É tão interessante a questão da história se passar no período após a Segunda Guerra Mundial, e como esse fator contribui para deixar o emocional, não só dos personagens, como também do espectador, bem mais presente em suas 2 horas de duração.
Os efeitos especiais merecem ótimas avaliações, criados com uma qualidade gratificante, e as referências a trilha sonora clássica são bem agradáveis.
Um fato curioso sobre o seu lançamento no Brasil é que a dublagem brasileira precisou ser realizada em pouquíssimo tempo e a equipe nacional conseguiu entregar um resultado muito bom, dando ainda mais o orgulho do trabalho dos dubladores nacionais, que volta e meia recebem elogios até internacionais.
"Godzilla: Minus One" pode figurar facilmente entre os melhores filmes já realizados sobre o monstro (se não for o melhor).
Um comédia bem leve que mostra de maneira bem humorada o comportamento de um hipocondríaco, que por qualquer sintoma acredita que possa estar com uma doença grave. Realmente, a concepção de George retrata bem esse tipo de atitude paranoica que alguém extremamente tensionado sobre questões da própria saúde possui, e no enredo, mesmo que em alguns momentos acabe indo um pouco no exagero, não deixa dúvidas sobre o seu perfil neurótico.
As atuações de Rock Hudson e Doris Day dão todo o incremento para a história fluir bem, não é à toa que, mesmo com poucos filmes com eles juntos, acabaram ficando marcados na memória, levando a uma amizade fora das telas que perdurou por anos.
É uma produção simples e divertida, nada muito fora do comum, e mesmo não sendo algo hilariante, garante um passatempo descompromissado.
O início da trama parece meio estranho, com algumas atitudes que soam incômodas, mas quando Lassie vai fazer a sua jornada, a história engrena e funciona bem.
Visualmente é muito bem feito e as, então crianças, Roddy McDowall e Elizabeth Taylor, atuam de maneira gratificante. E uma curiosidade, os dois continuaram a amizade mesmo depois de adultos, até o falecimento de Roddy, em 1998.
É um daqueles filmes que a gente se pergunta: "Porquê?", "Pra quê?"
Com um humor extremamente raso e um mote fraco, "Baywatch - S.O.S. Malibu" consegue ser totalmente constrangedor, seja com o elenco, seja com o roteiro, seja com a produção, enfim, com tudo!
Os personagens tem uma composição tão clichês que parecem saídos do programa "A Praça é Nossa", e o enredo só piora a cada instante, onde a impressão que passa é de que ele foi escrito por um garoto da 4ª série metido a Zé Graça, cheio de hormônios e com piadas toscas no repertório.
Os efeitos especiais, quando usados, são péssimos, e a trilha sonora é uma salada de fruta de músicas ruins, onde nos causa pena quando escutamos alguns pingos de qualidade como "Wouldn't It Be Nice" dos Beach Boys no meio daquele mar musical poluído.
"007 Marcado Para a Morte" é a vinda de Timothy Dalton para a franquia do agente secreto e o décimo quinto filme se mostra uma produção gratificante.
O enredo, de cara, já mostra que a franquia ganha uma intensidade maior no que se refere a violência, as produções da década de oitenta já carregavam esse tipo de abordagem nas produções de ação e James Bond incorpora isso. O perfil dele ainda mantêm algumas características, com o ar de conquistador sendo o mais evidente, mas a história também faz o personagem agregar um sentimento mais humano, deixando a versão de Timothy com uma cara própria.
Uma trama com contornos diferenciados, a variedades de inimigos é interessante em alguns pontos, mas confuso em outros.
É curiosa a personalidade da Bond Girl Kara Milovy, o claro aspecto de quem não sabe direito o que está fazendo, aliado ao apego dela com o violoncelo no início da obra e posteriormente ganhando uma leve vitalidade por conta da convivência com Bond molda o seu perfil de maneira autêntica, graças a boa atuação de Maryam d'Abo.
A trilha sonora de John Barry, (a última feita por ele para a franquia) soube adentrar bem aos anos 80 e trabalha com os elementos musicais típicos de trilhas da época de modo satisfatório. Agora, a música-tema, cantada pelo grupo A-ha, ganha bons méritos, mas dá pra perceber que ela poderia ter uma criação maior, tanto que depois, quando a banda a relançou com arranjos aprimorados, sente-se o seu potencial. E os bastidores dessa parceria entre o John Barry e o A-ha não foi lá muito harmoniosa, com ambos os lados trocando farpas.
Com relação a direção de fotografia, os cenários das cidades de Gibraltar, no território Britânico, Viena na Áustria e Ouarzazate em Marrocos são bonitas, mas não tão encantadoras quanto o de outras produções.
Curiosamente, antes da escolha de Timothy Dalton para encarnar James Bond, um das primeiras opções foi Pierce Brosnan, mas por conta de um contrato com uma série de TV, teve sua seleção dificultada e o papel foi para nas mãos de Timothy, um fã dos filmes do agente secreto.
"007 Marcado para a Morte" fica no nível mediano. Tem seus altos e baixos, mas faz bem a lição de casa e compensa como um filme de entrada para um novo protagonista.
"007: Na Mira dos Assassinos" é uma obra que, curiosamente, permanece atual, pois a abordagem de uma história sobre uma empresa de novas tecnologias com um dono megalomaníaco e com atitudes controversas continua sendo realidade, com Max Zorin personificando o empresário do ramo de microchips com uma enorme arrogância e ainda adicionando um alto teor de psicopatia no comportamento.
Agora, James Bond precisa lidar com um vilão que, sem remorso nenhum, é capaz de aniquilar quem quer que seja pra conquistar seus objetivos. Bond agora está lidando com um ser ainda mais frio e perverso, o que deixa a sua missão mais perigosa.
A décima quarta parte da franquia do agente secreto garante ótimos momentos que podem até servirem de homenagem a vários momentos das outras produções do 007 feitas por Roger Moore, é fácil encontrar referências durante a obra. Da perseguição na neve ("007 - O Espião que me Amava") a caçada do policial a James Bond em que a ação tem um leve tempero de comédia ("Com 007 Viva e Deixe Morrer"), o enredo é conduzido de modo bem satisfatório e, mesmo com mais de 2 horas de duração, ele não cansa.
Vale se atentar ao fato de que Bond continua o galanteador, mas os flertes constantes com as outras mulheres são menores, e ele chega até a não se envolver como uma delas durante boa parte do tempo. Agora, um dos poucos pontos negativos da produção se faz presente justamente nesse quesito, pois o envolvimento de James com uma personagem da trama não se mostra coeso.
O envolvimento sexual dele com May Day. Ela não vai com a cara dele desde o primeiro encontro, aí do nada eles tem uma noite de amor, e no dia seguinte ela volta a ter antipatia por ele como antes. Isso não fez sentido algum!
Stacey Sutton, interpretada por Tanya Roberts, acaba sendo a Bond Girl mor dessa parte, já que as outras moças que surgem na tela são praticamente ajudantes nos crimes de Zorin ou, no caso de outra personagem, tem atividade com outra organização e possuem pouquíssimo tempo em tela. Tanya faz um bom trabalho e tem um charme e uma beleza que chamam a atenção. Uma curiosidade: A primeira opção para interpretar Stacey Sutton foi Priscilla Presley, mas com a impossibilidade de Priscilla em atuar no filme por conta de outros compromissos, o papel acabou caindo nas mãos de Tanya Roberts. E, originalmente, Barbara Bach retornaria como Anya Amasova, de "007 - O Espião que me Amava", numa participação especial, mas com a recusa de Barbara, foi criada a personagem Pola Ivanova, interpretada por Fiona Fullerton.
May Day é um arquétipo de vilã interessante e fica a dúvida se as desavenças entre Grace Jones e Roger Moore nos bastidores teria influenciado no clima de oposição entre eles (conta-se que as brigas entre eles eram constantes).
As obras da James Bond já iam aos poucos demonstrando um ar de violência mais forte e, em "007 Na Mira dos Assassinos" ela tem o seu ápice numa das sequências mais impactantes da franquia até então, e Roger Moore parece não ter se agradado muito com esse tratamento, onde revelou que é um dos filmes que menos gostou de ver por conta disso, mas na história essa violência é justificável por conta do perfil psicopata de Max Zorin.
"007: Na Mira dos Assassinos" marca a despedida de Roger Moore do papel de James Bond e o filme faz isso com uma produção que gratifica muito, ainda mais se formos comparar com o filme anterior, que deixou um gosto não muito agradável no que se refere a uma boa sequência.
E antes da encerrar, não dá pra não falar do mais marcante dos elementos da obra, a canção-tema cantada pelo Duran Duran, apreciada por muitos e que, além de ser a única a chegar nos primeiros lugares das principais paradas de sucesso da época, é uma das mais icônicas da franquia.
"Inspiração Trágica" é um noir que, apesar do início um pouco corrido, engrena bem a história quando Sally e Geoffrey finalmente vão viver juntos. Tem bons argumentos, como a entrada de novos personagens na trama que, mesmo aqueles que não tem tanto tempo de tela e até alguns com uma formação de personalidade um pouco irritantes, como é o caso da governanta e do médico, contribuem para o desenrolar dos entrechos.
Barbara Stanwyck está ótima em cena, mas Humphrey Bogart, num personagem pouco usual na sua carreira, chama a atenção com um Geoffrey envolto em mistérios.
O final é bom, principalmente na questão da direção de fotografia (com um trabalho bem realizado), poderia ter tido um ato de resolução mais apurado, mas o que está na obra não é de todo mal.
O momento em que Geoffrey pergunta aos policiais se eles querem tomar um pouco de leite soou meio "cômico", mesmo entendendo que não era essa a intenção.
Michel Gondry é um diretor criativo ao extremo. Seja nos videoclipes, quanto nos filmes em que dirigiu, é notória a efervescência de criação nas produções, mas aqui, mesmo que tentemos olhar pra obra como uma versão fabular de um romance dos tempos modernos, a história se perde em meio aos elementos imaginativos e a psicodelia.
O que fascina no visual, se mostra sem encanto na parte do roteiro, se tornando enfadonho e perdido. E não é pela falta de talento dos atores, o elenco é bem escalado, mas a concepção dos personagens não consegue se estruturar porque o filme tenta se suportar mais pela imagens surreais do que no desenvolvimento dos entrechos.
Pouco mais de 2 horas de uma história que sai do nada e não chega a lugar nenhum.
"007 Contra Octopussy" faz James Bond jogar tudo pro alto e transformar sua aventura em uma galhofa.
Começando pelo peculiar título, pela primeira vez fazendo uma referência a uma Bond Girl, pois curiosamente Octopussy consegue ser oposição e aliada nessa história, e com isso temos uma participação de uma Bond Girl com mais atividade na trama, o que deixa seu argumento interessante, pois a real motivação dos fatos não se revela de cara, ela vai aos poucos caminhando para o seu entendimento. Novamente indo para diferentes locais do mundo, quando a obra vai para a ambientação da Alemanha, ela não é a das mais variadas, ganhando mais destaque a estrutura interior da sala de reuniões das autoridades alemãs, com a estética da arquitetura Bauhaus. Já na Índia, há uma riqueza não só visual, mas também cultural que é incrível! Cenários reais muito bonitos, cores abundantes, aspectos da cidade e da natureza que nos deixam admirados, um deslumbre visual sem tamanho!
Aí depois desses bons elementos, pensamos como isso pode ter conseguido ir para o campo do desfavor? E eis que o roteiro faz esse trabalho.
A impressão que dá é de que queriam transformar James Bond em uma figura extremamente popular, e pra isso abriram mão da seriedade que o personagem poderia ter e jogaram ele na comédia sem nenhum remorso, e o pior é que o próprio filme reconhece isso, como na parte em que Q fala sobre o comportamento "juvenil" de Bond ao focar uma câmera nos seios de uma assistente. Ele, por vezes, faz bobagens manipuladas como esperteza com a ideia de que isso dê uma dinâmica carismática, mas acaba colocando nele uma imagem jocosa e imatura. Pra se ter uma ideia, em um certo momento James se fantasia de macaco e de palhaço na obra e nem os agentes de segurança dão credito pra ele quando ele tenta alerta-los do perigo que passam.
Isso sem falar de outros descuidos estéticos que descredibilizam a produção, como a já comentada por aqui "tatuagem de chiclete", o jacaré motorizado, as vestimentas de collant, e outros. Feios na sua criação, mas que até pode ser dado um desconto por conta das possibilidades da época.
O vilão e seus capangas tem presença forte, mas a construção de suas performances não é bem realizada.
O décimo terceiro filme da franquia não se leva a sério, e o problema é que a piada não é de bom-tom pro personagem, mas como os filmes do 007 nunca são péssimos, pois a gente sempre encontra alguns bons componentes nas obras, nesta continuação podemos destacar pontuais cenas de ação, a bela fotografia da Índia, a sequência da perseguição pelas ruas (que impressiona por ter tantas pessoas e elementos da cidade em meio a aquela desenfreada caçada) e a aparição da serra ioiô.
Dançando nas Nuvens
3.7 12 Assista AgoraImpressiona a criatividade dos números musicais dessa obra! Indo desde a dança de amigos, bêbados, perambulando pelas ruas, até sequências de reações diante de pensamentos.
A história sobre a durabilidade das amizades através do tempo é interessante. Três soldados amigos que, com o passar do tempo, acabam mudando seus perfis, em que cada um teve uma formação de vida diferenciada, profissionalmente e pessoalmente, e num reencontro depois de anos percebem que não são mais os mesmos, e que logo se se veem envoltos em uma situação inusitada por conta dessa reunião.
O talento nos números de dança do elenco é o destaque, coreografias realizadas com exímia competência e atuações que compensam, com Gene Kelly (que também trabalha na direção, junto com Stanley Donen) tomando a dianteira, e por conta disso os outros amigos acabam tendo um tempo mais reduzido em tela, mas que não causam tanto desconforto. Apenas um adendo sobre o fato de que Cyd Charisse poderia ter tido mais cenas de dança, pois no seu momento de performance ela dá um banho de excelência.
Como já comentaram, o final é um pouco forçado, mas que não chega a desmerecer o seu conteúdo como um todo.
Um bom filme!
O Dia em Que o Mundo Acabou
2.7 9Se atualmente os filmes de super-heróis levam multidões aos cinema, nos anos 70 foram os chamados filmes catástrofes que se tornavam blockbusters, mas já no final daquela época as produções do tipo começavam a perder força e "O Dia que o Mundo Acabou" pode ser um dos exemplos disso.
Apesar de contar com os nomes de grandes estrelas no seu elenco, como Paul Newman, William Holden e Jacqueline Bisset, em que os três já haviam participado de outras produções do tipo (Paul Newman e William Holden em "Inferno na Torre" e Jacqueline Bisset em "Aeroporto"), o filme tem um enredo repetitivo e com a evidente falta de cuidado com os efeitos especiais.
Parece que a obra quis apostar apenas no apego do público com os astros que faziam parte do casting do que pela história e seu trabalho visual, assim acabou-se criando um filme pobre de conceito e estética que prejudica as atuações,
"O Dia que o Mundo Acabou" foi péssimo de bilheteria e recebeu uma chuva de críticas em 1980, e hoje se mostra uma produção de pouco reconhecimento e que não faz jus a trinca de protagonistas, sendo um filme esquecível em suas filmografias.
Stigmata
3.4 464 Assista Agora"Stigmata" é a cara de sua época!
Envelopado no visual Clubber dos anos 90, o filme também adiciona uma estética parecida com o de "Alucinações do Passado" do diretor Adrian Lyne e ainda faz referências a obras que tratam de questões religiosas como "O Exorcista" e até de sua continuações "O Exorcista II - O Herege" e "O Exorcista III".
A cena inicial no Brasil e de Frankie sentada e caminhando na beira do edifício, remetendo as sequências de "O Exorcista II - O Herege", onde o padre Phillip vai a um vilarejo, e de Regan, sonâmbula, parada na beirada do prédio, por exemplo.
O trabalho de edição, cheio de cortes rápidos e com vários efeitos na projeção, exemplificam como o trabalho imprime a sua própria cara apostando no tratamento de arte de seu tempo (é só lembrarmos da série de TV "Buffy, A Caça-Vampiros").
Pode causar um certo estranhamento no começo, mas depois isso não incomoda tanto no decorrer da trama.
A ideia do roteiro, sobre os estigmas, é muito boa! Uma temática que até então era pouco conhecida e não tão abordada por filmes do gênero. Apesar disso, a história tem alguns desníveis, com situações que são criadas e depois abandonadas, ou não analisadas como deveria. Nada de muito grave, mas que fica evidente para quem o confere.
Algumas reações dos personagens também são estranhas, exaltadas ou pouco atentas a certas ações, onde uma direção mais acertada poderia ter dado um melhor andamento.
O Brasil da produção, que parece um município do interior do México, com direito a brasileiros falando portunhol, o crucifixo, que é o causador das chagas em Frankie, que não é nem mencionado na investigação, e algumas reações exageradas ou indiferentes da própria e de alguns personagens.
Na versão em DVD a obra apresenta, além da conclusão oficial, um final alternativo e, o encerramento que não foi escolhido para as salas de cinema e pra TV parece casar mais com todo o caminhar da produção, mas acredito que, possivelmente, nas apresentações testes (muito comum nos EUA para observar a reação de um público selecionado e manter ou alterar o fim de alguma obra baseado na preferência dele, antes de lança-la oficialmente nos cinemas), os espectadores devem ter preferido o final que foi para a tela grande
Bom filme! Pode até parecer meio datado visualmente pra alguns, mas é interessante no seu contexto geral.
O Sequestro do Voo 375
3.8 195 Assista AgoraGrata surpresa com um filme de ação e drama brasileiro produzido com uma ótima qualidade.
"O Sequestro do Voo 375" prova que o Brasil tem potencial sim para fazer filmes do gênero com exímia capacidade.
Baseado em fatos reais, a trama conta a história real do sequestro de um avião da extinta empresa aérea Vasp, ocorrido em 1988, que é pouco conhecida por grande parte dos brasileiros.
Interessante o seu início, contextualizando de forma documental a situação econômica na qual o Brasil passava naquele final da década de 80, para assim fazer com que o espectador adentre melhor na motivação de Nonato para tal ação. Depois, o filme vai na esteira do thriller e drama, onde a tensão vai tomando conta das sequências, onde o piloto e, posteriormente, a contribuição de outros coadjuvantes vão dando toda a densidade nas partes chaves de cada entrecho.
O trabalho de direção de arte, figurino e maquiagem é deveras gratificante! A reprodução de cenários, objetos, vestimentas, penteados de 88 é bem realizada, em que closes e interações evidenciam muito bem ao público o período em que se passa o enredo e tudo feito com esmero.
As interpretações do elenco são ótimas, principalmente de Danilo Grangheia, Jorge Paz e Roberta Gualda, os personagens bases da produção, que merecem ótimas críticas.
É fato que ele tem alguns deslizes, pouquíssimos, mas alguns detalhes não ficam 100% perfeitos, mas são muito pequenos para derrubar qualquer boa reação que a obra provoque na sua conclusão. Algo que não compromete em nada na apreciação da trama.
Os efeitos de computação gráfica nas cenas de pouso e decolagem não são tão bem produzidos, e momentos de interação com passageiros e a tripulação poderiam ter contribuído mais para o suspense.
Dá gosto de ver o país crescendo na indústria cinematográfica com filmes desse nível. Vale a conferida!
Sing 2
3.9 163 Assista Agora"Sing 2" consegue superar o já bastante agradável primeiro filme e eleva a satisfação em vários pontos. Desde a seleção musical, com direito a canções até pouco usuais, como "Heads Will Roll" do Yeah Yeah Yeahs, a questão visual, com mais cores, mais cenários, mais diversificação conceitual, e o enredo, que ganha mais contornos.
É interessante como a aborda o dilema da busca pelo sonho de crescer na carreira, ao mesmo tempo que precisa lidar com a pressão do show business e as interferências superiores, vistas em muitos campos do mundo artístico.
"Sing 2" fez o trabalho que "Trolls 2" não conseguiu realizar no que se refere a engrandecer-se como uma continuação de animação musical que guarda a essência do seu original, mas também traz novos elementos que enriquecem a sua versão.
Maligno
3.3 1,2KQue bela homenagem ao terror dos anos 80 feita por James Wan!
Com referências indo desde os giallos italianos (já podendo ser visto no pôster do filme), a obras como "A Hora do Pesadelo 2 - A Vingança de Freddy" e "A Hora do Pesadelo 5 - O Maior Horror de Freddy", indo até "Poltergeist II - O Outro Lado", enfim, James Wan as inspirações de produções oitentistas e criou um filme de fã pra fã daqueles tempos.
Saindo da sua zona de conforto em que se encontrava na época, que eram os filmes sobrenaturais, James se reinventa. Ele não está criando nada revolucionário em "Maligno", mas faz a lição de casa com competência, entregando um criação cinematográfica com bom suspense e sanguinolência, e se dando o direito até de colocar um pouco de ação em um dado momento (claro que com boas doses de carnifica).
O início da história parece que não vai te entregar muita coisa, mas com o decorrer do tempo ela vai evoluindo , até chegar no seu ápice, que garante uma ótima sequência. Tudo embalado com os elementos que remetem aos anos 80, do visual até a trilha sonora, e inclusive de uma certa canastrice nas atuações, típicas do terror oitentista.
Excelente surpresa!
Killer Sofa
2.0 48A única justifica que se pode aceitar pra tentar entender a ideia de que alguém topou fazer isso foi de que eles achavam que estavam criando um novo "Sharknado", algo tão ruim e sem noção que, talvez, quem sabe?, pudesse ser comprado pelo espectador como uma comédia bizarra, mas pra azar de quem apostou suas fichas nessa tosqueira, o filme é ruim e sem graça num nível extremo. PQP!
Millennium: A Garota na Teia de Aranha
3.1 309 Assista Agora"A Garota na Teia de Aranha" é a história do quarto livro da franquia "Millennium", agora escrita por David Lagercrantz, pois o autor da trilogia, Stieg Larsson, faleceu em 2004 e a editora decidiu dar mais andamento as tramas.
Já pra adaptação pro cinema, quem ocupa o cargo de direção é Fede Alvarez (de "A Morte do Demônio" de 2013, e "O Homem nas Trevas") e a obra agora se torna um braço do remake americano de 2011, já que a Columbia e a MGM não filmaram as duas continuações para Hollywood devido a bilheteria que ficou aquém do esperado (lembrando que na Suécia, terra natal do autor Stieg, "Millennium II" e "Millennium III" ganharam as telas).
Por conta disso, alguns pontos dos entrechos de parte 2 e parte 3 parecem não casarem muito com essa produção, então é preciso ter em mente que "Millennium: A Garota na Teia de Aranha" é descendente de "Millennium: Os Homens que não Amavam as Mulheres" de David Fincher, e seguindo nessa linha, seu visual se assemelha muito a produção anterior, com uma paleta de cores mais fria e ambientes mais escuros (diga-se de passagem, uma estética adotada em todos os filmes do Fincher), e em alguns momentos a gente é até pego de surpresa quando nos deparamos com possíveis elementos renascidos, como a cena dos créditos iniciais cheia de efeitos, porém essa surpresa não perdura pois, mesmo com uma grande referência que foi "Millennium" de 2011, Fede Alvarez tenta deixar o filme com a sua marca, o que é altamente louvável, afinal, é ele quem está comando agora, e a própria cena dos créditos já demonstra isso pois, em vez de uma nova versão de um rock clássico, como foi a cover de "Immigrant Song" do Led Zeppelin, feita pela Karen O, agora temos uma composição instrumental e decorrida num tempo menor de tela.
Esses diferenças não vão só pela questão de identidade do diretor, mas acredito também que tenha nessa nova construção uma opção de fazer com que a obra seja melhor digerida pelo público, já que a adaptação cinematográfica do primeiro filme foi fraca de arrecadação nos cinemas e, assim como na versão sueca, não tinha presa em colocar os pontos altos em cena, era um caminhar mais lento para levar a trama nos momentos chaves, e nota-se que aqui a produção não perde tempo em botar as cartas na mesa, o que gera até um estranhamento pois, mal os entrechos vão aparecendo na trama e logo eles são delimitados, como a cena pré créditos inicias, que em segundos já se finda.
Acho que essa agilidade em certas partes peca por não fazer o espectador se aprofundar nas questões pessoais dos personagens, em compensação, nas sequências de ação, elas funcionam bem ao manter o ritmo acelerado. É como se, para um salto, ele tem um bom trampolim, mas para um nado, ele é um mergulho numa piscina rasa.
Sem dúvida que essa versão da Lisbeth é a mais emocionalmente perceptível do cinema! Ela até chora e demonstra mais amabilidade em dados seguimentos, e é curioso que, quando ela tenta passar a imagem de uma pessoa não sociável, soa mais como grosseria do que um comportamento de uma garota com personalidade fechada.
A história é cheia de reviravoltas, mas, como citado anteriormente, é tudo elaborado na rapidez, trabalhado a toque de caixa, chega num canto e já tá engatilhado em outro, o que faz com que ele conclua tudo o que se propõe num tempo menor que as das obras anteriores (tanto a americana, quanto as suecas).
No final das contas, "Millennnium; A Garota na Teia de Aranha" tem saldo positivo, mas é recomendável que você veja ele como esteira do remake americano, pois assisti-lo com as continuações suecas na cabeça deixa uma sensação de que algo não se encaixa direito.
Millennium III: A Rainha do Castelo de Ar
4.1 474Terceira parte da versão sueca de "Millennium", "A Rainha do Castelo de Ar" retorna a linha mais investigativa e encerra a trilogia muito bem!
Se em "Millennium II - A Menina que Brincava com Fogo" o diretor Daniel Alfredson errou um pouco a mão no direcionamento de certos pontos da obra, aqui ele acerta o passo, a história agora instiga o espectador ao fazê-lo acompanhar a montagem das armadilhas feitas tanto pelos protagonistas, quanto pelos antagonistas, que tentam se defender de todas as formas.
Lisbeth foi colocada numa sinuca de bico e agora precisa da ajuda das pessoas que fizeram, e também das novas pessoas que farão parte da sua vida naquele momento, para se desvencilhar da ratoeira armada em um complexo, ardiloso e perigoso esquema.
Aqui, as sequências de ação recebem um cuidado melhor se comparadas a produção anterior, com um trabalho coordenado de modo mais satisfatório, mas a trama se empenha mais na questão da perquirição, onde cada achado contribui para a vantagem de um lado, quanto do outro.
Por conta dessa abordagem o filme parece um pouco mais longo, mas nem por isso menos interessante, muito pelo contrário, o suspense permanece constante em meios aos tantos meandros que vão surgindo durante o tempo.
Lisbeth Salander se firma como uma heroína fora dos padrões que, de forma astuta, deixa sua marca na ficção com muita personalidade.
Millennium II - A Menina que Brincava com Fogo
3.9 572"Millennium II - A Menina que Brincava com Fogo" acaba tendo uma ligeira queda em comparação ao seu antecessor, e fica claro onde está a raiz do problema: a direção.
Depois de dirigir a primeira parte da trilogia, Niels Arden Oplev sai do comando e quem entra para desenvolver as produções de "Millennium II" e "Millennium III" é Daniel Alfredson, e essa mudança acaba fazendo com que o caminhar da trama fique irregular.
A história de "A Menina que Brincava com Fogo" tem mais reviravoltas (algumas até rocambolescas) que "Millennium I", e nos proporciona mais conhecimento sobre o passado de Lisbeth Salander, porém a maneira como Alfredson conduz alguns pontos do filme é complicada. Dentre os quesitos que se pode destacar negativamente estão a escolha do elenco, como o boxeador Paolo Roberto (que no filme interpreta ele mesmo), péssimo em cena, a condução de certas sequências, como a parte dos motoqueiros, e o trabalho de maquiagem, que é ruim em alguns detalhes nos momentos finais.
Até Mikael acaba sendo mal direcionado em algumas situações por conta da má direção.
Após ele receber a ligação do Paolo avisando que está no hospital com Miriam (que poderia ter uma atmosfera instigante em sequência) acabamos vendo ele terminar o café da manhã tranquilamente e caminhando em direção a porta pra, depois, retornar pra ver a mensagem da Lisbeth no computador e dando um sorriso com o recado dela. Isso quebra o clima na hora!
Mas apesar dos percalços, Lisbeth continua sendo uma personagem sagaz, com Noomi Rapace mandando muito bem na construção de personalidade dela.
E a trama central, mesmo emburacada em trechos específicos, ainda é instigante como um todo.
"Millennium II" não é ótimo, mas entrega um resultado OK!
Os Homens que não Amavam as Mulheres
4.1 1,5KA versão sueca da primeira parte da trilogia "Millennium" se mostra bastante competente na sua empreitada e ganha bons créditos.
Aqui, Mikael e Lisbeth se mostram muito mais humanos que no remake americano. Você percebe pelas reações, pelos olhares, pelas atitudes deles que são pessoas com sentimentos, com emoções, o que nos proporciona uma melhor leitura de suas personalidades e compreendendo suas ações, tanto dentro quanto fora da investigação. A versão americana já mostra os protagonistas com perfil frio, seco, e isso acarreta na situação de que a história não é fica tão íntima com eles quanto no original, tanto que para dar alguma sombra de humanização em Mikael, a trama o faz criar um gato no meio da obra. Acredito também que isso ficou muito forte no remake por conta da forma como o diretor David Fincher modela alguns de seus personagens, em que é possível encontrar um ou outro com uma personalidade fria, alguns beirando a arrogância.
O desenrolar da trama é bem interessante pois, além de adicionar elementos que deixam a história mais rica em conteúdo, o recurso dos flashbacks são utilizados não só para o caso investigado, mas também para conhecermos mais sobre o passado de seus protagonistas. Apesar de achar o terceiro ato mais eletrizante no remake americano, a forma como o original fecha a obra, de maneira redonda, sem deixar arestas, é mais recompensador, enquanto a versão dos Estados Unidos parece alongar um entrecho e finaliza o filme deixando no ar um aparente gancho que, como a gente já sabe, não teve complemento porque a baixa bilheteria nos cinemas fez com que a produtora se desinteressasse em filmar as suas continuações diretas, onde vimos Hollywood dar um salto sobre as duas sequências e indo já para a quarta parte tempos depois. Diferentemente dos suecos que fizeram "Millennium II - A Menina que Brincava com Fogo" e "Millennium III - A Rainha do Castelo de Ar" ganhar as telas.
Muito bom!
Eduardo e Mônica
3.6 369História bem trabalhada, o drama e o romance são bem desenvolvidos, e até mesmo pra aqueles não tem muita paciência pra música do Legião Urbana em que a trama é baseada (eu me incluo nesse grupo de pessoas) pode achar o desenrolar do enredo interessante, mas uma coisa problemática, não só com ele, mas com outros filmes que se passam em outras épocas não tão distantes, como anos 80 e 90, é quando eles tentam não se apegar muito ao visual daqueles períodos, com o argumento de que as novas gerações não achem ele muito fora do estilo e, assim a produção tentam pegar algumas referências desses tempos e casar com uma versão mais comedida ou limpa, não muito distante do que é a estética atual, e "Eduardo e Mônica" sofre desse mal.
Tirando um close em uma televisão exibindo uma obra oitentista, alguém utilizando um orelhão ou uma vez ou outra alguém usando uma roupa mais característica da época, o filme parece fora dos anos 80, você não enxerga a década de oitenta ali de modo mais presente, o que frustra quem aprecia o período e não mergulha tão profundamente naquele contexto. Ás vezes, Mônica nem parece uma garota dos anos 80, onde tem um molde mais de uma moça dos dias atuais com um estilo e pensamento alternativo, já Eduardo tem mais elementos perceptíveis da época, mas também tem seus momentos "fora de órbita oitentista".
Outro ponto que incomoda são as partes de luz estourada, onde um facho de luz surge e praticamente engole os outros detalhes de cena, onde em certas sequências isso acaba até fazendo com que os atores sumam na tela diante de uma iluminação tão forte colocada sobre eles.
As atuações são compensadoras, Alice Braga e Gabriel Leone são bons protagonistas, e os coadjuvantes fazem um construção de seus personagens de maneira gratificante.
Um bom filme, no geral.
Aquaman 2: O Reino Perdido
2.9 302 Assista AgoraMantêm o mesmo nível do filme anterior, mas agora com o foco maior na interação entre os irmãos Arthur e Orm.
A ação é bem realizada e os efeitos gratificam com o bom trabalho gráfico, a trilha sonora é satisfatória e, pra não ocorrer alguma possível situação de insatisfação com o público por conta de uma canção inédita que apareça na obra e não seja lá muito bem aceita (caso de "Ocean to Ocean", do Pitbull feat. Rhea), decidiram apostar numa já conhecida música do rock internacional "Born to be Wild).
As atuações fazem um bom desempenho, Jason Momoa continuam dando a personalidade jocosa e energética em Aquaman, e Patrick Wilson faz um bom retorno a franquia.
Os efeitos especiais são bem feitos e, percebe-se que aqui existe um maior uso do CGI que na produção anterior.
Um bom passatempo!
Guerra de Algodão
2.6 27 Assista AgoraA impressão que dá é que o filme tá em rotação lenta, tudo muito devagar, diálogos pausados, movimentos de câmera quase parando, e a cada passo que a história dá parece que ela não sai do lugar, e assim a gente não consegue se apegar a nada e nem a ninguém.
Foi no pretensioso e acabou ficando no artificial.
Godzilla: Minus One
4.0 372Grata surpresa com essa produção japonesa que, para homenagear os 70 anos de surgimento de Godzilla nos cinemas, fez uma obra que honra com louvor o personagem icônico da sétima arte.
Um filme que não deve nada ao cinema norte-americano (chegando até a ser melhor que muitas das versões da terra do Tio Sam), com um enredo que faz um bom equilíbrio entre drama e ação e que conta com atuações louváveis, dando toda a densidade necessária que a trama precisa.
É tão interessante a questão da história se passar no período após a Segunda Guerra Mundial, e como esse fator contribui para deixar o emocional, não só dos personagens, como também do espectador, bem mais presente em suas 2 horas de duração.
Os efeitos especiais merecem ótimas avaliações, criados com uma qualidade gratificante, e as referências a trilha sonora clássica são bem agradáveis.
Um fato curioso sobre o seu lançamento no Brasil é que a dublagem brasileira precisou ser realizada em pouquíssimo tempo e a equipe nacional conseguiu entregar um resultado muito bom, dando ainda mais o orgulho do trabalho dos dubladores nacionais, que volta e meia recebem elogios até internacionais.
"Godzilla: Minus One" pode figurar facilmente entre os melhores filmes já realizados sobre o monstro (se não for o melhor).
Não Me Mandem Flores
3.8 37Um comédia bem leve que mostra de maneira bem humorada o comportamento de um hipocondríaco, que por qualquer sintoma acredita que possa estar com uma doença grave.
Realmente, a concepção de George retrata bem esse tipo de atitude paranoica que alguém extremamente tensionado sobre questões da própria saúde possui, e no enredo, mesmo que em alguns momentos acabe indo um pouco no exagero, não deixa dúvidas sobre o seu perfil neurótico.
As atuações de Rock Hudson e Doris Day dão todo o incremento para a história fluir bem, não é à toa que, mesmo com poucos filmes com eles juntos, acabaram ficando marcados na memória, levando a uma amizade fora das telas que perdurou por anos.
É uma produção simples e divertida, nada muito fora do comum, e mesmo não sendo algo hilariante, garante um passatempo descompromissado.
Lassie: A Força do Coração
3.3 23O início da trama parece meio estranho, com algumas atitudes que soam incômodas, mas quando Lassie vai fazer a sua jornada, a história engrena e funciona bem.
Visualmente é muito bem feito e as, então crianças, Roddy McDowall e Elizabeth Taylor, atuam de maneira gratificante. E uma curiosidade, os dois continuaram a amizade mesmo depois de adultos, até o falecimento de Roddy, em 1998.
Baywatch: S.O.S. Malibu
2.8 445 Assista AgoraÉ um daqueles filmes que a gente se pergunta: "Porquê?", "Pra quê?"
Com um humor extremamente raso e um mote fraco, "Baywatch - S.O.S. Malibu" consegue ser totalmente constrangedor, seja com o elenco, seja com o roteiro, seja com a produção, enfim, com tudo!
Os personagens tem uma composição tão clichês que parecem saídos do programa "A Praça é Nossa", e o enredo só piora a cada instante, onde a impressão que passa é de que ele foi escrito por um garoto da 4ª série metido a Zé Graça, cheio de hormônios e com piadas toscas no repertório.
Os efeitos especiais, quando usados, são péssimos, e a trilha sonora é uma salada de fruta de músicas ruins, onde nos causa pena quando escutamos alguns pingos de qualidade como "Wouldn't It Be Nice" dos Beach Boys no meio daquele mar musical poluído.
Pra resumir o filme: Vergonha alheia
007: Marcado para a Morte
3.4 138 Assista Agora"007 Marcado Para a Morte" é a vinda de Timothy Dalton para a franquia do agente secreto e o décimo quinto filme se mostra uma produção gratificante.
O enredo, de cara, já mostra que a franquia ganha uma intensidade maior no que se refere a violência, as produções da década de oitenta já carregavam esse tipo de abordagem nas produções de ação e James Bond incorpora isso.
O perfil dele ainda mantêm algumas características, com o ar de conquistador sendo o mais evidente, mas a história também faz o personagem agregar um sentimento mais humano, deixando a versão de Timothy com uma cara própria.
Uma trama com contornos diferenciados, a variedades de inimigos é interessante em alguns pontos, mas confuso em outros.
É curiosa a personalidade da Bond Girl Kara Milovy, o claro aspecto de quem não sabe direito o que está fazendo, aliado ao apego dela com o violoncelo no início da obra e posteriormente ganhando uma leve vitalidade por conta da convivência com Bond molda o seu perfil de maneira autêntica, graças a boa atuação de Maryam d'Abo.
A trilha sonora de John Barry, (a última feita por ele para a franquia) soube adentrar bem aos anos 80 e trabalha com os elementos musicais típicos de trilhas da época de modo satisfatório. Agora, a música-tema, cantada pelo grupo A-ha, ganha bons méritos, mas dá pra perceber que ela poderia ter uma criação maior, tanto que depois, quando a banda a relançou com arranjos aprimorados, sente-se o seu potencial. E os bastidores dessa parceria entre o John Barry e o A-ha não foi lá muito harmoniosa, com ambos os lados trocando farpas.
Com relação a direção de fotografia, os cenários das cidades de Gibraltar, no território Britânico, Viena na Áustria e Ouarzazate em Marrocos são bonitas, mas não tão encantadoras quanto o de outras produções.
Curiosamente, antes da escolha de Timothy Dalton para encarnar James Bond, um das primeiras opções foi Pierce Brosnan, mas por conta de um contrato com uma série de TV, teve sua seleção dificultada e o papel foi para nas mãos de Timothy, um fã dos filmes do agente secreto.
"007 Marcado para a Morte" fica no nível mediano. Tem seus altos e baixos, mas faz bem a lição de casa e compensa como um filme de entrada para um novo protagonista.
007: Na Mira dos Assassinos
3.4 141 Assista Agora"007: Na Mira dos Assassinos" é uma obra que, curiosamente, permanece atual, pois a abordagem de uma história sobre uma empresa de novas tecnologias com um dono megalomaníaco e com atitudes controversas continua sendo realidade, com Max Zorin personificando o empresário do ramo de microchips com uma enorme arrogância e ainda adicionando um alto teor de psicopatia no comportamento.
Agora, James Bond precisa lidar com um vilão que, sem remorso nenhum, é capaz de aniquilar quem quer que seja pra conquistar seus objetivos. Bond agora está lidando com um ser ainda mais frio e perverso, o que deixa a sua missão mais perigosa.
A décima quarta parte da franquia do agente secreto garante ótimos momentos que podem até servirem de homenagem a vários momentos das outras produções do 007 feitas por Roger Moore, é fácil encontrar referências durante a obra. Da perseguição na neve ("007 - O Espião que me Amava") a caçada do policial a James Bond em que a ação tem um leve tempero de comédia ("Com 007 Viva e Deixe Morrer"), o enredo é conduzido de modo bem satisfatório e, mesmo com mais de 2 horas de duração, ele não cansa.
Vale se atentar ao fato de que Bond continua o galanteador, mas os flertes constantes com as outras mulheres são menores, e ele chega até a não se envolver como uma delas durante boa parte do tempo. Agora, um dos poucos pontos negativos da produção se faz presente justamente nesse quesito, pois o envolvimento de James com uma personagem da trama não se mostra coeso.
O envolvimento sexual dele com May Day. Ela não vai com a cara dele desde o primeiro encontro, aí do nada eles tem uma noite de amor, e no dia seguinte ela volta a ter antipatia por ele como antes. Isso não fez sentido algum!
Stacey Sutton, interpretada por Tanya Roberts, acaba sendo a Bond Girl mor dessa parte, já que as outras moças que surgem na tela são praticamente ajudantes nos crimes de Zorin ou, no caso de outra personagem, tem atividade com outra organização e possuem pouquíssimo tempo em tela. Tanya faz um bom trabalho e tem um charme e uma beleza que chamam a atenção. Uma curiosidade: A primeira opção para interpretar Stacey Sutton foi Priscilla Presley, mas com a impossibilidade de Priscilla em atuar no filme por conta de outros compromissos, o papel acabou caindo nas mãos de Tanya Roberts. E, originalmente, Barbara Bach retornaria como Anya Amasova, de "007 - O Espião que me Amava", numa participação especial, mas com a recusa de Barbara, foi criada a personagem Pola Ivanova, interpretada por Fiona Fullerton.
May Day é um arquétipo de vilã interessante e fica a dúvida se as desavenças entre Grace Jones e Roger Moore nos bastidores teria influenciado no clima de oposição entre eles (conta-se que as brigas entre eles eram constantes).
As obras da James Bond já iam aos poucos demonstrando um ar de violência mais forte e, em "007 Na Mira dos Assassinos" ela tem o seu ápice numa das sequências mais impactantes da franquia até então, e Roger Moore parece não ter se agradado muito com esse tratamento, onde revelou que é um dos filmes que menos gostou de ver por conta disso, mas na história essa violência é justificável por conta do perfil psicopata de Max Zorin.
"007: Na Mira dos Assassinos" marca a despedida de Roger Moore do papel de James Bond e o filme faz isso com uma produção que gratifica muito, ainda mais se formos comparar com o filme anterior, que deixou um gosto não muito agradável no que se refere a uma boa sequência.
E antes da encerrar, não dá pra não falar do mais marcante dos elementos da obra, a canção-tema cantada pelo Duran Duran, apreciada por muitos e que, além de ser a única a chegar nos primeiros lugares das principais paradas de sucesso da época, é uma das mais icônicas da franquia.
Tarsilinha
3.2 6Muita bacana ver uma animação nacional com uma inspiração tão culturalmente significativa como as obras da Tarsila do Amaral.
A história é simples, mas altamente simpática e os personagens são carismáticos.
Por mais Marisa Orth em dublagens, a voz dela é única!
Inspiração Trágica
3.8 11 Assista AgoraInteressante produção!
"Inspiração Trágica" é um noir que, apesar do início um pouco corrido, engrena bem a história quando Sally e Geoffrey finalmente vão viver juntos. Tem bons argumentos, como a entrada de novos personagens na trama que, mesmo aqueles que não tem tanto tempo de tela e até alguns com uma formação de personalidade um pouco irritantes, como é o caso da governanta e do médico, contribuem para o desenrolar dos entrechos.
Barbara Stanwyck está ótima em cena, mas Humphrey Bogart, num personagem pouco usual na sua carreira, chama a atenção com um Geoffrey envolto em mistérios.
O final é bom, principalmente na questão da direção de fotografia (com um trabalho bem realizado), poderia ter tido um ato de resolução mais apurado, mas o que está na obra não é de todo mal.
O momento em que Geoffrey pergunta aos policiais se eles querem tomar um pouco de leite soou meio "cômico", mesmo entendendo que não era essa a intenção.
A Espuma dos Dias
3.7 478 Assista AgoraMichel Gondry é um diretor criativo ao extremo. Seja nos videoclipes, quanto nos filmes em que dirigiu, é notória a efervescência de criação nas produções, mas aqui, mesmo que tentemos olhar pra obra como uma versão fabular de um romance dos tempos modernos, a história se perde em meio aos elementos imaginativos e a psicodelia.
O que fascina no visual, se mostra sem encanto na parte do roteiro, se tornando enfadonho e perdido. E não é pela falta de talento dos atores, o elenco é bem escalado, mas a concepção dos personagens não consegue se estruturar porque o filme tenta se suportar mais pela imagens surreais do que no desenvolvimento dos entrechos.
Pouco mais de 2 horas de uma história que sai do nada e não chega a lugar nenhum.
007 Contra Octopussy
3.4 140 Assista Agora"007 Contra Octopussy" faz James Bond jogar tudo pro alto e transformar sua aventura em uma galhofa.
Começando pelo peculiar título, pela primeira vez fazendo uma referência a uma Bond Girl, pois curiosamente Octopussy consegue ser oposição e aliada nessa história, e com isso temos uma participação de uma Bond Girl com mais atividade na trama, o que deixa seu argumento interessante, pois a real motivação dos fatos não se revela de cara, ela vai aos poucos caminhando para o seu entendimento. Novamente indo para diferentes locais do mundo, quando a obra vai para a ambientação da Alemanha, ela não é a das mais variadas, ganhando mais destaque a estrutura interior da sala de reuniões das autoridades alemãs, com a estética da arquitetura Bauhaus. Já na Índia, há uma riqueza não só visual, mas também cultural que é incrível! Cenários reais muito bonitos, cores abundantes, aspectos da cidade e da natureza que nos deixam admirados, um deslumbre visual sem tamanho!
Aí depois desses bons elementos, pensamos como isso pode ter conseguido ir para o campo do desfavor? E eis que o roteiro faz esse trabalho.
A impressão que dá é de que queriam transformar James Bond em uma figura extremamente popular, e pra isso abriram mão da seriedade que o personagem poderia ter e jogaram ele na comédia sem nenhum remorso, e o pior é que o próprio filme reconhece isso, como na parte em que Q fala sobre o comportamento "juvenil" de Bond ao focar uma câmera nos seios de uma assistente.
Ele, por vezes, faz bobagens manipuladas como esperteza com a ideia de que isso dê uma dinâmica carismática, mas acaba colocando nele uma imagem jocosa e imatura. Pra se ter uma ideia, em um certo momento James se fantasia de macaco e de palhaço na obra e nem os agentes de segurança dão credito pra ele quando ele tenta alerta-los do perigo que passam.
Isso sem falar de outros descuidos estéticos que descredibilizam a produção, como a já comentada por aqui "tatuagem de chiclete", o jacaré motorizado, as vestimentas de collant, e outros. Feios na sua criação, mas que até pode ser dado um desconto por conta das possibilidades da época.
O vilão e seus capangas tem presença forte, mas a construção de suas performances não é bem realizada.
O décimo terceiro filme da franquia não se leva a sério, e o problema é que a piada não é de bom-tom pro personagem, mas como os filmes do 007 nunca são péssimos, pois a gente sempre encontra alguns bons componentes nas obras, nesta continuação podemos destacar pontuais cenas de ação, a bela fotografia da Índia, a sequência da perseguição pelas ruas (que impressiona por ter tantas pessoas e elementos da cidade em meio a aquela desenfreada caçada) e a aparição da serra ioiô.